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TCC EM SEGURANÇA PÚBLICA

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AULA 1
REVISÃO DO PROJETO DE PESQUISA
Introdução
Nesta aula, ao realizar a revisão do anteprojeto elaborado na disciplina Prática de Pesquisa em Segurança Pública, a preocupação está, inicialmente, em dar-se conta de que o problema de pesquisa, configurado na questão norteadora do estudo que se pretende desenvolver, trata-se, ainda, de um questionamento atual que mereça ser pesquisado a contribuir com a área e com as atividades do profissional Segurança Pública.
Revisando o anteprojeto do TCC - Você já sabe que o seu anteprojeto de TCC foi elaborado constando de fases previstas que com o apoio da metodologia apropriada ao seu tema vai desencadear o processo de pesquisa.
Nesse anteprojeto, você elaborou textos encadeados entre:
. o tema;
. a formulação do problema por meio de uma questão norteadora; 
. os objetivos do estudo; 
. a justificativa da pretensão de se estudar esse referido tema; 
. a metodologia configurada em procedimentos operacionais, com a preocupação em conceituar e estabelecer entendimento técnico fundamentado.
Dessa maneira, entendida como uma produção elaborada com lógica e segundo os padrões estabelecidos pela metodologia científica.
Apesar dessa preocupação e dependendo do tempo em que o anteprojeto foi elaborado, o problema formulado para ser pesquisado pode já ter sido estudado por outro pesquisador e, nesse caso, haver a necessidade de ser reformulado, buscando mudança de objetivo ou, ainda, algum direcionamento que seja possível se manter no mesmo campo de estudo.
Vale lembrar que o tema de pesquisa precisa ser refletido em função do que o autor do estudo formulou como “o problema de pesquisa”.
Deve, nessa reflexão, admitir se o que propõe como indagação científica está pertinente às características de originalidade, ou seja, se pode oferecer algo novo à comunidade acadêmica que vem se debruçando ao estudo da área pertinente, se está acompanhado da importância necessária que a área de estudo possa carecer enquanto incremento de novas e fundamentadas informações, e se constitui em algo que deva ser pesquisado segundo as condições de viabilidade, considerando as variáveis: tempo, recursos e acessos às informações que se precisa, lançando mão dos participantes aos quais se pretende obter os dados julgados imprescindíveis ao processo de sua análise, discussão e conclusão. 
Nesse contexto, uma leitura detalhada e atenta de todo o anteprojeto do TCC que você elaborou precisa ser realizada para rever suas indagações iniciais, se os objetivos que se pretende serão alcançados pela pesquisa a ser desenvolvida, a permanência da questão norteadora ainda como um “problema” válido de ser pesquisado, bem como se o método de pesquisa eleito ainda se constitui no mais adequado ao estudo proposto.
 Diante das confirmações sobre as pretensões originais contidas no seu anteprojeto de TCC, os passos seguintes devem dar conta da realização das fases previamente programadas e concretizar o anteprojeto transformando-o, aos poucos no seu TCC.
Assim, propõe-se que cada uma das fases do anteprojeto seja realizada. 
Inicialmente, vamos nos deter na condição de que o problema formulado para ser respondido por meio do TCC ainda esteja em aberto e mereça, sim, ser pesquisado. 
Também vamos rever os instrumentos de coleta de dados pretendidos e de acordo com suas características técnicas poderem ser elaborados adequadamente. 
O que fazer então?
O contexto atualizado e a manutenção do objeto do estudo
- Levantamento bibliográfico - Antes de iniciar qualquer pesquisa, depois de ter um problema ainda idealizado de investigação, a primeira tarefa a ser realizada é a revisão da literatura que visa uma melhor configuração da realidade a qual o objeto do estudo é parte integrante. 
 
O levantamento bibliográfico deve identificar artigos publicados em periódicos indexados, preferencialmente com avaliação “A” e “B” da Plataforma Qualis, Capes, MEC, considerando, para obtenção de dados atualizados, os 5 últimos anos. 
Isso tem o propósito de além de situar a atual realidade na qual o problema esteja se manifestando, também poder identificar alguma contribuição ou novidade que possa melhorar a abordagem pretendida, modificá-la em função de já contemplar as intenções previstas no anteprojeto, necessidade de aprofundar o estudo sobre o referido tema, e evidenciar lacunas nos estudos analisados que precisam ser preenchidas.
- Pesquisa - Relembrando, de acordo com Marina Marconi e Eva Maria Lakatos (2003, p. 220), a formulação do problema esclarece a dificuldade específica com a qual se defronta e que se pretende resolver por intermédio da pesquisa. 
Nesse sentido, pode tratar-se de uma dificuldade, dúvida ou qualquer evento (fato/fenômeno), nos contextos teórico ou prático, que se empreendem esforços na tentativa de melhor compreendê-la e/ou buscar uma resposta sustentada.
- Problema de pesquisa - De acordo com Franz Victor Rudio (1978, 75), a formulação do problema de pesquisa tem que explicitar de maneira clara, compreensível e operacional, a dificuldade com a qual se defronta e que se pretende resolver, limitando seu campo e apresentando suas características, de tal maneira a tornar o problema individualizado, específico e inconfundível.
 Dessa forma, faz-se necessário, neste momento, concordar se o problema antes formulado ainda se reveste de alguma coisa que não possui respostas e que só serão possíveis de serem encontradas por intermédio do presente estudo. 
 Essas respostas podem assumir a natureza de explicação, solução ou descrição de determinado procedimento ou comportamento profissional ou social.
- Caráter de originalidade - O problema, de acordo com a dimensão geral de sua manifestação, pode ser configurado segundo diversas situações que precisam ser inicialmente conhecidas pela análise de seus componentes ou descrição de seu desenvolvimento em determinado contexto para, em seguida, ser otimizadas ou modificadas por meio de correções ou que a intenção a intensificação dos padrões de qualidade.
Uma das características do problema que precisa ser preservada é o seu caráter de originalidade. 
Deve traduzir-se como algo novo ou que traga uma abordagem ainda não realizada ou, ainda, um tratamento inovador que cause interesse por sua forma como fora empregado. 
Não pode ser considerado como algo já conhecido que não enseja uma novidade científica ou social. 
- Objeto de estudo - Assim, sua preocupação, depois de considerar essas condições, é possuir a necessária garantia de que seu objeto de estudo se traduz em um problema de pesquisa, contemplando essas características divulgadas.
Desse problema se desdobrarão as variáveis que estão se manifestando ou que já se manifestaram no evento objeto do estudo. 
Dessas variáveis surgem os objetivos que tecnicamente vão orientar os procedimentos da pesquisa.
Reanalisando os objetivos do estudo - Nessa etapa de revisão do anteprojeto, a tarefa se constitui em averiguar até que ponto os objetivos se desdobram do problema a fim de sugerir procedimentos que efetivamente vão conduzir a obtenção de dados sustentáveis para o seu atingimento. 
- Quando você elaborou os objetivos do seu TCC no anteprojeto, tinha em mente dar conta da execução das ações descritas pelos objetivos por meio da pesquisa.
- Caso o problema ainda se mantenha consagrado como o objeto do estudo original e os objetivos estejam de acordo com as variáveis que se desdobraram do problema e os procedimentos também consoantes aos objetivos, o próximo passo é a preparação dos instrumentos de coleta dos dados.
- Nesse momento, você precisa fazer uma verificação para avaliar em que medida os procedimentos programados, a partir dos objetivos formulados, foram adequadamente selecionados para a necessária e suficiente coleta dos dados.
Revendo e preparando os instrumentos de coleta dos dados - Essa tarefa é essencialmente prática. Você terá de rever o tipo de instrumento de coleta de dados que fora determinado em função das informações que servirão como sustentadorasdo alcance dos objetivos formulados. 
Se os instrumentos confirmarem os procedimentos metodológicos o momento é de elaborá-los.
Dos objetivos vão se desdobrar outras variáveis que servirão de orientadoras das perguntas das entrevistas, dos questionários e dos procedimentos de uma observação programada (observação sistemática) ou observação participante. 
 Se a pesquisa for bibliográfica, realize os procedimentos de seleção e consulta dos textos e obras pertinentes e comece a registrar as ideias e os posicionamentos dos respectivos autores, realizando as técnicas de fichamento de acordo com os propósitos do estudo.
- Cuidado permanente - Um cuidado permanente que se deve ter é com os 3 elementos que aumentam as condições de qualidade dos instrumento de coleta dos dados. São eles:
. A fidedignidade cobra do instrumento sempre o mesmo resultado independentemente de quem o aplica. 
. A validade diz respeito à obtenção dos dados necessários ao alcance dos objetivos da pesquisa, sem permitir que qualquer informação importante seja ignorada.
. E a operatividade está relacionada à acessibilidade do instrumento no que se refere ao vocabulário empregado e ao significado das questões formuladas. (Marconi; Lakatos, 2003)
- Entrevista estruturada - Se for a elaboração de entrevistas, inicialmente, deve decidir sobre qual tipo vai oferecer a coleta adequada dos dados pretendidos com esse instrumento. Relembrando, dentre as disponíveis, no caso dos estudos na área de segurança pública, de acordo com Marina Marconi e Eva Maria Lakatos (2003), têm-se a estruturada ou não estruturada, a focalizada, a clínica, a não dirigida e a do tipo painel.
Segundo essas mesmas autoras, na entrevista estruturada:
. O entrevistador segue um roteiro previamente estabelecido e as perguntas formuladas são predeterminadas. 
. Realiza-se por meio de um formulário preferencialmente com respondentes selecionados de acordo com um plano. 
