Buscar

SLIDE DE AULA II Os valores sociais da literatura infantil

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 43 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 43 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 43 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Unidade II
OS VALORES SOCIAIS DA 
LITERATURA INFANTILLITERATURA INFANTIL
Prof. Adilson Oliveira
"– A vida, senhor Visconde, é um pisca-pisca. 
A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem 
para de piscar chegou ao fim, morreu. Piscar 
é abrir e fechar os olhos – viver é isso. É um 
dorme e acorda, dorme e acorda, até que 
dorme e não acorda mais [...] A vida das 
gentes neste mundo, senhor Sabugo, é isso. 
Um rosário de piscados. Cada pisco é um dia. 
Pisca e mama, pisca e brinca, pisca e estuda, 
pisca e ama, pisca e cria filhos, pisca e geme 
os reumatismos e por fim pisca pela últimaos reumatismos, e por fim pisca pela última 
vez e morre. – E depois que morre?, 
perguntou o Visconde. – Depois que morre, 
vira hipótese. É ou não é?!
(Monteiro Lobato)
Valores sociais da Literatura infantil
 Os contos de fadas 
 Etimologia do termo “fada”
 Os significados ocultos dos contos de 
fadas
 Os contos de fadas e as crianças
 Características dos contos de fadas
 A literatura infantil brasileira
 Monteiro Lobato
O d ó i lit á i lit t O pedagógico e o literário na literatura 
infantil
Os contos de fadas
 Os contos de fadas são uma variação do 
conto popular ou da fábula. Partilham 
com estes o fato de serem uma narrativa 
curta, transmitida oralmente, na qual o 
herói ou heroína tem de enfrentar 
grandes obstáculos antes de triunfar 
contra o mal. Caracteristicamente 
envolvem algum tipo de magia, de 
metamorfose ou de encantamento, e 
apesar do nome, animais falantes são 
muito mais comuns neles do quemuito mais comuns neles do que 
as fadas propriamente ditas. 
 Alguns exemplos: "Rapunzel", "Branca 
de Neve e os Sete Anões" e
"A Bela e a Fera".
Os contos de fadas
 Os contos, muitas vezes, começam pelo 
"Era uma vez", para salientar que os 
temas não se referem a um tempo e a um 
espaço específicos. O leitor encontra 
personagens e situações que fazem 
parte do seu cotidiano e do seu universo 
individual, com conflitos, medos e 
sonhos. A rivalidade de gerações, a 
convivência de crianças e adultos, as 
etapas da vida, bem como sentimentos 
que fazem parte de cada um sãoque fazem parte de cada um são 
apresentados para oferecer uma 
explicação do mundo que nos rodeia e 
nos permite criar formas de lidar
com isso. 
Etimologia da palavra “fada”
 A palavra portuguesa "fada" vem 
do latim fatum (destino, fatalidade, fado 
etc). O termo se reflete nos idiomas das 
principais nações 
europeias: fée em francês, fairy em 
ingles, fata em italiano, Fee em 
alemão e hada em espanhol. 
 No Brasil e em Portugal, os contos de 
fadas, na forma como são hoje 
conhecidos, surgiram em fins do século 
XIX, sob o nome de contos da 
carochinha. Esta denominação foi 
substituída por "contos de fadas" 
no século XX.
Origem das fadas
 Fadas são entidades fantásticas, 
características do folclore europeu 
ocidental. Apresentam-se como 
mulheres de grande beleza, imortais e 
dotadas de poderes sobrenaturais, 
capazes de interferir na vida dos mortais 
em situações-limite. 
Origem das fadas
 As fadas também podem ser diabólicas, 
sendo corriqueiramente denominadas 
"bruxas" em tal condição. Embora as 
bruxas "reais" sejam usualmente 
retratadas como megeras, nem sempre 
os contos descrevem fadas "do mal" 
como desprovidas de sua estonteante 
beleza.
