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UNA IPOLI - Engenharia MecânicaUNA IPOLI - Engenharia Mecânica REFRIGERAÇÃO E CONFORTO AMBIENTAL (Parte-1) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 1Professor: Guilherme Lima UNA IPOLI - Engenharia Mecânica Refrigeração e conforto ambiental 1. Introdução a Refrigeração 2. Ciclos de Refrigeração 3. Compressores, condensadores, evaporadores, dispositivos de expansão 4. Refrigerantes 5. Ciclo de refrigeração por absorção e outros UNA IPOLI - Engenharia Mecânica Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 2 6. Aplicações de Refrigeração 7. Introdução ao conforto ambiental 8. Psicrometria 9. Conforto Térmico 10. Corpos Térmicos 11. Controle de Ar Condicionado 12. Aplicações de Ar Condicionado Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 2 UNA IPOLI - Engenharia Mecânica 1- INTRODUÇÃO A REFRIGERAÇÃO 1.1- Definição Refrigeração é o processo de remoção de calor de um meio, reduzindo sua temperatura e mantendo essa condição por meios naturais ou mecânicos. Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 3 1956- Kelvinator UNA IPOLI - Engenharia Mecânica 1- INTRODUÇÃO A REFRIGERAÇÃO 1.1- Definição (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 4 1917- Brastemp Side by side UNA IPOLI - Engenharia Mecânica 1- INTRODUÇÃO A REFRIGERAÇÃO 1.2- Histórico • Século X AC: Os chineses usavam o gelo natural, colhido nas superfícies dos rios e lagos congelados, e conservava-os cuidadosamente em poços, cobertos com palha e cavados na terra, com a finalidade de preservar as folhas de chá que consumiam. • Século V AC: As civilizações gregas e depois as romanas também aproveitavam o gelo colhido no alto das montanhas, para Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 5 também aproveitavam o gelo colhido no alto das montanhas, para a conservação de alimentos, preparo de bebidas e alimentos gelados. • Final do século XVII: Com a invenção do microscópio, verificou- se a existência de microorganismos (micróbios, bactérias), invisíveis a olho nu. Estudos realizados na época demonstraram que alguns tipos de bactérias eram responsáveis pela putrefação dos alimentos e por muitos tipos de doenças. Verificou-se, que a contínua reprodução das bactérias podia ser impedida pela aplicação do frio. UNA IPOLI - Engenharia Mecânica 1.2- Histórico (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 6 1852- Produção de gelo natural UNA IPOLI - Engenharia Mecânica 1.2- Histórico (cont.) • Século XVIII: Grande expansão da indústria do gelo natural, que até então se mostrava incipiente. Aumentou-se a possibilidade de conservação de alimentos frescos, mantendo todas as suas qualidades, durante um período de tempo maior, visto que, anteriormente, a conservação dos alimentos era obtida através de tratamentos como a salgação, a defumação ou o uso de condimentos. • 1834: Foi inventado nos EUA o primeiro sistema mecânico Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 7 • 1834: Foi inventado nos EUA o primeiro sistema mecânico de fabricação de gelo artificial e, que constituiu a base precursora dos atuais sistemas de compressão frigorífica. • 1855: Surgiu na Alemanha, outro tipo de mecanismo para a fabricação do gelo artificial, baseado no princípio da absorção, descoberto em 1824 pelo físico e químico inglês Michael Faraday. Nessa época, havia a crença de que o gelo produzido pelo homem era prejudicial à saúde humana. UNA IPOLI - Engenharia Mecânica 1884- Comércio de gelo em Nova Iorque Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 8 UNA IPOLI - Engenharia Mecânica • 1890: Fraco inverno nos Estados Unidos não permitiu formação de gelo natural, obrigando o uso do gelo artificial, mais puro e podia ser produzido conforme as necessidades de consumo. • Fim do século XIX: Começaram a ser fabricados os primeiros refrigeradores (ou geladeiras). Tais aparelhos eram constituídos simplesmente por um recipiente, isolado por meio de placas de cortiça, dentro do qual eram colocadas pedras de gelo e os alimentos a conservar. Surgiram as usinas de fabricação de gelo artificial, visto que ainda não era possível a produção do gelo 1.2- Histórico (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 9 artificial, visto que ainda não era possível a produção do gelo doméstico, sendo, as pedras de gelo, entregues nas residências para que fossem colocadas no interior das mesmas. • 1913: Com o surgimento da eletricidade, foram construídos pequenos motores permitindo a construção do primeiro refrigerador doméstico, com operação manual, exigindo atenção constante, muito esforço e apresentando baixo rendimento. • 1918: Apareceu o primeiro refrigerador automático, movido a eletricidade, e que foi fabricado pela Kelvinator Company, dos EUA. UNA IPOLI - Engenharia Mecânica Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 10 1862- Máquina de gelo de Carré 1900- Ice box UNA IPOLI - Engenharia Mecânica Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 11 1920- Refrigerador Comercial 1923- Refrigerador Doméstico UNA IPOLI - Engenharia Mecânica O que acontece ao usar um desodorante aerosol ????? 