. O entrevistador obtém respostas às mesmas perguntas, permitindo comparações com o mesmo conjunto de perguntas refletindo diferentes respostas e não respostas diferentes a perguntas diferentes. 
. Uma vez definidas as perguntas ao entrevistador não lhe é permitido alterá-las.
- Entrevista não estruturada - Nas entrevistas não estruturadas, para essas autoras:
. O entrevistador pode explorar a pergunta da forma como melhor lhe convier para a obtenção qualitativa dos dados. 
. Esse procedimento pode se desenvolver num clima de informalidade.
Segundo Ander-Egg (1978) citado por Marina Marconi e Eva Maria Lakatos (2003), a entrevista não estruturada apresenta 3 modalidades:
. A focalizada diante de um roteiro com tópicos relacionados ao problema, o entrevistador vai fazendo as perguntas, sondando razões e motivos, esclarecendo o que for necessário, sem que seja obrigado a obedecer a uma estrutura formal. 
. A entrevista clínica busca com perguntas específicas apurar motivos, sentimentos e conduta dos respondentes. 
. Por meio da entrevista não dirigida o entrevistado tem liberdade de expressar opiniões e sentimentos sendo, para isso, estimulado pelo entrevistador.
- Entrevista painel - Essas autoras ainda apresentam a entrevista do tipo painel:
. Consiste na repetição de perguntas, em diferentes espaços de tempo, cujo propósito é o de estudar a evolução das opiniões em períodos curtos. 
. A preocupação com esse tipo de entrevista está na diversificação das perguntas para impedir que o entrevistado não distorça as respostas por conta das repetições.
- Questionário - Trata-se de um instrumento composto de uma série ordenada de perguntas que devem ser respondidas por escrito dispensando-se a presença do pesquisador. 
. É enviado, normalmente, pelo correio, portador ou, atualmente, por e-mail e depois de preenchido é devolvido. 
. É acompanhado de uma carta explicando a natureza da pesquisa, a importância e necessidade de obtenção das respostas esperadas, ao mesmo tempo que intenciona despertar o interesse do respondente em responder e devolver no prazo informado.
- Observação - É considerada uma técnica que utiliza os sentidos para a obtenção dos dados julgados importantes de serem levantados em uma pesquisa de campo. 
. Auxilia o pesquisador na identificação e apuração de informações sobre as quais os observados não têm consciência, mas que orientam seu comportamento. 
. É o ponto de partida da pesquisa social e obriga o investigador a ter contato direto com a realidade que está pesquisando. 
Vários são os tipos de observação à disposição dos estudos científicos, clique aqui e vamos conhecê-las.
AULA 2
ASPECTOS FORMAIS DE UM ARTIGO CIENTÍFICO
Introdução
Em qualquer atividade profissional é inevitável que ocorra problemas que precisam ser resolvidos, por vezes, de maneira a se ter que lançar mão de procedimentos metodológicos para garantir a obtenção de dados com segurança e qualidade. Esses dados, com essas características científicas, vão fundamentar decisões e desenvolver comportamentos profissionais mais comprometidos com a verdade. Essa argumentação teve o propósito de levar você a aceitar que a atividade de pesquisa não está exclusivamente destinada ao ambiente acadêmico de estudos e investigações em universidades. Qualquer lugar pode ser um locus de pesquisa. Basta se ter um problema que se pretenda resolver ou estudar. Isso quer dizer que em toda parte da existência é possível pesquisar.
O artigo científico - O artigo científico, por convenção, deveria ser elaborado a partir dos resultados de um estudo que tenha utilizado rigor metodológico em seu desenvolvimento, contemplando, então, as características e as exigências da pesquisa científica.
Marina Marconi e Eva Maria Lakatos (2003) definem os artigos científicos como pequenos estudos, porém completos, que dão conta de uma questão científica, mas que não se constituem em matéria de um livro. Apresentam o resultado de estudos ou pesquisas e diferenciam-se dos diversos tipos de trabalhos científicos pela sua reduzida dimensão e conteúdo.
Os artigos científicos, tradicionalmente têm o propósito de publicação:
- em revistas científicas de edição regular;
- em eventos acadêmicos nacionais e internacionais abertos a participação de pesquisadores da área de conhecimento que abrange a sua natureza;
- em eventos locais internos visando a participação de associados/credenciados como sociedades profissionais e instituições de ensino superior voltados para suas diversas áreas e cursos, estimulando a participação de sua comunidade em pesquisar e publicar, como também atraindo pesquisadores externos para publicar ou comunicar resultados de seus estudos.
Divulgação do artigo científico - Marina Marconi e Eva Maria Lakatos (2003) informam que os artigos científicos são publicados em revistas ou periódicos especializados e formam a seção principal deles.
Afirmam, ainda, que depois de concluída a pesquisa, seja documental, bibliográfica ou de campo, com a finalidade de divulgar os seus resultados, tornando-os, assim, conhecidos, há a necessidade de serem publicados. 
 O artigo científico proporciona a ampliação de conhecimentos e a compreensão de determinadas questões.
Para as autoras, os artigos científicos, sendo completos, orienta o leitor, por meio da descrição da metodologia utilizada, dos procedimentos empregados e dos resultados apurados, a repetir a experiência.
Artigos originais e artigos de revisão - De acordo com a NBR 6022 (2003, p. 2) da ABNT, o artigo científico é parte de uma publicação com autoria declarada, que apresenta e discute ideias, métodos, técnicas, processos e resultados nas diversas áreas do conhecimento. 
Já incorporadas pela comunidade acadêmica, os artigos científicos podem receber as classificações de artigos originais ou artigos de revisão.
- Os artigos originais - são os relatos de caso, notas prévias ou comunicação, considerados como aqueles trabalhos que divulgam resultantes de pesquisa científica por meio da análise descritiva ou produção de dados próprios,divulgando pela primeira vez achados obtidos por experimentos e outros métodos de pesquisa nas diversas áreas do conhecimento.
- Os artigos de revisão - como a própria classificação pode sugerir entendimento, são aqueles que apresentam resumos, análises, avaliações com base em uma revisão bibliográfica. A partir de um tema eleito, sobre ele muitas intenções podem ser desenvolvidas. Como exemplo, tem-se, dentre outros: 
. O posicionamento crítico sobre duas correntes de pensamento envolvendo ideias de vários autores;
. A reunião, em um mesmo texto, de achados diferentes de diversos pesquisadores por meio de suas obras publicadas;
. A interpretação de ideias de teóricos de difícil compreensão;
. O agrupamento de formas de tratamento de determinada enfermidade segundo a literatura médica;
. Resultados apurados de diversos procedimentos profissionais a partir de relatórios institucionais.
Tipos de artigos científicos - Quanto à análise do conteúdo, Marina Marconi e Eva Maria Lakatos (2003) classificam os artigos científicos em 3 tipos: argumento teórico, artigo de análise e artigo classificatório.
- Argumento teórico - O tipo argumento teórico apresenta argumentos favoráveis ou contrários a uma opinião. 
Pode iniciar focalizando um dado argumento e depois os fatos podem prová-lo ou refutá-lo. 
O desenvolvimento da argumentação conduz a uma tomada de decisão. 
 O artigo científico do tipo argumento teórico requer pesquisa aprofundada e intensa, para que tenha condições de coletar dados com validade e sejam suficientes. Impõem uma forma de documentação difícil e, por isso, geralmente é realizado por experientes especialistas.
É estruturado normalmente com o seguinte roteiro:
. Exposição da teoria.
. Fatos apresentados.
. Síntese dos fatos.
. Conclusão.
- Artigo de análise - No artigo de análise o autor estuda cada elemento constitutivo do assunto e sua relação com o todo. 
Essas autoras citam Siqueira (1969, p.61) quando este afirma que o técnico ou cientista procura descobrir e provar a verdadeira natureza do assunto e das relações entre suas partes.
O artigo de análise apresenta descrição, classificação e definição do assunto, considerando a estrutura, a forma, o objetivo e a finalidade do tema. Descreve detalhes e apresenta exemplos. 
Não é muito fácil encontrar um artigo totalmente analítico, na literatura moderna.
Seguem o seguinte roteiro:
. Definição do assunto.
. Aspectos principais e secundários.
. As partes.
. Relações existentes.
- Artigo classificatório - No artigo classificatório o autor procura classificar o aspecto de certo assunto e explicar suas partes. 
Faz, inicialmente, a divisão do tema em forma tabular, apresentando as classes e suas respectivas características principais. 
Em seguida, divulga a definição, a descrição objetiva e a análise. 
No contexto das formas de documentação técnica é a que se apresenta com mais utilidade.
Obedece ao seguinte roteiro:
. Definição do assunto.
. Explicação da divisão.
. Tabulação dos tipos.
. Definição de cada espécie.
Componentes do artigo científico - Os artigos científicos apresentam seus componentes distribuídos em três partes: informações prévias, corpo do artigo e referências
- informações prévias - Usando-se a obra de Marina Marconi e Eva Maria Lakatos (2003) como base, foram acrescentados outros elementos considerados pertinentes, para dar ideia atualizada dos artigos científicos. 
Na parte das informações prévias devem constar:
. O título e subtítulo do trabalho;
. O nome dos autores;
. As informações técnicas sobre os autores (titulação e credenciais);
. O local de atividades e instituições;
. O resumo (na língua do autor);
. O resumo em versão estrangeira (exigida pelo periódico ou evento).
- corpo do artigo - Na parte corpo do artigo apresentam-se:
. Introdução – descrição do tema, objetivos, procedimentos metodológicos, delimitação do tema, limitações do estudo e proposições;
. Demais títulos – exposição, explicação, demonstração do material, avaliação dos resultados e com obras anteriores, que se organizam a partir dos objetivos e questões do estudo;
. Conclusões – dedução lógica, baseada e fundamentada no texto, de forma reduzida.