Origem das fadas
 As primeiras referências às fadas 
surgem na literatura cortesã da Idade 
Média e nas novelas de 
cavalaria do Ciclo Arturiano, tomando 
por base textos-fonte de origem 
reconhecidamente céltico-bretã. Tal 
literatura destaca o amor mágico e 
imortal vinculado às figuras de fadas 
como Morgana e Viviana, o que 
evidencia o status social elevado das 
mulheres na cultura celtamulheres na cultura celta.
Características dos contos de fadas
 É muito comum a presença de fadas, de 
magia e de encantamentos.
 O núcleo problemático do conto 
é existencial (o herói ou a heroína 
buscam a realização pessoal).buscam a realização pessoal).
 Os obstáculos ou as provas constituem-
se num verdadeiro ritual de iniciação 
para o herói ou heroína do conto.
INTERVALO
Os significados ocultos dos contos 
de fadas
 Cada um dos principais contos de fadas 
é único, no sentido em que trata de uma 
predisposição falha ou doentia do eu. 
Logo que passamos do "era uma vez", 
descobrimos que os contos de fada 
falam de vaidade, gula, inveja, luxúria, 
hipocrisia, avareza ou preguiça - os "sete 
pecados capitais da infância". 
Os significados ocultos dos contos 
de fadas
 O conto de fadas oferece às crianças um 
palco onde elas podem representar seus 
conflitos interiores. As crianças projetam 
inconscientemente partes delas mesmas 
em vários personagens da história, 
usando-os como repositórios 
psicológicos para elementos 
contraditórios do eu.
Os contos de fadas e as crianças
 Os contos de fadas, de acordo com 
Bettelheim, ajudam as crianças a dar um 
sentido para a vida por tratarem de 
questões humanas universais, como a 
solidão e a necessidade de enfrentar a 
vida.
 Os contos, ao sugerirem soluções 
simples para problemas internos, 
colaboram para o desenvolvimento da 
personalidade e dos recursos interiores 
para que as crianças aprendam a 
enfrentar as dificuldades do 
crescimento. 
Os contos de fadas e as crianças
 As crianças, notadamente, insistem 
muito para ler uma determinada história 
ou ver um determinado vídeo. 
Provavelmente, essa insistência deve-se 
ao significado que estejam extraindo da 
obra.
 Os contos de fadas são repletos de 
significados e cada leitor irá extrair o seu 
de acordo com o momento em que vive. 
Por isso, não devem ser explicados ou 
explicitados significados que não sejam 
adequados à faixa etária da criança. 
A jornada interior
Os contos de fadas podem também ser 
encarados como "uma jornada em quatro 
etapas, sendo cada etapa da jornada uma 
estação no caminho da autodescoberta":
 Travessia: "leva o herói ou heroína aTravessia: leva o herói ou heroína a 
uma terra diferente, marcada por 
acontecimentos mágicos e criaturas 
estranhas".
 Encontro: "com uma presença diabólica 
–uma madrasta malévola, um ogro u a ad asta a é o a, u og o
assassino, um mago ameaçador ou outra 
figura com características de feiticeiro".
A jornada interior
 Conquista: "o herói ou heroína mergulha 
numa luta de vida ou morte com a bruxa, 
que leva inevitavelmente à morte desta 
última".
 Celebração: "um casamento de gala ouCelebração: um casamento de gala ou 
uma reunião de família, em que a vitória 
sobre a bruxa é enaltecida e todos vivem 
felizes para sempre".
Travessia
“Chapeuzinho Vermelho saiu em seguida 
para ir visitar sua avó que morava em outra 
cidadezinha.
Quando atravessava o bosque, ela 
encontrou compadre Lobo que logo teve 
vontade de comer a menina. Mas não teve 
coragem por causa de uns lenhadores que 
estavam na floresta.”
Chapeuzinho Vermelho. Perrault. Disponível em 
<http://www.dubitoergosum.xpg.com.br/a7.htm>. Acesso
em 13 mai. 2012.
