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22 44 11 CC AADD 00 11 UUNNIIDDAADDEE 77 PPRREEVVEENNÇÇ ÃÃOO DDEE AACCII DDEENNTTEESS Nesta unidade, você vai: � Especificar sobre retrocesso de chama. � Descrever sobre os procedimentos de prevenção de acidentes. � Especificar sobre os riscos à saúde e riscos de explosão. Nesta Unidade, você deve compreender que o tratamento da água de alimentação, sendo realizado diariamente, se constitui numa manutenção preventiva, que evita riscos de acidentes e de explosão. O assunto é importante, não esmoreça! 77 .. 11 RRII SSCC OO SS DDEE AACC II DD EE NN TT EESS EE RR IISS CC OOSS ÀÀ SS AAÚÚ DD EE 77 .. 11 .. 11 LL ii mm ppee zz aa Deve ser a primeira palavra na condução de qualquer equipamento e assim não poderia deixar de ser na operação das caldeiras. Áreas com óleo derramado ou vazamento de óleo em juntas, gaxetas etc. devem ser prontamente limpos e reparados. Especial atenção deve ser dada a frente da caldeira, onde temos as válvulas automáticas, manuais e bandejas dos maçaricos. Conservar limpa a bancada para limpeza dos maçaricos e a área dos aquecedores de óleo combustível e filtros das bombas de queima e transferência. O óleo derramado em porões e pisos da praça de máquinas é um risco em potencial de incêndios e acidentes pessoais. 242 77 .. 11 .. 22 VV aazz aa mm ee nntt oo ss dd ee GG ááss ddaa CC oo mm bb uu ss ttãã oo pp aarr aa aa PPrr aaçç aa dd ee MMáá qq uu ii nnaa ss As vibrações, tensões e a corrosão em uma estrutura ocasionam rachados diversos nos dutos de descarga e em especial na região do pré-aquecedor. A fuligem da combustão vazada junto com o gás ocasiona sujeira geral nas anteparas e pisos e ambiente intolerável ao ser humano. Neste caso os exaustores da praça de máquinas devem ficar permanentemente ligados, tentando minimizar o problema. Os vazamentos devem ser sanados durante os intervalos para limpeza da caldeira. 77 .. 11 .. 33 ÓÓll ee oo aa qq uuee cc ii dd oo Durante a troca dos maçaricos devemos ter cuidado com o óleo quente que normalmente escorre por ocasião da retirada e transporte do queimador para a bancada de limpeza. O uso de luvas de amianto apropriadas não só protege contra o óleo quente como também da temperatura do maçarico. 77 .. 11 .. 44 RR iiss cc ooss cc oo mm VV aazz aa mm ee nntt ooss ddee VV aa pp oorr ee ÁÁ gg uu aa ddee AAll ii mm ee nn ttaa çç ããoo Não podemos deixar de ressaltar o cuidado que devemos ter com o equipamento de trabalho, pois estamos lidando com vapor e água de alimentação em pressões e temperaturas altas. O aquecimento apropriado durante a comunicação das redes de vapor evita em muitos casos os vazamentos em juntas e o cuidado na comunicação de fluidos com pressão evita os “martelos hidráulicos” com sérios danos materiais e acidentes pessoais na outra ponta. 77 .. 11 .. 55 TTee nn ssõõ ee ss eemm eeqq uu ii ppaa mm ee nntt oo ss A elevada temperatura do vapor pode ser indesejável. As mangueiras de ar, água e de incêndio não são projetadas para trabalhar com aquecimento e, se forem usadas para vapor, perderão muito cedo sua resistência e se romperão sob pressão. Mesmo uma mangueira de vapor pode ser destruída, se for usada para pressão muito alta. Os equipamentos de precisão (folga muito justa) tais como: medidores, compressores e exaustores, não podem ser purgados com vapor, pois a alta temperatura pode causar deformações. Equipamentos de ferro fundido podem quebrar quando submetidos a variações bruscas de temperatura, portanto, para purgá-los, o vapor deve ser admitido lenta e cuidadosamente. As carcaças de turbinas a vapor romperão normalmente se submetidas à pressão total do vapor. Portanto, a válvula de exaustão deve ser aberta antes de iniciar admissão de vapor. 22 44 33 CC AADD 00 11 DDeevvee--ssee ccoollooccaarr eettiiqquueettaa ddee aaddvveerrttêênncciiaa pprróóxxiimmoo ddaa vváállvvuullaa ddee aaddmmiissssããoo ddee vvaappoorr,, aalleerrttaannddoo oo ooppeerraaddoorr ppaarraa vveerriiffiiccaarr ssee aa vváállvvuullaa ddee eexxaauussttããoo eessttáá aabbeerrttaa,, aanntteess ddee aabbrriirr aa eennttrraaddaa.. ÉÉ ttaammbbéémm bbooaa pprrááttiiccaa llooccaalliizzaarr aa vváállvvuullaa ddee eexxaauussttããoo eemm ppoossiiççããoo vviissíívveell ppoorr qquueemm vvaaii aabbrriirr aa vváállvvuullaa ddee eennttrraaddaa.. 77 .. 11 .. 66 CC aarr gg aa eess tt áá tt ii ccaa Jatos de vapor podem produzir cargas de eletricidade estática elevadas. Estas podem ser acumuladas em um objeto isolado que a descarregará mais tarde sob forma de arco elétrico, o que pode incendiar misturas inflamáveis. O objeto isolado não precisa estar na nuvem de vapor para ser carregado estaticamente. Se os resíduos de hidrocarbonetos em um tanque formam misturas inflamáveis com o ar na temperatura ambiente, precauções dadas mais à frente são necessárias ao se descarregar vapor, para evitar o risco de incendiar a mistura. Há alguns anos atrás num terminal de derivados de petróleo nos Estados Unidos da América, um compartimento de um navio-tanque, que fora usado para nafta, explodiu. O compartimento media 20 x 15 x 30 pés e seria limpo com água, usando-se uma máquina de limpar tanque que era composta por um conjunto de bocais rotativos. Este aparelho foi acoplado a uma mangueira d'água, nova e seca, e abaixado para dentro do tanque a uma profundidade de, aproximadamente, 20 pés do fundo. Contrariando a prática normal, o sistema de vapor de abafamento foi colocado em operação antes de a máquina de lavagem de tanque começar a funcionar. Foi injetado vapor durante 10 minutos e antes que se pudesse abrir as válvulas de admissão de água da lavadora o tanque explodiu. A máquina era objeto isolado onde a eletricidade estática formada pelo vapor pôde se acumular. É freqüentemente desejável usar vapor para limpeza devido à sua eficiência. Entretanto, deve-se tomar precauções para evitar os riscos da eletricidade estática. Antes da limpeza do equipamento com jatos de vapor, todos os internos e o bocal da mangueira de vapor devem ser cuidadosamente aterrados. O bocal da mangueira de vapor deve ser aterrado ou por um fio de aterramento