2- CICLOS DE REFRIGERAÇÃO 2.1- Conceito Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 12 UNA IPOLI - Engenharia Mecânica • Ao apertar a válvula do desodorante, liberamos o fluido pressurizado com gás que irá vaporizar-se, abaixando bruscamente a temperatura. • Esse princípio é muito empregado na refrigeração, que é a queda de temperatura que sofre um gás comprimido ao expandir-se, sendo o desodorante chamado de refrigerante. 2.1- Conceito (cont.) O que acontece ao usar um desodorante aerosol ? Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 13 • Para evitar o consumo exagerado de refrigerante, transformamos essa experiência em um ciclo fechado, confinando o refrigerante em tubulações, comprimindo-o continuamente através de um compressor e deixando-o vaporizar em um evaporador. • Esse processo, empregado pela maioria dos refrigeradores, é chamado de compressão mecânica de vapor, sendo baseado no ciclo de Carnot Reverso (teórico). UNA IPOLI - Engenharia Mecânica • O vapor entra no compressor, onde é comprimido e bombeado, tornando-se vapor superaquecido e deslocando-se para o condensador. • O condensador tem a função de liberar a energia retirada do meio interno refrigerado e resultante do trabalho de compressão para o meio exterior. • O fluido, após liberar sua energia, passa do estado Congelador Condensador Evaporador D i s p . E x p a n s ã o 2.1- Conceito (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 14 • O fluido, após liberar sua energia, passa do estado de vapor superaquecido para liquido (condensa) e, finalmente, entra no dispositivo de expansão, onde tem sua pressão reduzida para, novamente passar no evaporador e repetir-se, assim, o ciclo. Refrigerador doméstico Compressor UNA IPOLI - Engenharia Mecânica ALTA PRESSÃO Compressor Qe Qs 2.1- Conceito (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 15 Evaporador BAIXA PRESSÃO Dispositivo de expansão Condensador UNA IPOLI - Engenharia Mecânica � Energia: - É a capacidade de realizar trabalho, podendo existir sob diversas formas: 2.2- Recordação da termodinâmica � Térmica. � Mecânica. � Química. � Elétrica. � Atômica. � Luminosa, etc. Refrigeraçãoe conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 16 � Luminosa, etc. - A energia pode ser transformada de uma forma para outra, ex. uma bateria pode acionar um motor elétrico (energia química transformada em energia mecânica) ou aquecer uma resistência elétrica ( energia química transformada em energia térmica). - Num sistema fechado, a energia não pode ser criada ou destruída(princípio da conservação da energia). - A energia é medida em Joule (J) = N.m = Kg.m2/s2 UNA IPOLI - Engenharia Mecânica � Calor (Q): - Calor é uma forma de energia transferida de um corpo a outro devido às diferenças de temperatura. No processo de aquecimento temos a energia térmica sendo transferida da chama (que tem elevada temperatura) para o corpo (que tem baixa temperatura). - O calor pode ser trocado de um corpo a outro por três processos: a condução, a convecção e a radiação. 2.2- Recordação da termodinâmica (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 17 � Condução: há necessidade de um meio sólido para a transferência do calor. � Convecção: necessita de um meio fluido, no qual o calor é levado por esse de um corpo a outro. � Radiação, é a transferência de calor de um corpo a outro por meio de ondas eletromagnéticas. UNA IPOLI - Engenharia Mecânica � Calor (Q) : - O calor, sendo uma energia, é medido em Joule (J) no SI. - Também pode ser medido em BTU (British Thermal Unit) ou Calorias (cal ou kcal). - Um BTU é definida como a quantidade de energia necessária para se elevar a temperatura de uma massa de uma libra de água de 59,5º F a 60,5º F, sob pressão constante de 1 atmosfera. 2.2- Recordação da termodinâmica (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 18 - Uma caloria é definida como a quantidade de energia necessária para elevar a temperatura de uma massa de um grama de água de 14,5 ºC para 15,5 ºC, sob pressão constante de 1 atmosfera. - 1 BTU = 1055 Joule - 1 caloria = 4,186 Joule OBS.: SI => Sistema Internacional ES => English System UNA IPOLI - Engenharia Mecânica � Trabalho (W) : - Trabalho é uma forma de energia mecânica capaz provocar movimento de um corpo. - Em física, trabalho é uma medida da energia transferida pela aplicação de uma força ao longo de um deslocamento. - Em refrigeração, tem-se o processo de compressão como exemplo mais simples de aplicação do conceito de trabalho. - Dentro do compressor, há um pistão realizando trabalho sobre um 2.2- Recordação da termodinâmica (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 19 - Dentro do compressor, há um pistão realizando trabalho sobre um determinado volume de fluido refrigerante que é comprimido. O pistão se movimenta porque recebe energia mecânica do eixo do compressor, alimentado pela rede elétrica. W = F X d No SI: W = N.m = Joule (J) ES: W = Lb.ft (libra.pé) UNA IPOLI - Engenharia Mecânica � Potência (W/t) : P = W / t = (F X d) / t − Em física, potência é a grandeza que determina a quantidade de energia concedida por uma fonte a cada unidade de tempo. − Em outros termos, potência é a rapidez com a qual uma certa quantidade de energia é transformada ou é a rapidez com que o trabalho é realizado. 