Encontro
“Pouco depois, a velha maltrapilha chegou 
perto da janela da cozinha. A princesa 
ofereceu-lhe um copo d’água e conversou 
com ela.
— Muito obrigada! — falou a velhinha —
Coma uma maçã... eu faço questão!
No mesmo instante em que mordeu a maçã, 
a princesa caiu desmaiada no chão.”
Branca de Neve. Adaptação do conto dos Irmãos Grimm. 
Disponível em <http://www.educacional.com.br/projetos/
ef1a4/contosdefadas/brancadeneve.html>.
Acesso em 13 mai. 2012. 
Conquista
“A bruxa egoísta ficou com tanta raiva que 
se trancou na torre e nunca mais saiu de lá.”
Rapunzel. Adaptação do conto dos Irmãos Grimm. 
Disponível em <http://www.educacional.com.br/projetos/
ef1a4/contosdefadas/rapunzel.html>.
Acessoem 13 mai. 2012.Acesso em 13 mai. 2012.
Celebração
“Com aquelas palavras, a Fera abriu os 
olhos e soltou um sorriso
radioso e, diante de grande espanto de 
Bela, começou a transformar-se em um 
esplêndido jovem.
(...)
_ Queres casar-te comigo agora?
Bela não fez repetir o pedido e a partir de 
então viveram felizes e apaixonados.”
A B l F Ad t ã d t d I ã G iA Bela e a Fera. Adaptação do conto dos Irmãos Grimm. 
Disponível em <http://www.educacional.com.br/projetos/
ef1a4/contosdefadas/belaeafera.html>.
Acesso em 13 mai. 2012.
INTERVALO
A literatura infantil brasileira
 A literatura infantil brasileira nasce 
apenas no final do século XIX. Mesmo 
nesse momento, a circulação de livros 
infantis no país é precária e irregular, 
representada principalmente por edições 
portuguesas que só aos poucos passam 
a coexistir com as tentativas pioneiras e 
esporádicas de traduções nacionais. 
Enquanto sistema, a literatura destinada 
ao jovem público brasileiro se consolida 
somente nos arredores da Proclamaçãosomente nos arredores da Proclamação 
da República.
A literatura infantil brasileira
 O surgimento da literatura infantil 
brasileira não é gratuito: no final do 
século XIX, vários elementos convergem 
para formar a imagem do Brasil como um 
país em processo de modernização, 
entre os quais se destacam a extinção do 
trabalho escravo, o crescimento e a 
diversificação da população urbana e a 
incorporação progressiva de levas de 
imigrantes à paisagem das cidades. 
A literatura infantil brasileira
 O processo de modernização faz surgir 
gêneros como os livros infantis e 
escolares. Eles saem fortalecidos das 
várias campanhas de alfabetização 
deflagradas e lideradas, nessa época, 
por intelectuais, políticos e educadores, 
abrindo espaço, nas letras brasileiras, 
para um tipo de produção didática e 
literária dirigida especificamente ao 
público infantil.
A literatura infantil brasileira
 Desponta-se, na virada do século XIX para 
o século XX, a preocupação generalizada 
com a carência de material de leitura 
adequado às crianças do país as quais 
contavam apenas com adaptações e 
traduções dos clássicos infantistraduções dos clássicos infantis 
europeus, em edições portuguesas cujo 
código linguístico se distanciava bastante 
da língua materna dos leitores brasileiros. 
 Em função da necessidade do 
abrasileiramento dos textos aumentandoabrasileiramento dos textos, aumentando 
sua penetração junto às crianças, o início 
da literatura infantil brasileira fica 
marcado pelo transplante de temas e 
textos europeus adaptados à linguagem 
brasileira.
A literatura infantil brasileira
 Carlos Jansen e Alberto Figueiredo 
Pimentel foram os primeiros brasileiros 
a se preocuparem com a literatura 
infantil no país, traduzindo as mais 
significativas páginas dos hoje 
considerados "clássicos" para a 
garotada.
