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AulaWEB_01_HistPolEnsSup

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1 
 
 
 
 2 
AULA 1: DISCUSSÕES SOBRE POLÍTICA 3 
INTRODUÇÃO 3 
CONTEÚDO 4 
USOS DO TERMO POLÍTICA 4 
CONTEXTO HISTÓRICO: NOÇÃO DIFUNDIDA NA GRÉCIA ANTIGA 5 
CONTEXTO HISTÓRICO: NOÇÃO DIFUNDIDA NA ROMA ANTIGA 6 
CONTEXTO HISTÓRICO: NOÇÃO DIFUNDIDA NA IDADE MÉDIA 7 
CONTEXTO HISTÓRICO: NOÇÃO DIFUNDIDA NA MODERNIDADE 7 
PODER DO ESTADO 8 
ESTADO X SOCIEDADE CIVIL 9 
ATIVIDADE PROPOSTA 1 9 
POLÍTICA = CONSENSO OU OPOSIÇÃO DE IDEIAS? 9 
POLÍTICA X POLÍTICO 11 
MANIFESTAÇÕES POLÍTICAS 13 
ATIVIDADE PROPOSTA 2 14 
REFERÊNCIAS 15 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 16 
CHAVES DE RESPOSTA 23 
AULA 1 23 
ATIVIDADE PROPOSTA 1 23 
ATIVIDADE PROPOSTA 2 23 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 24 
 
 
 
 
 3 
Introdução 
Nesta aula, entenderemos os vários sentidos do termo política. Construído ao 
longo da história, esse conceito assumiu diversos significados, cujas bases 
teóricas mantêm relação com a dimensão da vida em sociedade. Trata-se de 
uma palavra que muito se usa atualmente, talvez até de forma evasiva, 
enfraquecendo, por vezes, os valores da tão sonhada sociedade democrática. 
Antes de discutirmos o projeto das políticas voltadas para o Ensino Superior 
brasileiro, é importante especificarmos, primeiro, de que forma essa 
concepção vem sendo definida. 
 
Objetivos: 
 
1. Analisar, historicamente, o conceito de política à luz da complexidade 
das relações de poder entre o Estado e a sociedade; 
2. Compreender a diferença entre a política e o político na correlação de 
forças que configura uma hegemonia. 
 
 
 
 
 4 
Conteúdo 
Usos do termo política 
 
Você já percebeu como se fala em política atualmente? 
 
Utilizamos essa palavra para nos referirmos a inúmeras ações, tais como as: 
 
 Estatais – aquelas direcionadas à coisa pública (política PARA o 
Estado) ou originadas desta (política DO Estado), através da 
concretização de atos políticos; 
 
 Coletivas – aquelas realizadas por um grupo de indivíduos que se 
mobilizam para reivindicar algo do governo. 
 
Nesse sentido, entendemos que a ideia de política se articula em torno dos 
papéis do Estado. 
 
Muito ouvimos, também, sobre as várias formas de política, como, por 
exemplo, aquela referente: 
 
 À igreja; 
 À escola; 
 À universidade; 
 Ao hospital; 
 Ao sindicato etc. 
 
Nesse caso, trata-se da maneira pela qual tais instâncias consideram a 
participação dos indivíduos em sua organização. 
 
Como você pode perceber, de um modo ou de outro, nós nos relacionamos 
com essa noção – seja para afirmar nosso interesse em movimentos políticos, 
seja para caracterizar diversas posturas que assumimos no cotidiano. 
 
 
 5 
É possível afirmar que esses diversos significados associados ao termo política 
vêm de um longo processo histórico. Vejamos, a seguir, como ocorreu a 
transformação desse conceito. 
 
Contexto histórico: noção difundida na Grécia antiga 
De acordo com Shiroma, Moraes e Evangelista (2007, p. 7), no período 
conhecido como História Clássica 1 , o significado de política estava 
vinculado à noção de cidade, ou seja, tratava-se de algo “urbano, civil, 
público e social”. 
 
Por exemplo, a atividade desenvolvida pelos homens na polis2 ou cidade-
estado grega era considerada como tal. Em outras palavras, a política 
correspondia àquilo que era de interesse do indivíduo enquanto cidadão. 
 