- Referências - Na parte referencial consta:
. As referências bibliográficas do trabalho;
. Apêndices, anexos, ilustrações (quando houver necessidade).
ATENÇÃO: A data de realização do trabalho, item importante para salvaguardar a responsabilidade de quem escreve um artigo científico, considerando a rápida evolução da ciência e da tecnologia e demora na publicação de trabalhos, poderá ser conhecida pelo número da edição e data da publicação do periódico ou evento científico.
Conhecendo mais o artigo científico - Se optou por apresentar informações específicas sobre o artigo científico, que oferecem uma noção mais aprofundada sobre ele. A motivação para elaborá-lo, seu conteúdo, o estilo de sua redação e como são avaliados.
Com relação à motivação, Marina Marconi e Eva Maria Lakatos (2003) dizem que diversas oportunidades podem motivar a elaboração de um artigo científico. Principalmente quando:
 . Determinados aspectos de um assunto não foram estudados ou foram de forma superficial, ou, ainda, se amplamente estudados por outros, novas investigações têm condições de encontrar uma solução diferente;
. Uma preocupação cientifica antiga, conhecida, pode ser apresentada de maneira nova;
. Os resultados de uma pesquisa ainda não são considerados como material suficiente para a elaboração de um livro;
. Ao se realizar um estudo, encontram-se questões secundárias que não serão abordadas na investigação;
 . O aparecimento de um erro ou de assuntos contraditórios permite negar, convenientemente, o erro ou resolver de modo satisfatório a contradição.
. Tratar-se de um estudo pessoal, uma descoberta, ou enfatizar de maneira contrária ao que já era conhecido;
. Proporcionar soluções para questões controversas;
. Dar conhecimento a comunidade acadêmica, formada por intelectuais e profissionais especializados, novas ideias para a sondagem de opiniões ou atualização de informes;
. Abordar aspectos secundários, obtidos por pesquisa, mas que não seriam utilizados por ela.
Preparação de um roteiro - A preparação de um roteiro para expor de maneira lógica, sistemática, os diversos itens do assunto, evita repetições ou omissões durante a elaboração do texto.
Os leitores do artigo, interessados que são, também devem ser considerados. 
Isso pode ser mais ou menos previsto, conhecendo-se a natureza do veículo de publicação, se científica, didática, de divulgação e o público ao qual ela se destina.
O estilo do texto deve ter características de clareza, concisão e objetividade. 
Uma linguagem correta, precisa, coerente e simples. Devem ser evitados adjetivos supérfluos, rodeios e repetições ou explicações inúteis.
Da mesma maneira não escreve de forma excessivamente compacta, o que, certamente, vai prejudicar a compreensão do texto. 
O título merece igual atenção porque tem de corresponder, de maneira apropriada ao conteúdo apresentado.
Avaliação do artigo científico - Na avaliação do artigo científico, várias questões podem ser utilizadas. Essas autoras recorrem a Salomão (1972, p.175) para propor os seguintes requisitos de avaliação:
• Conhecimento suficiente do assunto;
• Exatidão na exposição e referência fiel às fontes;
• Adaptabilidade;
• Linguagem acessível ao público interessado;
• Divulgação e não divulgação.
• Adequado, original, inédito, completo, imparcial;
• Claro, conciso, preciso, coerente, objetivo.
• Equilíbrio, unidade, hostilidade e exatidão.
ATENÇÃO: Visando verificar o valor das contribuições que o artigo científico pode oferecer, devem ser avaliadas a metodologia, as conclusões e a parte referencial.
O processo de submissão de artigos em eventos - Geralmente, os eventos científicos quando publicam o seu edital, que é um documento que divulga as características principais do evento, como o seu título,as palestras, os convidados, a sua programação com datas e horários das atividades, as normas para inscrição e participação, e, ainda, as condições para pesquisadores submeterem seus textos para apresentação em, basicamente duas categorias: comunicação e pôster.
- Pôster - O pôster, em alguns casos, os autores não os submetem como artigo científico quando se trata de um estudo ainda incipiente e que não concorreria com trabalhos mais aprofundados e trazendo contribuições por meio de estudos pertinentes aos grupos de estudo ou dando continuidade a um tema idealizado pelo evento, por exemplo.
Acabam por submetê-lo como pôster, que no evento, se aprovado, será apresentado em painel ou banner a ser pendurado, geralmente, no hall, na entrada do prédio principal do evento, local em que os participantes se identificam e recebem suas credenciais. Pode também ter sua apresentação em outro local preparado pela organização do evento.
Os pôsteres são apresentados por seus autores quando um ou mais interessados se aproximam do painel e iniciam suas perguntas sobre os resultados do estudo, cujas informações estão impressas nesse painel. Tais como:
. a introdução, 
. os objetivos,
. os procedimentos metodológicos e as conclusões.
O autor ou autores explicam ou respondem pessoalmente para os interessados o que eles perguntarem.  
- Comunicação - Já os artigos científicos são, geralmente, submetidos na condição de textos para publicação em revistas ou como comunicação, trabalhos completos ou artigos em encontros científicos. 
Os artigos são submetidos às revistas especializadas em determinadas áreas, como por exemplo, a Revista Brasileira de Segurança Pública, com a finalidade de divulgar estudos pertinentes e de valor para essas áreas. 
Além das contribuições que podem oferecer, os artigos precisam contemplar os aspectos formais convencionados para sua publicação.
Muitos eventos não aceitam a submissão de artigos de imediato. Primeiramente, há o envio do resumo do trabalho, elaborado, em média, com 250 a 600 palavras, e se aprovado/aceito, os autores encaminham o trabalho completo podendo ou não ser aprovado.
Tanto o resumo quanto o trabalho completo precisam cumprir as exigências divulgadas que se referem aos aspectos de formatação quanto ao tipo e tamanho das letras do texto, os espaços de página e de linhas e outras relacionadas ao texto, como o conteúdo que deve constar em cada título do trabalho. 
Também estabelecem o número máximo de palavras ou caracteres que deve conter o texto do artigo. Em média, chegam a 35.000 caracteres.
Se aprovados, os conteúdos dos artigos serão apresentados por seus autores, em uma plenária, em um auditório, por exemplo, ou em grupos menores denominados “grupos de Trabalho – GT”. 
Em qualquer condição de apresentação, há um momento reservado para perguntas ou debates sobre os dados divulgados ou ideias apresentadas. Essa dinâmica vai depender do tipo de evento e de sua finalidade.
Clique aqui veja as normas divulgadas pela Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense, do 3º Seminário de Sociologia e Direito, em outubro de 2013
AULA 3
AS NORMAS TÉCNICAS E A REDAÇÃO DE TEXTOS CIENTÍFICOS
Introdução
O artigo científico é uma forma de comunicação de resultados de pesquisa ou de análises e discussão sobre tema de interesse à comunidade acadêmica, que por sua natureza científica precisa estar de acordo com determinadas exigências para que tenha credibilidade e ofereça certezas e garantias sobre o que são afirmadas e apresentadas no texto comunicativo. Normas da ABNT apresentam orientações técnicas com características que um texto científico não pode deixar de apresentar. Sugerem uma padronização que qualquer leitor acostumado a consultar publicações científicas, imediatamente vai identificar e prontamente reconhecê-lo como uma produção acadêmica.
A redação do artigo científico - A estrutura recomendada para a elaboração do artigo acompanha tradicionalmente a mesma dos demais textos científicos. Consta de três partes que a partir delas os demais componentes são elaborados. De acordo com a NBR 14.724/2005, são elas:  pré-textuais, textuais e pós-textuais.
Cervo; Bervian; Da Silva (2007) apresentam essas partes especificando da seguinte maneira:
- Pré-textual: A parte pré-textual é composta de elementos que precedem o texto elaborado do artigo. 
O título, os nomes dos autores, as especificações sobre eles, o resumo, as palavras-chave, a versão do resumo em uma língua estrangeira (abstract, résumé, resumen) e palavras-chave na mesma língua.
- Textual: A parte textual trata-se do texto do conteúdo. A introdução seguida dos títulos pertinentes que se desdobram dos objetivos e questionamentos descritos no texto da introdução e depois as conclusões, fechando, assim, o texto do artigo.
- Pós-textual: As referências bibliográficas junto com o glossário, apêndices e anexos vão caracterizar a parte pós-textual.
De acordo com esses autores, os elementos precisam ser considerados nas dimensões em que dizem respeito à estética do trabalho como os aspectos gráficos e a que se refere à divisão estrutural das partes do trabalho.
Aspectos gráficos do trabalho acadêmico - Qualquer trabalho acadêmico haverá a exigência de uma apresentação gráfica. Isso pode variar de uma para outra instituição. Normalmente os trabalhos são digitados e impressos em computadores.
Cervo; Bervian; Da Silva (2007) são de opinião que a apresentação gráfica dos trabalhos, a estética e a correta utilização de capas, papel, impressão, margens, diagramação, espacejamentos e numerações constituem elementos importantes para a avaliação do trabalho tanto quanto o conteúdo propriamente dito.
Para eles, é conveniente que o autor do trabalho se familiarize com os critérios de apresentação formal de trabalhos. 
Esses critérios precisam ser observados porque, mesmo sendo padronizados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, instituições de ensino, de pesquisa, editoras, órgãos de governo e agências internacionais também possuem suas próprias normas para apresentação de trabalhos, devendo, nesses casos, ser consideradas por quem se interesse em lhes apresentar trabalhos escritos.