 Com Thales de Andrade, em 1917, a 
literatura infantil nacional teve início.
A literatura infantil brasileira
 Em 1921, Monteiro Lobato estreou com 
"Narizinho Arrebitado", apresentando ao 
mundo Emília, a mais moderna e 
encantadora fada humanizada.
 Só após a década de 1970, houve umSó após a década de 1970, houve um 
grande desenvolvimento da literatura 
para crianças com a entrada de grandes 
editoras no mercado.
 A produção brasileira de literatura 
infantil, até a década de 70, foi a t , até a década de 0, o
esporádica, constituindo-se basicamente 
de traduções de clássicos e de algumas 
coleções estrangeiras de grande
apelo comercial.
A literatura infantil e Lobato
 Lobato, em 1921, inaugura uma nova 
estética da literatura infantil no país, 
concebendo-a como arte capaz de 
modificar a percepção de mundo e 
emancipar seus leitores. 
 A renovação por ele proposta pode ser 
observada tanto no plano retórico 
quanto no ideológico.
Plano Retórico
 No plano retórico, observa-se na prosa 
lobatiana soluções comunicativas no 
nível linguístico que despem a língua de 
qualquer rebuscamento, dando 
preferência à espontaneidade do estilo 
infantil por meio da valorização do 
discurso oral, expressões de linguagem 
popular, neologismos e onomatopeias.
Plano ideológico 
 No plano ideológico, observa-se, em sua 
produção infantil, a captação do leitor 
pelo mundo ficcional, estimulando esse 
leitor a ver a realidade por conceitos 
próprios. 
 O autor incita-lhe o senso crítico, 
apresentando problemas sociais, 
políticos, econômicos e culturais que, 
por meio de especulações e discussões 
das personagens, são vistos 
criticamente.
INTERVALO
Anos 1970 e a influência lobatiana
 A década de 1970 ficou conhecida como 
a época do boom da literatura infantil. 
Com a consolidação do mercado 
editorial e a crescente dependência do 
livro com a escola, aumentou 
expressivamente o número de autores 
produzindo para a infância.
Surgiram escritoras marcantes como 
Ana Maria Machado, Sylvia Orthof, 
Marina Colasanti, Lygia Bojunga Nunes, 
Ruth Rocha Roseana MurrayRuth Rocha, Roseana Murray.
 Autores como Ziraldo e Pedro Bloch, 
dignos "filhos de Lobato", trouxeram o 
humor de volta ao leitor infantil
e juvenil. 
Monteiro Lobato: referência máxima 
da literatura infantil brasileira
 Lobato (1882/1948) encontra o novo 
caminho criador de que a Literatura 
Infantil brasileira estava necessitando. 
Seu sucesso imediato entre os pequenos 
leitores ocorre graças ao fato de ele 
escrever a realidade comum e familiar à 
criança em seu cotidiano com 
naturalidade. 
 Com o crescimento e enriquecimento do 
fabuloso mundo de seus personagens, o 
maravilhoso passa a ser o elemento 
integrante do real. 
Emília
 Emília é a personagem mais importante 
para se compreender o universo lobatiano. 
Ela revela-se como o protótipo-mirim do 
“super-homem”, com sua vontade e 
domínio sobre os outros.
