Buscar

TÓPICOS ESPECIAIS EM SEGURANÇA PÚBLICA

Prévia do material em texto

AULA 1
PODER DE POLICIA E ABORDAGEM POLICIAL
Introdução
Nesta primeira aula, vamos estudar o os princípios norteadores da abordagem ao cidadão pelo profissional de Segurança Pública, bem como temas transversais: prisão no Estado Democrático de Direito, fundada suspeita, poder de polícia e as características do poder de polícia. Bons estudos!
Abordagem Policial - Você já foi abordado por algum policial? Clique no controle e vamos ver uma abordagem real que aconteceu no Paraná.
Saiba que a fundada suspeita foi à exigência legal para realização da abordagem policial.
Mas o que significa fundada suspeita? Para entendermos que significa fundada suspeita, vamos para tela seguinte e  conhecer alguns dispositivos constitucionais e alguns artigos do Código de Processo Penal.
Fundada suspeita – A Constituição Federal/ 88 prevê, no artigo 5º, que todos são iguais perante a lei.
Recordando o artigo 5º, de CF/88 e seus incisos: X, XI, XII E XV.
Art. 5º Tods são iguais perant6e a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiro e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
X – São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurando o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
XI – A casa é asilo inviolável do indivíduo, que ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
XII – É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
XV – É livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.
Vamos estudar os artigos 240 e 244 do Código Processo Penal Brasileiro?
Neles encontraremos o respaldo legal da fundada suspeita.
Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.
§ 2° Proceder-se a busca pessoal quando houver fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma proibida ou objetos mencionados nas letras b a f e letra h do parágrafo anterior.
Art. 240 § 1°, letra b a f e h
b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos;
c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos;
d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou destinados a fim delituoso; 
e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu;
f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do fato;
h) colher qualquer elemento de convicção.
Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando a medida for determinada no curso de busca domiciliar.
Prisão no Estado Democrático de Direito - Vamos recordar os artigos 1º e 2º do Código Penal Brasileiro
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Como percebemos a prisão é a exceção, a regra é a liberdade, no Estado Democrático de Direito, porém ação ou omissão humana que estiver tipificada em lei como crime, não haverá como prevalecer à liberdade.
A norma também revela que deverá ter prévia lei que estabeleça que a ação ou omissão seja crime.
Não basta haver um projeto de lei, tem que haver uma lei que estabeleça que a conduta praticada seja crime.Não se pode confundir ofensa subjetiva aos princípios morais, religiosos ou culturais como crime. 
Exemplo dessa equívoco: Se, no interior do país, o traje de banho utilizado nas capitais é considerado inadequado por força da cultura da cidade, a pessoa da capital, que se banha em um riacho que corta determinado município do interior do país, não pode ser presa.
Direitos do Preso - A Lei de Execução Penal e a Constituição Federal garantem direitos aos presos.
O preso perde a liberdade, porém tem direito:
- A tratamento digne
- A não sofrer violência física ou moral.
- A visita íntima
- A progressão de pena
A Reforma Penal de 1984 estabeleceu a progressividade de regimes no cumprimento de pena privativa da liberdade. O condenado inicia o cumprimento da pena em regime fechado, progride para o semiaberto e depois para o aberto. 
No regime fechado, o condenado não tem contato com a sociedade permanecendo preso na penitenciária, onde deve executar o trabalho que lhe for oferecido. 
No regime semi-aberro, o condenado ainda não tem contato com a sociedade, mas cumpre sua pena em estabelecimento penal com trabalho agrícola ou industrial. 
Finalmente, no regime aberto o condenado tem contato com a sociedade onde deve trabalhar de dia e retornar ao estabelecimento penal no período noturno, feriado e fim de semana.
Para você saber quais os direitos do preso, acesse o site da Procuradoria Geral do Estado de São Paulo:
http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestudos/bibliotecavirtual/presos/parte1.htm
Poder de Polícia - A definição de poder de polícia é tratada pelo Código Tributário Nacional, em seu art. 78.
Este dispositivo legal é um dos mais relevantes e cruciais para o êxito da Segurança Pública no Brasil, pois o legislador visa à regulação de toda e qualquer atividade econômica, visto que, se ela não for regulada pelo poder estatal, quer seja por impostos, taxas ou tarifas, estas atividades econômicas, cujo exercício demanda autorizações, permissões, concessões ou parcerias público-privadas, estão fadadas a serem dominadas por criminosos.
Estes que por falta de regulação, controle e fiscalização, se valeriam da violência e de fraudes para se impor e dominar as atividades econômicas junto ao seu “território”.
Fala-se em poder de polícia quando o Estado interfere no âmbito do interesse privado para proteger um interesse público preponderante, restringindo direitos individuais em prol de um interesse coletivo maior.
Sentidos do poder de polícia - Você recorda os dois sentidos apontados por José dos Santos Carvalho Filho do poder de polícia?
- Sentido amplo: Poder de polícia significa toda e qualquer ação restritiva do Estado em relação aos direitos individuais;
- Sentido estrito: O poder de polícia se configura como atividade administrativa, consubstanciada na prerrogativa de restringir e condicionar a liberdade e a propriedade.
O mesmo autor aponta para a diferenciação entre polícia-função e polícia-corporação. A polícia-corporação executa frequentemente funções de polícia administrativa, mas a polícia-função, ou seja, a atividade oriunda do poder de polícia  é exercida por outros órgãos administrativos além da corporação policial.
Perceba que o poder de polícia não é apenas inerente às forças policiais.
Cabe observar que a competência para exercer o poder de polícia é, em princípio, da pessoa federativa à qual a CRFB conferiu o poder de regular a matéria. Assim, será considerado inválido o ato de polícia praticado por agente do ente federativo que não tenha competência constitucional para regular a matéria.
Vamos relembrar - Lembre-se que o poder de polícia éexercido em todos os entes da Federação.
- Policia de Segurança: É a atividade relacionada ao serviço público de Segurança Pública, com o objetivo de preservar a ordem pública. Vide art. 144 da Constituição.
- Policia Judiciária: É aquela destinada à apuração e investigação das infrações penais, embora seja atividade administrativa. Incide sobre indivíduos e é predominantemente repressiva. 
No Brasil, é exercida pelas Polícias Federal e Civil.
- Polícia Administrativa: É a atividade relacionada ao serviço público de Segurança Pública, com o objetivo de preservar a ordem pública. Vide art. 144 da Constituição.
Vamos relembrar alguns conceitos?
- Ordem de polícia: é comando legal ou normativo sujeito ao princípio da legalidade. Trata-se da disciplina normativa da atividade. 
Ex.: Resoluções do Conselho Federal da OAB.
- Consentimento de polícia: é a atividade administrativa que consente com pedidos formulados por indivíduos interessados na prática de uma atividade. 
O consentimento é exteriorizado através dos atos de licença e autorização, que são materializadas pelo alvará. 
Ex.: Habilitação para o exercício da advocacia: ser bacharel em Direito, não possuir antecedentes criminais e ser aprovado no Exame da OAB. É ato vinculado.
- Fiscalização: prática de atos materiais de fiscalização. 
Ex.: Fiscalização do cumprimento dos deveres éticos do advogado; do pagamento da anuidade.
- Sanção de polícia: é aplicação da penalidade, é a retribuição que a Administração Pública aplica ao infrator. São atos de coerção, de “puissance publique”.
Ex.: Advogado pode sofrer multa pecuniária, interdição temporária das atividades etc.
SAIBA MAIS: Deve-se observar que embora o poder de polícia imponha certa limitação a direito, interesse ou liberdade, esta não é ilimitada, devendo respeitar os direitos do cidadão, as prerrogativas individuais e as liberdades públicas asseguradasconstitucionalmente e na legislação infraconstitucional.
Características do poder de polícia - São características do poder de polícia:
Legalidade, autoexecutoriedade, coercibilidade, proporcionalidade, discricionaridade e vinculação.
Vamos conhecer o significado de cada característica do poder de polícia?
- Legalidade: Os atos de polícia devem estar dentro dos limites legais e devem ser executados nos moldes estabelecidos pela lei.Na esfera do poder de polícia, verifica-se claramente a tensão entre autoridade e liberdade.Sendo assim, por se tratar de restrição a atividades privadas, o poder ordenador deve se submeter à legalidade.
- Autoexecutoriedade: Os atos administrativos são, a princípio, auto executórios, de modo a permitir que a Administração atue de ofício e programe suas próprias decisões sem auxílio de tutela jurisdicional. 
Exceção: multas (é necessário que haja notificação prévia).
Tendo sido verificados os pressupostos legais do ato, a Administração Pública pode praticá-lo imediatamente e executá-lo de forma integral, ou seja, desde que a lei autorize o agente público não depende de autorização de qualquer outro poder para praticar o ato.
- Coercibilidade: Os atos de polícia são revestidos de imperatividade, ou seja, quando necessário, a Administração pode se valer do uso da força, respeitando os princípios administrativos e as limitações legais.
Lembre-se que o uso da força deve sempre ser proporcional à ação sofrida pelo agente da lei, nunca poderá ser excessivo, e se assim o for, responderá o agente pelo excesso cometido.