Logo, na Grécia antiga, essa ideia estava muito mais articulada às práticas 
desenvolvidas pelo social do que a uma forma de governo. Essa concepção 
assumia como referência a noção de coletividade, estabelecendo um sentido 
que diferia daquele apresentado pelas demais civilizações deste tempo. 
 
Desviemos, então, o nosso olhar para analisarmos Roma. Uma outra 
civilização, com uma outra concepção de política no mesmo período histórico. 
 
 
 
1 História Clássica 
Tempo compreendido entre os séculos V e IV a.C. e marcado pelo surgimento da poesia 
grega que assume como eixo condutor da época a cultura das civilizações da Grécia e 
Roma antigas. 
 
Adaptado de: http://www.klickeducacao.com.br/conteudo/pagina/0,6313,POR-4596-
37067-,00.html. Acesso em: 21 jan. 2014. 
 
2 Polis 
Pequeno território geograficamente situado na parte mais alta de determinada região. 
Suas características equivaliam às de uma cidade. 
 
 
 6 
Contexto histórico: noção difundida na Roma antiga 
A cidade de Roma assumia uma característica imperial. Portanto, seu modelo 
de atividade política era exercido a partir de um Estado forte e centralizador, 
e a disputa pelo poder, pela tutela estatal – a título de interesses privados – 
ganhava relevância. 
 
De acordo com esse posicionamento, a ideia de política estava associada à 
preocupação com a instituição que se ocupava de gerir a coisa pública – 
diferente da noção empregada na Grécia, que tinha como base a atividade 
social humana. 
 
Essas concepções se distanciam no sentido de apontar para o papel 
exercido pelo Estado nas relações de poder que pode concentrar. 
 
Para Maar (1983), foi justamente em função da ênfase ao poder estatal que o 
Império Romano começou a entrar em decadência. 
 
O autor afirma que as causas dessa queda vieram de um simples erro: basear 
a visão de atividade política exclusivamente em uma concepção institucional, 
voltada para a prática do Estado. 
 
O Império deixou de considerar que, fora de seu alcance, as forças de 
oposição podiam adquirir sentido político capaz de destruí-lo. No caso de 
Roma, tais forças vinham dos bárbaros e da atividade religiosa cristã, que 
acabou assumindo esse teor. 
 
 7 
Contexto histórico: noção difundida na Idade Média 
A partir da Idade Média3, as relações de poder foram se evidenciando na 
atividade política. Nesse período, o referido poder político consistia em 
dominar pela força e orientar pela persuasão. 
 
Essa forma de domínio exigia, também, outra concepção de ESTADO: aquela 
cujas bases o caracterizariam como OPRESSOR, DIRIGENTE e ORIENTADOR. 
Em virtude dessa concepção, Estado e governo se separaram. 
 
Desse momento em diante, o governo passou a ser agente da atividade 
política estatal, gerenciando os interesses do Estado. 
 
Quais seriam, então, os sentidos atribuídos ao conceito de política 
hoje em dia? 
 
Já mencionamos alguns deles no início desta aula, mas, agora, vamos definir 
essa noção de forma mais específica! 
 
Contexto histórico: noção difundida na Modernidade 
A ação de sujeitos na história produz rearranjos, dando novos significados aos 
conceitos. Justamente em função disso, a noção de política assumiu outros 
sentidos na Modernidade. 
 
De acordo com Shiroma, Moraes e Evangelista (2007, p. 7), atualmente, esse 
termo reporta-se: 
 
“[...] à atividade ou ao conjunto de atividades que, de alguma 
forma ou de outra, são imputadas ao Estado moderno capitalista 
ou que dele emanam. O conceito de política encadeia-se, assim, ao 
 
3 Idade Média 
Período compreendido entre os séculos V e XV. 
 
 
 8 
poder do Estado – ou sociedade política – em atuar, proibir, 
ordenar, planejar, legislar, intervir, com efeitos vinculadores a um 
grupo social definido bem como ao exercício exclusivo sobre um 
território e a defesa de suas fronteiras”. 
 
Isso significa que, hoje em dia, a política está relacionada às ações de 
determinado tipo de governo e de administração estatal. 
 
Vejamos, a seguir, a que Estado estamos nos referindo... 
 