1 HP = 2545 BTU/h 2.2- Recordação da termodinâmica (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 20 P = W / t = (F X d) / t No SI: P = N.m / s = J/s = Watt No ES: P = Lb.ft / s 1 HP = 746 Watts 1 HP = 550 lbf.ft/s 1 HP = 2545 BTU/h 1 HP = 1,0138 cv (cavalo vapor) 1 TR = 3517 Watts 1 TR = 12000 BTU/h 1 TR = 3024 kcal/h OBS.: TR => Tonelada de Refrigeração Quantidade de calor necessário para transformar uma tonelada de gelo a 0 ºC em água a 0 ºC, em 24 horas. UNA IPOLI - Engenharia Mecânica No século 18, James Watt, o inventor do motor a vapor, realizou medições de potência em cavalos, concluindo que um cavalo poderia levantar 550 lbf de água na velocidade de 1 pé Como surgiu o hp ? 2.2- Recordação da termodinâmica (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 21 de água na velocidade de 1 pé por segundo. Assim, a potência das máquinas começaram a ser comparadas à potência dos cavalos, surgindo assim: Hp = horsepower = 746 watt 1 hp = 550 lb.ft/s Ou 1 hp = 33.000 lb.ft/min UNA IPOLI - Engenharia Mecânica � Estados da matéria � Sólido � Líquido � Vapor Mudança de estados físicos 2.2- Recordação da termodinâmica (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 22 UNA IPOLI - Engenharia Mecânica � Temperatura (T) : − A temperatura é associada à agitação molecular de um corpo. − Quanto mais quente um corpo, maior sua agitação molecular. − Do ponto de vista subjetivo, a temperatura está associada a uma sensação térmica de quente e de frio. − Para medir a temperatura dos corpos foram criados os termômetros. − Os mais comuns são os termômetros de coluna, os termopares, � Temperatura (T) : 2.2- Recordação da termodinâmica (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 23 − Os mais comuns são os termômetros de coluna, os termopares, infravermelho, bimetálicos e as termoresistências. − Diversas escalas de temperatura são utilizadas, tais como: Kelvin (K), Celsius (C) e Fahrenheit (F). � TC = (TF-32)/1,8 � TC = TK - 273,15 UNA IPOLI - Engenharia Mecânica Termômetros Infravermelho 2.2- Recordação da termodinâmica (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 24 Coluna Digital com resistência Bimetálico Termopar UNA IPOLI - Engenharia Mecânica − A pressão é definida pela componente normal de uma força aplicada sobre a área de uma superfície. − A pressão aplicada em um fluido é igual em todas as direções. − A pressão padrão é obtida ao nível do mar e ela se reduz com o aumento da altitude, pois a coluna de ar torna-se menor. − No SI, a unidade de pressão é o Pascal, que resulta de uma força de 1 Newton aplicada em uma superfície com a área de 1 metro quadrado. � Pressão (p) : 2.2- Recordação da termodinâmica (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 25 Newton aplicada em uma superfície com a área de 1 metro quadrado. − A pressão atmosférica ao nível do mar é 101.325 Pa. � 1 Pa = 1 N/m2 � 1 atm = 101.325 Pa = 101,325 KPa � 1 bar = 100 KPa � 1 atm = 760 mmHg = 10 mca � 1 atm = 14,7 psi (lbf/in2) � 1 psi = 6,89 KPa UNA IPOLI - Engenharia Mecânica � Pressão Relativa: é a pressão medida em relação à pressão atmosférica, tomada como unidade de referência. � Pressão Absoluta: é a soma da pressão relativa e atmosférica, também se diz que é medida a partir do vácuo absoluto. Pressão Negativa ou Vácuo: É quando um sistema tem pressão relativa menor que a pressão atmosférica. Pressão Diferencial: é a diferença entre 2 pressões, sendo representada pelo símbolo ∆ delta P. Essa diferença de pressão normalmente é utilizada 2.2- Recordação da termodinâmica (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 26 pelo símbolo ∆ delta P. Essa diferença de pressão normalmente é utilizada para medir vazão, nível, pressão, etc. � Pressão Estática: é o peso exercido por um líquido em repouso ou que esteja fluindo perpendicularmente a tomada de impulso, por unidade de área exercida. � Pressão Dinâmica ou Cinética: é a pressão exercida por um fluido em movimento. É medida fazendo a tomada de impulso de tal forma que recebe o impacto do fluxo. � Instrumentos para medição de pressão: é o manômetro, que pode ser de coluna, Bordon, digital (sensor piezoresistivo) UNA IPOLI - EngenhariaMecânica Digital Manômetros 2.2- Recordação da termodinâmica (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 27 Bordon Coluna UNA IPOLI - Engenharia Mecânica Pressão absoluta2.2- Recordação da termodinâmica (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 28 UNA IPOLI - Engenharia Mecânica − Também chamada de massa volumétrica, é a relação da massa de um corpo pelo seu volume, medido em Kg/m3 ou g/dm3. − Densidade relativa é a relação entre a densidade absoluta de uma substância e a massa volúmétrica da água, sendo uma grandeza adimensional. � Densidade absoluta (ρ) ρ = massa / volume 2.2- Recordação da termodinâmica (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 29 UNA IPOLI - Engenharia Mecânica Tabela de densidade (pressão 1 atm) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 30 UNA IPOLI - Engenharia Mecânica − É a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de 1 Kg de um corpo em 1 ºC. � Calor específico (c) Calor específico MATERIAL kcal/(kgºC) kJ/(kgºC) água 1,000 4,186 álcool 0,580 2,428 alumínio 0,215 0,900 ar 0,240 1,005 carbono 0,120 0,502 chumbo 0,031 0,130 cobre 0,091 0,381 ferro 0,112 0,469 gelo 0,500 2,093 hélio 1,250 5,233 2.2- Recordação da termodinâmica (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 31 hélio 1,250 5,233 hidrogênio 3,400 14,232 latão 0,092 0,385 madeira 0,420 1,758 mercúrio 0,033 0,138 nitrogênio 0,250 1,047 ouro 0,032 0,134 oxigênio 0,220 0,921 prata 0,056 0,234 rochas 0,210 0,879 vidro 0,160 0,670 zinco 0,093 0,389 UNA IPOLI - Engenharia Mecânica − É uma grandeza física que mede a capacidade de uma substância em conduzir o calor. − Permite distinguir os bons dos maus condutores de calor, ex. os metais são bons condutores de calor e a madeira não. − Pode ser definida como a energia transferida sob a forma de calor e por segundo, através de uma superfície com 1 m2 de área e 1 m de espessura, quando a diferença de temperaturas entre as duas faces dessa superfície é de 1 K. − No Sistema Internacional (SI), a unidade empregada é o watt por metro e por kelvin � Condutividade térmica (k) 2.2- Recordação da termodinâmica (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 32 − No Sistema Internacional (SI), a unidade empregada é o watt por metro e por kelvin (W/(mK)). − Quanto maior for a condutividade térmica de um material, melhor condutor ele é. − A quantidade de energia transferida, sob a forma de calor (Q), por um material, num dado intervalo de tempo (∆t) pode ser dada pela seguinte expressão: Onde: k => condutividade térmica do material A => área do material T=> Temperatura superior – T inferior L=> espessura do material Q/∆t = k.A. ∆T / L UNA IPOLI - Engenharia Mecânica − É uma grandeza física que indica o nível de energia por unidade de massa em que se encontra a substância devido a sua energia interna e a sua pressão. − É a energia que fica armazenada nas substâncias (energia interna), a espera que sofra alguma transformação para que seja alterada ou liberada. − A unidade no SI é o kJ/kg. � Entalpia específica (h) 2.2- Recordação da termodinâmica (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 33 − A entalpia de um fluido refrigerante numa dada pressão pode ser do líquido saturado (hlíquido), do vapor saturado (hvapor) e da entalpia de mudaça de fase ou de vaporização (hlv). − Durante a mudança de fase, temos o calor latente de fusão (Lfusão) e o calor latente de vaporização (Lvapor) UNA IPOLI - Engenharia Mecânica � Entalpia específica (cont.) T (ºC) P (kPa) hliquido (kJ/kg) hvapor (kJ/kg) hlv (kJ/kg) -10 201,7 186,72 392,28 205,56 40 1017,1 256,53 419,82 163,28 ÁGUA 2.2- Recordação da termodinâmica (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 34 Substância Lfusão Lvaporização Água (SI) 334,88 kJ/kg 2260 kJ/kg Água 80kcal/ kg 540 kcal/kg UNA IPOLI - Engenharia Mecânica − É a medida das trocas de energia de um sistema com o meio. − A entropia de um sistema é a medida de seu grau de desorganização. − Em qualquer processo natural, a entropia do sistema sempre aumenta. − A unidade no SI é o kJ/(kg.K). � Entropia específica (s) 2.2- Recordação da termodinâmica (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 35 − O termo entropia se originou a partir do grego entropêe, que significa “em mudança”. ∆S = ∆E / T ∆S = ∆Q / T s = S / massa UNA IPOLI - Engenharia Mecânica − Processo reversível: é aquele em que o sistema pode, espontaneamente, retornar à situação (ou estado) original. − Processo irreversível: é aquele cujo sistema não pode, espontaneamente, retornar ao estado original. − Em processos reversíveis não há aumento de entropia (∆S = 0). � Entropia específica (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 36 UNA IPOLI - Engenharia Mecânica 2.2.1- Leis da Termodinâmica • “Se dois corpos estiverem em equilíbrio térmico com um terceiro, estarão em equilíbrio térmico entre si.“ • Quando um corpo é aquecido ou resfriado ocorrem mudanças em suas propriedades físicas: a maior parte dos sólidos, líquidos e gases, aumentam seu volume quando aquecido. � Lei Zero 2.2- Recordação da termodinâmica (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 37 seu volume quando aquecido. • Os corpos de maior temperatura possuem maior energia térmica. Quando um corpo de menor energia térmica é colocado em contato com este, a tendência é de que a energia térmica flua, em parte, do corpo de maior temperatura até o corpo de menor temperatura. Quando os dois corpos atingem a mesma temperatura, cessa a troca de energia. Lei Zero => PV = nRT Onde (para gases perfeitos): P : pressão do gás V : volume do gás T :temperatura n : número de moles do gás R :constante igual a 8,3149 J/kg.mol.K. UNA IPOLI - Engenharia Mecânica 