independente e externo à mangueira ou 'utilizando-se mangueiras com espirais internas de metal. Estas devem ser testadas em intervalos regulares, com um aparelho de teste de continuidade, para garantir que não haja quebra de continuidade da espiral metálica. Vasos e tambores devem ser aterrados quando estão recebendo vapor, se eles são normalmente isolados da terra. Com estes cuidados, os perigos de fazer limpeza com vapor podem ser consideravelmente reduzidos. AAppeessaarr ddiissttoo,, nneennhhuummaa pprreeccaauuççããoo ddeevvee sseerr ddeessddeennhhaaddaa,, ppooiiss uumm rreellaattóórriioo ddoo AAPPII ((IInnssttiittuuttoo AAmmeerriiccaannoo ddee PPeettrróólleeoo)) iinnffoorrmmaa qquuee 1100%% ddaass eexxpplloossõõeess ee iinnccêênnddiiooss aattrriibbuuííddooss àà eelleettrriicciiddaaddee eessttááttiiccaa ssããoo ddeevviiddooss aa ooppeerraaççõõeess ddee lliimmppeezzaa ccoomm vvaappoorr ((vvaappoorriizzaaççããoo)).. 244 77 .. 11 .. 77 PP eerr ii gg oo ss vvaa rr ii aa ddoo ss Embora os principais riscos resultantes do uso incorreto do vapor tenham sido mencionados, podemos nos lembrar de outros perigos que, se não levam a incêndios e explosões desastrosas, podem resultar em desconforto, acidentes pessoais, pequenos incêndios ou dificuldades similares. Vapor aplicado descuidadamente ou usado incorretamente para combater fogo pode causar curto-circuito em equipamentos elétricos.Naturalmente, não se deve usar vapor para apagar fogo em equipamentos elétricos, por aquela razão. Deve-se evitar o uso de vapor para purgar sistemas que trabalham com ácido, tais como unidades de alquilação, pois a presença de condensado pode ser um perigo quando novamente é adicionado ácido. A admissão muito rápida de vapor em mangueiras ou tubos flexíveis pode causar chicotadas da mangueira, com possibilidades de ferimentos em pessoas próxima a operação. Mesmo nestas pequenas coisas, o vapor pode ser usado cautelosa e inteligentemente. Vapor de alta pressão, escapando por um vazamento, é invisível e pode abrir caminho através de objetos sólidos. Quanto maior a pressão, maior o perigo. Deve-se tomar cuidado quando se procura um vazamento de vapor, lembrando-se de que o que não pode ser visto pode queimar e ferir. 77 .. 11 .. 88 RR iiss cc ooss àà ssaa úú ddee dd uurr aann tt ee uu mm aa oo pp eerr aaçç ããoo ddee mmaa nn uu tt eenn çç ããoo Outras condições determinam situações de risco de acidentes no ambiente das caldeiras, em particular, para os operadores. Uma das situações é o risco de queimaduras na sala de caldeiras por água quente, vapor, óleo aquecido, tubulações não isoladas e depósitos desprotegidos, etc. O vapor, se respirado, pode produzir queimaduras ao pulmão ou sufocamento. Por essa razão, descargas de tubulações de vapor para salas de bomba ou outras áreas onde possa ocorrer presença de pessoas não devem, a menos que extremas precauções sejam tomadas para garantir que ninguém esteja no local quando for aberta a saída de vapor. Conexões de vapor para vasos podem representar riscos muito sérios para o pessoal de manutenção e inspeção de equipamentos. Há alguns anos em uma fábrica, um pedreiro adentrou um secador para tirar medidas para um novo bloco refratário. Um instrumentista trabalhando no equipamento automático de vapor de combustão removeu parte do controle, o que permitiu que vapor de 400 psi (28 Kg/cm2) entrasse no vaso através da linha de vapor de combustão. O pedreiro foi fatalmente queimado em dois ou três minutos, antes que o vapor pudesse ser desligado em uma válvula de controle manual. Muitos vasos de refinarias apresentam riscos semelhantes (ver caso do tubulão inferior da caldeira). Portanto, todas as linhas para vasos de processo devem ser desconectadas, raquetadas ou fechadas com duplo bloqueio e dreno intermediário às válvulas abertas, e o volante da válvula travado antes que os trabalhadores entrem. Recomenda-se que o volante destas válvulas seja retirado ou travado a cadeado, e colocado sob a guarda de um elemento responsável pela segurança e operação que procederá às verificações necessárias antes de 22 44 55 CC AADD 00 11 liberar sua operação. É prática comum em que algumas refinarias travar as válvulas próximas das caldeiras. Antes que seja permitida a entrada de pessoas em uma caldeira, as precauções seguintes devem ser tomadas: � As linhas de gás combustível devem ser raquetadas com flange cego; � As linhas de combustível líquido e de vapor de atomização devem ser desconectadas dos queimadores, ou os queimadores removidos da câmara de combustão; � O sistema de alimentação de combustível sólido deve ser desenergizado e o sistema de frenagem travado; � As válvulas de entrada da alimentação de água devem ser travadas fechadas; � As válvulas de descarga devem ser travadas fechadas; � As válvulas da saída de vapor da caldeira devem ser travadas e a linha entre as válvulas aberta para a atmosfera. O seguinte acidente ilustra a necessidade de se estar certo de que as linhas de vapor estão completamente despressurizadas, antes de abri-las: Dois mecânicos foram designados para inspecionar uma válvula de controle de vapor de 50 lb de 6 polegadas, no campo. A linha estava isolada pelo fechamento de quatro válvulas, mas não havia sido despressurizada. Os mecânicos removeram os parafusos da tampa do fundo da válvula, e agachados junto a ela, estavam dando pequenas pancadas no flange para soltá-lo, quando este se desprendeu subitamente. Ambos os homens foram borrifados com condensado e vapor. Um, afortunadamente, sofreu somente pequenas queimaduras. O outro apresentou queimaduras nos braços e pernas, que o afastaram do serviço. À causa do acidente foi não terem aliviado a pressão. Esteja sempre seguro de que o equipamento está despressurizado, antes de abri-lo. Use macacões ou camisas longas e luvas, quando for trabalhar próximo a linhas e conexões quente e não isoladas. Deve-se considerar ainda, o risco de queimaduras por contato com produtos cáusticos, normalmente empregados para a neutralizar o pH da água da caldeira, como o hidróxido de sódio e outros produtos químicos. Na casa de caldeira ou nas