- Proporcionalidade: A idéia de proporcionalidade significa que a atuação do agente público, no exercício do poder de polícia, deve ficar restrita aos atos indispensáveis e necessários para que se consiga atingir o fim público a que a medida se destina.
- Discricionaridade e vinculação: Dentro dos limites da legalidade, a Administração pode escolher a área de atividade que vai receber as restrições, o conteúdo e a dimensão dessa limitação. 
Neste sentido, há juízo de conveniência e oportunidade, havendo, portanto, discricionariedade.
No entanto, quando a dimensão da limitação já está fixada, a Administração deve respeitar esse espaço, não podendo ampliar a restrição sobre a liberdade dos indivíduos. Neste caso, então, o ato é vinculado.
ATENÇÃO: Sem o poder de polícia, o Estado perde o controle sobre o território e não consegue manter a ingerência da ordem pública. 
Dessa forma, o Poder Público corre o risco de perder para o tráfico ou para milícias, que constituem verdadeiros poderes paralelos, o domínio sobre aquela localidade, de modo que a ordem pública e a garantia de segurança ficam ameaçadas diante desta situação.
O poder de polícia é observado do Oiapoque ao Chuí, ou seja, em todo o território brasileiro.
Presos em SP responderão por crime contra segurança nacional, diz policia.
Manifestantes enfrentam a PM na Praça da República Delegado dia que jovem preso na capital esteve em atos no Rio.
Após ler a reportagem a respeito das manifestações ocorridas no Estado de São Paulo, em outubro de 2013, na qual um casal foi preso, cite instrumentos e/ou objetos encontrados com a dupla que evidenciam um dos tópicos da nossa aula, fundada suspeita.
AULA 2
GRUPOS VULNERÁVEIS
Introdução
Nesta aula, revisaremos o estudo dos grupos vulneráveis, enfatizando os Direitos Humanos, o crime de tortura e a legislação nacional e internacional que tratam a respeito da criança e adolescente, idosos, portadores de necessidades especiais, grupos GLBT e mulheres.
No Brasil, a Constituição Federal de 1988 estabeleceu a igualdade entre homens e mulheres, constituindo objetivo fundamental da República Federativa do Brasil a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação (art. 3º, IV da CRFB).
O art. 5º, I, da Carta Magna determina, ainda, que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”, sendo homens e mulheres iguais em direitos e obrigações. 
 Pela regra do art. 226, § 5º, “os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher”.
No entanto, lamentavelmente, ainda se observa a existência de preconceito, de desigualdade de gênero e discriminação seja no ambiente doméstico, seja no ambiente social, escolar ou de trabalho.
Infelizmente, ainda é muito comum a ocorrência de casos de violência contra a população feminina, os idosos, as crianças, os adolescentes, o grupo LGBT e os portadores de necessidades especiais. A estes grupos, chamamos de vulneráveis e serão estudados nesta aula.
Mulheres - Você já ouviu o caso da paquistanesa Malala que aos 16 anos tornou-se um símbolo mundial da luta pela liberdade e direitos da mulher?
Esta jovem, filha de professor e dona de casa, aos 12 anos desafiou o Talibã, pois não parou de ir à escola. Aos 15, em 2012, teve que parar de estudar, pois foi baleada na cabeça, um talibã entrou no ônibus que a levava à escola, a identificou como àquela que desobedecia às ordens do Islã, disparou três tiros que a feriram.
Malala sobreviveu ao atentado, vive com a família exilada na Inglaterra, país no qual foi submetida a cirurgias após o atentado, não pode retornar a seu país.
Em julho de 2013, discursou na ONU, foi aplaudida. Vale ressaltar que quase todos os grandes líderes mundiais já discursaram neste local.
Em outubro de 2013, recebeu o prêmio Sakharov oferecido pelo Parlamento Europeu. Neste mesmo mês, concorreu ao Nobel da Paz como a mais jovem indicada na existência da premiação. Já lançou um livro intitulado Eu sou Malala.
Casos como o de Malala chama a atenção do mundo para a violência contra as crianças, as adolescentes e as mulheres, não só as que vivem sob as ameaças do Tabibã, mas também das que vivenciam todos os tipos de violência, na lida diária, nos cinco continentes.
No Brasil, lamentavelmente, não é diferente, a violência contra a mulher é um fenômeno reconhecido, dados revelam percentuais assustadores.
A Fundação Perseu Abramo, em uma pesquisa realizada em 2001, apontou queaproximadamente 20% das mulheres já foram vítimas de algum tipo de violência doméstica.
Quando estimuladas por meio da citação de diferentes formas de agressão, esse percentual sobre para 43%. Um terço afirma, ainda, já ter sofrido algum tipo de violência física, seja ameaça com armas de fogo, agressões ou estupro conjugal. 
Segundo a Unesco, 1 em cada 3 ou 4 meninas é abusada sexualmente antes de completar 18 anos.
Dados de investigação conduzida pela Universidade de São Paulo em conjunto com a Organização Mundial de Saúde (2001) demonstram que 27% de 4.299 mulheres entrevistadas na Grande São Paulo e 34%  na Zona da Mata pernambucana relataram algum episódio de violência física cometido por parceiro ou ex-parceiros; e que 29% das entrevistadas com mais de 15 anos referiram ter sido vítimas de violência sexual por parte de estranhos.
Em pesquisa realizada pelo DataSenado, em 2005, 17% das mulheres entrevistadas declararam já ter sofrido algum tipo de violência doméstica em suas vidas e 40% relatam já ter presenciado algum ato de violência doméstica contra outras mulheres, sendo que 80% desses constituíram atos de violência física.
Fonte: Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres - Presidência da República - Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres.
http://www.campanhapontofinal.com.br/download/informativo_03.pdf
A Lei Maria da Penha - A Lei Maria da Penha, Lei nº 11.340, de 07 de agosto de 2006, é o principal diploma  legislativo no âmbito da violência doméstica e familiar.
A previsão legal repousa no art. 226, § 8º, da Constituição da República Federativa do Brasil, na Convenção Sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência Contra a Mulher e no Decreto nº 1.973/1996, que promulga a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher (Convenção de Belém do Pará).
LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis) - Somente a educação sem homofobia irá proporcionar à sociedade o entendimento e o respeito àqueles que escolheram sua orientação sexual e identidade de gênero, diversa da “convencional”.
É inconcebível que atos de violência sejam destinados a pessoas devido à opção sexual.
O diferente tem que ser respeitado desde que não desobedeça a lei, pois esta é erga omnes, ou seja, é válida para todos.
As relações homoafetivas recebem seu amparo pela Lei Maria da Penha (art. 5º, Parágrafo 1º), que independe da orientação sexual, resguardando todos aqueles que se comportam como mulher, incluindo os travestis e os transexuais. 
Contudo, também, são protegidos por esta norma a categoria LGBT. Se assim não fosse, seria discriminação e preconceito, contrariando o que a própria lei buscou coibir.
Releia os artigos 3º e 5º inciso XLI da CFRB.
LINK - Acesse o site e leia a matéria de 26-10-13, do repórter Victor Chagas, da Agência do Brasil, a respeito do pronunciamento da ONU sobre os países que necessitam adotar medidas para eliminar a violência e a discriminação devido à orientação sexual e identidade de gênero:
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-09-26/onu-paises-repudiam-violencia-contra-populacao-lgbt
Violência contra a criança e contra o adolescente - Você sabe a diferença entre violência contra a criança e ao adolescente e o crime de maus tratos?
CÓDIGO PENAL BRASILEIRO - De acordo com o artigo 136 do Código Penal Brasileiro, maus tratos têm a seguinte definição:
a exposição a perigo à vida ou à saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina. 
Logo, o sujeito passivo deste crime é qualquer pessoa sob autoridade, guarda ou vigilância, não fazendo nenhuma referência específica ao espaço familiar.
O art. 13 do Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece que os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra crianças e adolescentes devem ser obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a violência doméstica contra crianças e adolescentes como “todo ato ou omissão praticado por pais, parentes ou responsáveis contra crianças e/ou adolescentes que - sendo capaz de causar dano físico, sexual e/ou psicológico à vítima - implica de um lado em uma transgressão do poder/dever de proteção do adulto e, de outro, em uma coisificação da infância, 
isto é, em uma negação do direito que crianças e adolescentes têm de ser tratados como sujeitos e pessoas em condição peculiar de desenvolvimento”.
No que concerne aos agentes envolvidos na proteção dos direitos da criança e do adolescente com relação a uma situação de violência doméstica, são listados no Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), devido a sua atuação perante a sociedade e seu dever profissional de assegurar o tratamento digno a criança e ao adolescente: o profissional de Saúde, o médico, o professor e toda a sociedade.
Releia os artigos 4º, 5º, 13º, 56º inciso I e 245 do ECA.
Tipos de violência contra crianças e adolescentes – Contra criança e adolescente a violência pode se manifestar por:
- Violência Física: Caracterizada pelo uso da força física, de forma intencional ou não, praticada por pais, responsáveis ou pessoas próximas da pessoa em condição peculiar de desenvolvimento, visando ferir, danificar ou destruir a criança ou o adolescente, podendo deixar marcas visíveis.
- Violência psicológica: Toda forma de rejeição, depreciação, discriminação, humilhação, desrespeito, cobrança ou punição exageradas e utilização da criança ou do adolescente para atender às necessidades psíquicas dos adultos. 