Com base nesses autores, *clique aqui e veja as referências sobre o tipo de papel, a impressão do texto, a formatação relativa as margens e espaços, a numeração e aos títulos, subtítulos, divisões e parágrafos.
*Referências
O papel
O papel a ser utilizado, na impressão do trabalho acadêmico, precisa ser branco e de boa qualidade.Tradicionalmente a impressão de todo o trabalho escrito, de uma forma geral, tem sido feita em um tipo de papel denominado “A4”.
Você já deve saber que alguns trabalhos exigidos como a última tarefa de determinados cursos são preparados em meios magnéticos, com CD-ROM ou, também, pelo envio por meio eletrônico, no FTP (sistema de transferência de arquivos), como também por e-mail, considerando os trabalhos enviados para avaliações prévias, correções, apresentação em congressos e seminários ou destinados à publicação.
Levando-se em conta que há cursos a legislação educacional brasileira determina prova documental e material da produção acadêmica para que a avaliação seja realizada e a progressão de níveis de estudos seja procedida, a instituição exige a impressão de trabalhos de final de curso, provas, relatórios diversos, monografias, dissertações e teses.
Impressão do texto 
Embora os trabalhos geralmente sejam elaborados digitados, de acordo com Cervo; Bervian; Da Silva (2007) não é proibido nem vergonhoso, apresentar trabalhos manuscritos, o que não pode interferir no mérito acadêmico do estudante.
A caligrafia, de fundamental importância na apresentação de trabalhos manuscritos, tem seu correspondente nos trabalhos digitados, que são as fontes das letras.
Mas, em se tratando, por exemplo, de cursos online, por meio de aula – web, não há outro jeito a não ser trabalhos digitados.
Os computadores, em seus programas de edição de texto, possuem numerosas fontesde letras. Dentre as existentes e mais utilizadas têm-se as seguintes: Arial, Arial Narrow, Book Antiqua, Courier New, Futura Bk BT, Lúcida Casual, Tahoma, Times New Roman e Verdana, todas com tamanho de letra nº 12.
O tamanho 12 deve ser o preferido para a elaboração da parte textual do artigo. No modo geral devem ser adotados os seguintes procedimentos:
a) Nas citações, use a forma normal da mesma fonte e deixe sempre entre aspas;
b) Para grifar, use sempre a mesma fonte na forma negrito ou itálico, sem aspas;
c) Para títulos, use a forma negrito, no tamanho 14 da mesma fonte;
d) Para subtítulos, use a forma negrito, no tamanho 12 da mesma fonte;
e) Nas partes pré e pós-textuais, você pode usar uma fonte diferente, em tamanho maior, colorida e com algum efeito, mas não na parte textual;
f) Nas notas de rodapé e comentários, use o tamanho 10 da mesma ou de outra fonte.
Quanto à qualidade da impressão, as impressoras a laser oferecem qualidade,
mas as impressoras a jato de tinta são as mais comuns e também oferecem impressões com qualidade, e até excelente, se for utilizado papel superior e feitos os ajustes recomendados pelo fabricante.
Pode parecer estranho, mas, o item 5.1 da NBR 14.724/2005 recomenda a “digitação do texto no anverso das folhas, exceto a folha de rosto”. Algumas universidades que mantêm programas de reciclagem de papel orientam professores, alunos e
funcionários a utilizar a frente e o verso do papel para impressão, mesmo em se tratando de dissertações e teses. Nesse caso, é preciso configurar a impressora para essa tarefa.
Formato, margens e espacejamento
A NBR 14.724/2005 refere-se a esses elementos, principalmente a impressão visual que eles causam ao trabalho. Para facilitar o entendimento desses procedimentos considere as seguintes orientações, para trabalhos acadêmicos:
a) Margens – em todas as partes do trabalho use:
• 3,0 cm para a margem esquerda;
• 2,0 cm para a margem direita;
• 2,0 cm para a margem inferior;
• 3,0 cm para a margem superior.
b) Espaços – para separação dos diversos elementos do trabalho use:
• recuo da primeira linha do parágrafo: 1,5 cm;
• início de partes e capítulos: abra sempre uma nova página;
• títulos: espaço 6, ou dois toques na tecla <Enter>;
• subtítulos: espaço 6 acima e 0 abaixo;
• entre linhas: espaço 1,5;
• gráficos, quadros e tabelas: espaço 6 acima e abaixo.
Numeração
A numeração tem a finalidade de permitir uma divisão lógica de todo o trabalho elaborado, o que fornece uma ordem das partes do trabalho, seus conteúdos e idéias.
Em trabalhos explicativos, os textos são organizados a partir das questões mais gerais para as mais específicas. A Norma NBR 6024/2003 orienta o emprego da numeração progressiva, que com isso consegue-se classificar os conteúdos em
primários, secundários, terciários e assim por diante, que também oferece a localização precisa de cada parte e elemento em todo o texto elaborado.
Assim:
a) Na parte pré-textual composta por capa, folha de rosto, folhas de aprovação, de dedicatória e de agradecimentos não são numeradas; se houver prefácio ou epígrafe, essas páginas são numeradas com algarismos romanos, em seqüência.
b) Na parte textual a numeração das páginas utiliza algarismos arábicos que começa na primeira página da introdução e termina na última página antes dos apêndices e anexos, se houver.
c) A parte pós-textual recebe algarismos romanos, também em sequência.
d) O número das páginas pode ser colocado na parte superior ou inferior da página, à direita ou no centro da página.
e) Os capítulos são numerados em algarismos arábicos.
f) Nos subtítulos empregam-se a numeração progressiva, prosseguindo o número do título.
g) Também nas seções e subseções são usadas a numeração progressiva.
h) Notas de rodapé numeram-se com algarismos arábicos, em seqüência que pode ser capítulo a capítulo ou contínua, até o final do texto.
i) A lista de referências bibliográficas é apresentada por ordem alfabética dos sobrenomes dos autores.
j) Tabelas, quadros, gráficos e figuras recebem algarismos arábicos, em seqüência.
k) No sumário numera-se cada parte do trabalho com algarismos arábicos e é alinhada à margem direita da página, em seqüência.
l) A numeração progressiva, considerando a margem esquerda, é digitada com um pequeno recuo de cada grupo de números em relação ao antecedente.
Organização e conteúdo dos componentes do trabalho acadêmico - Da mesma forma que os aspectos gráficos do trabalho acadêmico, também a organização e o conteúdo dos componentes do trabalho acadêmico foram baseados em Cervo; Bervian; Da Silva (2007) e nas normas da ABNT.
A organização refere-se à disposição dos componentes no trabalho, e o conteúdo ao tipo de informação que será apresentada em cada componente, como dados apurados, conceitos e teorias. 
A organização, também denominada de estrutura, é orientada pelas normas da ABNT cujo propósito é o de universalização de padrões de elaboração e apresentação de textos impressos. São consideradas universais pelo fato de serem empregadas nos países que usam os mesmos códigos lingüísticos; nesse caso, o alfabeto ocidental.
Capa (componente obrigatório)
Elaborada em papel tamanho A4, deve conter:
. Nome da instituição de ensino;
. Nome da escola, faculdade ou instituto;
. Nome do departamento ou curso;
. Nome do autor do trabalho
. Título do trabalho: subtítulo (se houver)
. Local e data de aprovação
Folha de rosto           
É a folha seguinte, depois da capa, na qual se descreve a natureza e a finalidade do trabalho acadêmico. 
Repete-se o nome do autor na parte superior, centralizado; o título do trabalho (e o subtítulo, se houver) no centro da página, também centralizado, e, na margem direita da página, centralizado a partir da metade da página, um retângulo com as informações básicas. 
Abaixo das informações básicas, mas centralizado, deve-se colocar o nome do orientador e, na parte inferior, o local e o ano.
Ficha catalográfica (obrigatória)
É apresentada no verso da folha de rosto, considerada como a principal fonte de referência para localização, catalogação e classificação do trabalho, nas bibliotecas, facilitando consultas. 
Trata-se de um retângulo medindo 6 cm por 13 cm, centralizado na página, contendo nome do autor, iniciando pelo sobrenome; título do trabalho, local e ano de conclusão, número de páginas, indicação da natureza e da finalidade do trabalho. 
Também se podem indicar palavras-chave para possibilitar imediata consulta, catalogação e classificação do trabalho, e sua elaboração deve ser orientada por um bibliotecário ou técnico especializado para o fornecimento de informações específicas.
Folha de aprovação (obrigatória)
Tratando-se de monografia e se não for corrigida por banca, deve somente constar o nome completo do professor orientador abaixo da metade da página, com espaço para sua assinatura. 
Se dissertação ou tese constará também os nomes completos dos demais componentes da banca examinadora, registrando suas respectivas titulações acadêmicas, logo depois do nome e titulação do orientador do trabalho.
Folha de dedicatória (opcional)
São elaborados textos de dedicatórias normalmente carregados de sentimento e de homenagens, também póstumas, transcritos na parte inferior da margem direita.
Epígrafe (opcional)
Apresentado logo depois dos agradecimentos. 
Trata-se de citações que aludem certos significados ao trabalho ou ao esforço do autor. Deve divulgar a autoria da citação.
Resumo em língua portuguesa (obrigatório)
Texto conciso e objetivo em torno de 500 palavras, apresentando os objetivos do trabalho, os procedimentos metodológicos empregados e as principais conclusões. 
Imediatamente ao texto, apresentam-se as palavras representativas do conteúdo do trabalho, denominadas de palavras-chave ou, também, entendidas como descritores.