2.2.1- Leis da Termodinâmica (cont.) • “A energia total transferida para um sistema é igual à variação de sua energia interna, ou seja, em todo processo natural, a energia do universo se conserva sendo que a energia do sistema quando isolado é constante”. • Lei da conservação da energia, o calor recebido por um sistema é igual à soma entre a variação da energia interna do sistema e o trabalho efetuado pelo sistema. � Primeira Lei Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 38 trabalho efetuado pelo sistema. Onde: ∆U : variação da energia interna do sistema Q : calor fornecido W : trabalho realizado pelo sistema 1ª Lei => ∆U = Q - W UNA IPOLI - Engenharia Mecânica • “Se um processo irreversível ocorre num sistema fechado, a entropia S do sistema sempre aumenta, ela nunca diminui”. • A variação de entropia de um sistema isolado é sempre positiva ou nula. • Em processos reversíveis não há aumento de entropia (∆S = 0). • O calor não pode fluir, de forma espontânea, de um corpo de � Segunda Lei 2.2.1- Leis da Termodinâmica (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 39 temperatura menor, para um outro corpo de temperatura mais alta (Clausius). • O sentido natural do fluxo de calor é da temperatura mais alta para a mais baixa, e que para que o fluxo seja inverso é necessário que um agente externo realize um trabalho sobre este sistema. • É impossível a construção de uma máquina que, operando em um ciclo termodinâmico, converta toda a quantidade de calor recebido em trabalho (Kelvin-Planck).2ª Lei =>∆S ≥ 0 UNA IPOLI - Engenharia Mecânica Segunda Lei 2.2.1- Leis da Termodinâmica (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 40 UNA IPOLI - Engenharia Mecânica • “É impossível reduzir qualquer sistema à temperatura do zero absoluto mediante um número finito de operações” (Nernst). • A entropia de todos os corpos tende a zero quando a temperatura tende ao zero absoluto (zero Kelvin). � Terceira Lei 2.2.1- Leis da Termodinâmica (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 41 UNA IPOLI - Engenharia Mecânica 2.2.2 - Trocas de calor • Calor sensível => o calor aplicado altera apenas a temperatura. • Calor latente => o calor aplicado promove uma mudança de estado físico da matéria, uma mudança de fase. 100 120 Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 42 -40 -20 0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 Q (kcal) T ( º C ) S e n s í v e l Latente Sensível UNA IPOLI - Engenharia Mecânica 2.2.2 - Trocas de calor (cont.) Exemplo: Calcular a quantidade de calor necessária par aquecer uma massa de 1 Kg de gelo de -20ºC até 100ºC. Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 43 CALOR UNA IPOLI - Engenharia Mecânica Qtotal = [(m.csólido.∆T1) + (m.Lfusão) + (m.clíquido.∆T2)] Qtotal = [(1. 0,5. 20) + (1.80) + (1. 1. 100)] Qtotal = 10 + 80 +100 = 190 kcal Qtotal = 190 . 4,186 = 795,34 kJ Qtotal = 190 kcal = 795,34 kJ T (ºC) Q (kcal) -20 0 0 10 0 90 100 190 2.2.2 - Trocas de calor (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 44 -40 -20 0 20 40 60 80 100 120 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 Q (kcal) T ( º C ) S e n s í v e l Latente Sensível UNA IPOLI - Engenharia Mecânica Exercício 2.2.2- Calcular a quantidade de calor (kcal) necessária para o aquecimento de 25 Kg de gelo a – 40ºC até vapor a 100 ºC (pressão 1 atm). 2.2.2 - Trocas de calor (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 45 CALOR UNA IPOLI - Engenharia Mecânica Exercício 2.2.2- SOLUÇÃO Calcular a quantidade de calor (kcal) necessária para o aquecimento de 25 Kg de gelo a – 40ºC até vapor a 100 ºC (pressão 1 atm). Q1 => Gelo de -40ºC a 0 ºC Q2 => Fusão do gelo a 0 ºC Q3 => Aquecimento até 100 ºC 2.2.2 - Trocas de calor (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 46 Q3 => Aquecimento até 100 ºC Q4 => Vaporização a 100 ºC Q1 = m.cgelo.∆T1 = 25x0,5x40 = 200 kcal Q2 = m.Lfusão = 25x80 = 2000 kcal Q3 = m.clíquido.∆T2 = 25x1x100 = 2500 kcal Q4 = m.Lvaporização = 25x540 = 13500 kcal Qtotal = Q1+Q2+Q3+Q4 = 200+2000+2500+13500 Qtotal = 18.200 kcal UNA IPOLI - Engenharia Mecânica É um sistema térmico que continuamente transfere energia térmica (calor) de uma região de baixa temperatura para outra em alta temperatura. Como este fluxo contraria a tendência natural do calor, só é possível absorvendo trabalho externo. 