Por normalmente não deixar marcas evidentes, este tipo de violência doméstica contra crianças e adolescentes é o mais difícil de ser identificado, tendo sido reconhecida há pouco tempo e não havendo uma definição universal que a caracterize.
Muitos casos de violência psicológica jamais serão denunciados, devido a esta dificuldade de caracterização e de constatação.
Este tipo de violência produz inúmeras conseqüências para a criança ou o adolescente, tais como: 
. comprometimento de seu desenvolvimento psicológico em termos de inteligência, memória, percepção, atenção, imaginação, senso moral;
. comprometimento de sua capacidade de perceber, sentir, compreender e exprimir emoções; 
. dano ao desenvolvimento social.
Clique aqui e conheça a Síndrome da Alienação Parental.
- Abuso Sexual: Todo ato ou jogo sexual impostos à criança ou ao adolescente pela violência física, por ameaças ou pela indução de sua vontade, cujo agressor está em estágio de desenvolvimento psicossexual mais adiantado que a vítima, podendo haver contato físico ou não. 
O abuso sexual envolve questões de grande amplitude, como a exploração sexual visando a lucros, a exploração sexual comercial de crianças e adolescentes, a pornografia infantil e a pedofilia.
Clique aqui e aprofunde seu conhecimento na luta contra a violência de crianças e adolescentes.
- Negligência: Caracterizada por todo ato de omissão dos pais ou responsáveis pela criança ou adolescente, deixando de prover ou não provendo adequadamente as necessidades básicas para o seu perfeito desenvolvimento.
A negligência é verificada nos casos em que a pessoa, em condição peculiar de desenvolvimento, não é aprovisionada com os nutrientes adequados ou não recebe proteção e supervisão adequada.
A ocorrência de negligência pode ser constatada por meio de alguns sinais como: 
. Desnutrição; 
. baixo peso; 
. doenças freqüentes;
. falta de higiene. 
 
O abandono constitui a forma extrema de negligência, sendo tipificado pelo Código Penal Brasileiro nos seguintes dispositivos: 
. artigo 244 (abandono material);
. artigo 246 (abandono intelectual);
. artigo133 (abandono de incapaz).
A negligência dos pais ou responsáveis pode acarretara perda do poder familiar.
Idosos - A sociedade que não respeita àqueles que possuem experiência dos anos de vida, não tem visão de futuro. 
O idoso é vítima de inúmeras formas de violência, seja no ambiente familiar, seja perante a sociedade como um todo.
Gestos como ceder o assento no coletivo, o lugar na fila nos estabelecimentos bancários e o respeito pelas cãs, estão desaparecendo ao ponto de ter que ser editado o Estatuto do Idoso Lei 10.741/03, para assegurar os direitos das pessoas com 60 anos ou mais.
Verifica-se que a violência contra a população idosa é pouco denunciada, pois geralmente ocorre dentro da própria casa e é cometida pelos próprios cuidadores da pessoa idosa ou por parentes próximos da vítima, como filhos, netos, genros e noras.
Muitos idosos sofrem calados frente ao temor de serem abandonados por seus cuidadores, com quem estabeleceram uma relação de afeto e de dependência, e de serem levados para instituições de repouso, chegando até a negar a ocorrência de violência, o que torna o trabalho dos profissionais envolvidos na proteção do idoso mais árduo.
A sensação de culpa, por se sentirem um “fardo” para a família também é um fator que favorece a impunidade nestes tipos de violência.
Tipos de violência contra idosos – A violência doméstica contra idosos pode ser dividida em:
- Violência Física: É caracterizada pelo uso da força física para obrigar o idoso a fazer o que não deseja ou para feri-lo, provocando incapacidade ou morte.
Pode ser constatada pela presença de lesões sem explicações compatíveis, pela existência de contusões, queimaduras ou ferimentos inexplicáveis, como marcas de corda, ataduras ou contenção nos punhos e tornozelos, ausência de cabelos ou pelos originada de traumas ou edema de couro cabeludo.
- Violência Psicológica: Consiste em agressões verbais que visam aterrorizar o idoso, humilhar, restringir sua liberdade e isolá-lo da convivência social.
Nestes casos, o idoso pode apresentar comportamentos estranhos, como chupar os dedos, embalar-se, ou apresentar transtornos neuróticos e de conduta.
- Violência Sexual: É caracterizada pelo ato sexual com pessoas idosas por meio de violência física ou ameaças.
Constata-se este tipo de violência pela observação de lesões, coceira, sangramento, dos, na região anal ou genital, doenças sexualmente transmissível, corrimentos, manchas ou sangramentos nas roupas íntimas.
- Abuso Financeiro: É a exploração ilegal ou imprópria dos idosos, ou utilização não consentida por eles de seus recursos financeiros e patrimoniais.
Ou seja, o dinheiro da aposentadoria ou pensão do idoso é utilizado pela família para outros fins que não o dele próprio.
Nestes casos, constata-se que algumas necessidades e direitos não estão sendo atendidos tais como: compra de medicamentos, alimentação especial, contratação de ajudantes.
- Negligência: Consiste na reclusa ou omissão de cuidados básicos, devidos e necessários aos idosos, pela família ou instituições. No caso do idoso, o abandono também se configura a principal forma de negligência.
O idoso, vítima de negligência, pode apresentar desidratação ou desnutrição, higiene precária, vestuário inapropriado ao clima/ ambiente, escaras, assaduras ou escoriações ou prisão de ventre.
Portadores de Necessidades Especiais - Os portadores de necessidades especiais possuem a vulnerabilidade devido às limitações que possuem.  
A inclusão social tem como objetivo fazer com que os diferentes façam parte da sociedade, respeitando seus limites.
Os portadores deficiência física, motora, intelectual ou visual devem ser respeitados pelos limites que possuem, sejam eles crianças, adolescentes, adultos ou idosos.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMC), deficiência é o termo usado para definir a ausência ou a disfunção de uma estrutura psíquica, fisiológica ou anatômica.
A pessoa portadora de necessidades especiais geralmente precisa de atendimento especializado, seja para fins terapêuticos, como fisioterapia ou estimulação motora, seja para que possa aprender a lidar com a deficiência e a desenvolver as potencialidades.
Em 2006, foi celebrado um acordo, em Nova Iorque, por diversos Estados, em uma convenção preliminar das Nações Unidas sobre os direitos da pessoa portadora de necessidades especiais. 
Deste acordo, foi elaborada a Convenção Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que foi recepcionada pelo Brasil através do Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009.
A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência é o primeiro tratado dos Direitos Humanos do 
século XXI e é amplamente reconhecida como tendo uma participação da sociedade civil sem precedentes na história, particularmente de organizações de pessoas com deficiência.
A violência contra a pessoa portadora de necessidades especiais pode ocorrer das seguintes formas:
. agressões físicas e psicológicas,
. restrição exagerada,
. excesso de medicação,
. abuso sexual,
. negligência,
. impedimento da tomada de decisões próprias e
. exploração financeira.
Clique aqui e leia sobre o bullying que pessoas com deficiência podem sofrer.
AULA 3
FUNDAMENTOS JURÍDICOS PARA A ATUAÇÃO DO OPERADOR DE SEGURANÇA PÚBLICA
Introdução
Nesta terceira aula, vamos estudar as diligências realizadas pelos policiais e os crimes de resistência, desobediência e desacato, praticados por particulares contra a administração em geral.
Crime, dolo ou culpa e potencial ofensivo - Antes de começarmos a estudar os tipos penais (resistência, desobediência e desacato) faremos uma revisão a respeito da definição de crime, dolo, culpa, potencial ofensivo.
- Crime: Muitas são as definições de crime, seguidores das teorias finalista da ação (ou ação finalista) e da teoria causalista (naturalista, clássica, tradicional) adotam conceitos diferentes. 
Sabemos que no estudo do Direito sempre encontraremos uma, duas, três ou mais correntes com entendimentos diversos sobre determinado tema, com a definição de crime não poderia ser diferente.
Adotaremos a seguinte: É todo fato típico antijurídico e culpável.
Vamos entender...
Fato típico é o comportamento do homem por ação (positivo) ou por omissão (negativo) que provoca um resultado, previsto por lei, como uma infração penal.
Assim, se uma pessoa fizer algo ou deixar de fazer algo que deveria, provocando um resultado previsto no Código 
Penal Brasileiro como crime, cometeu um crime.
Fato antijurídico é aquele contrário à lei, ou seja, contra o ordenamento jurídico.
A culpabilidade é a reprovação da lei pelo fato do homem estar ligado a um fato típico e antijurídico. 
Na verdade, a culpabilidade é elemento para impor a pena pela reprovação da conduta humana. 
A culpabilidade não é característica ou mesmo aspecto do crime, é o que condiciona à punição.
Punibilidade: A punibilidade é apenas uma conseqüência jurídica do delito. 
A punição aplicada ao criminoso é calculada levando em consideração alguns fatores, porém a aplicação da pena não é objeto do nosso estudo neste momento.
- Dolo ou culpa: Quando o indivíduo comete um crime, este pode ser doloso ou culposo. 
Por crime doloso entende-se todo aquele praticado com a intenção de cometê-lo.