Resumo em língua estrangeira (obrigatório)
Trata-se da versão, em língua estrangeira, do mesmo texto elaborado no resumo, em língua portuguesa,acompanhado das palavras-chave na língua da versão, podendo ser em inglês Abstract, em espanhol Resumen, em francês Résumé.
Lista de ilustrações (opcional)
Indicação da página em que se encontram as ilustrações no texto, na ordem em que são apresentadas. 
São numeradas e acompanham seus respectivos títulos.
Lista de abreviaturas e siglas (opcional)
Relação alfabética das abreviaturas e siglas utilizadas no texto, acompanhadas das palavras ou expressões correspondentes descritas por extenso.
Sumário (obrigatório)
Trata-se da enumeração das partes principais do trabalho, como capítulos, títulos, seções e outras divisões, na mesma ordem em que foram apresentadas, indicando a página que iniciam. 
O sumário abrange todas as partes do trabalho, como listas de abreviaturas e ilustrações, tabelas. É apresentado antes da parte textual.
Elementos textuais - Como anteriormente, os elementos textuais tiveram base em Cervo; Bervian; Da Silva (2007) e nas normas da ABNT.
Os elementos textuais são os componentes que descrevem os conteúdos do trabalho. É a sua parte escrita. Composto pela introdução; o desenvolvimento, constituído pela organização dos títulos pertinentes; e as conclusões.
- O texto da introdução - A introdução inicia o texto do trabalho, anuncia o assunto, e supõe sua compreensão quanto a seu alcance, suas implicações e seus limites. 
São requisitos indispensáveis da introdução:
. A definição do tema;
. A indicação do problema e da hipótese;
. A indicação da metodologia de trabalho a ser seguida;
. A estrutura interna do trabalho, com indicação da distribuição e organização de seus argumentos.
. O método para a elaboração da introdução busca mostrar como, na prática, serão preenchidas essas exigências fundamentais.
- O desenvolvimento - Já conhecido o assunto na introdução, o leitor quer apreciar as ideias centrais do desenvolvimento, como os pontos principais, as deduções mais importantes, os resultados mais significativos. Tem-se, dessa forma, uma visão global (sincrética) do assunto, embora de certa maneira, ainda, indeterminada.
O desenvolvimento corresponde à parte mais extensa do trabalho, chamada também de corpo do assunto. É dividido em partes, refletindo o escalonamento das dificuldades encontradas ou ainda em função das parcelas que comporta cada dificuldade. 
A decomposição do assunto em partes é condição indispensável para sua adequada compreensão. Facilita a compreensão do assunto porque uma vez dividido, pode-se identificar claramente o tema central e seus desdobramentos.
 Os capítulos e as seções devem receber títulos e subtítulos que expressem o real conteúdo do texto. 
Como se procede à divisão? 
Essa questão envolve duas outras que serão sucessivamente tratadas: dividir o assunto em quantas partes?
- A conclusão - Usam-se conclusões quando houver mais de uma enumeradas. A conclusão corresponde à parte que encerra o texto do trabalho. Constitui a linha de chegada, a resposta ao problema de pesquisa formulado na introdução. 
Está presente em todo o trabalho, sob a forma de hipótese plausível na introdução, que se confirma aos poucos com o desenvolvimento, transformando-se, finalmente, em certeza ou na mais provável das hipóteses. 
É uma ideia nova, um pormenor ou apêndice que se acrescenta ao trabalho; não é tampouco um simples resumo final. O assunto anunciado e desenvolvido termina na conclusão, decorrência lógica e natural de tudo o que a precede.
Sugestões e recomendações
Devem seguir as orientações básicas da conclusão, como um espaço para apresentar efetiva contribuição à compreensão ou à resolução do problema fundamentada nas evidências, nos dados da pesquisa e opiniões dos especialistas.
ATENÇÃO - Há que se preocupar com a seleção, distribuição e tratamento do conteúdo orientando-se por certos procedimentos que vão descrever e articular com clareza as idéias do autor do texto.
Depois do levantamento bibliográfico, das leituras realizadas, fichamentos e anotações, o autor pode possuir indecisões a respeito de como utilizar os conteúdos ao longo do texto. 
Essa indecisão se refere ao julgamento sobre o que tem importância, o que apresentar antes, em que momento apresentar as próprias interpretações e usar as anotações de modo a oferecer autoridade ao texto elaborado e fundamentar com as citações das obras dos autores consultados. 
 A seguir, por meio dos títulos desenvolvidos, você vai se orientar e esclarecer essas indecisões.
Referências bibliográficas (obrigatórias) - De acordo com Cervo; Bervian; Da Silva (2007), estas orientações estão atualizadas de acordo com a NBR 6023, editada em agosto de 2002 pela ABNT. 
Essa norma consiste na indicação de uma forma para referenciar as informações colhidas em meios não tradicionais no mundo acadêmico, como os eletrônicos, os magnéticos e os digitais. 
Você deve, de acordo com a sugestão de “Saiba mais”, consultar o capítulo 7 do livro desses autores, que fundamentou esta aula 3, para melhor entender as especificidades e a quantidade satisfatória de fontes de consulta que pode ser utilizadas. 
É possível que esses autores tenham contemplado quase a totalidade de referências existentes na atualidade.
AULA 4
REDIGINDO A REVISÃO DA LITERATURA
Introdução
A revisão da literatura oferece o caráter acadêmico de um trabalho escrito, primeiramente por situar o tema do estudo no contexto científico das produções publicadas. Dessa forma, sugere um levantamento bibliográfico específico sobre a literatura que teve abordagem a respeito da mesma temática, objeto do estudo ou outros aspectos que se relacionam a ele. O texto elaborado, na revisão da literatura, adquire um caráter erudito porque vai dar conta de produções acadêmicas escritas e publicadas por integrantes da comunidade científica que merecem respeito e reconhecimento por essa realização intelectual. Considerando sua contribuição prática, a revisão da literatura oferece muitas contribuições ao estudo pretendido. Inicialmente, situa o pesquisador na realidade das produções publicadas evitando repetições desnecessárias de estudos sobre determinados tema, evidencia o grau de profundidade como tem sido tratados os assuntos de mesma natureza ou correlacionados e, ainda, pode evidenciar lacunas deixadas por algum estudo que mereçam ser preenchidas, se tornando, então, o objeto específico do estudo agora proposto.
A pesquisa bibliográfica e a revisão da literatura - O primeiro passo depois da escolha do tema, da identificação e da classificação das variáveis - que por sua vez vão orientar a elaboração dos objetivos da pesquisa - trata-se da preliminar pesquisa bibliográfica sobre o assunto escolhido como o objeto do estudo.
De acordo com Barros; Lehfeld (2007), é importante esclarecer que as produções e as divulgações realizadas por estudantes universitários são, na sua maioria, de natureza formativa embasados por informações bibliográficas. 
Continuam enfocando que até mesmo trabalhos originais vão exigir do pesquisador, independentemente do tipo de pesquisa, o levantamento e a seleção de uma bibliografia pertinente, torna-se tarefa indispensável para a elaboração e a sustentação de um problema de pesquisa.
As autoras alegam a necessidade de um aluno que deseja adquirir uma postura científica referente ao assunto determinado para estudo deva seguir os seguintes passos, em uma fase considerada preliminar:
. Elaboração de um roteiro de atividade (previsão geral e inicial com cronograma);
. Seleção e escolha do tema ou assunto da pesquisa bibliográfica;
. Delimitação do tema objeto da pesquisa bibliográfica (aspectos e dimensões da abordagem);
. Formulação de objetivos do trabalho e do tema;
. Elaboração da hipótese básica do trabalho;
. Metodologia a ser empregada na pesquisa bibliográfica;
. Realização do levantamento bibliográfico;
. Seleção da bibliografia objeto da pesquisa bibliográfica.
Em outra fase considerada média, essas autoras sugerem:
. Leitura e documentação das obras selecionadas;
. Organização eclassificação do material coletado;
. Análise, interpretação e reflexão das informações coletadas;
. Elaboração preliminar das seções que se constituirão na revisão da literatura.
Análise do material bibliográfico
Barros; Lehfeld esclarecem os tipos de levantamento bibliográfico e de dados. O levantamento bibliográfico para elas refere-se à localização das obras impressas, comercializadas e classificadas nas bibliotecas e em documentos eletrônicos.
O levantamento de dados trata-se da coleta das informações do trabalho acadêmico. Refere-se à análise do material bibliográfico que se relaciona a competência da leitura que pode ser desenvolvida da seguinte forma:
- Leitura de reconhecimento ou leitura antecipada cujo propósito é responder se há informações sobre o assunto;
- Leitura seletiva para se certificar das melhores informações para o problema;
- Leitura exploratória ou pré-leitura para saber onde estão as informações;
- Leitura reflexiva que busca quais informações são pertinentes, relevantes.
Documentação dos dados - A documentação dos dados julgados relevantes apurados da pesquisa bibliográfica é o procedimento de fazer apontamentos e recolher o material pertinente para análise, também com vistas na elaboração da revisão da literatura.
Para essas mesmas autoras, como não é fácil constituir uma grande biblioteca, é menos difícil construir um fichário ou arquivo de anotações importantes disponível e de pronto acesso diante da necessidade requerida.
Sugerem os seguintes passos para um processo adequado de documentação:
- A localização das fontes documentais podem ser informais e formais. 
Na documentação informal, procura-se a obtenção de elementos relevantes de congressos científicos, reuniões e seminários, por exemplo.
- Na documentação formal os dados serão coletados em material impresso tais como livros, periódicos, revistas e materiais gravados como os eletrônicos. 
Não se deve descartar a importância das narrativas e descrições originais localizadas em memórias, teses e resumos escritos.