“Emília começou uma feia boneca de panoEmília começou uma feia boneca de pano, 
dessas que nas quitandas do interior 
custavam 200 réis. Mas rapidamente evoluiu, 
e evoluiu cabritamente - cabritinho novo - aos 
pinotes. E foi adquirindo tanta independência 
que, não sei em que livro, quando lhe 
perguntam: 'Mas que você é afinal de contasperguntam: Mas que você é, afinal de contas, 
Emília: 'ela respondeu de queixinho 
empinado: 'Sou a Independência ou Morte.' E 
é. Tão independente que nem eu, seu pai, 
consigo dominá-la”
(Monteiro Lobato)
Caráter pedagógico
 Para as autoras Palo e Oliveira, a função 
pedagógica implica a ação educativa do 
livro sobre a criança. De um lado, relação 
comunicativa leitor-obra, tendo por 
intermediário o pedagógico, que dirige e 
orienta o uso da informação; de outro, a 
cadeia de mediadores que interceptam a 
relação livro-criança: família, escola, 
biblioteca e o próprio mercado editorial, 
agentes controladores de usos que 
dificultam à criança a decisão e escolhadificultam à criança a decisão e escolha 
do que e como ler.
Caráter pedagógico
 Extremamente pragmática, a função 
pedagógica tem em vista uma 
interferência sobre o universo do usuário 
através do livro infantil, da ação de sua 
linguagem, servindo-se da força material 
que palavras e imagens possuem, como 
signos que são, de atuar sobre a mente 
daquele que as usa; no caso, a criança.
O pedagógico e o literário na 
literatura infantil
 O literário e o pedagógico 
estão imbricados 
na literatura infantil desde seus 
primórdios. A escola, ao 
priorizar o didático em detrimento do 
lúdico em textos para crianças, 
transforma a leitura em 
função pedagógica. Entretanto, 
arte e educação podem ser parceiras na 
fruição literária, se a escola fornecer às 
crianças os estímulos adequados àcrianças os estímulos adequados à 
leitura. 
O pedagógico e o literáriona 
literatura infantil 
É polêmica a discussão: 
 a literatura infantil pertence à arte 
literária ou à área pedagógica? Após 
percorrer a fortuna crítica desta 
problemática, pode-se pensar que osproblemática, pode se pensar que os 
textos para crianças pertencem tanto à 
literatura quanto à pedagogia, pois eles 
provocam emoções e servem de 
instrumento educativo.
O pedagógico e o literário na 
literatura infantil
 Acima desta polêmica, é incontestável 
que os elementos que estabelecem a arte 
– a invenção, a interpretação e a 
liberdade – são os mesmos que 
permeiam a infância, e, por esse motivo, 
a criança está muito perto da arte.
 A arte literária é um dos caminhos para 
aprender a aprender, para descobrir os 
mistérios e os encantos da vida. 
O pedagógico e o literário na 
literatura infantil
 Ao afirmar que a leitura é uma 
questão pedagógica, Orlandi mostra 
também que a escola encara a leitura
como um instrumento útil ao aprendizado, 
desprezando sua função lúdica. Ao propor 
uma forma de leitura homogênea, 
privilegia a classe média em detrimento 
dos alunos de baixa renda. Acrescenta 
que a ideologia escolar enfatiza a leitura 
parafrásica e ignora a leitura polissêmica, 
recusando ao leitor a participação norecusando ao leitor a participação no 
texto.
 a leitura pedagógica está presa às 
amarras do sistema e deixa o aspecto 
lúdico obliterado pelo caráter didático.
O pedagógico e o literário na 
literatura infantil
Muito embora a literatura infantil tenha 
nascido comprometida com a educação, 
não se afastou da arte. E o fato de ter uma 
função pedagógica não a desmerece, pois, 
como diz Aguiar, “ a função da arte é 
amplamente educativa, porque o texto literárioamplamente educativa, porque o texto literário 
abre sempre novas possibilidades de sentido 
ao leitor”.
Assim, a criança terá maiores chances de ser 
boa leitora se receber os estímulos adequados 
na escola para a fruição literária pela leitura; 
se os bibliotecários montarem um acervose os bibliotecários montarem um acervo 
diversificado e atraente de livros infantis; se 
os professores não transformarem em 
obrigação o que deveria ser prazer e se a 
preocupação dos mestres for a aprendizagem 
cultural e não apenas informativa.
ATÉ A PRÓXIMA!

Outros materiais