Assim, dizemos que o crime é doloso quando o indivíduo o pratica conscientemente e voluntariamente. 
Os três crimes que estamos estudando (desobediência, desacato e resistência) são crimes dolosos.
Os crimes culposos são assim definidos quando o indivíduo deu causa ao resultado crime.
Apenas para relembrar, as três formas da culpa são: 
. Imprudência;
. Imperícia;
. Negligência.
- Potencial ofensivo: Os crimes com pena máxima de até 2 anos, são considerados de menor potencial ofensivo. Assim são definidos os crimes de resistência, desobediência e desacato. 
Note que a maior dentre as penas destes crimes é a pena do crime de resistência, detenção de 2 meses a 2 anos, mas se decorrente da resistência o ato legal do funcionário não se executar, a pena passa a ser de 1 a 3 anos de reclusão. 
Afastando, neste caso,o menor potencial ofensivo, caso a pena maior seja aplicada, os 3 anos de reclusão.
Isto acontece, pois, neste tipo penal, encontramos a figura da violência ou ameaça contra o funcionário competente e ainda, a ordem que não foi executada.
Resistência, desobediência e desacato - São crimes praticados por particulares contra a Administração em geral. Vamos entender isto?
- De um lado está o particular, ou seja, qualquer pessoa - do outro, o Estado.
Visando proteger as atividades administrativas contra a ação nociva de pessoas contrárias à lei, no Capítulo II do Título XI, o Código Penal Brasileiro prevê estes tipos penais. 
Sabemos que o Estado é o titular da normalidade e regularidade administrativa. É o interessado em regular toda a atividade administrativa. Tem seus funcionários, nos diversos quadros, que precisam ser respeitados no exercício de suas funções, pois estes funcionários agem em nome do Estado, ou seja, da Administração Pública. 
Quando uma pessoa age contra o trabalho legal exercido pelos funcionários do Estado, ela age contra o próprio Estado.           
Desta forma, o violador da lei não pode ficar impune, a ele será aplicada uma pena.
- Resistência: Reza o artigo 329 do Código Penal Brasileiro que a resistência é a oposição a ato legal de funcionário público ou a quem auxilia, mediante violência ou grave ameaça.
Pena: de 2 meses a 2 anos de detenção. Porém, se o ato legal, em razão da resistência não se consumar, a pena altera para reclusão de 1 a 3 anos. 
Vamos entender...
Para se caracterizar a resistência tem que haver violência ou grave ameaça. A violência pode consistir em força física contra o funcionário ou a quem o auxilia.
A ameaça pode ser real, caracterizada, por exemplo, como apontar uma arma para o funcionário ou a quem o auxilia, ou verbal como uma promessa de um mal ao funcionário ou a quem o auxilia.
Exemplos de resistência:
. Oposição ao cumprimento de um mandado de prisão: o indivíduo agride fisicamente o policial militar;
. Oposição à ordem de identificarem-se: indivíduos agridem fisicamente um bombeiro militar e um guarda municipal durante uma manifestação nas ruas da cidade;
. Oposição ao cumprimento de um mandado de busca e apreensão: o indivíduo agride fisicamente o policial civil.
Para reforçar sua aprendizagem assista ao vídeo que nos mostra um protesto no Estado do Amapá, ocorrido em junho de 2013, no qual várias pessoas foram conduzidas à delegacia por cometerem os crimes que estamos estudando nesta aula. Publicado em 29/06/2013
O protesto iniciou na Praça da Bandeira, centro de Macapá, e percorreu as principais ruas e avenidas da cidade. 
A PM informou que 20 a 25 mil pessoas participaram dos atos. Professores, estudantes e profissionais da Saúde estavam presentes, reivindicavam melhorias  em vários setores. 
Várias pessoas foram detidas durante as manifestações. Elas foram indiciadas por depredação do patrimônio público, incitação à violência, resistência à prisão, desobediência e desacato à autoridade.
- Desobediência: De acordo com o artigo 330, do Código Penal Brasileiro, desobedecer à ordem legal de funcionário público, caracteriza este tipo penal.
Pena: detenção de 15 dias a 6 meses e multa.
Vamos entender...
Desobediência é o não cumprimento, ou seja, a não obediência à ordem legal de funcionário público. Distingue-se da resistência por não haver o uso da violência ou ameaça ao funcionário público.
É necessário que seja ordem, não mera solicitação ou pedido de funcionário público.
É necessário que a ordem seja dirigida expressamente a quem tenha o dever jurídico de obedecê-la, a ordem deve ser legal.
O funcionário público precisa estar no exercício de suas funções.
Exemplos de desobediência:
. Recusa de entrega de material necessário à prova de um crime.
. Venda de bebida alcoólica no dia das eleições, vez que o juiz competente ordena que não seja vendido qualquer tipo de bebida que contenha álcool durante o sufrágio.
. A recusa de entregar a documentação do veículo, quando legalmente ordenado pelo policial.
. A recusa de motorista em atender a ordem de parada de um policial. 
- Desacato: De acordo com o artigo 331, do Código Penal Brasileiro, desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela é crime. 
Vamos entender... 
Desacatar significa ofender, vexar, humilhar, espezinhar, desprestigiar, menosprezar, ou seja, todo e qualquer ato que venha ofender  a dignidade e o decoro da função. É a ofensa, o menosprezo a funcionário público no exercício de sua função.
Assim sendo, toda e qualquer palavra ou ato que tragam em si significados de desprestígio ao funcionário público, com a consciência de atingi-lo nas funções que desempenha.
Caso o funcionário não esteja presente para ouvir a injúria proferida, não se poderá falar em crime de desacato, ou seja, é indispensável a presença do mesmo, e que ele ouça palavras de calão ou grosseiras para caracterizar o crime.
Exemplos de desacato:
. Gritos, gestos e escritos vexatórios se presente o funcionário público.
. Em uma busca veicular, o indivíduo abordado pelo policial profere palavras de calão.
. Em uma busca pessoal, o indivíduo começa a rir durante a revista.
. Em uma busca domiciliar, o indivíduo faz gestos obscenos.    
Para melhor aprendizagem, acesse o site e assista a reportagem realizada em Brasília, na qual manifestantes foram presos por desacato.
Busca pessoal, domiciliar e em veículos - Na primeira aula, estudamos um pouco a respeito das buscas policiais, agora ampliaremos nossa visão a respeito deste tópico.
O Código de Processo Penal Brasileiro destaca no Capítulo XI (Busca e a Apreensão).
Os artigos 240 a 250 são designados a esta finalidade, Vamos analisar alguns destes artigos.
Art 240 A busca será domiciliar ou pessoal.
§ 2º Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma proibida ou objetos mencionados nas letras b a f e letra h do parágrafo anterior.
Clique aqui e veja os objetos mencionados no § 1, do artigo 240 do CPP.
Art 241 Quando a autoridade policial ou judiciária não for pessoalmente realizar a busca domiciliar, deverá haver um mandado de busca domiciliar.
Art 244 A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando a medida for determinada no curso de busca domiciliar.
Art. 249 A busca em mulher será realizada por outra mulher, caso não importe retardamento ou prejuízo à diligência. 
Você entendeu o motivo da busca policial?
Quando um policial aborda um indivíduo que está trafegando com um veículo ou caminhando pela rua ou ainda quando policiais se dirigem a uma residência, para uma busca domiciliar, ação policial tem que estar de acordo com o embasamento legal da fundada suspeita.
O policial, por meio de denúncia via telefone, informações passadas pela central de rádio ou de populares que presenciaram a cena de um crime, realiza as abordagens pessoais ou buscas domiciliares ou ainda, em veículos.
Pela visualização do agente de Segurança Pública de uma pessoa portando algo que possa ser uma arma de fogo, ele realiza a busca pessoal, com o objetivo de verificar se é um caso concreto de porte ilegal de arma de fogo, pois isto é um crime.
Uma pessoa que ao avistar a viatura policial empreenda desabalada carreira pode ser abordada pelo agente, pois estará agindo dentro da lei.
Toda abordagem policial deve ser pautada na legalidade.A abordagem policial não pode ser baseada na subjetividade do agente.
Você sabe o que é Justiça?
De acordo com o dicionário da Língua Portuguesa justiça é atribuir a cada um aquilo que de direito lhe pertence, ou seja, é dar a cada pessoa o que é certo, de acordo com as leis vigentes.
A representação da justiça como uma mulher com venda na face cobrindo os olhos, tendo em um dos braços uma espada e no outro uma balança significa a idéia que ninguém está acima dalei.
- A venda nos olhos passa a mensagem de imparcialidade.
- A espada, a punição.
- A balança, a igualdade.
LINK - Você já notou que existem diversos símbolos da Justiça?  
Acesse o site do Supremo Tribunal Federal e navegue para conhecê-los e saber dos significados de cada imagem.
Abuso de Autoridade - A Lei 4898/65 possui 29 artigos, estudaremos alguns desses nesta aula.
A literatura nos conta que na época dos grandes reis, a.C., quando seus exércitos ganhavam a guerra os despojos passavam a ser do exército vencedor. 
Assim sendo, o exército vencedor levava consigo toda a riqueza que o exército perdedor possuía, sejam os animais, as mulheres, as crianças, os metais preciosos ou algo que julgassem ter grande valor.