caldeiras instaladas ao tempo, há riscos consideráveis de quedas de mesmo nível, em virtude de óleo impregnado no piso ou de poças de óleo, se o local de trabalho não for convenientemente limpo. As quedas de níveis diferentes representam maiores perigos, pois existem caldeiras de diversos tamanhos, podendo atingir alturas de até dezenas de metros. Nessas caldeiras há necessidade de acesso do operador a diversos níveis, seja para observação de visores de fornalha, de sistemas de alimentação, de válvulas, etc. Do ponto de vista ergonômico, as caldeiras têm evoluído muito nos últimos anos, 246 existindo hoje, caldeiras que possuem câmaras de vídeo para que o operador possa observar e exercer a distância, e confortavelmente sentado à frente de um painel, o controle das fornalhas, do nível, dos sistemas de alimentação, etc. Entretanto, essas não são em geral, as condições freqüentemente encontradas. Em termos ergonômicos, o corpo de um operador de caldeira é solicitado muitas vezes por movimentos desordenados e excessivos, localizados ou generalizados: visores mal posicionados, manômetros instalados em ângulos inadequados, válvulas emperradas e que possuem volantes exageradamente pequenos, regulagem de chamas que exigem operações interativas, etc. A presença de ruído de baixa freqüência dos queimadores e de alta freqüência proporcionada por vazamentos de vapor (acidentais ou intencionalmente provocados pelas válvulas de segurança) constitui um espectro sonoro peculiar e variável ao longo da jornada de trabalho. Desconforto térmico nas operações de caldeiras é muito freqüente e de fácil constatação, porém a sobrecarga térmica para ser identificada, exige a análise de cada caso em particular, sendo necessário para tanto, não só avaliações com termômetros de globo e de bulbo úmido, como também exames médicos e acompanhamento individual. Há também riscos de os operadores terem os olhos expostos à radiação infravermelha em operações de regulagem de chama e em observações prolongadas de superfícies incandescentes. Fumaças, gases e vapores expelidos pela chaminé representam, em certas condições, riscos não somente aos operadores, como também à comunidade, ou seja, pelo risco de intoxicação por monóxido de carbono, por exemplo. Caldeiras operantes com carvão, lenha, bagaço de cana, biomassa e outras oferecem ainda, riscos inerentes ao manuseio, armazenagem e processamento do combustível. 77 .. 22 CC AAUU SS AASS BB ÁÁ SS II CC AASS DDEE EE XXPP LL OO SSÃÃ OO O emprego de caldeiras implica na presença de riscos dos mais diversos: explosões, incêndios, choques elétricos, intoxicações, quedas, ferimentos diversos, etc. Os riscos de explosões são, entretanto, os mais importantes pelas seguintes razões: � � PPoorr ssee eennccoonnttrraarr pprreesseennttee dduurraannttee ttooddoo oo tteemmppoo ddee ffuunncciioonnaammeennttoo,, sseennddoo iimmpprreesscciinnddíívveell sseeuu ccoonnttrroolleeddee ffoorrmmaa ccoonnttíínnuuaa,, oouu sseejjaa,, sseemm iinntteerrrruuppççõõeess.. � � EEmm rraazzããoo ddaa vviioollêênncciiaa ccoomm qquuee aass eexxpplloossõõeess aaccoonntteecceemm.. NNaa mmaaiioorriiaa ddooss ccaassooss ssuuaass ccoonnsseeqqüüêênncciiaass ssããoo ccaattaassttrróóffiiccaass,, eemm vviirrttuuddee ddaa eennoorrmmee qquuaannttiiddaaddee ddee eenneerrggiiaa lliibbeerraaddaa iinnssttaannttaanneeaammeennttee.. � � PPoorr eennvvoollvveerr nnããoo ssóó ooss ooppeerraaddoorreess,, ccoommoo ttaammbbéémm aass ppeessssooaass qquuee ttrraabbaallhhaamm nnaass rreeddoonnddeezzaass.. � � PPoorr qquuee ssuuaa pprreevveennççããoo ddeevvee sseerr ccoonnssiiddeerraaddaa eemm ttooddaass aass ffaasseess:: pprroojjeettoo,, ffaabbrriiccaaççããoo,, ooppeerraaççããoo,, mmaannuutteennççããoo,, iinnssppeeççããoo ee oouuttrraass.. 22 44 77 CC AADD 00 11 77 .. 22 .. 11 RR iiss cc ooss ddee ee xx ppll oo ssãã oo dd oo ll aa dd oo dd aa áá gg uuaa O risco de explosão do lado da água está presente em todas as caldeiras, pois a pressão reinante nesse lado é sempre superior à pressão atmosférica. Todo fluido compressível tem o seu volume bastante reduzido quando comprimido. Essa redução é tantas vezes menor quanto for o aumento de pressão. A massa comprimida de fluido procura então, ocupar um espaço maior através de fendas e rupturas. Isso é conseguido com a explosão, quando, por algum motivo, a resistência do recipiente que o contem é superada. Para evitar a explosão surge a necessidade de empregar-se espessuras adequadas em função da resistência do material e das características de operação. No caso de caldeiras, outro fator importante a ser considerado quanto às explosões é a grande quantidade de calor transmitida no processo de vaporização, dada a grande quantidade de calor latente e calor sensível absorvida pelo vapor. Neste sentido, os danos provocados pela explosão de uma caldeira serão muito maiores que um reservatório contendo ar, por exemplo, de mesmo volume e de mesma pressão. Isso por que parte da energia será liberada na forma de calor, provocando o aquecimento do ambiente onde a explosão ocorre. Risco de explosão pode, portanto, ser originado pela combinação de 3 causas: � � DDiimmiinnuuiiççããoo ddaa rreessiissttêênncciiaa,, qquuee ppooddee sseerr ddeeccoorrrreennttee ddoo ssuuppeerraaqquueecciimmeennttoo oouu ddaa mmooddiiffiiccaaççããoo ddaa eessttrruuttuurraa ddoo mmaatteerriiaall;; � � DDiimmiinnuuiiççããoo ddee eessppeessssuurraa qquuee ppooddee sseerr oorriiggiinnaaddaa ddaa ccoorrrroossããoo oouu ddaa eerroossããoo;; � � AAuummeennttoo ddee pprreessssããoo ddeeccoorrrreennttee ddee ffaallhhaass ddiivveerrssaass,, qquuee ppooddeemm sseerr ooppeerraacciioonnaaiiss oouu nnããoo.. 77 .. 22 .. 11 .. 