Poder do Estado 
Para alguns, o Estado possui significadosdiversos. Vamos conhecer dois deles 
atribuídos pelos seguintes filósofos: 
 
 
Hegel 
Estado = Produto da razão, fundamento da sociedade 
civil e da família. 
 
Marx 
Estado = Expressão de relações contraditórias da 
sociedade civil como resultado dos regimes capitalistas 
de produção 
 
 
Nossa condição de governo está mais próxima da definição de Marx, afinal, 
vivemos sob esse capitalismo, que reforça o abismo entre aqueles que têm 
acesso a bens culturais e usufruem deles e aqueles que não os possuem. 
 
Nessa proposta de governo, os papéis assumidos pelos representantes do 
Estado nem sempre correspondem ao interesse da maioria, ou seja, das 
necessidades sociais. 
 
 9 
Estado X sociedade civil 
Em função da visão apresentada anteriormente, chegamos à conclusão de 
que, nos dias de hoje, o termo política consiste em pensar como se 
estabelecem as relações de poder – entre governo e sociedade – que 
legitimam determinadas ações em detrimento de outras. 
 
Por exemplo, no Brasil – um país que assume caráter democrático 
estruturado pelo consenso do povo –, a sociedade autoriza o presidente a 
exercer seu poder por meio de um documento legal: a Constituição 
Federal, que formaliza esse consenso e dá garantias a ele sob o regime 
capitalista de produção. 
 
E nessa situação descrita, as análises sobre as relações de poder que 
legitimam as ações entre Estado e sociedade, comumente, aparecem de 
forma polarizada: de um lado a figura do Estado e do outro lado a sociedade, 
como se as demandas vindas da sociedade não pudessem articular com 
aquelas do governo. 
 
Atividade proposta 1 
Vamos fazer uma atividade para que você possa exercitar o que aprendeu até 
aqui sobre as relações de poder entre Estado e sociedade. 
 
Como essas relações são apresentadas ao longo da aula? O poder se 
configura de maneira fluida ou aparece de forma polarizada, caracterizando o 
poder único e exclusivo do Estado? 
 
Política = consenso ou oposição de ideias? 
Você percebeu, pela realização do exercício de fixação, como a definição de 
política também nos remete à ideia de oposição? 
 
 
 10 
Esta é a visão defendida por Mouffe (1993 apud MENDONÇA, 2010) sobre a 
noção de democracia atribuída à política: pensá-la sob a forma de um modelo 
agonístico, ou seja, radical. 
 
Esse conceito surge para contrariar a democracia contemporânea, baseada no 
consenso. De acordo com a autora, a tentativa de apagar da dimensão 
política as relações antagônicas – que se opõem – é impossível, até porque 
essa é a lógica de constituição de qualquer política social. Em outras palavras: 
 
A oposição é condição para se fazer política! 
 
Os interesses contraditórios assumidos pelos indivíduos animam as disputas 
pelo poder e não precisam ser eliminados. 
 
 
Atenção 
 A proposta de Mouffe (1993 apud MENDONÇA, 2010) é 
justamente transformar o objetivo da política democrática da 
seguinte forma: 
 
ANTAGONISMO > AGONISMO 
 
 = = 
 
 INIMIGO ADVERSÁRIO NECESSÁRIO 
 
Sendo assim, as lutas travadas nos espaços da política teriam 
o propósito de construir mecanismos capazes de fixar, 
provisoriamente, um projeto hegemônico, a partir da relação 
positiva entre adversários e de formas coletivas de 
identificação, que mobilizam demandas sociais. 
 
 
 
 11 
Política X político 
Como vimos anteriormente, Mouffe (2005) defende a ideia de que as relações 
de oposição e de poder permeiam os espaços da política na articulação com o 
político. 
 
A autora diferencia ambos os conceitos por considerá-los a base para analisar 
o processo hegemônico. 
 
É através dessa distinção que podemos entender as inter-relações entre os 
contextos políticos que atribuem significados a qualquer termo 4 
indiscriminadamente – como é o caso da palavra política, por exemplo 
(LACLAU; MOUFFE, 2004). 
 
Além disso, essa é uma maneira de pensarmos de que forma ocorrem as 
disputas para que algo seja assumido como consenso na sociedade. 
 
