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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA DO TRIBUNAL DO JURI DA COMARCA DE... PROCESSO Nº LUIZ, já devidamente qualificado nos autos em epígrafe, através de seu advogado, esta que subscreve (procuração anexa), vem a presença de Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 406 do Código de Processo Penal, apresentar RESPOSTA A ACUSAÇÃO, pelos fatos e fundamentos que se seguem. DOS FATOS Segundo consta na denúncia, no dia 21 de março de 2012 o acusado estava saindo de seu trabalho quando foi surpreendido por José, que o esperava do lado de fora, e ao avistá-lo, correu em sua direção apontando um facão para sua cabeça. Sem saber o motivo daquela injusta agressão e bastante assustado, o denunciado temendo pela sua vida, sacou sua arma e atirou em seu agressor, que morreu instantaneamente, informa ainda que no momento da agressão, haviam duas testemunhas no local. DO DIREITO O mérito da denuncia trata-se de suposta prática de crime doloso contra a vida, nos moldes do Art. 121, do Código Penal, no entanto, de acordo com os fatos, o acusado não esperava pela vítima, nem sabia que esta estaria aguardando-o na saída de seu trabalho, sendo assim, não há que se falar em crime doloso. Ainda conforme relatado, a vitima correu em direção ao acusado armado com um facão, apontado para sua cabeça deixando clara sua intenção de atingi-lo obrigando o acusado de se defender para salvar sua vida. Inicialmente cumpre esclarecer que a respeitável denuncia não merece prosperar, pois conforme narrado, resta configurada a legítima defesa, uma vez que o acusado foi agredido injustamente pela “vitima”, não deixando outra opção para ele senão agir em legitima defesa, o que acabou ocasionando a morte de José, conforme prescreve o Art. 23, II e 25 do CP: “Art. 23. Não há crime quando o agente pratica o fato: (...) II. Em legítima defesa (...).” “Art. 25. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.” Diante do exposto, o réu não pode ser culpado de uma conduta que ele mesmo não esperava, utilizando somente dos meios que dispunha naquele momento para se defender da “vitima”, sendo ela, a única e exclusiva culpada pelo resultado do ocorrido. Portanto, não há como imputar a prática criminosa descrita no Art. 121, CP ao acusado, pois conforme os fatos relatados, trata-se da excludente legítima defesa, devendo o réu ser absolvido sumariamente, conforme Art. 397, I, CPP. DOS PEDIDOS: Isto posto, requer que seja aplicado o art. 386, VI do Código de Processo Penal, a fim de absolver o denunciado, diante da existência de circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu da pena e consequentemente a aplicação do art. 397, I, CPP. Requer que seja feita oitiva das testemunhas que presenciaram os fatos (rol em anexo). Nestes Termos, Pede deferimento. Local, 11 de maio de 2012. Assinatura do Advogado. OAB (nº)/ UF
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