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Metáfora de devolução

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Texto 12 – “Metáfora e devolução” 
A devolutiva para os pais, em geral, é mais fácil do que para a criança, por termos em comum a comunicação mediada por palavras. Com as crianças há dificuldades para transmitir a compreensão. Como solução: construção de uma narrativa sobre os aspectos mais relevantes observados no psicodiagnóstico, apresentando-o a criança sob a forma de livro-história infantil. Narrativas são vitais para a evolução da humanidade e para a formação da identidade do ser humano, na medida em que espelham conteúdos intrínsecos ao próprio ser. 
Livro história e o conto de fadas. Semelhanças: ambos tem como objetivo a transmissão de algum conhecimento, como o conhecimento de si, da sua história, de seus conflitos, ou o conhecimento de alguma situação peculiar ao existir humano. Os contos de fada atingem diferentes camadas da psique e o livro de histórias também, na medida em que contempla a trajetória de vida e os conflitos da criança através de metáforas, analogias e imagens visuais que favorecem uma apreensão adequada as suas possibilidades de consciência. A verdade é apresentada, não é omitida. Diferenças: os contos de fadas tem um caráter moral, o que não acontece com o livro. Além disso, os contos de fada promovem a interiorização de certos valores, e este também não é o propósito do livro de história. Ao contrário, seus objetivos contemplam as possibilidades criativas da criança, cabendo sempre a ela os julgamentos e, principalmente, as possíveis soluções para os conflitos centrais. 
Devolutiva = é necessária para que o paciente possa integrar aspectos de sua identidade que estão dissociados. Funciona como um mecanismo de reintrojeção, sobretudo da identidade latente do paciente, contribuindo também para diminuir fantasias de doença, incurabilidade e loucura, possibilitando perceber-se com critérios mais próximos da realidade, com menos distorções idealizadoras e depreciativas. Objetivo: auxiliar o paciente a realizar uma integração psíquica daqueles aspectos de sua personalidade que estão dissociados, contribuindo, desse modo, para a preservação de sua identidade. Se isto é conseguido, a devolução terá para ele um caráter terapêutico. 
Devoluções parciais durante o processo = explorar melhor as hipóteses levantadas e aumentar os seus possíveis efeitos terapêuticos. 
Técnicas de devolução = começas sempre pelos aspectos mais adaptativos para depois abordar aqueles que são menos adaptativos, fazendo o uso de uma linguagem simples e apropriada a criança para que ela possa compreender nossa comunicação. 
Consideramos que o livro história é o resultado da compreensão de todo o trabalho realizado no psicodiagnóstico. Ele contém aspectos significativos do desenvolvimento da criança e de suas relações com o meio em que vive, assim como uma compreensão de seus sintomas. Supomos que, desse modo, é possível dar a ela um entendimento melhor de seu problema, contextualizando-o em sua história familiar e pessoal, incluindo também seus recursos para lidar com as dificuldades apresentadas. A criança parece obter uma percepção do seu sintoma, bem como a expressão dos sentimentos envolvidos. 
O livro de história é uma metáfora que expressa a compreensão do psicodiagnóstico. É uma síntese que contempla a história vital da criança e suas vivencias durante o processo de psicodiagnóstico, suas dificuldades e recursos internos, em uma linguagem acessível a sua compreensão. A história e os personagens devem ser escolhidos em função das afinidades e analogias com os conteúdos evidenciados. 
Conteúdo formal do livro = história de vida (familiar e da criança); sintoma; busca de atendimento e a relação com o psicólogo; a explicitação dos sentimentos do personagem de identificação; a integração dos diferentes aspectos observados através da hora do jogo, testes, visitas, etc; final onde a criança tenha a chance de expressar sua própria solução final quanto ao encaminhamento dado.

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