Podemos afirmar que a transição do adjetivo político para o substantivo 
política assumiu estes significados: 
 
POLÍTICO > POLÍTICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 Termo 
Dentre os termos que recebem significados, podemos citar: 
 Cidadania; 
 Democracia; 
 Qualidade; 
 Educação; 
 Política; 
 Sociedade. 
Qualidade do conjunto de 
relações de ação política – 
aquilo que pertence à 
cidade, à sociedade. 
Nome que designa um 
saber mais ou menos 
organizado sobre tal 
conjunto de relações. 
 
 12 
Não podemos deixar, contudo, de especificar essa íntima ligação e o motivo 
de sua distinção. 
 
Veja, agora, como Mouffe (2005) explica a relação entre as noções de político 
e política: 
 
Político 
Falar sobre o político nos remete à ideia de algo específico, conflituoso. 
 
Nesse contexto, situam-se as disputas sociais, os antagonismos, as diferentes 
posições inerentes às relações humanas, que fazem com que os indivíduos se 
reconheçam como tais em função da produção do outro. 
 
Dessa forma, o político se define pela coexistência dessas distinções, 
construindo um espaço em que se definem as demandas da sociedade – 
aquelas que se pretendem universais na tentativa de uma estruturação 
hegemônica. 
 
Em outras palavras, trata-se de articular aquilo que determinado grupo 
acredita com o que é do senso comum, a fim de firmar seu valor de verdade. 
 
Política 
Para se pensar o político – a escola, a igreja, os partidos, o governo etc. –, a 
política volta-se mais para o campo empírico ou da experiência. 
 
Essa dimensão mantém relação com as muitas práticas da política 
convencional que, de acordo com Mouffe (2005, p. 20), estão inscritas nos: 
 
“[...] discursos e [nas] instituições que procuram estabelecer certa 
ordem e organizar a coexistência humana em condições que são 
sempre conflituais, porque são sempre afetadas pela dimensão do 
político”. 
 
 
 13 
A partir da tensão própria do nível do político, a sociedade se reúne na arena 
política para externar o desejo de tornar suas demandas universais. 
 
Essas disputas ou negociações baseiam-se no que se considera válido 
enquanto valor de verdade, nos sentidos que se fixam em prol de uma 
hegemonia. Veremos um exemplo dessas lutas adiante. 
 
Manifestações políticas 
Como exemplo claro da relação entre o político – o Estado – e a política – as 
ações do povo –, podemos citar as manifestações populares iniciadas no 
Brasil, no mês de junho de 2013. 
 
A sociedade brasileira se organizou em prol de uma demanda comum: a 
revogação do aumento das passagens de ônibus em oposição a uma ação do 
governo, e o resultado foi satisfatório. 
 
Essa mobilização – que assumiu valor de verdade – promoveu rearranjos na 
estrutura política do país. Afinal, para solucionar a disputa pelo poder, houve 
uma mediação entre as intervenções do governo e as posições dos brasileiros 
nesse processo. 
 
 
Atenção 
 Essa análise sobre a relação entre Estado e sociedade não 
pretende desconsiderar o papel privilegiado do Estado na 
produção, fixação e distribuição de sentidos de qualquer 
política, mas indicar que há outras brechas que permitem 
abalar o imposto como hegemônico – conceito que se 
configura na história como resultado de lutas. 
 
 
 
 14 
Atividade proposta 2 
Antes de finalizarmos esta aula, vamos fazer uma atividade com base no caso 
apresentado para este estudo: Sindicato dos professores defende blackblocs e avisa que vai criar sua “autodefesa”. 
 
No decorrer do conteúdo, discutimos bastante a respeito de política – 
conceito que está presente em nosso cotidiano. Mas será que todos nós 
fazemos política ou conseguimos nos isentar desse tipo de ação? 
 
De acordo com Chauí (1995, p. 371): 
“As pessoas que, desgostosas e decepcionadas, não querem ouvir 
falar em política recusam-se a participar de atividades sociais que 
possam ter finalidade ou cunhos políticos e afastam-se de tudo o 
que as lembre de atividades políticas. Mesmo tais pessoas, com 
seu isolamento e sua recusa, estão fazendo política, pois deixam 
que as coisas fiquem como estão e, portanto, que a política 
continue a ser o que é. A apatia social é, pois, uma forma passiva 
de fazer política”. 
 