Geralmente, o povo do exército perdedor tornava-se escravo do novo rei. Todo este espólio passava a ter um novo proprietário. A autoridade da época, o rei, possuía suas leis e nada poderia impedir sua vontade.
A palavra da maior autoridade existente era cumprida, o edito do rei era erga omnes, isto é, alcançava todos os que moravam no reinado.
Caso o rei desejasse algo do seu povo, como por exemplo: a plantação, os animais, os filhos ou filhas de um dos seus servos; aumentar os números de horas trabalhadas e diminuir a comida do povo, ele conseguiria, pois tudo era possível para agradá-lo. Desta forma, muitos abusos foram cometidos em nome da autoridade.
Abuso de Autoridade - Constitui abuso de autoridade - Artigos 3º e 4º. Observe que, no artigo 3º da Lei, alguns destes itens já foram estudados em aulas anteriores quando abordamos o artigo 5º da Constituição Federal Brasileira/88.
Art. 3º- Considera-se abuso de autoridade, qualquer atentado:
. liberdade de locomoção.
. À inviolabilidade de domicílio.
. Ao sigilo de correspondência.
. À liberdade de consciência e de crença.
. Ao livre exercício de culto religioso.
. À liberdade de associação;
. Aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto;
. Ao direito de reunião;
. À incolumidade física do indivíduo;
. Aos direitos e garantias legais.
Art.4° - Constitui também abuso de autoridade:
. Ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder; 
. Submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou constrangimento não autorizado em lei;
. Deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa;
. Deixar o juiz de ordenar o relaxamento da prisão ou detenção ilegal que lhe seja comunicada;
. Levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança prevista em lei;
. Cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra despesa, desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer quanto à espécie quer quanto ao seu valor.
. Recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de importância recebida a título de carceragem, custas, emolumentos ou de qualquer outra despesa.
. O ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de poder ou sem competência legal.
. Prorrogar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade.
Definição de Autoridade
Art. 5º - Considera-se autoridade, de acordo com a Lei estudada, quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração.
Punição: administrativa, civil e penal
Art. 6º- O autor de abuso de autoridade será punido administrativamente, civilmente e penalmente.
Não será preciso intimar as testemunhas 
Art.18º- As testemunhas de acusação e defesa poderão ser apresentadas em juízo, independentemente de intimação.
AULA 4
GUARDA MUNICIPAL
Introdução
Nesta quarta aula, revisaremos pontos já estudados a respeitos das guardas municipais, como: conceito e amparo legal. Também estudaremos resoluções de questões e casos concretos que envolvam a atuação das guardas municipais em ações de trânsito, proteção do patrimônio, serviços e instalações dos municípios. Verificaremos o posicionamento das guardas municipais, analisaremos o trabalho realizado pelos conselhos municipais de Segurança Pública, entendendo que o município é a unidade de gestão pública mais próxima da comunidade, com capacidade para identificar, com fina precisão, as necessidades dos moradores.
Papel e atuação - A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 contém um capítulo sobre Segurança Pública, no qual lista a Guarda Municipal entre os órgãos responsáveis por prover a “preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio”, através 
do artigo 8º, cuja redação é “Os municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei”.
Participação na Segurança Pública - Esse artigo – que aguarda regulamentação – fomentou o debate sobre o papel dos municípios na Segurança Pública. 
Até então, as questões relacionadas à Segurança Pública eram identificadas como “problema” dos estados – mais especificamente da Polícia Militar, porém, com esse debate, as responsabilidades são repensadas, desencadeando a discussão sobre governança local como uma forma de gestão de políticas públicas, em uma perspectiva horizontal, fundada na cooperação e construção de consensos entre diferentes agências e atores a partir do diálogo, negociação e confiança.
Você se lembra do SUSP?
Nós já estudamos a respeito do SUSP, vamos relembrar um pouco. O SUSP é o Sistema Nacional criado para articular as ações federais, estaduais e municipais na área da Segurança Pública. Ele não fere a autonomia dos estados da nação.
A União tem o papel de coordenação e definição das regras gerais do sistema que deverão ser respeitadas pelos entes da Federação.
A prevenção do delito, a criação de meios de análise de cada ocorrência policial, o monitoramento das ações policiais e o planejamento estratégico estão presentes no SUSP.
Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) - Reforçando essa perspectiva, o SUSP, proposto no Plano Nacional de Segurança Pública, em 2002, foi concebido para racionalizar os recursos existentes nos três níveis de governo, incluindo, dessa forma, os municípios no debate e gestão da Segurança Pública.
Com o SUSP, pretende-se realizar a reforma e o avanço qualitativo da Segurança Pública através da integração, interação, diálogo e troca de informação entre os órgãos de segurança pública.
Vale a pena acrescentar que o Gabinete de Gestão Integrada foi originalmente concebido pelo governo federal como instrumento operacional do SUSP, que deveria, em um primeiro momento, ser implementado pelos estados “como um fórum deliberativo e executivo, além de espaço de diálogo, produção de consensos, identificação de prioridades comuns, formulação de pautas que pudessem ser compartilhadas e celebração de acordos em torno de medidas e/ou ações conjuntas ou complementares voltadas para a Segurança Pública”. (Soares, 2009, p.262).
Mais tarde, observou-se o potencial da efetivação dos Gabinetes de Gestão Integrada da Segurança Pública, em âmbito municipal, que, conservando as características originais, atuaria a partir do recorde local, garantindo maior proximidade às demandas da população.
A participação dos municípios na Segurança Pública - A participação das prefeituras na área da Segurança Pública, de forma geral, tem aumentado no Brasil.
O investimento em montagem de Guardas Municipais com uma atuação diferenciada da Polícia Militar, tem apresentado bons resultados na manutenção da ordem pública com respeito à cidadania, conforme o exemplo de Diadema (SP). 
As Guardas Municipais têm assumido atribuições importantes para a vida de um município ao atuar na proteção de bens, serviços e instalações municipais, segurança de eventos, autoridades e do público, como auxílio ao público, ronda escolar, patrulhamentoostensivo e de vias públicas (Patrício, 2008).
A Guarda Municipal - A Constituição de 1988 (artigo 144, parágrafo 8º) possibilita a atuação da Guarda Municipal na 
“proteção de bens, serviços e instalações do município”. 
A CF 1988 embora inclua o município na área da Segurança Pública, confere uma possibilidade limitada de atuação tanto para o município quanto para a Guarda Municipal.
Mas a despeito do que traz a carta magna, alguns municípios têm apresentado arranjos e soluções locais para enfrentar a violência urbana, em sua dimensão multicausal, e uma delas é a ampliação da atuação da Guarda Municipal visando a atender às necessidades da municipalidade. 
Dessa forma, as Guardas municipais estão sendo empregadas de acordo com a decisão do gestor local, que se baseia em uma compreensão “elástica” do termo “proteção de bens”.
Dessa forma, conforme ressalta Luciane Patrício (2008), a ausência da regulamentação específica quanto a sua estruturação resulta em implicações de ordem estrutural, identitária e atuação, possibilitando o debate sobre a mudança do marco legal.
A construção da identidade da Guarda Municipal sofre influência da Polícia Militar, enquanto polícia ostensiva – seja por oposição ou imitação. 
O que é intensificado quando a GM é chefiada por indivíduos oriundos da Polícia Militar, que, não raro, reproduzem a forma de organização dessa polícia na Guarda Municipal, inclusive com a ênfase à ritualística militar.
Lembre-se: A atuação das guardas municipais não está restrita apenas em ações de trânsito, nesta aula, estudamos serviços desenvolvidos em alguns estados do Brasil, como: proteção do patrimônio, serviços e instalações dos municípios.
É válido ressaltar que ações com cães, atos educativos e repressivos também são realizados por estes agentes.
Veja a seguir uma reportagem que trata desse debate importante e necessário que envolve a Guarda Municipal.
Gabinete de Gestão Integrada (GGI) - Já estudamos em aulas anteriores, que, de acordo com o Ministério da Justiça, o 
Gabinete de Gestão Integrada é um fórum deliberativo e executivo que opera por consenso, sem hierarquia respeitando a autonomia das instituições que o compõe.
Trata-se de uma reunião com os órgãos que compõe a Segurança Pública a nível municipal, estadual e federal.
As três linhas de ação do GGI são:
. Integração entre os órgãos da Justiça Criminal;
. Implantação do planejamento estratégico como ferramenta gerencial das ações empreendidas pelo sistema de Justiça Criminal;
. Constituição da informação como principal ferramenta da ação policial.
Qual o objetivo geral do GGI?
O objetivo geral do GGI é a promoção conjunta das ações dos órgãos que o compõe na esfera municipal, estadual e federal, visando controle e prevenção da criminalidade em todos os estados da nação
Quais são os objetivos específicos do GGI?