- Na documentação formal os dados serão coletados em material impresso tais como livros, periódicos, revistas e materiais gravados como os eletrônicos. 
Não se deve descartar a importância das narrativas e descrições originais localizadas em memórias, teses e resumos escritos.
- Também os dados numéricos e estatísticos, tabulações e gráficos, refletem, quantitativamente, objetos e realidades fatuais, como os índices demográficos, econômicos e o censo do IBGE.
- O registro, a classificação, o armazenamento e a análise de informação tratam-se do registro de dados coletados e especializados sobre o problema de pesquisa. 
Consulta e registro de documentação especializada como resumos, bibliografia, monografias, teses e CD-ROM.
Natureza dos documentos bibliográficos
Cervo; Bervian; Da Silva (2007, p.80) contribuem com informações importantes ao se referirem sobre as fontes da pesquisa quanto à natureza dos documentos bibliográficos, que podem ser:
- Primários: quando coletados em primeira mão, como pesquisa de campo, testemunho oral, depoimentos, entrevistas, questionários, laboratórios.
- Secundários: quando colhidos em relatórios, livros, revistas, jornais e outras fontes impressas, magnéticas ou eletrônicas.
- Terciários: quando citados por outra pessoa.
Também se posicionam sobre documentos escritos e os classificam quanto às formas de apresentação e armazenamento:
- Impressos: atas de reuniões, atlas, Bíblia, biografias, bulas (remédios), cartões-postais, coleções, constituições, convênios, fac-símiles, decisões judiciais, dicionários, dissertações e teses, enciclopédias, fascículos, fotografias, jornais, leis e decretos, livros, mapas e globos, microfichas, monografias, relatórios oficiais, relatórios técnico-científicos, resenhas, revistas, e outros.
- Meios magnéticos e eletrônicos: arquivos em disquete, base de dados em CD-ROM, boletins eletrônicos (BBS), e-mails, FTPs, discos, discos compactos (CD – compact disc), fitas gravadas, homepages, filmes e vídeos, listas de discussões, microfilmes, slides (diapositivos).
- Reuniões científicas: congressos jornadas, reuniões, conferências, workshops.
- Notas de aula
Esses autores recomendam o método de análise dos textos selecionados nas bases de dados, como seguem:
- Leitura de reconhecimento: visão global do assunto, visando a progressão do conhecimento.
- Leitura seletiva: escolha dos textos que melhor respondem aos propósitos do trabalho.
- Leitura crítica ou reflexiva: permite o estudo do texto como ato consciente baseado em operações de análises, comparação, diferenciação, síntese e julgamento.
- Leitura interpretativa: relação entre o que o autor afirma e os problemas para os quais o pesquisador está procurando a solução.
A revisão da literatura - Para Marconi; Lakatos (2003) nenhuma pesquisa se inicia do nada, da estaca zero. Apesar de se tratar de um estudo exploratório, em que se faz uma avaliação de uma situação concreta, porém ainda desconhecida, em algum momento, um pesquisador ou grupo de pesquisa, em certo local, possivelmente já realizou alguma pesquisa semelhante ou com a mesma abordagem, ou, ainda, que podem complementar determinados aspectos da pesquisa pretendida.
Estas autoras acabam por reforçar as falas iniciais sobre a validade da revisão da literatura quando afirmam que a busca por essas fontes, de natureza bibliográficas ou documentais, se faz muito importante  levando-se em conta impedir a duplicação de esforços em se pesquisar novamente o que já existe pesquisado, a não descoberta de ideias já apresentadas, a não inclusão de lugares comuns na pesquisa desenvolvida.Elas asseguram que a citação de conclusões que outros pesquisadores conseguiram, por meio de suas pesquisas, vão contribuir com a pesquisa ora realizada, mesmo que demonstrem contradições ou, ainda, reafirmem comportamentos e atitudes. 
Qualquer resultado que confirme ou discorde das posições inicialmente obtidas, em um estudo que se inicia, são de grande relevância. 
A revisão de literatura fornece contribuição a toda e qualquer pesquisa por contextualizá-la, ou seja, evidenciar que o seu tema é parte constituinte de uma área científica mais abrangente e que dela não pode se afastar.
Uma das preocupações de um pesquisador é ter em mente pra quem vai escrever. Qual é o seu público leitor. 
Nesse sentido, escrevendo para outro pesquisador deverá ter o cuidado de contemplar o que dele se espera: que seja fiel às convenções admitidas na academia. 
Dentre elas, fundamentar as ideias sobre seu objeto de estudo, com base nas publicações disponíveis constituídas por obras e autores, da área do conhecimento a qual o seu problema de pesquisa está inserido. 
É uma forma de situar o seu objeto de estudo no campo específico da ciência que o configura.
Por isso, um exercício que o pesquisador teve de realizar foi o inicial levantamento bibliográfico referido anteriormente, para 
a identificação das obras e respectivos autores.
A revisão da literatura também favorece certa especificação sobre o comportamento do pesquisador com relação ao tratamento que vai dar ao seu objeto do estudo. 
Pela abordagem que fará, considerando as publicações selecionadas, terá condições de canalizar as informações dessas publicações como base de seu estudo. Clique aqui e saiba mais sobre a revisão da literatura
AULA 5
ELABORANDO A METODOLOGIA DO ESTUDO
Introdução
Você já estudou os componentes da metodologia do estudo na disciplina Prática de Pesquisa e agora deverá lembrar algumas orientações técnica ao mesmo tempo em que vai reconhecer as características específicas dos instrumentos de coleta de dados.
De maneira geral, os instrumentos são variações ou adaptações da observação, entrevista e questionário.
Organize os instrumentos da pesquisa - Só pra reforçar sua memória, na metodologia do estudo, você aprendeu que por ser a elaboração mais completa do trabalho de conclusão de curso, vai constar de hipóteses ou questões a investigar,a especificação dos participantes do estudo, a caracterização dos instrumentos de coleta dos dados e a descrição de todo o processo de coleta e tratamento dos dados apurados.
Antes de elaborar os instrumentos de coleta dos dados faz-se necessário preparar todo o material que servirá para se dar conta das análises e do trabalho com as informações obtidas.
As técnicas e os instrumentos de pesquisa - Marina Marconi e Eva Maria Lakatos (2003) divulgam que qualquer pesquisa implica em levantamento de dados de diversas fontes, independente dos métodos ou técnicas empregadas.
O material-fonte geral tem utilidade não apenas por fornecer conhecimentos que servem de experiência ao campo de interesse, assim como podem evitar possíveis duplicações ou esforços desnecessários, como também podem sugerir problemas e hipóteses e orientar para outras fontes de coleta.
Segundo essas autoras, a “documentação indireta” é a fase da pesquisa que se realiza com a finalidade de recolher informações prévias sobre o campo de interesse. O levantamento de dados, considerado fase inicial de qualquer pesquisa científica, é realizado de duas maneiras: 
• pesquisa documental (de fontes primárias);
• pesquisa bibliográfica (de fontes secundárias).
As descrições seguintes se baseiam em Marina Marconi e Eva Maria Lakatos (2003).
Pesquisa de campo - É utilizada com a finalidade de obter informações ou conhecimento sobre um problema que se procura resposta, que se queira comprovar uma hipótese ou desvelar fenômenos e sua relação entre eles.
Não se trata de mera observação de fatos ou fenômenos como ocorrem espontaneamente. Exige controles adequados e objetivos formulados. Precisa, então cumprir os seguintes passos:
. Realização de uma pesquisa bibliográfica sobre o tema em questão, para se saber o estágio em que se encontra atualmente o problema e que trabalhos já foram realizados a respeito e quais são as opiniões reinantes sobre o assunto;
 . Determinar as técnicas que serão empregadas na coleta dos dados e na determinação da amostra representativa e suficiente para apoiar as conclusões;
 . Estabelecer as técnicas de registro dos dados assim como as técnicas para sua posterior análise.
Tipos de pesquisa de campo - Marina Marconi e Eva Maria Lakatos (2003) citam Tripodi e outros (1975) para descrever os três grandes grupos de pesquisa de campo.
- Quantitativo-descritivos: tratando-se de pesquisas empíricas que têm por propósito delinear ou analisar as características de fatos ou fenômenos, avaliação de programas ou o isolamento de variáveis principais. Subdividem-se em: 
. estudos de verificação de hipótese; 
. estudos de avaliação de programa; 
. estudos de descrição de população; 
. estudos de relações de variáveis.
- Exploratórios: pesquisas empíricas que têm por objetivo a formulação de questões ou um problema, com tripla finalidade – desenvolver hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador com um ambiente, fato ou fenômeno, para posterior realização de pesquisa mais precisa ou modificar e clarificar conceitos. Podem ser do tipo: 
. estudos exploratórios-descritivos; 
. estudos utilizando procedimentos específicos para coleta dos dados; 
. estudos de manipulação experimental.
- Experimentais: pesquisas empíricas cuja finalidade principal é o teste de hipótese a respeito das relações de causa e efeito, utilizando grupos de controle, seleção da amostra por técnica probabilística e manipulação das variáveis independentes visando o controle, ao máximo, dos fatores pertinentes. 
Tem-se que a pesquisa de campo está voltada para o estudo de indivíduos, grupos, comunidades, instituições e outros campos, a fim de compreender aspectos da sociedade.
São suas vantagens:
. Acúmulo de informações sobre certo fenômeno, que abrem a possibilidade de serem analisadas por outros pesquisadores com objetivos diferentes;
. Facilidade na seleção de amostragens de indivíduos, sobre certa população ou classe de fenômenos.
