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Direito Penal Resumo

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Estácio Ribeirânia – Faculdade de Direito
Direito Criminal/Penal
A finalidade do Direito Penal é proteger e tutelar bens jurídicos fundamentais.
O bem no Direito Penal é sinônimo de valor, ou seja, o bem jurídico em sentido amplo é tudo aquilo que tem valor para o ser humano. 
Bem jurídico – resguardado na norma; protegido pelo Estado.
Bens jurídicos fundamentais - refere-se a valores específicos os quais a sociedade elegeu como de fundamental importância. Devido a essa importância, os bens jurídicos servem de base material para a tipificação de tipos penais. Exemplos: direito à vida, à liberdade, à honra, à propriedade, etc.
Objetividade do crime:
Objeto jurídico de um tipo penal é o interesse tutelado pela norma. Crime sem objeto jurídico não é crime, e se existir algum tipo penal sem objeto jurídico, este deve ser expurgado do ordenamento. Há crime de dupla objetividade jurídica quando o tipo penal protege dois ou mais bens jurídicos.
Honra Objetiva – O que os outros pensam de mim.
Honra subjetiva – O que a pessoa pensa de si.
Ex: Crime de calúnia;
Qual o bem jurídico tutelado na calúnia?
R: A honra.
No crime de homicídio, o bem fundamental desrespeitado é a vida.
Há crime de dupla objetividade jurídica quando o tipo penal protege dois ou mais bens jurídicos. São crimes com pluralidade de bens jurídicos.
Ex: Latrocínio – roubo seguido de morte.
Os crimes complexos restam configurados quando em um único tipo ocorre a fusão de dois ou mais tipos penais, ou quando um tipo penal funciona como qualificadora de outro. Nessas hipóteses, há tutela de dois ou mais bens jurídicos. Podemos citar como exemplo de crimes complexos a extorsão mediante sequestro, prevista no artigo 159, do Código Penal, e o crime de latrocínio (art. 157, § 3º, do mesmo diploma).
O crime complexo é aquele que tem dupla objetividade jurídica, ou seja, tutela dois bens jurídicos fundamentais.
Outro exemplo de dupla objetividade: extorsão mediante sequestro (sequestro praticado contra uma pessoa, com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate).
Todo crime é um comando proibitivo.
As normas proibitivas são as que vedam certos comportamentos. Correspondem aos delitos de ação. Se o tipo penal descreve uma conduta ativa é porque a norma penal contém preceito proibitivo. Por exemplo: art. 121, CP – descreve uma ação - “matar alguém”. A norma penal, por sua vez, contém um comando proibitivo “não matar”. O criminoso, ao praticar o crime, violará a norma. A violação da norma proibitiva consiste num comportamento positivo, em uma ação.
Quais são as principais características do Direito Penal?
- O Direito Penal é seletivo; o legislador seleciona as condutas mais graves e perniciosas no meio social. São condutas que ofendem os bens jurídicos fundamentais e as tipificam em lei.
Tipificar – transformar formar uma conduta em crime; colocar uma conduta dentro de um tipo penal (em lei).
- Todo crime está descrito dentro de um tipo penal, portanto, o tipo penal é a estrutura normativa que define o crime (a norma).
O crime é uma conduta humana prevista em lei.
Só é crime quando previsto em lei; não existe crime previsto em costumes.
O Direito Penal é fragmentário.
O caráter fragmentário do Direito Penal significa, em síntese, que uma vez escolhidos aqueles bens fundamentais, comprovada a lesividade e a inadequação das condutas que os ofendem, esses bens passarão a fazer parte de uma pequena parcela que e protegida pelo Direito Penal, originando-se, assim sua natureza fragmentária;
Não é tudo que o Direito Penal vai tutelar, mas somente uma parte (fragmento) do que é mais importante a sociedade;
As ações meramente imorais não são tuteladas, tais como a mentira, a conduta homossexual, a prostituição do próprio corpo etc.
Direito Penal como “ultima ratio” (do latim, última razão).
O Direito penal, em suma, é a ultima ratio, isto é, o último instrumento que deve ter incidência para sancionar o fato desviado (em outras palavras: só deve atuar subsidiariamente). Quando houver a falência do sistema de controle social, então o Direito Penal deverá agir. E, por conseguinte, somente nesse momento é que o legislador estaria amparado a incluir no Direito Positivo uma conduta reprovável e sancionável através de penas previstas no ordenamento penal. É o que se chama de controle social penal, ou seja, uma das formas de submeter os indivíduos às regras, mas com maior rigor.
O Direito Penal deve observar o princípio da adequação social.
A teoria da adequação social significa que apesar de uma conduta se subsumir ao modelo legal não será considerada típica se for socialmente adequada ou reconhecida, isto é, se estiver de acordo com a ordem social da vida historicamente condicionada.
A vida em sociedade impõe riscos que não podem ser punidos pelo Direito Penal, como por exemplo, o transporte, usinas, mas são consideradas socialmente adequadas, afastando a interferência do Direito Penal.
O princípio da adequação social possui dupla função. A primeira função é a de restringir o âmbito de abrangência do tipo penal, limitando a sua interpretação, e dele excluindo as condutas consideradas socialmente adequadas e aceitas pela sociedade. A segunda função se dirige o legislador em duas vertentes: 
1) orienta o legislador quando da seleção das condutas que deseja proibir ou impor, com o fim de proteger os bens considerados mais importantes. Se a conduta que o legislador pretende tipificar for considerada socialmente adequada, não poderá ele reprimi-la através do Direito Penal. 
2) destina-se a fazer com que o legislador repense os tipos penais e retire do ordenamento jurídico a proteção sobre aqueles bens cujas condutas já se adaptaram perfeitamente à evolução da sociedade.
O princípio da adequação social, nesta última função, bem como o princípio da intervenção mínima, destinam-se ao legislador, para orientá-lo na escolha de condutas a serem proibidas ou impostas e na revogação de tipos penais.
Tendo como norte o princípio da adequação social, o legislador deverá distinguir quais as condutas consideradas socialmente adequadas daquelas que estão a merecer a reprimenda do Direito Penal.
Lembrando ainda, que mesmo que a prática constante de algumas infrações penais, cujas condutas incriminadas já não são consideradas inadequadas para a sociedade, não poderá o agente alegar que o fato é tolerado socialmente. O princípio da adequação social não tem o poder de revogar uma lei. Uma lei só poderá ser revogada por outra lei.
Qual o Poder legislativo tem competência para legislar em matéria penal?
Segundo o artigo 22, inciso I da Constituição Federal,
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
(...)
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.
Exemplos em que os Estados poderão legislar nas matérias relacionadas no artigo 22 da CF:
Catástrofe – guerras...
Já os municípios não poderão legislar nas matérias relacionadas no artigo 22 da CF, uma vez que o parágrafo único menciona somente os Estados.

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