11 OO ss uu ppee rr aaqq uueecc ii mmee nn tt oo cc oo mm oo cc aauuss aa ddee ee xxpp ll ooss õõ eess É a mais séria e a mais freqüente das emergências em Caldeiras. As causas poderem ser: falhas na bomba de alimentação, vazamentos no sistema, válvulas defeituosas, falhas no automático e no alarme de falta de água, etc (veremos adiante). Quando faltar água na Caldeira, a superfície imersa na água fica reduzida. A ação do calor provocará deformações nos tubos, vazamentos, danos no refratário e, no pior dos casos, uma explosão. Quando o aço com que é construída a caldeira é submetido, em alguma parte, a temperaturas maiores àquelas admissíveis, ocorre redução da resistência do aço e aumenta o risco de explosão. Entretanto, antes da ocorrência da explosão pode haver danos: empenamentos, envergamentos e abaulamentos. Nas caldeiras aquatubulares é muito freqüente a ocorrência de abaulamento com a Superfície convexa voltada para o lado dos gases, decorrentes da deformação plástica do aço em temperatura da ordem de 400 a 550°C e sob a ação duradoura de pressão interna de vapor. Outra conseqüência do superaquecimento é a oxidação das superfícies expostas, se o meio for oxidante, ou é a carbonetação (formação de carbetos de ferro), se o meio for redutor. 248 As principais causas do superaquecimento são: � � SS ee ll eeçç ãã oo ii nnaa dd ee qq uuaa ddaa dd oo aaçç oo nnoo pp rroo jjee tt oo ddaa cc aa ll dd ee ii rraa � � UU ss oo ddee aa çç ooss cc oo mm dd ee ffee ii tt ooss O processo de laminação utilizado na obtenção de chapas e de tubos é aquele que mais pode determinar a inclusão de defeitos. É comum na produção de chapas ocorrer à chamada dupla laminação, consistindo de vazios no interior do aço. Após sucessivas passagens pelos laminadores, esses vazios adquirem um formato longitudinal ao longo da chapa, dando a impressão de se ter chapas sobrepostas. Esses defeitos fazem com que as chapas não resistam às cargas térmicas e/ou mecânicas previstas no projeto. � � QQ uu ee ii mmaa dd oo rree ss mm aa ll pp oo ss ii cc iioo nn aa ddoo ss Os aços das chapas e dos tubos de caldeiras admitem aquecimento a até algumas centenas de graus Celcius, sem perderem totalmente suas propriedades mecânicas. As chamas de queimadores podem atingir valores de temperatura de até 1.000°C, de modo que o mau posicionamento do queimador pode determinar a incidência direta da chama sobre alguma superfície, propiciando o superaquecimento e a fluência do material. A conseqüência disso pode ser a deformação lenta e gradual da caldeira ou a explosão eminente da mesma, o que depende da ocorrência de outros fatores. O posicionamento dos queimadores é muito mais complicado quando esses são do tipo tangenciais, os quais produzem um turbilhonamento intenso dos gases no centro da câmara de combustão. � � II nn ccrr uu ss ttaa çç õõee ss Esse é um problema clássico relacionado à segurança de caldeiras. Como vimos anteriormente no Capítulo 6, as incrustações são deposições de sólidos sobre as superfícies de aquecimento, no lado da água, devido à presença nessa de impurezas. A incrustação, se comportando como isolante térmico (a condutividade térmica é cerca de 45 vezes menor que a do aço), não permite que a água mantenha refrigerada a superfície de aquecimento. Isso reduz a transferência de calor do aço para a água, fazendo com que o aço absorva mais calor sensível e aumentando sua temperatura de forma proporcional à quantidade de calor recebida. Nos casos de incrustações generalizadas há um agravamento da situação para manter-se a água na temperatura de ebulição, pois é necessário o aumento do fornecimento de calor no lado dos gases. Com esse aumento de temperatura, podem ocorrer as seguintes conseqüências indesejáveis com relação à segurança do equipamento: � � OO aaççoo,, pprreevviissttoo ppaarraa ttrraabbaallhhaarr eemm tteemmppeerraattuurraass ddaa oorrddeemm ddee 330000°°CC,, ffiiccaa eexxppoossttoo aa tteemmppeerraattuurraass ddaa oorrddeemm ddee 550000°°CC,, ffoorraa ddooss lliimmiitteess ddee rreessiissttêênncciiaa.. PPoorrttaannttoo,, oo rriissccoo ddee eexxpplloossããoo aacceennttuuaa--ssee.. � � AA ccaammaaddaa iinnccrruussttaannttee ppooddee rroommppeerr--ssee ee ssoollttaarr--ssee,, ffaazzeennddoo aa áágguuaa eennttrraarr eemm ccoonnttaattoo ddiirreettoo ccoomm aass ppaarreeddeess ddoo ttuubboo eemm aallttaa tteemmppeerraattuurraa,, oo qquuee ppooddee pprroovvooccaarr aa eexxppaannssããoo rreeppeennttiinnaa ddaa áágguuaa ee,, ddee ccoonnsseeqqüüêênncciiaa,, aa eexxpplloossããoo.. � � FFoorrmmaaççããoo ddee zzoonnaass pprrooppíícciiaass àà ccoorrrroossããoo,, eemm vviirrttuuddee ddaappoorroossiiddaaddee ddaa ccaammaaddaa iinnccrruussttaannttee ee aa ppoossssiibbiilliiddaaddee ddaa mmiiggrraaççããoo ddee aaggeenntteess ccoorrrroossiivvooss ppaarraa ssuuaa iinntteerrffaaccee ccoomm oo aaççoo.. 22 44 99 CC AADD 00 11 � � OO pp ee rraa ççãã oo ee mm mmaa rrcc hh aa ff oorr ççaa dd aa .. Isso ocorre quando a caldeira possui potência insuficiente para atender as necessidades de vapor do usuário, que na expectativa de ver sua demanda atendida, intensifica o fornecimento de energia à fornalha. Nessas circunstâncias, dadas as limitações da caldeira, em vez de alcançar a produção desejada, o que é conseguido é o superaquecimento das várias partes da caldeira, determinando a deformação das mesmas ou até a ruptura. Portanto, isso constitui em risco eminente de explosão do equipamento. No caso das caldeiras flamatubulares, a intensificação de energia à fornalha pode também determinar riscos de fissuras no espelho traseiro, nas regiões entre furos, de forma similar aos prolongamentos excessivos mencionados. � � FF aa ll ttaa ddee áá gg uu aa nn aass rr eegg ii õõee ss dd ee tt rr aa nnss mm iiss ssãã oo dd ee cc aa ll oorr .. O contato da água com o aço é fundamental para mantê-lo refrigerado. Por isso, é essencial que o calor recebido pelas superfícies de aquecimento seja transferido para água, sem provocar aumento excessivo da temperatura do aço, pois no lado da água, o processo de vaporização acontece à pressão constante. No caso de haver falta de água em alguma parte da caldeira, o processo a temperatura constante cessará neste local, a partir do que se dará início uma transferência de calor sensível (com aumento da temperatura). Isso provocará o superaquecimento do metal e, de conseqüência, perda de resistência. A maior parte das explosões em caldeiras é devido à falta de água nas regiões de transferência de calor. Os principais motivos para a falta de água são a circulação deficiente