Faça um contraponto entre esse trecho e o caso em questão, refletindo sobre 
a importância dos cidadãos na luta política – reafirmada pelo uso recorrente 
da frase “O gigante acordou”. Não se esqueça de considerar a definição de 
política aqui discutida. 
 
Para auxiliá-lo em sua resposta, propomos algumas questões: 
 O fragmento de texto apresentado retrata a atualidade? Por quê? 
 Em termos de articulação política, o que significa dizer “O gigante 
acordou”? 
 Que relações se estabelecem nesse contexto entre os grupos da 
sociedade civil em oposição ao Estado? 
 Que demanda(s) comum(ns) podemos identificar nesses grupos 
sociais? 
 
 15 
 Que papel assume o Estado nessa correlação de forças? 
 
Referências 
CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. 6. ed. São Paul: Ática, 1995. 
 
JAPIASSÚ, H.; MARCONDES, D. Dicionário básico de Filosofia. 3. ed. rev. 
e ampl. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001. Não paginado. 
 
LACLAU, E.; MOUFFE, C. Hegemonía y estrategia socialista: hacia una 
radicalización de la democracia. Buenos Aires: Fondo de Cultura 
Económica, 2004. 
 
MAAR, W. L. O que é política. 3. ed. São Paulo: Brasiliense, 1983. 
 
MACEDO, E. Currículo: política cultura e poder. Revista Currículo sem 
fronteiras, v. 6, n. 2, p. 98-113, 2006. 
 
MENDONÇA, D. Teorizando o agonismo: crítica a um modelo incompleto. 
Revista Sociedade e Estado, v. 25, n. 3, set./dez. 2010. 
 
MOUFFE, C. Por um modelo agonístico de democracia. Revista Sociologia 
política, Curitiba, v. 25, p. 11-23, nov. 2005. 
 
SHIROMA, E. O.; MORAES, M. C. M. de; EVANGELISTA, O. Política 
educacional. 4. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2007. 
 
 
 
 16 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
De acordo com o que estudamos ao longo desta aula, do período da 
Antiguidade Clássica até a contemporaneidade, o conceito de política assumiu 
outros contornos. Isso ocorreu devido: 
 
a) A uma determinação própria dessa noção. 
b) A um posicionamento exclusivo do Estado. 
c) A um posicionamento exclusivo da sociedade civil. 
d) À ação dos sujeitos na história, que produzem rearranjos a partir das 
articulações com o social, nas figuras do Estado e da sociedade civil. 
e) N.R.A. 
 
 
Questão 2 
Em sua definição de política, o Dicionário Básico de Filosofia (JAPIASSÚ; 
MARCONDES, 2001, não paginado) pontua que a filosofia política se preocupa 
com: 
 
“[...] a análise filosófica da relação entre os cidadãos e a sociedade, as 
formas de poder e as condições em que estas se exercem [...]”. 
 
A partir dessa conceituação, da leitura do artigo destinado a esta aula, bem 
como deste estudo, é possível afirmar que, na atualidade, o sentido de 
política: 
 
I. Refere-se ao urbano, ao civil, ao público e ao social. 
II. Aproxima-se daquele difundido na Grécia, cujas bases estão 
direcionadas às práticas articuladas pelo social. 
III. Mantém íntima relação com o papel exercido, exclusivamente, pelo 
Estado. 
 
 17 
IV. Articula-se às práticas desenvolvidas pelo social e pelo Estado, bem 
como envolvem complexas relações de poder na disputa por uma 
hegemonia. 
 
Entre os itens anteriores, está(ão) CORRETO(S): 
 
a) I e II 
b) Somente II 
c) I, II e III 
d) I, II, III e IV 
e) I, II e IV 
 
 
Questão 3 
A presença de um Estado forte e interventor caracterizou, no Brasil, o período 
da ditadura militar. O mesmo modelo de governo atuou em Roma, 
representando modos de atividade política: 
 
I. Preocupados com a coisa pública. 
II. Centralizadores, que consideravam positivas as ações de controle do 
Estado. 
III. Distantes da ideia de pensar a coisa pública e próximos da valorização 
da instituição que se ocupa de geri-la. 
 