Os objetivos específicos do GGI são:
. Implementação das políticas vinculadas aos Planos Nacional, Estaduais e Municipais de Segurança Pública, sempre observando as diferenças locais;
. Estabelecimento de rede de informações de caráter nacional/estadual, visando intercâmbio, experiências, práticas de gestão que alimentem um sistema de planejamento nacional, com agendas de fóruns nacionais e regionais;
. Elaboração de um planejamento estratégico de ações integradas;
. Criação de indicadores que possam medir a eficiência dos sistemas de Segurança Pública;
. Identificação de demandas, eleição de prioridades, com base em diagnósticos;
. Sistema de inteligência e estatísticas integradas;
. Gestão integrada em Segurança Pública;
. Representação da SENASP para comunicação, articulação e alcance dos objetivos.
Clique aqui e conheça também o Gabinete de Gestão Integrada Municipal - GGI-M
PRONASCI (Programa Nacional de Segurança Pública) - Você se recorda das ações estruturais e programas locais do PRONASCI? Então, vamos revê-las:
As ações estruturais do PRONASCI são as seguintes:
1ª- Modernização das instituições de Segurança Pública e do sistema prisional;
2ª- Valorização dos funcionários da Segurança Pública e agentes penitenciários; 
3ª- Enfrentamento à corrupção policial e ao crime organizado.
Os programas locais abarcados pelo PRONASCI são:
1º- Território da Paz;
2º- Integração do jovem e da família; 
3º- Segurança e convivência.
Integração dos Órgãos de Segurança Pública
Agora você já reconhece todos os órgãos que compõe o Sistema de Segurança Pública do país, nas três esferas.
Observe o infográfico a seguir com os órgãos do Sistema de Segurança Pública.
- Municipal: Na esfera municipal, encontramos as guardas municipais.
- Estadual: Na esfera estadual, encontramos as polícias militares e as polícias civis.
- Federal: Na esfera federal, encontramos a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Ferroviária Federal. 
Com o SUSP temos ainda a Força Nacional que possui, no seu efetivo, além de policiais militares, os bombeiros militares.
AULA 5
SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL
Introdução
Nesta aula, vamos rever o papel e a atuação das Polícias Federal e Rodoviária Federal, bem como conhecer a atuação dos Corpos de Bombeiros Militares. Teremos por tema transversal a integração dos órgãos de segurança pública. Bons estudos!
Órgãos da Segurança Pública - De acordo com o Artigo 144 da Constituição Federal (CF 1988), os seguintes órgãos fazem parte da Segurança Pública do nosso país: (PF, PRF, PFF, PC, PM, BM)
Já estudamos a Polícia Militar, a Polícia Civil e a Polícia Ferroviária Federal em aulas anteriores. Não podemos esquecer que as Guardas Municipais (também já estudadas) fazem parte da segurança pública municipal.
Nesta aula, estudaremos:
. A Polícia Federal;
. A Polícia Rodoviária Federal;
. Os Corpos de Bombeiros Militares.
- Polícia Federal: Encontrada em todos os estados do país, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União, é uma instituição estruturada em carreira. O papel da Polícia Federal (PF) e sua atuação estão discriminados no &1º, incisos I, II, III e IV do artigo 144 da Constituição Federal.
A partir de agora, vamos ver cada um desses incisos.
Inciso I - Assim nos revela o inciso I: A Polícia Federal apura as infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual e exija repressão uniforme, de acordo com a lei.
Inciso II - “Cabe à Polícia Federal prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência”.
Entendendo o inciso II: Uma plantação de canabis sativa no meio da Floresta Amazônica. 
Uma falsa empresa de fitoterápicos que na verdade é um laboratório para refinar cocaína. 
Você já sabe que todas essas investigações ficarão a cargo da Polícia Federal.
Inciso III - “A Polícia Federal exerce as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras”.
Entendendo o inciso III: Você já percebeu que nas fronteiras do nosso país existe um posto da Polícia Federal? Já notou que em algumas comunidades ribeirinhas, que fazem fronteira com outros países, o acesso só é possível através do transporte marítimo?
Isso porque o inciso III do Artigo 144 da Constituição Federal confere a atuação deste órgão nas fronteiras. Seja pelo ar, pelo mar ou pela terra, sempre você irá encontrar a Polícia Federal. Este é um exemplo do poder público sempre presente em qualquer lugar deste imenso país.
Inciso IV -  “A Polícia Federal exerce com exclusividade as funções de polícia judiciária da União”.
Entendendo o inciso IV: Você estudou em aulas passadas que a Polícia Civil tem a função polícia judiciária, ressalvando as questões da União, que ficam a cargo da Polícia Federal. Quando o caso é da União, a função da polícia judiciária é da Polícia Federal.
- Polícia Rodoviária Federal- Você já percebeu que em todas as rodovias federais do nosso país existe um posto da Polícia Rodoviária Federal?
Já notou que sempre quando há algum feriado prolongado ou datas festivas, como Natal, Ano Novo e Carnaval, aparece na televisão um policial rodoviário federal dando um prognóstico das estradas e atualizando o número de acidentes de automóveis?
Você sabe por que isto ocorre?
Vamos entender o motivo destes fatos, avaliando o Artigo 144 & 2º da Constituição Federal.
De acordo com este preceito constitucional, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) é um órgão permanente, organizado e mantido pela União. A PRF é estruturada em carreira, sendo destinada ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais.
Você já percebeu que em algumas rodovias a Polícia Rodoviária Federal não faz patrulhamento? Isso ocorre porque estas são rodovias estaduais, e neste caso, apenas a polícia rodoviária estadual pode atuar.
A PRF patrulha somente as rodovias federais, enquanto as polícias rodoviárias estaduais patrulham as rodovias estaduais.
ATENÇÃO: Você se lembra da diferença entre as rodovias federais e as estaduais?
A diferença consiste na administração das rodovias. As que são administradas pela União são consideradas federais. As administradas pelos estados do nosso país, estaduais.
E do significado da palavra patrulhar?
Patrulhar significa “vigiar ou rondar com patrulha”, isto é, tomar conta de tudo o que se passa pelas rodovias. O termo vem do idioma francês patroviller.
Ao observarmos os policiais rodoviários federais dentro das viaturas policiais em deslocamento nas rodovias federais, podemos afirmar que eles estão realizando o patrulhamento nas rodovias federais.
Com isto entendemos que as operações, conhecidas como blitz, realizadas pelos Policiais Rodoviários Federais, têm o objetivo de verificar a situação dos veículos que transitam na rodovia federal, a documentação do condutor (motorista) e a carga permitida pela legislação vigente.
Ou seja, se você está em deslocamento em uma das rodovias federais, provavelmente estará sendo observando por um destes agentes.
Você entendeu também o motivo da atuação destes agentes quando ocorre um acidente nas rodovias federais, seja de trânsito ou ocasionado por uma queda de barreira, ou até mesmo por uma ruptura do asfalto, impossibilitando o tráfego de automóveis.
Corpos de Bombeiros 
HISTÓRIA: A história do Corpo de Bombeiros começa no dia 2 de julho de 1856. O Imperador 
Dom Pedro II assinou nessa data o decreto instituindo o Corpo Provisório de Bombeiros da Corte no Rio de Janeiro.
No início, a missão do Corpo de Bombeiro era orientar a população quanto às medidas de socorro, cabendo à equipe técnica a supervisão dos trabalhos de salvamento e extinção do fogo.
Em 1880, a Corporação passou a ter organização militar e foram concedidos postos e insígnias aos seus componentes.
FUNÇÃO: A função do Corpo de Bombeiros hoje não é apenas apagar incêndios, mas também os atendimentos pré-hospitalares em caso de trauma, salvamentos em altura e em meio líquido, além das atividades de busca e defesa civil.
Em alguns estados brasileiros, como no caso do Rio de Janeiro, o Corpo de Bombeiros tem status de Secretaria de Estado de Defesa Civil.
Assim sendo, o Comandante do Corpo de Bombeiros no Estado do Rio de Janeiro é um coronel bombeiro militar e ocupa a função cumulativamente de secretário estadual de Defesa Civil.
CURIOSIDADE: você conhece o símbolo do Corpo de Bombeiros de seu Estado? Para conhecer, clique aqui.
O que nos revela a Constituição Federal de 1988 a respeito do Corpo de Bombeiros?
De acordo com a Magna Carta, no art. 144 & 6º o Corpo de Bombeiro Militar é força auxiliar e reserva do Exército, sendo subordinado aos governadores de estado e do Distrito Federal.
AULA 6
FUNDAMENTOS JURÍDICOS PARA A ATUAÇÃO DO OPERADOR DE SEGURANÇA PÚBLICA – PARTE II
Introdução
Nesta sexta aula, vamos revisar os conceitos e a legislação nacional e internacional sobre imunidades e prerrogativas de função, bem como conhecer o funcionamento do Tribunal de Haia.
Legislação Internacional - Órgão da ONU criado, em 2002, por meio do Estatuto de Roma e estabelecido em Haia, na Holanda é também conhecida como Tribunal Penal Internacional e Corte de Haia.
Corte Internacional de Justiça
Foi criada para investigar e processar os litígios entre os países, cabendo aos Estados membros prenderem os indivíduos acusados.
Para fazer parte como Estado membro do tratado internacional, o país, após a assinatura do tratado, deverá ratificá-lo, pois somente após isto haverá efeitos legais.
Ainda faltam a ratificação de alguns países e outros sequer assinaram o tratado internacional. Até o mês de fevereiro de 2012 apenas 122 países ratificaram o tratado.