de água e a falha operacional que serão discutidos a seguir: � Má circulação da água. Nas caldeiras aquatubulares em que a circulação da água se faz de modo natural, a diferença de densidade entre as partes mais quentes da água e as partes menos quentes, é a força motriz responsável pela movimentação da água no interior do equipamento. Essa força motriz é tanto menor, quanto mais a pressão da água se aproxima do ponto crítico (220,9 bar). Na prática, para pressões de trabalho superiores a 150 bar, é justificável o uso de bombas para forçar a circulação da água. É necessário que cada tubo seja atravessado por uma quantidade de água suficiente para refrigerá-lo, pois é preciso encontrar um bom equilíbrio da vazão de água. A rugosidade, as corrosões e os depósitos internos são fatores que reduzem a vazão de água nos tubos, podendo prejudicar a refrigeração. Nas caldeiras flamatubulares é estabelecido em regime normal uma circulação de água. Se nos pontos A e B, em particular, os quais correspondem os pontos mais baixo e mais alto da fornalha, a velocidade da água for deficiente, pode determinar nesses pontos um aumento de temperatura. Isso tende a se agravar, se no ponto A formam-se bolhas de vapor, isolando termicamente a parede da fornalha da água da caldeira. � Falha operacional. As caldeiras industriais de última geração operantes com combustível líquido ou gasoso são totalmente automatizadas, cujos parâmetros de funcionamento são controlados por meio de malhas de instrumentação. Isso tem exigido dos operadores poucas intervenções, exigindo, porém, maior qualificação do pessoal e maior precisão nas decisões. A lógica da automação 250 da caldeira é obtida através de pressostatos e do sistema regulador de nível da água, que comandam, respectivamente, o funcionamento dos queimadores e das bombas de alimentação de água. A atuação desses dispositivos, indispensáveis à segurança das caldeiras pode interromper subitamente o funcionamento das mesmas, através de válvulas solenóides que bloqueiam o suprimento de combustível, desligando totalmente os queimadores. Não obstante o automatismo das caldeiras modernas, os períodos de acendimento e de desligamento das mesmas acontecem, em geral, de forma manual. Se o acendimento se realizasse em posição automática, os controles admitiriam o máximo fornecimento de energia, pois são comandados pela pressão de vapor e isso pode ser desastroso para a caldeira. Na posição manual, o risco de falta de água está relacionado a procedimentos inadequados do operador, que, por exemplo, não aumenta a vazão de água quando o nível tende a baixar. Falhas desse tipo em geral acontecem por falsas indicações de nível ou por imperícia na operação da caldeira. � Riscos de obstruções ou acúmulo de lama na coluna de nível. Geralmente acontecem, quando a limpeza ou a manutenção preventiva ou o tratamento da água são realizados de forma deficiente. Isso poderá fornecer indicações de nível incorretas para o operador ou para os instrumentos responsáveis pelo suprimento de água. De forma similar, obstruções em tubulações de água de alimentação da caldeira podem conduzir a riscos de acidentes, pois a vazão de ingresso da água será inferior à vazão de saída do vapor. Em casos de variações no consumo ocorrer um aumento brusco na vazão de vapor, a instrumentação pode ser responsável por falta de água, pois em virtude da queda brusca de pressão, bolhas de vapor que se formam sob a superfície da água se expandem, dando origem a uma falsa indicação de nível alto, o que reduz a vazão de entrada de água. Além disso, como o pressostato sente a baixa pressão, o sinal que ele envia para os dispositivos de combustão é no sentido de fazer aumentar o fornecimento de combustível, isso tenderá a agravar a condição de risco de acidente. Figura 7.1 – Acidentes. 77 .. 22 .. 11 .. 22 CC hh ooqq uueess tt éé rrmmii cc ooss Resumidamente, o choque térmico ocorre quando o nível da caldeira chega ao mínimo sem o devido desarme e a rápida alimentação com água fria. 22 55 11 CC AADD 00 11 Os choques térmicos acontecem em virtude de freqüentes paradas e recolocação em marcha de queimadores. As caldeiras suscetíveis a essas condições são aquelas que possuem queimadores com potência excessiva ou queimadores que operam em on-off, ou seja, que não modulam a chama. As incrustações das superfícies também favorecem os efeitos dos choques térmicos. Outras situações de ocorrência de choques térmicos são quando a caldeira é alimentada com água fria (<80°C) ou com entrada de água quente nas regiões frias. Os problemas com choques térmicos acontecem com mais freqüência com as caldeiras flamatubulares, especialmente com aquelas com câmara de reversão traseira seca. FFaallhhaa ooppeerraacciioonnaall ppooddee ttaammbbéémm ccoonnttrriibbuuiirr ppaarraa aa ooccoorrrrêênncciiaa ddee cchhooqquueess ttéérrmmiiccooss.. IIssssoo ppooddee aaccoonntteecceerr qquuaannddoo aappóóss uummaa rreedduuççããoo eexxcceessssiivvaa ddoo nníívveell ddee áágguuaa,, ppoorr uumm mmoottiivvoo qquuaallqquueerr ee ccoomm ppaarrttee ddaa ssuuppeerrffíícciiee ddee aaqquueecciimmeennttoo sseemm rreeffrriiggeerraaççããoo,, oo ooppeerraaddoorr ffaazz iinnjjeettaarr áágguuaa nnaa tteennttaattiivvaa ddee rreessttaabbeelleecceerr oo nníívveell nnoorrmmaall.. EEmm ssiittuuaaççõõeess ccoommoo eessttaa,, ddeevvee--ssee aaddoottaarr ccoommoo mmeeddiiddaa ccoorrrreettaa aa cceessssaaççããoo iimmeeddiiaattaa ddoo aabbaasstteecciimmeennttoo ddee ccoommbbuussttíívveell aaooss qquueeiimmaaddoorreess.. 77 .. 22 .. 11 .. 