E suas desvantagens são:
. Pequeno grau de controle sobre a coleta de dados e a possibilidade de que fatores desconhecidos possam interferir nos resultados;
. O comportamento verbal se relativamente de pouca confiança por conta dos indivíduos falsearem suas respostas.
Muita coisa pode ser feita para aumentar as vantagens e diminuir as desvantagens, como realizar pré-testes e utilizar instrumental mais completo.
Pesquisa de laboratório - Procedimento mais difícil e mais exato. Descreve e analisa o que será ou ocorrerá em situações controladas, com instrumental específico, preciso e ambientes adequados e fechados. 
Levam-se em conta quatro aspectos na pesquisa: objeto, objetivo, instrumental e técnicas.
Observação - É uma técnica de coleta de dados para conseguir informações pelo uso dos sentidos. Não consiste em apenas ver e ouvir, mas examinar fatos ou fenômenos que se deseja estudar. É um elemento básico de investigação científica, usado na pesquisa de campo.
Tem como vantagens:
. Possibilitar meios diretos e satisfatórios para estudar uma abrangente variedade de fenômenos;
. Exigir menos do observador do que outras técnicas;
. Permitir a coleta de dados sobre um conjunto de atitudes comportamentais típicas;
. Depender menos da introspecção ou da reflexão;
. Permitir a evidência de dados não constantes do roteiro de entrevistas ou de questionários;
 
E suas limitações são:
. O observado tende a criar impressões favoráveis ou desfavoráveis no observador;
. A ocorrência espontânea não pode ser prevista, impedindo, assim, o observador de presenciar o fato;
. Fatores imprevistos podem intervir na tarefa do pesquisador;
. A duração dos acontecimentos é variável;
. Vários aspectos da vida cotidiana podem não ser acessíveis ao pesquisador;
- Observação assistemática - Tipo de observação espontânea, informal, ordinária, simples, livre, ocasional e acidental que consiste em obter e registrar fatos da realidade sem que o pesquisador utilize meios técnicos especiais ou precise fazer perguntas diretas. 
Bem empregada em estudos exploratórios e não tem planejamento e controle previamente elaborados.
Para captar dados que lhe interessa, o pesquisador precisa estar atento aos fenômenos, ser perspicaz, ter discernimento, preparo e treino, e atitude de prontidão, para registrar os dados pela manifestação casual do fenômeno a ser pesquisado. De modo geral o pesquisador sempre sabe o que observar.
- Observação sistemática - Pode ser estruturada, planejada, controlada. Realiza-se em condições controladas com propósitos preestabelecidos, porque é planejada com cuidado e sistematizada. 
Pode utilizar planilhas ou escalas para a checagem das informações pretendidas quando se estabelecem.
- Observação não participante - O pesquisador tem contato com o grupo que vai observar sem integrar-se a ele: permanece de fora. 
Não se deixa envolver pelas situações. Exerce o papel de espectador.
- Observação participante - Participação real do pesquisador com o grupo observado. Ele se incorpora ao grupo, confunde-se com ele. Pode ser dos tipos:
. Natural, quando o pesquisador já pertence ao grupo que vai observar;
. Artificial, quando se integra ao grupo para obter informações.
- Observação individual - É realizada por um pesquisador. Faz anotações sobre o que observa. 
Em certas situações a observação só pode ser feita individualmente.
- Observação em equipe - O grupo pode observar a ocorrência do fato por vários ângulos. Dessa forma pode ser conduzida por diversas maneiras: 
. Todos observam o mesmo fato, procurando corrigir as distorções que podem surgir de cada pesquisador em particular;
. Cada um observa um aspecto diferente;
. A equipe recorre à observação e outros empregam procedimentos diversos;
. Uma rede de observadores realizando observação em massa ou observação maciça.
- Observação na vida real - São realizadas no ambiente real, registrando-se os dados à medida que vão ocorrendo, espontaneamente, sem a devida preparação.
- Observação em laboratório - Para descobrira ação e a conduta que teve lugar em condições cuidadosamente dispostas e controladas. 
Muitas nuances importantes da vida humana não são observadas sob as condições idealizadas em laboratório.
Entrevista - Uma conversação de natureza profissional entre duas pessoas para que uma delas obtenha informações desejadas. Utilizada na investigação social para a coleta de dados visando diagnóstico ou tratamento de um problema social.
- Entrevista padronizada ou estruturada - O entrevistador segue um roteiro previamente estabelecido de assuntos que vão sendo explorados durante o encontro. 
As resposta diferentes serão analisadas a posteriori para se trabalhar justamente as diferenças.
- Entrevista despadronizada ou não estruturada - O entrevistador tem liberdade para realizar cada situação em qualquer direção que considere adequada, para explorar mais amplamente um item. Apresenta três modalidades: 
 . Entrevista objetivada: diante de um roteiro de tópicos relativos ao problema que vai estudar, o entrevistador vai desenvolvendo a entrevista com liberdade de fazer as perguntas que quiser.
 . Entrevista clínica: estuda os motivos, os sentimentos, a conduta das pessoas, por meio de 
uma série de perguntas específicas organizadas.
 . Entrevista não dirigida: há liberdade total do entrevistado para expressar suas ideias e sentimentos. O entrevistador estimula sem forçar as respostas.  
Questionário - Constituído por uma série ordenada de perguntas que serão respondidas por escrito e sem a presença do pesquisador. Normalmente são enviados, respondidos e devolvidos.
Encaminha-se uma carta explicativa junto ao questionário para informar a natureza da pesquisa, e, com isso, despertar o interesse do respondente em colaborar com a devolução de acordo com um prazo razoável.
O questionário depois de redigido é submetido a uma pequena população escolhida para, em respondendo-o, poder-se apurar imperfeições quanto à interpretação das perguntas, ambigüidades, linguagem inacessível, dentre outras.
AULA 6
APLICANDO OS INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS
Introdução
Nesta aula, você verá que pode parecer uma repetição reconhecer finalidade, vantagens, desvantagens e limitações dos instrumentos de coleta de dados. Mas quando se trata da sua aplicação, essas informações precisam estar bem internalizadas antes mesmo de sua aplicação para evitar esforços desnecessários. Bons Estudos!
Um instrumento com erro, que produza ambigüidades em suas perguntas e que apresente incompreensões, levará o respondente a uma situação de insegurança e as informações que se espera dele podem vir carregadas de imperfeições e, com isso, não trazer aportes para a pesquisa.
Antes de aplicar definitivamente os instrumentos de coleta de dados, o propósito é levar você a analisar os instrumentos dessa coleta já elaborados, ter forte garantia de que eles contemplam as finalidades de sua aplicação e, por meio de seu emprego concreto, em uma fase preliminar, lhe trará certa tranqüilidade pela certeza de que eles serão adequadamente aplicados e, ainda, lhe oferecendo uma oportunidade de última hora, para corrigi-los, caso seja preciso.
Revendo o método do trabalho - O método do trabalho é parte importante da metodologia e se desdobram, com especificidade, os instrumentos de coleta de dados. Relevante rever esse conteúdo para saber se os instrumentos contemplam tecnicamente o escopo que se quis empreender na pesquisa.
Por isso, uma importante decisão, no preparo do esquema de pesquisa, é a definição do método que será empregado para responder o problema de pesquisa formulado.
É possível encontrar, em alguma publicação sobre esse tema, como por exemplo Bastos; Paixão; Fernandes; De Luis (2005) essa parte da elaboração do trabalho denominada de “modelo do estudo”. 
É exatamente o texto que vai esclarecer o tipo de pesquisa que o autor vai utilizar no seu estudo.
Para se eleger o tipo de pesquisa pensa-se em como os dados podem ser mais bem apurados e quais processos podem facilitar a sua obtenção. Dentre os métodos de pesquisa disponíveis têm-se:
• Pesquisa de levantamento 
• Estudo descritivo
• Pesquisa bibliográfica
• Pesquisa histórica
• Pesquisa documental 
• Pesquisa experimental
• Pesquisa etnográfica
• Pesquisa fenomenológica
• Pesquisa participante
• Pesquisa ação
• Estudo de caso
• Revisão sistemática ou metanálise.
SAIBA MAIS: Como você foi alertado, na aula 5, A metodologia do estudo, da disciplina Prática de Pesquisa, os métodos ou tipos de pesquisa merecem estudos mais específicos para melhor orientar a condução da sua pesquisa. 
É justamente a partir disso que os instrumentos serão definidos e ganharão finalidade. Dessa forma, você terá segurança quanto ao uso dos instrumentos adequados ao método de pesquisa eleito e sustentação do seu estudo por estar resguardado pelo arcabouço técnico e rigor metodológico empregados.
Orientações para a aplicação dos instrumentos de coleta dos dados - Uma vez elaborados os instrumentos de coleta dos dados, faz-se necessária uma verificação para ter-se garantia (Essa garantia pode ser obtida com a aplicação dos instrumentos em uma parcela menor da população selecionada para se saber se há necessidade de reformular alguma pergunta por ambiguidades, entendimento equivocado sobre a pergunta elaborada e outros erros que ainda podem ser corrigidos e tornar o instrumento válido antes de sua aplicação definitiva. Esse procedimento você já conhece. Trata-se do pré-teste.) de que esses instrumentos vão efetivamente produzir as informações desejadas para dar conta da resposta buscada pelo problema de pesquisa, do alcance dos objetivos elaborados do estudo, da confirmação da hipótese formulada e de outras questões de aprofundamento apresentadas na introdução do trabalho.
Agora, sendo uma atividade de averiguação da qualidade do instrumento de coleta de dados, você deverá contatar, por proximidade ou conveniência, alguns integrantes da população que você vai pesquisar e a eles explicar do que se trata o pré-teste e qual a sua intenção com essa aplicação preliminar.