Entre os itens anteriores, está(ão) CORRETO(S): 
 
a) I e II 
b) I, II e III 
c) II, III 
d) I e III 
e) Somente II 
 
 
 18 
Questão 4 
A teoria marxista corresponde a uma crítica radical às sociedades capitalistas 
e explicita as condições de exploração das relações de produção. Nesta aula, 
afirmamos que o regime capitalista reforça a distância entre aqueles que têm 
acesso a bens culturais e aqueles que não dispõem deles. Na sociedade 
brasileira, isso significa que: 
 
a) Uma parcela mínima da população não tem acesso à educação, à 
saúde e ao lazer e, por isso, não usufrui desses bens. 
b) Os salários recebidos pela população são justos, o que permite que 
todos usufruam dos bens culturais disponíveis atualmente. 
c) A maioria da população não tem acesso à educação, à saúde e ao lazer 
em oposição a um grupo minoritário que usufrui desses bens. 
d) O analfabetismo foi erradicado no país e os sistemas de saúde pública 
atendem, a contento, os indivíduos que dele precisam – em função 
disso, é comum encontrar pessoas que usufruem dos bens artísticos. 
e) N.R.A. 
 
 
Questão 5 
De acordo com o Dicionário Básico de Filosofia (JAPIASSÚ; MARCONDES, 
2001, não paginado), o termo política corresponde a: 
 
“Tudo aquilo que diz respeito aos cidadãos e ao governo da cidade, aos 
negócios públicos. A filosofia política é, assim, a análise filosófica da relação 
entre os cidadãos e a sociedade, as formas de poder e as condições em que 
estas se exercem, os sistemas de governo e a natureza, a validade e a 
justificação das decisões políticas. 
 
Segundo Aristóteles, o homem é um animal político que se define por sua 
vida na sociedade organizada politicamente. Em sua concepção e na tradição 
clássica em geral, a política enquanto ciência pertence ao domínio prático e é 
 
 19 
de natureza normativa, estabelecendo os critérios da justiça e do bom 
governo, e examinando as condições sob as quais o homem pode atingir a 
felicidade (o bem-estar) na sociedade, em sua existência coletiva [...]”. 
 
Nesse caso, a categoria de poder que permeia, na atualidade, o Estado e a 
sociedade quanto à luta política é trabalhada da seguinte forma: 
 
I. Polarizada, centrada sempre no Estado. 
II. Polarizada, sempre determinada pelo social. 
III. Fluida, a partir das articulações do social – entre Estado e sociedade 
civil –, buscando produzir uma hegemonia. 
 
Entre os itens anteriores, está(ão) CORRETO(S): 
 
a) Somente I 
b) Somente II 
c) Somente III 
d) I e II 
e) I, II e III 
 
 
Questão 6 
Em tempos de eleição, é comum observarmos alianças partidárias que não 
poderiam ser previstas. Para além de um julgamento moral – que auxilia os 
eleitores a compartilharem ou não dessa nova articulação política –, essa 
situação se torna possível quando: 
 
I. Os indivíduos disputam pelo poder político na política. 
II. No terreno da política, demandas comuns são evidenciadas. 
III. As pessoas se unem em torno de um interesse comum, mesmo com 
posições contraditórias, configurando-o como uma demanda da 
sociedade.20 
IV. O sujeito – representante da política – se nega a ficar só. 
 
Entre os itens anteriores, está(ão) CORRETO(S): 
 
a) Somente I 
b) Somente II 
c) Somente III 
d) I, II e III 
e) I, II, III e IV 
 
 
Questão 7 
Nesta aula, diferenciamos os termos político e política. Para refletirmos sobre 
essa distinção, apresentamos a música de Thiago Corrêa, Brasil em cartaz, 
que aponta o Facebook como um espaço de articulação das manifestações 
populares ocorridas, recentemente, no Brasil. De acordo com este estudo, é 
possível afirmar que esse novo ambiente: 
 
a) Não pode ser definido de forma precisa. 
b) É um espaço virtual que mobilizou, por acaso, um grande número de 
pessoas. 
c) Possibilita a articulação do político, configurando-se como mais uma 
dimensão da política. 
d) Representa apenas um espaço que fomenta boatos e, por isso, não 
colabora para a articulação do político. 
e) Todas as opções estão corretas. 
 