33 DD ee ffee ii tt oo dd ee mmaa nndd rr ii ll aa ggeemm A mandrilagem é a operação de expansãodos tubos junto aos furos dos espelhos da caldeira. A expansão é feita, portanto, nas extremidades dos tubos por meio de um dispositivo cônico chamado mandril e que gira em torno de seu eixo axial. Através da mandrilagem os tubos ficam ancorados, com a estanqueidade devida, nos espelhos das caldeiras flamatubulares ou nas paredes do tubulão das caldeiras aquatubulares. A estanqueidade pode ficar comprometida, se no momento da mandrilagem houver corpos estranhos na superfície externa da extremidade dos tubos ou nas paredes dos furos. Problemas podem também ocorrer se o processo de mandrilagem não for bem controlado, promovendo o aparecimento de trincas nos espelhos (entre furos) e/ou nos tubos. Para melhorar a estanqueidade no processo de mandrilagem é necessário empregar chapas com espessura mínima de 3/4 de polegada e a execução de grooves, que são sulcos circulares nos furos. Esses sulcos são inteiramente ocupados pelo tubo após a mandrilagem. Em espessuras superiores a 2 polegadas são geralmente executados 2 grooves. Os sulcos devem ser executados de modo que não apresentem arestas cortantes, pois podem cisalhar as paredes do tubo, trazendo riscos adicionais. 77 .. 22 .. 11 .. 44 FFaa ll hhaa ss eemm jjuu nn tt aass ss oo ll ddaadd aass O processo de soldagem é muito aplicado na fabricação de caldeiras: solda de tubos, solda de espelhos, solda de tubulões, de reforços, de estais, etc. Portanto, falhas em juntas soldadas aumentam os riscos de acidentes nas caldeiras, pois representam regiões de menor resistência do metal. 252 De modo geral, o Instituto Internacional de Solda classifica os defeitos em grupos: Grupo 1: Fissuras ou trincas; Grupo 2: Cavidades; Grupo 3: Inclusão de escória; Grupo 4: Falta de fusão e de penetração; Grupo 5: Defeitos de forma. Hoje, a maior parte dos fabricantes de caldeiras empregam processos automatizados de soldagem, sendo o processo a arco submerso o que tem apresentado melhores resultados, especialmente na soldagem de chapas de grande espessura. Nesse processo é eliminada a necessidade de execução de vários passes, como também as descontinuidades de soldagem manual. Proporciona cordões de solda limpos, alta eficiência, menor incidência de falhas e, do ponto de vista de segurança do trabalho, é pouco nocivo ao trabalhador, pois não emite radiações e o arco elétrico fica submerso em um pó, chamado fluxo de soldagem, durante todo o tempo de execução da solda. Sem dúvidas, qualquer que seja o processo de soldagem, esse deve ser executado por soldadores qualificados e segundo processos reconhecidos por normas técnicas específicas. Após as operações de soldagem, as caldeiras deveriam passar por tratamentos térmicos de alívio de tensões ou de normalização, para minimizar as tensões resultantes do processo de solda. Para garantir segurança à caldeira desde sua construção, é fundamental que suas juntas soldadas sejam controladas por ensaios não destrutivos, tal como o exame radiográfico. 77 .. 22 .. 11 .. 55 CC oo rr rrooss ãã oo Um dos principais responsáveis pela degradação das caldeiras é a corrosão, que age como fator de redução da espessura das superfícies submetidas à pressão. A corrosão não é sentida pelos instrumentos de operação da caldeira, ou seja, os pressostatos e as válvulas de segurança não detectam sua evolução por que não é acompanhada por elevação de pressão de trabalho. A corrosão avançada das partes da caldeira, pode ser causa de explosões até mesmo em pressões inferiores a PMTA (Pressão Máxima de Trabalho Admissível). Portanto, o avanço da corrosão em caldeiras só pode ser detectado por meio de inspeções minuciosas do equipamento (obrigatórias por lei). A corrosão nas caldeiras pode ocorrer tanto nas partes em contato com a água (corrosão interna), como nas partes em contato com os gases (corrosão externa): –– CC oorr rr ooss ãã oo ii nn tt eerr nnaa :: Esse tipo de corrosão se processa sob várias maneiras, segundo vários mecanismos, entretanto, é sempre conseqüência direta da presença de água (características, impurezas presentes e comportamento), quando em contato com o ferro, nas diversas faixas de temperaturas. 22 55 33 CC AADD 00 11 –– CC oorr rroo ss ããoo eexx tt eerr nnaa :: Esse tipo de corrosão acontece nas superfícies expostas aos gases de combustão e é função do combustível utilizado e das temperaturas. Nas caldeiras aquatubulares, as superfícies de aquecimento mais quente são aquelas do superaquecedor e do reaquecedor, podendo ocorrer corrosão tanto nas caldeiras que queimam óleo como carvão. A corrosão nas regiões de baixa temperatura é conseqüência direta da presença de enxofre nos combustíveis, na forma de sulfatos, de compostos orgânicos ou na forma elementar. Para os combustíveis contendo enxofre na ordem de 3%, o teor de SO3 (Trióxido de Enxofre) nos gases de combustão varia entre 20 a 80 ppm (partes por milhão) em massa. Os gases de combustão contento vapor d´água, pode haver a condensação de gotas de ácido sulfúrico (H2SO4) quando a temperatura reduz muito e atinge o ponto de orvalho. Esse depende das pressões parciais do H2O e do SO3 nos gases de combustão, porém pode variar de 90 a 160°C. A condensação das gotas de H2SO4 pode, desta forma, acontecer nas partes finais das caldeiras aquatubulares, ou seja, no economizador, no pré-aquecedor de ar e na chaminé. OOuuttrroo ffaattoorr qquuee ccoonnttrriibbuuii ppaarraa aa ccoorrrroossããoo eexxtteerrnnaa éé oo aarr aattmmoossfféérriiccoo.. CCaallddeeiirraass iinnssttaallaaddaass eemm rreeggiiõõeess mmuuiittoo úúmmiiddaass,, llooccaaiiss pprróóxxiimmooss aaoo mmaarr ee eemm aattmmoossffeerraass ffoorrtteemmeennttee ppoolluuííddaass,, aapprreesseennttaamm ccoorrrroossããoo eexxtteerrnnaa,, ddee mmooddoo ggeenneerraalliizzaaddoo,, eemm ttooddaass aass ssuuaass ppaarrtteess ((cchhaappaarriiaass,, ccoolluunnaass,, eessccaaddaass,, ppllaattaaffoorrmmaass,, eettcc..)).. 77 .. 22 .. 11 .. 