2- CICLOS DE REFRIGERAÇÃO (cont.) 2.3- Definição Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 47 Fluxo natural de calor MEIO QUENTE MEIO FRIO Fluxo dissipado de calor Fluxo artificial de calor Trabalho externo Ciclo de refrigeração UNA IPOLI - Engenharia Mecânica 2.4- Tipos de ciclos de refrigeração �Ciclo de carnot reverso �Ciclo por compressão de vapor �Ciclo multi-estágios �Ciclo por absorção �Ciclo termo-elétrico Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 48 Equipamento de Refrigeração Calor que entra Calor que sai Trabalho que entra Qe Qs We UNA IPOLI - Engenharia Mecânica 2.5 - Ciclo de carnot reverso É composto por 4 processos reversíveis (dSi = 0), que são: � 1-2: Compressão adiabática isentrópica com entrada de trabalho We � 2-3: Compressão isotérmica com saída de calor Qs � 3-4: Expansão adiabática isentrópica com saída de trabalho Ws � 4-1: Expansão isotérmica com entrada de calor Qe Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 49 � 4-1: Expansão isotérmica com entrada de calor Qe Onde: Qe => Calor que entra Qs => Calor que sai ∆S => Variação de entropia do ciclo Tq => Temperatura quente Tf => Temperatura fria We => Entrada de trabalho Ws => Saída de trabalho A B UNA IPOLI - Engenharia Mecânica 2.5 - Ciclo de carnot reverso (cont.) 1ª Lei da Termodinâmica: Lei da Conservação da Energia, em um sistema térmico em regime estacionário, o somatório de energias que entram é igual ao somatório de energias que saem. Aplicando a 1ª Lei da Termodinâmica ao ciclo tem-se: Qe + We = Qs + Ws Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 50 Qe + We = Qs + Ws We – Ws = WL = Qs – Qe COPR = Qe / WL = Qe / (Qs-Qe) COPA = Qs / WL = Qs / (Qs-Qe) Onde: Qe => Calor que entra Qs => Calor que sai We => Entrada de trabalho Ws => Saída de trabalho WL => Trabalho líquido do ciclo COP => Coeficiente de Performance COP = Efeito Útil / Energia Gasta = EU / EG COPR => Coeficiente de Performance de Refrigeração COPA => Coeficiente de Performance de Aquecimento UNA IPOLI - Engenharia Mecânica dSr = dQ/T dQ = T x dSr ∫dQ = T x ∫dSr => Q = T x ∆S Qe = Tf + x ∆S = Área B Qs = Tq x ∆S = Área A+B WL = Qs – Qe = (Tq – Tf).∆S = Área A 2.5 - Ciclo de carnot reverso (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 51 WL = Qs – Qe = (Tq – Tf).∆S = Área A COPCR= Qe / WL = Tf x ∆S / [(Tq-Tf).∆S] = Tf / (Tq-Tf) COPCA= Qs / WL = Tq x ∆S / [(Tq-Tf).∆S] = Tq / (Tq-Tf) Assim: COPCR= Tf / (Tq-Tf) e COPCA= Tq / (Tq-Tf) Podemos ver que o COPC do ciclo de Carnot depende somente das temperaturas de trabalho do ciclo, em Kelvin UNA IPOLI - Engenharia Mecânica 2.6 - Refrigeração por compressão de vapor • A maioria dos refrigeradores utiliza a compressão mecânica de vapor. • Utiliza fluido refrigerante na tubulação que interliga o compressor, evaporador, condensador e o dispositivo de expansão. • O fluido refrigerante circula em um circuito fechado, sofre transformações termodinâmicas,havendo trocas de calor e trabalho. • O fluido refrigerante entra no evaporador a baixa pressão, na forma de mistura de líquido mais vapor, e retira energia do meio interno refrigerado enquanto vaporiza-se e passa para o estado de vapor. Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 52 enquanto vaporiza-se e passa para o estado de vapor. • O vapor entra no compressor, onde é comprimido e bombeado, tornando- se vapor superaquecido e deslocando-se para o condensador. • O condensador tem a função de liberar a energia retirada do meio interno refrigerado e resultante do trabalho de compressão para o meio exterior. • O fluido, após liberar sua energia, passa do estado de vapor superaquecido para liquido (condensa) e, finalmente, entra no dispositivo de expansão, onde tem sua pressão reduzida para, novamente passar no evaporador e repetir-se, assim, o ciclo. UNA IPOLI - Engenharia Mecânica 2.6 - Refrigeração por compressão de vapor (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 53 Câmara frigorífica UNA IPOLI - Engenharia Mecânica 2.6 - Refrigeração por compressão de vapor (cont.) Diagrama Pressão X Entalpia de um Refrigerante C Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 54 UNA IPOLI - Engenharia Mecânica P r e s s ã o ( k P a ) 2.6.1- Ciclo teórico Refrigeração econforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 55 Componente Transformações do fluido refrigerante Evaporador Vaporização a baixa pressão Compressor Compressão Condensador Condensação a pressão elevada Dispositivo de expansão Expansão 1-2 => Compressão 2-3 => Condensação 3-4 => Expansão 4-1 => Vaporização Entalpia específica (kJ/Kg) UNA IPOLI - Engenharia Mecânica P r e s s ã o ( k P a ) Processo 1→2: Ocorre no compressor, sendo um processo adiabático reversível e, portanto, isentrópico. O refrigerante entra no compressor à pressão do evaporador (Pe) e com título igual a 1 (x =1). O refrigerante é então comprimido até atingir a pressão de condensação (Pc) e, ao sair do compressor está superaquecido à temperatura T2, que é maior que a temperatura de condensação TC. 2.6.1- Ciclo teórico (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 56 Entalpia específica (kJ/Kg) 1-2 => Compressão 2-3 => Condensação 3-4 => Expansão 4-1 => Vaporização Processo 2→3: Ocorre no condensador, sendo um processo de rejeição de calor, do refrigerante para o meio de resfriamento, à pressão constante. Neste processo o fluido frigorífico é resfriado da temperatura T2 até a temperatura de condensação TC e, a seguir, condensado até se tornar líquido saturado na temperatura T3, que é igual à temperatura TC. UNA IPOLI - Engenharia Mecânica P r e s s ã o ( k P a )Processo 3→4: Ocorre no dispositivo de expansão, sendo uma expansão irreversível a entalpia constante (processo isentálpico), desde a pressão Pc e líquido saturado (x=0), até a pressão de vaporização (Po). Observe que o processo é irreversível e, portanto, a entropia do refrigerante na saída do dispositivo de expansão (s4) será maior que a entropia do refrigerante na sua entrada (s3). 