Buscar

Texto renal (reabsorcao_e_secrecao_tubulares_texto_corrigido.pdf)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

1 
 
Reabsorção e Secreção Tubulares 
 
 
 O néfron é a unidade funcional do rim. Ele é constituído pelo corpúsculo renal 
(glomérulo e cápsula de Bowman) e os túbulos renais que formam o túbulo proximal, 
alça de Henle, túbulo distal e ducto coletor. O trabalho de milhões de néfrons resulta na 
formação da urina. Cerca de 20 % do plasma que atinge o rim são ultrafiltrados pelos 
glomérulos, levando à formação de 100 a 120 mL/min de ultrafiltrado em média. 
Entretanto, apenas 1 a 2 mL por minuto são eliminados como urina, e o restante é 
reabsorvido da luz tubular para o espaço peritubular. 
 Ao lado deste intenso processo de reabsorção temos outro, igualmente 
importante, o de secreção tubular. Este se caracteriza pelo transporte de substâncias do 
espaço peritubular (vasos e interstício) para a luz tubular. Este processo permite a 
excreção urinária de substâncias que não passaram pela barreira dos capilares 
glomerulares. Portanto, a formação da urina resulta de três processos: (1) filtração 
glomerular; (2) reabsorção tubular; (3) secreção tubular. 
 O túbulo renal é formado por uma parede de epitélio simples, ou seja, uma única 
camada de células que repousa sobre a membrana basal. A membrana apical ou luminal 
das células epiteliais renais está em contato direto com o fluido tubular. Ela apresenta 
diferentes canais iônicos, carreadores, trocadores e co-transportadores, de acordo com a 
necessidade de transporte do segmento, além de bombas de transporte ativo. A 
membrana basolateral é a que está em contato com o espaço intercelular e o capilar 
peritubular. Além de canais e vários tipos de transportes facilitados, a membrana 
basolateral apresenta uma densidade variável de bombas Na+ K+ ATPases. Essas 
bombas são transportadores dependentes de ATP, então, sua distribuição ao longo do 
néfron é diretamente proporcional ao segmento que possua maior quantidade de 
mitocôndrias, como acontece no túbulo contornado proximal e na porção espessa 
ascendente da alça de Henle. 
 A maior parte do transporte de solutos e de água no epitélio renal é realizada 
pela via transcelular (ou seja, através da célula). Mas o fluido e o soluto podem atingir o 
capilar pela via paracelular, que é através das junções estreitas (tight junctions) e do 
espaço intercelular. 
 
Túbulo Proximal 
 
 O túbulo proximal, porção que segue imediatamente o glomérulo, é responsável 
pela reabsorção da maior parte das substâncias que são filtradas no glomérulo. A maior 
parte de água, sódio e cloro filtrada pelo glomérulo (60–70% da carga filtrada) é 
reabsorvida pelo túbulo proximal. Cerca de 67% do cálcio e 98% da glicose filtrados 
são reabsorvidos no túbulo proximal. 
 A análise da composição química do fluido obtido do túbulo proximal mostra 
que a concentração de Na+ permanece idêntica à do plasma, assim como a 
osmolaridade. Estes dados indicam, então, que a reabsorção nesta região do néfron é 
acompanhada pela mesma proporção de água, portanto, uma reabsorção isosmótica. 
Glicose, aminoácidos, fosfatos, sulfatos ou outros ácidos orgânicos são reabsorvidos 
através de co-transporte com o Na+ (transporte ativo secundário), na membrana 
luminal, e é através de difusão que essas substâncias saem passivamente da célula pela 
membrana basolateral. 
 2 
 
O transporte de água através do túbulo proximal se faz tanto pela via transcelular 
quanto paracelular. A intensa reabsorção de Na+ e água ao longo do túbulo contornado 
proximal forma o gradiente químico que favorece a reabsorção passiva de outras 
substâncias permeáveis a este epitélio, como a uréia, o ácido úrico e os íons K+ e Cl-. 
É importante ressaltar que as células epiteliais do túbulo contorcido proximal 
apresentam microvilos, chamados de borda em escova, aumentando grandemente a área 
da superfície absortiva desse segmento. 
O túbulo proximal secreta hidrogênios e íons orgânicos, além de NH3, creatinina 
e substâncias exógenas como a penicilina e a furosemida. 
 