66 EE xx pp ll oo ss õõ eess cc aauu ss aa ddaass ppoo rr aauumm ee nn tt oo ddaa pp rr eess ss ãã oo A pressão do vapor em uma caldeira é função direta da quantidade de energia disponível na fornalha pela queima do combustível e que é transmitida à água. Sendo assim, a pressão interna na caldeira depende fundamentalmente da atuação do queimador. Entretanto, o queimador não é o único responsável pelo aumento de pressão na caldeira, pois a bomba de alimentação injeta água com pressão superior àquela de trabalho. Se a vazão com que a bomba alimenta a caldeira for maior que aquela de saída do vapor, o nível de água sobe e a pressão de trabalho aumenta. Durante a operação normal da caldeira, a pressão é mantida dentro de seus limites através do seu sistema de automação. Com todos os mecanismos da automação, conjugados ou não, é de se esperar que as caldeiras tenham grande chance de ser operadas com segurança, porém, mesmo assim, há inúmeros casos de explosões, causadas por falhas. A possibilidade de falhas em pressostatos pode ser de natureza mecânica, como o bloqueio de sua comunicação com a caldeira ou a deterioração do diafragma ou de natureza elétrica, pela colagem dos contatos. Falhas nas válvulas solenóides oferecem riscos quando impedem o bloqueio do combustível, ou seja, quando operam na posição aberta. Há possibilidades da ocorrência desse defeito por falha mecânica de fabricação ou pela instalação incorreta, fora da vertical, ou de cabeça para baixo. As válvulas de segurança, para funcionarem adequadamente, devem ser fabricadas em processo de rigoroso controle de qualidade, com molas testadas, dimensões calibradas, 254 concentricidade dos elementos e vedações perfeitas, do contrário não fecham após o alívioda pressão, ou, o que é mais grave, não abrem no momento em que necessita sua abertura. É importante observar que, normalmente, a válvula de segurança opera após o sistema de pressão máxima não ter funcionado. Ou seja, se a válvula de segurança não funcionar, a segurança do sistema estará bastante comprometida, restando apenas o sistema manual como possível controle da situação. Falhas no sistema manual são decorrentes de defeitos em instrumentos de indicação de pressão (manômetros) e de nível, ou nos dispositivos de controle, ou, ainda, de procedimentos inadequados por parte do operador. 77 .. 22 .. 22 EE xxpp ll ooss õõ eess nn oo ll aa dd oo dd oo ss gg aa ssee ss (( RR ee tt rr oocc eess ss oo )) As explosões dessa natureza acontecem com freqüência nas caldeiras que operam com combustíveis líquidos e gasosos. A causa básica da explosão de fornalhas é a ignição de uma mistura combustível confinada no interior da fornalha, dutos ou ventiladores. Uma mistura combustível perigosa, confinada na caldeira, consiste no acúmulo de qualquer quantidade de combustível não queimado, misturado com ar em proporções que resultem em combustão rápida e descontrolada na presença de uma fonte de ignição. O resultado desta ignição pode ser um incêndio (“flash”), uma sobrepressão (“furnace puff”) ou uma explosão. A magnitude e a violência da explosão dependem: da quantidade de combustível, da homogeneidade da mistura com o ar e da relação combustível/ar no momento da ignição. As caldeiras aquatubulares, em face da complexa disposição do circuito dos gases, favorecem a existência de zonas mortas, onde pode ocorrer acúmulo de gases não queimados. As explosões no lado dos gases acontecem com freqüência na recolocação manual em marcha da caldeira, quando é promovido a ignição com retardo, ou sem purga prévia, condição em que a fornalha se encontra inundada com a mistura combustível-comburente. Ocorrem casos também de explosões durante o funcionamento da caldeira: falta de limpeza dos queimadores ou presença de água no combustível ou, ainda, carbonização do óleo no queimador pode levar à interrupção da alimentação do combustível. Essa falha, associada ou não a falhas no sistema de alimentação de ar, pode causar perda momentânea da chama. Com isso, o interior da fornalha ficará enriquecida com a mistura e a explosão ocorrerá, deflagrada pelo sistema de ignição, ou por partes incandescentes da fornalha, ou ainda, por outro queimador, no caso de a perda da chama ocorrer em um queimador, enquanto outros funcionam. Algumas caldeiras flamatubulares possuem válvulas de alívio instaladas nos espelhos dianteiros. Essas válvulas são mantidas fechadas por ação de molas durante o funcionamento normal da caldeira e, se abrem para fora, quando a pressão da fornalha supera a pressão exercida pelas molas, ou seja, no momento de uma explosão. Porém, o alívio da pressão nem sempre é obtida, dada à violência com que as explosões acontecem, fazendo voar até os espelhos, nos casos mais extremos. Pode haver também casos de pequenas explosões em 22 55 55 CC AADD 00 11 que essas válvulas são lançadas fora, e, como se localizam próximas à altura da cabeça do operador, podem criar riscos adicionais. Resumidamente, as causas mais comuns de formação e ignição de misturas explosivas são: − perda momentânea de chama, devido à falta de ar ou perda de suprimento de combustível seguida de reacendimento; − vazamentos de combustível em fornalhas apagadas, seguidas de ignição por centelhas ou outras fontes de ignição; − repetidas tentativas de acendimento mal sucedidas (falhas de acendimento) sem que seja dada purga (ventilação) entre as mesmas; − perda de chama em um queimador na presença de outros queimadores acesos, durante a operação normal ou durante o acendimento; − acúmulo de combustível devido à perda total de chama na fornalha seguido de ignição pela tentativa de reacendimento dos queimadores, e; − queima incompleta do combustível devido à baixa razão ar combustível. 77 .. 22 .. 33 AArr rr aa ss tt aamm ee nn tt oo Ocorre por ocasião do nível alto-alto, com projeção d’água junto com o vapor para os equipamentos. As fortes pancadas que ocorrem, podem danificar as redes, válvulas e máquinas com risco de perdas materiais e humanas. A bomba de alimentação em automático irá desarmar quando ocorrer o nível alto-alto, impedindo que isto ocorra. TT aarr ee ffaa 77 ..11 Responda 7.1.1 Quais são as causas dos principais riscos à saúde auditiva de um operador de caldeiras? ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ 7.1.2 Quais são as causas dos principais riscos à saúde oftalmológica de um operador de caldeiras? ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ 256 CC oo nn ss iidd eerr aaçç õõ eess FF ii nn aa ii ss Você está chegando ao final deste módulo. Realize o teste de autoavaliação da Unidade 7 e estude a última Unidade: “NR − 13, Órgãos e Convenção Solas”. Esta aborda as leis vigentes no país sobre caldeiras, as quais possuem o espírito de preservar a integridade física dos empregados e comunidades próximas às indústrias. Procura garantir, também, as condições mínimas de segurança, para que uma caldeira opere. Boa aprendizagem! TT ee ss ttee ddee AAuu tt oo -- AAvvaa ll ii aa çç ããoo ddaa UUnn ii dd aa ddee 77 I) Responda as perguntas abaixo: 7.1) O que se entende por “retrocesso” em uma caldeira? ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ 7.2) Quais são as ocasiões mais prováveis para que ocorra um retrocesso? ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 7.3) Quais são as principais precauções que devem ser tomadas para se evitar retrocesso? ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ 7.4) Por ocasião da troca ou limpeza dos maçaricos, que cuidados devemos ter durante a operação? ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ 7.5) A que fator o Instituto Americano de Petróleo atribui 10% das explosões em caldeiras? ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ 7.6) Qual a conseqüência da admissão muito rápida do vapor em mangueiras ou tubos flexíveis? ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ 22 55 77 CC AADD 00 11 7.7) Por quais razões os riscos de explosões são os mais importantes? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ 7.8) Qual o significado de: “Operação em marcha forçada”? ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ 7.9) O reparo em caldeiras, através do processo de soldagem, pode ser feito por qualquer pessoa? Comente a sua resposta. ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ II) Cite: 7.10) As seis precauções que devem ser tomadas antes que seja permitida a entrada de pessoas numa caldeira. ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ 7.11) Dois exemplos do uso incorreto de vapor. ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ 7.12) Quatro precauções que devem ser tomadas ao apagar a caldeira. ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ 258 7.13) Três precauções que devem ser tomadas durante a limpeza da caldeira. ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ CC hh aa vvee dd ee RRee ss pp ooss tt aass ddoo TTee ss ttee ddee AAuu tt oo -- AAvvaa ll ii aa çç ãã oo ddaa UU nnii dd aadd ee 77 Tarefa 7.1 7.1.1 Presença de ruídos de baixa frequência dos queimadores e de alta frequência proporcionada por vazamentos (intencionais ou não) das válvulas de segurança. 7.1.2 Olhos expostos à radiação infravermelha em operações de regulagem de chama e em observações de superfícies incandescentes. Teste de Auto-Avaliação I) 7.1) Os retrocessos ocorrem quando a pressão dentro da fornalha excede, momentaneamente a pressão da sala de caldeiras. 7.2) Durante o acendimento da caldeira ou durante uma tentativa de reacendeu um maçarico, a partir de uma parede de fornalha incandescente. 7.3) Todo o óleo que eventualmente se acumulou no chão da fornalha deve ser retirado e a fornalha deve ser completamente ventilada, antes de se acender. Nunca se deve reacender um maçarico usando o calor de paredes incandescentes. Usa-se sempre uma tocha. 7.4) Devemos ter cuidado com o óleo quente que, normalmente, escorre por ocasião da retirada e transporte do queimador para a bancada de limpeza, e usar luvas de amianto apropriadas para evitarmos queimaduras. 7.5) São devidos à eletricidade estática geradas durante as operações de limpeza com vapor. 7.6) Pode causar chicotadas da mangueira ou dos tubos flexíveis e ferir muitas pessoas. 7.7) - Por se encontrar presente durante todo o tempo de funcionamento, sendo imprescindível seu controle de forma contínua, ou seja, sem interrupções. - Em razão da violência com que as explosões acontecem. Na maioria dos casos suas consequências são catastróficas, em virtude da enorme quantidade de energia liberada instantaneamente. - Por envolver não só os operadores, como também as pessoas que trabalham nas redondezas. 22 55 99 CC AADD 00 11 - Porque sua prevenção deve ser considerada em todas as fases: projeto, fabricação, operação, manutenção, inspeção e outras. 7.8) Ocorre quando a caldeira possui potência insuficiente para atender às necessidades de vapor do usuário, que, na expectativa de ver sua demanda atendida, intensifica o fornecimento de energia à fornalha. Nessas circunstâncias, dadas as limitações da caldeira, em vez de alcançar a produção desejada, o que é conseguido é o superaquecimento das várias partes da caldeira, determinando a sua deformação ou até a sua ruptura. 7.9) Não. Somente por soldadores qualificados e segundo processos reconhecidos por normas técnicas. 7.10) As linhas de gás combustível devem ser raqueteadas com flange cego. As linhas de combustível líquido e de vapor de atomização devem ser desconectadas dos queimadores, ou os queimadores removidos da câmara de combustão. O sistema de alimentação de combustível sólido deve ser desenergizado e o sistema de frenagem travado. As válvulas de entrada da alimentação de água devem ser travadas e fechadas. As válvulas de descarga devem ser travadas e fechadas. As válvulas de saída de vapor da caldeira devem ser travadas e a linha entre as válvulas abertas para a atmosfera. 7.11) Usar vapor para apagar o fogo em equipamentos elétricos. Admitir vapor muito rapidamente em mangueira e tubos flexíveis. 7.12) Remova os maçaricos dos queimadores tão logo eles sejam apagados. Feche todas as coberturas da fornalha tão logo os queimadores estejam apagados. Baixe o nível da água a três quartos do indicador de nível quando estiver apagando a caldeira. Antes de remover qualquer acessório ou porta de visita sujeita a pressão, assegure-se de que não há mais pressão dentro da caldeira, abrindo os drenos e suspiros, inclusive as do superaquecedor. 7.13) Durante a aplicação de produtos químicos de limpeza, proíba o fumo. Evite a aplicação de grande quantidade de produto de limpeza, de modo que possa ficar acumulado em locais sujeitos a alta temperatura. Proíba o uso de lâmpadas desprotegidas dentro de caldeiras. Os cabos elétricos das lâmpadas portáteis devem estar com isolamento em bom estado. Muito bem! Continue “fazendo” Vá para a última unidade de estudo. 260
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