2.6.1- Ciclo teórico (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 57 Entalpia específica (kJ/Kg) 1-2 => Compressão 2-3 => Condensação 3-4 => Expansão 4-1 => Vaporização refrigerante na sua entrada (s3). Processo 4→1: Ocorre no evaporador, sendo um processo de transferência de calor a pressão constante (Po), conseqüentemente a temperatura constante (To), desde vapor úmido (estado 4), até atingir o estado de vapor saturado seco (x=1). Observe que o calor transferido ao refrigerante no evaporador não modifica a temperatura do refrigerante, mas somente muda sua qualidade (título). UNA IPOLI - Engenharia Mecânica � Existe queda de pressão nas linhas de descarga, líquido e de sucção assim como no condensador e no evaporador. � O processo de compressão, que no ciclo real é politrópico • Diferenças entre o ciclo real e o teórico: 2.6.1- Ciclo teórico (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 58 que no ciclo real é politrópico (s1 ≠ s2), e no processo teórico é isentrópico. � As diferenças entre ciclo real e teórico ocasionam redução no rendimento COP do ciclo real. UNA IPOLI - Engenharia Mecânica 2.6.2- Parâmetros importantes Símbolo Definição Fórmula Unidade Qe’ Potência de Refrigeração Qe’ = m’.(h1-h4) kW Wc’ Potência de Compressão Wc’ = m’.(h2-h1) kW COP Coeficiente de Performance COP = Qe’ / Wc’ SEM Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 59 Performance 1-2 => Compressão 2-3 => Condensação 3-4 => Expansão 4-1 => Vaporização P r e s s ã o ( k P a ) Entalpia específica (kJ/Kg) UNA IPOLI - Engenharia Mecânica Ex 2.6.1- Um ciclo padrão de compressão a vapor trabalha com um refrigerante tendo h1 = 200 kJ/kg , h2 = 250 kJ/kg, h4 = 25 kJ/kg., calcule: a) Coeficiente de performance COP. b) Sabendo que a vazão de refrigerante é de 2 kg/s, determine a potência do compressor. P r e s s ã o ( k P a ) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 60 1-2 => Compressão 2-3 => Condensação 3-4 => Expansão 4-1 => Vaporização P r e s s ã o ( k P a ) Entalpia específica (kJ/Kg) UNA IPOLI - Engenharia Mecânica Ex 2.6.1- Um ciclo padrão de compressão a vapor trabalha com um refrigerante tendo h1= 200 kJ/kg , h2 =250 kJ/kg, h4= 25 kJ/kg, calcule: a) Coeficiente de performance COP. b) Sabendo que a vazão de refrigerante é de 2 kg/s, determine a potência do compressor. SOLUÇÃO a) COP = m’ (h1-h4) / m’ (h2-h1) = (200-25) / (250-200) COP = 3,5 COP = 3,5 Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 61 b) Wc’ = m’ (h2-h1) = 2. (250-200) Wc’ = 100 kJ/s = 100 kW COP = 3,5 Wc’ = 100 kW UNA IPOLI - Engenharia Mecânica Ex 2.6.2- Um ciclo padrão de compressão a vapor trabalha com uma potência do compressor sendo de 120 kW, um coeficiente de performance COP= 3,75, h2 = 280 kJ/kg e h4 = 20 kJ/kg, calcule: a) Potência de Refrigeração b) Vazão de refrigerante Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 62 UNA IPOLI - Engenharia Mecânica Ex 2.6.2- Um ciclo padrão de compressão a vapor trabalha com uma potência do compressor sendo de 120 kW, um coeficiente de performance COP= 3,75, h2 = 280 kJ/kg e h4 = 20 kJ/kg, calcule: a) Potência de Refrigeração b) Vazão de refrigerante a) COP = Qe’ / Wc’ = 3,75 Qe’ = 3,75 . 120 = 450 kW Qe’ = 450 kW SOLUÇÃO Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 63 b) Qe’ = m’.(h1-h4) = 450 = m’.(h1-20) h1 = 450/m’+20 Wc’ = 120 = m’.(h2-h1) m’ = 120 / (280-h1), substituindo h1, temos: m’ = 120/ (280- 450/m’+ 20) m’ . (280-450/m’ + 20) = 120 300m’ – 450 = 120 m’ = (450 +120) / 300 = 570/300 m’ = 1,9 kg/s m’ = 1,9 kg/s UNA IPOLI - Engenharia Mecânica 2.6.3- Definições importantes • A transformação adiabática é aquela em que não há trocas de energia térmica entre o sistema e o meio exterior. Embora o gás não estabeleça trocas de energia térmica com o sistema externo, durante o processo, a pressão, o volume, a temperatura e a energia interna do gás variam, não permanecendo nenhuma dessas grandezas constante. • Quando um gás se dilata adiabaticamente, como qualquer outra expansão, ele efetua trabalho externo, sendo necessária energia para efetuá-lo. Nesse processo isotérmico, o gás tem que absorver energia térmica de uma fonte externa para � Adiabático (sem troca de energia) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 64 isotérmico, o gás tem que absorver energia térmica de uma fonte externa para efetuar trabalho. Se no processo adiabático não há essa troca de energia de uma fonte externa, o próprio gás deve realizar trabalho às custas de sua própria energia. • Uma expansão adiabática sempre vem acompanhada por uma diminuição da temperatura do gás, devido ao simples fato de que este necessita utilizar parte de sua energia interna para a realização deste trabalho. • Quando o gás é comprimido adiabaticamente o trabalho é efetuado no gás por um agente externo. A energia do gás é aumentada numa quantidade igual à quantidade de trabalho efetuado e, dado que não é cedida energia