ATENÇÃO: Existem outras cortes internacionais, a saber: 
. Corte Interamericana de Direitos Humanos;
. Corte Europeia de Direitos Humanos; 
. Tribunal de Justiça Europeu da União. 
Porém, a mais importante é a Corte de Haia, também conhecida como Corte Internacional de Justiça.
Corte Internacional de Justiça e a Imunidade dos Estados
Em fevereiro de 2012, o Tribunal de Haia anunciou a decisão que reafirma a imunidade de jurisdição entre as nações.
Assim sendo, um país não pode ser julgado pelo poder judiciário outro, mesmo que o crime cometido seja uma grave violação dos Direitos Humanos.
Direito Internacional - O Direito Internacional é o ramo que cuida das relações entre os países e as normas relacionadas ao funcionamento de organizações e instituições internacionais entre países e indivíduos. 
Uma das regras do Direito Internacional é ao respeito à imunidade do Estado, isto é de cada país.
Imunidade dos Estados
Alguns atos públicos dos países são exercidos exclusivamente, e não podem ser questionados por outras nações, são exemplos:
. Atos administrativos internos, como a expulsão de um Estrangeiro;
. Atos legislativos, como nacionalização;
. Atos relativos à atividade diplomática;
. Empréstimos públicos.
Organizações públicas internacionais
As organizações públicas internacionais são criadas geralmente por um tratado multilateral, têm personalidade internacional 
de graus diferentes.
Isto porque algumas delas firmam tratados e possuem imunidades.
Quais são as organizações públicas internacionais existentes?
. ONU - Organização das Nações Unidas.
. EU - União Europeia.
. OEA - Organização dos Estados Americanos.
. Conselho da Europa.
Imunidade Diplomática - A Convenção de Viena estabelece imunidade às missões diplomáticas, visando garantir o perfeito desempenho como representantes de Estados.
A convenção estipula que as dependências, as correspondências oficiais, as malas (bagagem) e o chefe da missão são invioláveis.
O país que recebe a missão diplomática, isto é, o Estado anfitrião, pode notificar ao Estado remetente e sem ter que informar o motivo, que o chefe da missão ou algum dos integrantes do corpo diplomático é persona non grata ou inaceitável.
Assim ocorrendo, o Estado remetente removerá a pessoa ou a retirará da missão.
Aprenda ainda mais a respeito da imunidade das missões diplomáticas, estabelecida pela Convenção de Viena clicando aqui.  
Você recorda qual é a lei máxima do país?
É claro que sim!  A lei máxima do país é a Constituição. 
Assim sendo, a CRFB/88 contém todo o dispositivo legal que necessitamos nesta aula.
Imunidade ou privilégios?
Imunidade não se confunde com privilégio, pois privilégio é exceção à lei e no Brasil não se admite privilégios, pois é algo inconstitucional. Ocorrem, na verdade, prerrogativas. Imunidade, na realidade, são prerrogativas inerentes à função exercida. Então, podemos afirmar que se trata de foro por prerrogativa de função ou do cargo exercido.
- Imunidade Parlamentar - A imunidade parlamentar é dividida em duas espécies: absoluta ou material e relativa ou formal.
- Imunidade Parlamentar Absoluta ou Material: É a prevista no art. 53 da CRFB/88. Os deputados e os senadores são invioláveis civil e penalmentepor qualquer de suas palavras, opiniões e votos.
- Imunidade Parlamentar Relativa ou Formal - É a prevista no art.53 da CRFB/88. Os deputados e os senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.
- Imunidade no Executivo - Atenção ao art. 221, da CRFB/88
De acordo como este dispositivo legal o presidente e o vice-presidente, os senadores, os deputados federais e os estaduais, os ministros de estado, os governadores de estados e territórios, os secretários de estados, os prefeitos 
do Distrito Federal e dos municípios, os membros do Poder Judiciário, os ministros e os juízes dos Tribunais de Contas da União, dos estados, do Distrito Federal e dos Tribunais Marítimos, quando na qualidade de testemunha, prestarão depoimento no dia, local e horário estabelecido entre eles e o juiz. 
Note apenas qualidade de testemunha. A lei não oferece prerrogativa de função quando estas autoridades estiverem na qualidade de investigado.
Releia sobre a Convenção de Viena que estabelece imunidade às missões diplomáticas.
- Imunidade no Judiciário - Releia o estabelecido no art. 221, da CRFB/88.
O art. 96, da CRFB/88, prevê a independência do Poder Judiciário em relação aos demais poderes. Trata-se da prerrogativa de autogoverno, ou seja, o exercício de atividades administrativas e normativas. 
O art. 95, da CRFB/88, garante aos magistrados a vitaliciedade, inamovibilidade, irredutibilidade de vencimentos e visando a garantia da imparcialidade, este dispositivo legal impede que os magistrados exerçam outro cargo ou função, salvo uma de magistério.
- Imunidade no Ministério Público - Nos art. 127 ao 130, da CRFB/88, encontramos as garantias do Ministério Público, dentre as quais podemos destacar: a exclusividade da promoção da ação penal pública e assim como aos magistrados, aos membros do Ministério Público são garantidos: a vitaliciedade, inamovibilidade e a irredutibilidade de vencimentos.
Prerrogativa de função do defensor público - Como é de seu conhecimento, defensor público é o advogado que o Estado fornece àqueles que necessitam.
O art. 133, da CRFB/88, prevê que o advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.
Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)
O estatuto da OAB não isenta os profissionais dos excessos cometidos enquanto no desempenho de suas funções.
Punições como advertência e até a perda da inscrição.
A respeito da prerrogativa de função do advogado ou do defensor público se faz necessário sinalizar que está atrelada ao desempenho de seu papel na sociedade como garantidor da proteção e defesa dos direitos e liberdades fundamentais.
Assim, a prerrogativa o alcança quando ele está no desempenho de suas funções, porém, há um limite, a lei.
O defensor público ou o advogado deve observar a lei.
Clique aqui e veja o site da Promotoria Pública do Estado de Santa Catarina, leia e observe o que aconteceu com a defensora que fez referência a boatos envolvendo um juiz do Estado do Rio de Janeiro. Assim, terminamos a nossa sexta aula.
Bom estudo para você.
AULA 7
PRESERVAÇÃO E VALORIZAÇÃO DA PROVA
Introdução
Nesta aula, buscaremos revisar os conceitos e a legislação sobre preservação de local de crime, perícia técnica e investigação da polícia judiciária.
A definição de local de crime - São diversas as definições de local de crime, desde as mais rebuscadas, até aquelas com uso de poesias e rimas.
Uma definição simples: é toda área onde tenha ocorrido um fato definido como crime.
Segundo o renomado mestre Eraldo Rabello: “Local de crime constitui um livro extremamente frágil e delicado, cujas páginas por terem consistência de poeira, desfazem-se, não raro, ao simples toque de mãos imprudentes, inábeis ou negligentes, perdendo-se desse modo para sempre os dados preciosos que ocultavam à espera da argúcia dos peritos.
A importância da preservação - A importância da preservação do local de crime é tamanha, que a ONU preparou um manual a respeito da conscientização sobre o local de crime e as evidências materiais, em especial para o pessoal não forense, ou seja, para os policiais militares, bombeiros e guardas municipais, público que normalmente chega primeiro ao local, e para os gestores de políticas públicas e funcionários da segurança pública e justiça.
Trata-se de um compêndio, de fácil compreensão e muito elucidativo, contendo temas dentre os quais se destacam: planejamento; 
. organização e coordenação do trabalho no local de crime;
. preservação do local de crime e suas evidências;
. o que pode estar presente e ser coletado em um local de crime.
Clique aqui e saiba mais sobre a importância da preservação.
A valoração da prova - Visando dar coerência aos fatos, as provas testemunhais ou as obtidas através de exames periciais têm grande valor no processo. A prova é o instrumento pelo qual o juiz obterá sua convicção.
Assim sendo, percebemos que a preservação do local de crime é necessária, pois preservado o local terá os vestígios e os indícios que após a devida coleta pelos peritos criminais e exames laboratoriais servirão como prova no processo.
Como saber se o sangue deixado no chão, as impressões digitais em cima de uma mesa, o cabelo que estava repousando sob o corpo da vítima, as imagens gravadas por uma câmera de segurança são do autor do crime?
Somente após os exames laboratoriais têm-se a prudente resposta.
De acordo com as Ordenações Filipinas, a prova é o farol que deve guiar o juiz. 
Falar em provas significa pensar na formação do convencimento do juiz, no processo.
A CRFB/88 não admite provas obtidas ilicitamente, art. V, inciso LVI.
Os códigos de Processo Penal e de Processo Civil contêm artigos esclarecedores a respeito das provas no processo.
O juiz não poderá formar sua convicção pela livre apreciação das provas.
Os laboratórios Forenses - Os laboratórios de perícia criminal são chamados de laboratórios forenses. Neles são encontrados aparelhos, reagentes e toda tecnologia necessária para elucidar as questões periciais.
Você já observou que o perito criminal, profissional especializado, carrega uma maleta com material que utiliza nos locais de crime? 
Suas ferramentas de trabalho.