Alça de Henle 
 
 A alça de Henle é dividida em porção fina descendente, porção fina ascendente e 
porção espessa ascendente. 
 O epitélio da porção fina descendente possui poucas mitocôndrias e 
microvilosidades. É bastante permeável à água e estando exposto a um interstício 
medular hipertônico, o segmento fino descendente reabsorve cerca de 20% da água que 
é filtrada, em resposta à hipertonicidade do interstício. 
 A porção fina ascendente apresenta um epitélio impermeável à água e altamente 
permeável ao Na+, Cl- e uréia. A reabsorção do Na+ e Cl- é feita por um processo 
passivo, na sua maioria. A uréia é secretada passivamente para o interior do túbulo. 
 O fluido que atinge a dobradura da alça de Henle é bastante concentrado (devido 
à grande reabsorção de água no ramo descendente fino). Agora, à medida que caminha 
pela porção ascendente, dilui-se por perda de soluto. 
 A porção espessa da alça de Henle, que também é impermeável à água, é 
responsável pela reabsorção de 25% da carga filtrada de sódio. A Na+/K+ ATPase 
presente na membrana basolateral gera um gradiente eletroquímico que favorece a 
entrada do Na+ pela membrana luminal (apical) através de um co-transporte 
Na+/K+/2Cl-. Os diuréticos de alça (furosemida) inibem esse sistema de co-transporte, 
aumentando a excreção urinária destes íons. No espaço intracelular, o Na+ é ativamente 
transportado para o interstício através da Na+/K+ ATPase na membrana basolateral. O 
Cl- e o K+ se difundem através de canais na membrana basolateral. Outros cátions, 
como o Ca2+ e o Mg2+, são reabsorvidos pelos espaços intercelulares laterais (via 
paracelular). Cerca de 60% do Mg2+ filtrado são reabsorvidos neste segmento. 
 
Túbulo Distal 
 
 É a continuidade do segmento cortical da porção espessa ascendente da alça de 
Henle, estendendo-se da mácula densa até o ducto coletor. A parte inicial deste 
segmento também é impermeável à água. Apresenta, na membrana luminal, um co-
transporte de Na+/Cl-. O sódio é transportado ativamente através da membrana 
basolateral pela Na+/K+ ATPase. O Cl- sai por mecanismo passivo através de canal 
específico. 
 
Ducto Coletor 
 
 É dividido em cortical, medular externo e medular interno, apresentando dois 
tipos de células: as principais e as intercaladas. O transporte dos principais sais no ducto 
coletor é controlado por mineralocorticóides como a aldosterona. Este hormônio 
 3 
estimula a reabsorção de sódio. O fator natriurético atrial inibe a reabsorção do sódio no 
coletor medular por um mecanismo mediado pelo GMPc. 
 O transporte de água no ducto coletor (e também no túbulo distal final) varia 
com a concentração plasmática do hormônio antidiurético (ADH), que altera a 
permeabilidade destes segmentos à água ( absorção de água pelas células principais). 
Assim, com a absorção de água pelos ductos coletores cortical e medular externo, a 
uréia fica mais concentrada no líquido tubular. Além disso, na presença do ADH, o 
ducto coletor medular interno fica permeável à uréia. Então, aumentando a concentração 
e a permeabilidade da uréia, esta se difunde para o líquido intersticial da medula interna. 
 
 
Questões dirigidas (utilize o texto acima e a bibliografia indicada 
para responder as seguintes questões): 
 
 
1. Identifique as etapas de formação da urina 
2. Identifique a contribuição da secreção e reabsorção tubulares na modificação do 
ultrafiltrado. 
3. Cite as principais porções tubulares. 
4. Reconheça as principais substâncias que são reabsorvidas e/ou secretadas nas 
diversas porções tubulares. 
5. Explique o papel do hormônio antidiurético (ADH) na formação da urina. 
6. Explique o papel do hormônio aldosterona atuando nos túbulos renais.BIBLIOGRAFIA 
 
 
GUYTON A.C., HALL J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 10. ed. Rio de 
Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2002. 
BERNE R.M., LEVY M.N. Fisiologia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2004. 
AIRES M.M. Fisiologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. 
CONSTANZO, L. S. Fisiologia. 2ª ed., São Paulo: Elsevier

Outros materiais