térmica pelo gás para o sistema externo durante a compressão, assim, a energia interna, adquirida pelo trabalho realizado sobre o gás, é acumulada como forma do aumento de temperatura do gás. UNA IPOLI - Engenharia Mecânica • A energia interna U se transforma em trabalho diretamente: U = Q – W, mas temos que Q = 0, já que o gás não recebe nem cede energia térmica do/para o ambiente externo, então:U = -W. • Com a perda de energia interna, há a realização do trabalho (aumento de volume) pelo gás e a diminuição de temperatura do mesmo.Em contrapartida se diminuirmos o volume, aumentarmos a energia interna do gás e � Adiabático (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 65 aumentarmos a energia interna do gás e consequentemente a temperatura. Esse é o princípio básico do Ciclo de Brayton e explica o funcionamento das turbinas a gás. • A curva que representa o processo adiabático aparece no gráfico. • Com cuidado pode-se observar que essa curva está entre as transformações isotermas T1 e T2. Assim como nos demais diagramas pV, a área debaixo da função representa o trabalho do processo. UNA IPOLI - Engenharia Mecânica • A transformação isotérmica é aquela em que, num processo termodinâmico de um gás ideal, a temperatura permanece constante durante o processo. • iso (igual) + thermo (temperatura). • Essa transformação também recebe o nome � Isotérmico (temperatura constante) 2.6.3- Definições importantes (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 66 de Lei de Boyle-Mariotte. • Boyle em 1660, químico irlandês, um dos primeiros cientistas a estabelecer uma diferenciação entre a química e a alquimia, enunciou a lei, segundo a qual, para determinada amostra de gás, o produto da pressão pelo volume ocupado pelo gás é constante quando a temperatura não varia. Em 1676 Mariotte, um físico francês, descobriu de forma independente a mesma lei. Por isso ela é chamada hoje de lei de Boyle-Mariotte. p . V = constante UNA IPOLI - Engenharia Mecânica • A transformação isobárica é aquela em que, num processo termodinâmico de um gás ideal, a pressão permanece constante durante o processo. • iso (igual) + bárica (pressão) • Essa transformação também recebe o nome de Lei de Charles e Gay-Lussac. • No século XVIII, o físico francês Jacques Alexandre César Charles descobriu essa relação entre volume e temperatura. � Isobárico (pressão constante) 2.6.3- Definições importantes (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 67 Charles descobriu essa relação entre volume e temperatura. Seu interesse surgiu a partir da prática do balonismo, sendo um dos primeiros a atingir a temperatura de 3000 m num balão de hidrogênio. Em 1787 formula a lei da proporção direta entre o volume e a temperatura de um gás a pressão constante. • Essas conclusões foram comprovadas experimentalmente por Joseph Louis Gay-Lussac no início do século XIX, sendo então oficialmente publicada. • Em síntese, a lei pode ser enunciada como: "Quando a pressão de uma amostra de gás permanece constante, a sua temperatura é diretamente proporcional ao seu volume." V / T = constante UNA IPOLI - Engenharia Mecânica • A transformação isocórica é aquela em que, num processo termodinâmico de um gás ideal, o volume permanece constante durante o processo. • iso (igual) + córica (volume) • Essa transformação também recebe o nome de Lei de Charles. • A lei pode ser enunciada como: � Isocórico (volume constante) 2.6.3- Definições importantes (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 68 • A lei pode ser enunciada como: "Com volume constante, a pressão de uma determinada massa de gás é diretamente proporcional a sua temperatura absoluta, ou seja, a razão entre pressão e temperatura é uma constante." • Ao volume constante, sendo a pressão do gás p e a sua temperatura T, essa relação pode ser expressa matematicamente por: p / T = constante UNA IPOLI - Engenharia Mecânica � Líquido Saturado: Se uma substância se encontra como líquido à temperatura e pressão de saturação, diz-se que ela está no estado de líquido saturado. � Líquido Sub-resfriado: Se a temperatura do líquido é menor que a temperatura de saturação, para a pressão existente, o líquido é chamado de líquido sub-resfriado (significa que a temperatura é mais baixa que a temperatura de saturação para a pressão dada), ou líquido comprimido, (significando ser a pressão maior que a pressão de saturação para a temperatura dada). 2.6.3- Definições importantes (cont.) Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 69 x = mv / (mv + mliq) x = mv / mtotal temperatura dada). � Título (x): Quando uma substância se encontra parte líquida e parte vapor, na temperatura de saturação (isto ocorre, em particular, nos sistemas de refrigeração, no condensador e no evaporador), a relação entre a massa de vapor e a massa total, isto é, massa de líquido mais a massa de vapor, é chamada de título (x). UNA IPOLI - Engenharia Mecânica FIM Parte 1 Continua... Refrigeração e conforto ambiental / Professor: Guilherme Lima 70 Continua...
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