- Tesoura: Usada para cortar a roupa da vítima, na hora de verificar ferimentos. Também ajuda na coleta de materiais para o laboratório (como cabelo)
- Alicate: Para cortar arames. Em alguns casos, os peritos encontram vítimas presas com arames ao invés de cordas.
- Lanterna: Muitas vezes o local do crime é afastado e escuro.
- Esparadrapo: Para coleta residuográfica de vestígios de projéteis.
- Lacres numerados: Para preservar e oficializar apreensão de provas.
- Papel filtro: Para coletar residuográfica de vestígios de projéteis, que indicam se a pessoa efetuou ou não disparo com arma de fogo.
- Água oxigenada: Identifica algumas substâncias. Em contato com o sangue, por exemplo, a água oxigenada borbulha.
- Inseticida – Quando há vítima que já estão mortas há muito tempo, geralmente há insetos em volta, que podem transmitir doenças aos peritos e policiais. O inseticida é usado para espantá-los.
- Máscara com filtro: Para vapores orgânicos e gases ácidos. Usada para que o perito trabalhe melhor em meio ao mau cheiro, como os de corpos em decomposição.
- Setas: Para indicar ferimentos nas fotos tiradas das vítimas.
- Cartelas com números: Sinalizam vítimas (no caso de chacina) ou muitos objetos no local.
- Luvas descartáveis – Para assepsia do perito. Há bactéria em cadáveres, principalmente naqueles em decomposição, que podem causar infecções graves.
O uso da tecnologia na investigação - A tecnologia avançada contribui para análise dos materiais encontrados na cena do crime, como equipamentos do tipo:
- Item 1 - Tomógrafo: mostra as perfurações feitas por PAF;
- Item 2 - Comatógrafo gasoso: indica quais substâncias compõe os medicamentos;
- Item 3 - Cromatógrafo líquido:utilizado para analisar medicamentos, praguicidas, explosivos, urina e outros;
- Item 4 - Geladeira científica, com controle de temperatura e alarme: acusa qualquer alteração na temperatura;
- Item 5 - Espectrofotômetro IR: analisa a composição química em explosivos, entorpecentes, substâncias líquidas ou pastosas, fibras. Este equipamento não destrói a amostra, podendo esta no futuro ser reanalisada;
- Item 6 - Maleta para levantamento de local de crime: contêm, em seu interior, câmeras digitais, netbook, luzes especiais, 
lanternas com UV para verificação de fluídos corporais;
- Item 7 - Pós especiais para levantamento de impressões digitais;
- Item 8 - Comparadores balísticos;
- Item 9 - Equipamento para analisar celulares: recuperam as mensagens do tipo SMS e fotografias digitais apagadas, com terminais para serem encaixados nos aparelhos celulares de marcas diversas; 
- Item 10 - Luzes forenses que permitem que o olho humano perceba vestígios em uma cena de crime, como sêmen, saliva, 
impressões dígito-papilares, mordidas, lesões no corpo humano.Para cada exame é usado um filtro diferente.
Tudo isso proporcionará um resultado expressivo se os vestígios forem corretamente preservados, colhidos e acondicionados até o momento da análise laboratorial. Caso contrário, não terá utilidade alguma.
Qual o trabalho do perito no local de crime?
O papel do perito no local de crime é recolher todos os indícios ou vestígios para chegar à autoria do fato delituoso. Ele exerce uma função técnica, podendo ser:
- Um engenheiro mecânico, ambiental, civil, eletrônico, de computação e das demais áreas;
- um biólogo;
- um papiloscopista;
- um entomologista;
- um contador;
- um médico;
- um farmacêutico.
Qual o papel do investigador policial?
O papel do policial é investigar o fato ocorrido, ou seja, o crime.
O policial requer os exames laboratoriais aos peritos criminais que irão realizá-los nos laboratórios forenses. 
Na maioria dos estados do Brasil a perícia criminal faz parte dos quadros da Polícia Civil, ou seja, a polícia judiciária.
Perito Federal ou Estadual?
Existem os dois, na Polícia Federal há o quadro de peritos criminais e nas polícias estaduais também.
O papel do perito no local de crime é recolher todos os indícios ou vestígios para chegar à autoria do fato delituoso.
Legislações Pertinentes - Toda legislação pertinente à preservação de local de crime não será suficiente se não tivermos profissionais comprometidos com o serviço. 
A garantia legal da preservação do local de crime é a lei 8.862/94, que deu nova redação aos artigos 6º, incisos I e II; artigo 159 caput e § 1º; artigo 160 caput e parágrafo único; artigo 164 caput e artigos 169 e 181; todos do Decreto lei 3.689, conhecido como o Código de Processo Penal:
Art. 6º 
I- dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e a conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais. 
II- aprender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais.
Art. 159 
Os exames de corpo de delito e as outras perícias serão feitos por dois peritos oficiais. 
§1º Não havendo peritos oficiais, o exame será realizado por duas pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior, escolhidas, de preferência, entre as que tiverem habilitação técnica relacionada à natureza do exame.
Art. 160 
Os peritos elaborarão laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o que examinarem, e responderão aos quesitos formulados. 
Parágrafo único - O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos.
Art. 164 
Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem encontrados, bem como, na medida do possível, todas as lesões externas e vestígios deixados no local do crime. 
Art. 169 
Parágrafo Único - Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado das coisas e discutirão, no relatório, as conseqüências dessas alterações na dinâmica dos fatos.
Art. 181 
No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de omissões, obscuridades ou contradições, a autoridade jurídica mandará suprir a formalidade, complementar ou esclarecer o laudo. 
A respeito do desfazimento do local de acidente de trânsito, é uma autorização prevista na Lei 5.970/73:
Art. 1º 
Em caso de acidente de trânsito, a autoridade ou agente policial que primeiro tomar conhecimento do fato poderá autorizar, independentemente de exame de local, a imediata remoção das pessoas que tenham sofrido lesão, bem como dos veículos nele envolvidos, se estiverem no leito da via pública prejudicando o tráfego. 
O código de Trânsito Brasileiro delega a competência para realizar a perícia, em locais de acidente de trânsito, em rodovias e estradas federais, à Polícia Rodoviária Federal, o dispositivo legal prevê: 
Art. 20 
Compete à Polícia Rodoviária Federal, no âmbito das rodovias e estradas federais Inciso IV - efetuar levantamento dos locais de acidentes de trânsito e dos serviços de atendimento, socorro e salvamento de vítimas.
AULA 8
USO LEGÍTIMO DA FORÇA – PARTE I
Introdução
Nesta aula, vamos revisar os conceitos e legislações nacionais e internacionais sobre o uso da arma de fogo e de equipamentos próprios do profissional de segurança pública. Bons estudos!
O uso legítimo da força - Legislação internacional - De acordo com o artigo 29 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, os órgãos de segurança pública têm por missão garantir a paz e a segurança da comunidade, bem como a segurança de cada cidadão, impondo, caso necessário, para o respeito e o cumprimento da lei, usar da força e de armas de fogo.
- Limite - O uso da força e das armas de fogo é limitado por leis e regulamentos, pois não sendo respeitados estes limites, o agente de segurança pública responderá criminalmente pelo excesso cometido.
- Letalidade - Muito se discute a respeito dos equipamentos não letais utilizados pelas forças de segurança, pois o bem jurídico mais importante é a vida.
Estes equipamentos utilizados de forma errada podem levar à morte. Assim, se faz necessário o treinamento dos funcionários encarregados de aplicar a lei.
Equipamentos não letais - Armas especificamente projetadas e empregadas para incapacitar pessoal ou material, ao mesmo tempo em que minimizam mortes, ferimentos permanentes no pessoal, causam danos indesejáveis à propriedade e comprometimento do meio ambiente (Allen Holmes – então Subsecretário de Defesa EUA, por ocasião da II Conferência de Defesa Não Letal, na Virgínia, em 1996).
A Secretaria Nacional de Segurança Pública - SENASP, situada em Brasília, promove seminários a respeito das tecnologias não letais, visando equipar seus órgãos e propiciar treinamento aos homens e mulheres que compõem o quadro de segurança pública.
Armas não letais - Armas não letais são aquelas projetadas para degradar a capacidade do pessoal ou do material e, simultaneamente, evitar baixas não desejadas (Grupo de Assessoria em Pesquisa e Desenvolvimento Aeroespacial da OTAN).
Possuem efeitos relativamente reversíveis sobre pessoal e material.
Clique aqui e conheça alguns exemplos de equipamentos e armas não letais.
Vamos relembrar alguns equipamentos e armas não letais.
- Bastão tonfa: É um armamento individual, portátil, leve, resistente e durável, pode ser utilizado em ações de controle de multidões, obedecendo às peculiaridades da situação.
Embora possua como característica básica a defesa, pode ser empregado com técnicas ofensivas, sendo que as duas técnicas de emprego visam inibir agressões à mão livre, contra chutes, agressores armados com materiais perfurocortantes etc.
No atendimento de ocorrências, o policial terá um mecanismo de apoio entre a utilização das técnicas de defesa à mão livre e o emprego da arma de fogo.
- Elastômero – Munição de borracha: O elastômero, mas conhecido como bala de borracha, não transfixa a pele da pessoa atingida. Porém, pode causar danos e até o óbito

Outros materiais