Você precisa preparar os respondentes para serem críticos quanto ao conteúdo das perguntas dos instrumentos e ao entendimento imediato que elas possibilitaram pela forma como foram formuladas.
Os respondentes devem usar de sinceridade e ter a noção de que além das respostas consideradas válidas nesse procedimento, suas contribuições são muito importantes para o aperfeiçoamento do instrumento que estão respondendo e, se for o caso, serão reformulados buscando-se o seu aprimoramento.
Esses respondentes têm de se sentir importantes por serem aqueles que vão inaugurar a aplicação dos instrumentos de coleta dos dados da pesquisa e como colaboradores que podem mudar o rumo da investigação, oferecendo modificações pontuais, visando à obtenção daqueles dados que anteriormente só se imaginava apurar e que vai se tornar realidade como conseqüência dessa participação.
Preparando a pesquisa de campo - Não esqueça que, antes da pesquisa de campo, faz-se necessário a cumprir os seguintes passos:
• Realizar uma pesquisa bibliográfica sobre o tema em questão para saber como se encontra, na atualidade, em termos de novos achados de pesquisa e para estabelecer um modelo teórico inicial de referência.
• Determinar técnicas que serão empregadas na coleta de dados e na amostra representativa.
• Estabelecer as técnicas de registros e análise dos dados.
Realizando a Observação - Selltiz citado por Marconi; Lakatos (2003) afirma que a observação para tornar-se científica é necessária:
- Deve estar formulada em plano de pesquisa;
- Deve ser planejada sistematicamente;
- Precisa ser registrada metodicamente, relacionada a proposições gerais e não a curiosidades interessantes;
- Que tenha condições de ser submetida a verificações e controles para sua validade e segurança.
Realizando a Observação - Relembrando, a observação possui vantagens e limitações que precisam ser consideradas quando do seu emprego:
Vantagens daobservação:
• Possibilita meios diretos e satisfatórios para estudar uma abrangente variedade de fenômenos.
• Exige menos do observador do que outras técnicas.
• Permite a coleta de dados sobre um conjunto de atitudes comportamentais típicas.
• Depende menos da introspecção ou da reflexão.
• Permite a evidência de dados não constantes do roteiro de entrevistas ou de questionários.
Limitações da observação
• O observado tende a criar impressões favoráveis ou desfavoráveis no observador.
• A ocorrência espontânea não pode ser prevista, impedindo, assim, o observador de presenciar o fato.
• Fatores imprevistos podem intervir na tarefa do pesquisador.
• A duração dos acontecimentos é variável.
• Vários aspectos da vida cotidiana podem não ser acessíveis ao pesquisador.
Realizando a Observação - Reforçando-se, na observação em equipe, não se deve esquecer que há possibilidade de se notar o fato por vários ângulos. Isso pode orientar a observação por diversas maneiras. Veja ao lado.
• Todos observam o mesmo fato, procurando corrigir as distorções que podem surgir de cada pesquisador em particular.
• Cada um observa um aspecto diferente.
• A equipe recorre à observação e outros empregam outros procedimentos.
• Uma rede de observadores realizando observação em massa ou observação maciça.
Justificando a entrevista - A entrevista, segundo Marconi; Lakatos (2003) tem a finalidade de obter informações do entrevistado sobre certo assunto de interesse da pesquisa.
Essas autoras recorrem a Selltiz (1965) para divulgar seis objetivos da entrevista.
- Averiguação de fatos: Apurar se as pessoas que detém as informações são capazes de compreendê-las.
- Determinação das opiniões sobre os fatos: Evidenciar a posição das pessoas sobre o que pensam ou acreditam que sejam os fatos.
- Determinação dos sentimentos: Entender a conduta de alguém por intermédio de seus sentimentos e anseios.
- Descoberta de planos de ação: Por meio das definições individuais divulgadas, apurar qual a conduta adequada, em determinadas situações, para fazer uma previsão sobre a sua.
Com relação às definições adequadas da ação, normalmente apresentam dois componentes:
• os padrões éticos do que deveria ter sido feito; e 
• considerações práticas do que é possível fazer.
- Conduta atual ou do passado: Interpretar que conduta o indivíduo terá no futuro, conhecendo a maneira pela qual se comportou no passado ou se comporta no presente, em certas situações.
- Motivos conscientes para opiniões, sentimentos, sistemas ou condutas: Descobrir quais fatores podem influenciar as opiniões, sentimentos e condutas e seus motivos.
Como a observação, a entrevista possui vantagens e limitações, segundo Marconi; Lakatos (2003).
Vantagens 
1. Pode ser empregada com qualquer integrante da população pesquisada: analfabetos, crianças e acidentados.
2. Fornece uma amostragem muito melhor da população geral: o entrevistado pode possuir algum problema que o impeça de ler.
3. Oferece flexibilidade, permitindo o entrevistador repetir ou esclarecer perguntas, formular as perguntas de outra maneira, esclarecer algum significado para garantir a sua compreensão.
4. Dá oportunidade para se avaliar atitudes, condutas e favorece o registro de reações do entrevistado durante a entrevista.
5. Possibilita a obtenção de informações mais exatas, oferecendo a condição de serem comprovadas, e imediatamente identificadas as discordâncias.
6. Permite que os dados sejam quantificados e de acordo com a necessidade submetidos ao tratamento estatístico.
Limitações
1. Dificuldade de expressão e comunicação de entrevistador e entrevistado.
2. Incompreensão, por parte do entrevistado, do significado das perguntas, da pesquisa, que pode levar a uma falsa interpretação.
3. Possibilidade de o entrevistado ser influenciado, de maneira consciente ou inconscientemente pelo entrevistador, por meio de suas atitudes, aspecto físico, idéias e opiniões.
4. Disposição do entrevistado em dar as informações necessárias.
5. Retenção de alguns dados importantes, por receios de que sua identidade seja revelada.
6. Pequeno grau de controle sobre uma situação de coleta de dados.
7. Ocupa muito tempo e é difícil de ser realizada.
Preparando a entrevista - Pode parecer exagero, mas a preparação da entrevista é uma fase importante da pesquisa. Para Marconi; Lakatos (2003) requer tempo e certas medidas:
• Planejamento da entrevista: deve ter em mente o objetivo a ser alcançado.
• Conhecimento prévio do entrevistado: busca conhecer o grau de familiaridade dele com o assunto.
• Oportunidade da entrevista: marcar com antecedência a hora e o local, para assegurar-se de que será recebido
• Condições favoráveis: garantir ao entrevistado o segredo de suas confidências e de sua identidade.
• Contato com líderes: espera-se obter maior entrosamento com o entrevistado e mais variabilidade de informações.
• Conhecimento prévio do campo: evita desencontros e perda de tempo.
• Preparação específica: organizar roteiro ou formulário com as questões importantes.
Diretrizes da entrevista - Com a finalidade de conseguir respostas válidas às perguntas que indagam informações importantes, Marconi; Lakatos (2003) admitem ser a entrevista uma arte que exige habilidade e sensibilidade. Por isso devem-se observar algumas normas:
- Contato inicial - o entrevistador deve entrar em contato com o entrevistado e estabelecer, o mais cedo possível, uma abordagem amigável, em que vai explicar o objetivo da pesquisa, a importância de sua participação como informante. Isso vai desencadear um clima de confiança pelo caráter confidencial que será dado a sua identidade. Deve-se preparar o entrevistado para que se sinta à vontade e tenha a condição de falar espontaneamente sem constrangimentos.
- Formulação de perguntas - as perguntas devem ser feitas de acordo com o tipo de entrevista. Ou seja, padronizadas, obedecendo ao roteiro ou formulário preestabelecido ou deixando o entrevistado responder à vontade. Deve-se fazer uma pergunta de cada vez, sendo as primeiras aquelas que não correm o risco de serem recusadas.
- Registro de respostas - as resposta,s se possível, serão anotadas no momento da entrevista, atribuindo-se assim fidelidade e veracidade às informações. Caso haja autorização do respondente, a gravação da entrevista é o ideal.
Para se evitar falhas de lembrança, distorções do fato, e não se ter condições, guardar todos os elementos; deve-se evitar anotações posteriores à entrevista.
Deve-se fazer as anotações sem resumir e usando as mesmas palavras do entrevistado. O entrevistador deve estar permanentemente atento para evitar erros durante a entrevista.
- Término da entrevista - a entrevista será concluída da mesma forma que iniciou. Com cordialidade e respeito para que, se houver necessidade, fazer novo contato para a obtenção de outros dados longe da oposição do entrevistado. O respondente deve manifestar aprovação sobre a realização da entrevista.
- Requisitos importantes - as respostas da entrevista, de acordo com Lodi, que contribui com Marconi; Lakatos (2003), precisa atender aos requisitos descritos na tela seguinte.
• Validade - Ser comparadas com a fonte externa, com a de outro entrevistador, levando-se em conta as dúvidas, incertezas, e hesitação demonstradas pelo entrevistado.
• Relevância - Importância em relação aos objetivos da pesquisa.
• Especificidade - importância em relação aos objetivos da pesquisa.
• Profundidade - tem relação com os sentimentos, pensamentos e lembranças do entrevistado, sua intensidade e intimidade.
• Extensão - abrangência da resposta.
Questionário - O questionário possui vantagens e desvantagens como instrumento de coleta de dados.
Vantagens:
1. Economiza tempo, viagens e obtém grande número de respostas e informações.
2. Alcança maior número de indivíduos ao mesmo tempo.
3. Atinge uma área geográfica mais abrangente.
4. Economiza pessoal, tanto em treinamento com em trabalho de campo.
5. Apuram-se respostas

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