 
 
 
 21 
Questão 8 
As manifestações populares que vêm ocorrendo, no Brasil, desde junho de 
2013 mostram como opera o jogo político. É possível justificar a união entre 
partidos, grupos ou indivíduos divergentes na luta por um mesmo ideal por 
meio das: 
 
a) Relações de poder oriundas do social. 
b) Articulações das demandas do governo. 
c) Relações de poder oriundas do governo. 
d) Articulações de uma demanda comum da sociedade. 
e) N.R.A. 
 
 
Questão 9 
A concepção de política agonística não pretende eliminar a diferença por 
entender que sempre haverá uma oposição ao hegemônico. Pelo contrário: 
essa noção afirma que o outro anima o jogo político. Isso não significa que há 
tolerância quanto às desigualdades sociais. 
 
Sendo assim, atrelado à correlação de forças entre as figuras do Estado e da 
sociedade, o conceito de política permite operar em um mundo desigual e de 
incertezas em termos de distribuição dos bens materiais e simbólicos, porque: 
 
a) Atribui à sociedade a missão redentora de mudança. 
b) A única esperança é encontrar formas de pensar como essa. 
c) Trabalha a realidade, na qual o Estado é detentor único do poder. 
d) A disputa se dá na tensão entre a dimensão do político e da política, o 
que nos permite compreender essa correlação, sem desconsiderar o 
peso da sociedade. 
e) N.R.A. 
 
 
 
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Questão 10 
No artigo destinado a esta aula, os black blocs são relacionados à figura dos 
professores. Essa associação pretende afirmar que os docentes são 
coniventes com atos de violência tão difundidos pela mídia, o que desqualifica 
a luta política. 
 
Os profissionais da educação, por sua vez, aceitam essa analogia e elaboram 
seu grito de guerra: “O black bloc é meu amigo, mexeu com ele, mexeu 
comigo”. 
 
Dessa forma, eles produzem outra articulação em torno do sentido da palavra 
violência, culpando a polícia e o Estado como os responsáveis por atos 
violentos. Essa atitude pôde ser comprovada na letra da canção de Thiago 
Corrêa, Brasil em cartaz, apresentada nesta aula, que afirma: “E olha só, que 
coincidência! Não tem polícia, não tem violência”. 
 
Com base no que estudamos, é possível afirmar que essa relação: 
 
a) É uma artimanha do social. 
b) Faz parte do poder do Estado, e não da sociedade. 
c) Não leva ninguém a lugar algum, pois o valor das passagens de ônibus 
acabou aumentando. 
d) Configura o jogo político e retrata, em certa medida, a tensão inscrita 
nas disputas de poder, para fazer valer como verdade uma ou outra 
ideia. 
e) Todas as opções estão corretas. 
 
 
 
 
 23 
Aula 1 
Atividade proposta 1 
A ideia de poder é desenvolvida, nos textos dessa aula, de forma a pensa-la 
de maneira fluida, e não estática. Em outras palavras, sempre haverá 
disputas entre o Governo e a Scoiedade com a intenção de produzir uma 
hegemonia. 
 
Este é o jogo político: enfatizar determinada visão de mundo como aquela em 
que vale a pena apostar. Por isso, é muito importante compreender como se 
articulam tais lutas nos diferentes espaços. Dessa forma, entenderemos os 
motivos que levam as manifestações de oposição ao governo a assumirem 
legitimidade política. 
 
Atividade proposta 2 
A apatia com relação às atividades políticas vem assumindo outros contornos 
na sociedade. Prova disso é o uso contínuo da frase “O gigante acordou”, na 
qual a palavra gigante representa, metaforicamente, o Brasil. Portanto, essa 
afirmação indica que um grande número de indivíduos vem-se mobilizando 
politicamente no país. 
 
Com base no caso proposto para esta aula e na visão de Chauí (1995), 
identificamos que a demanda por uma educação de qualidade está presente 
em diversos grupos. Esse interesse promove articulações para que conjuntos 
distintos de pessoas sejam colocados lado a lado em favor de um projeto 
maior. 
 
A ideia é criar condições básicas para formar uma política dominante. O fato é 
que esse projeto enfrenta processos de negociação que envolvem sujeitos 
 
 24 
organizados em grupos ou identidades nos diferentes contextos, capazes de 
representar essa hegemonia temporariamente. 
 
Nessa disputa, um movimento de correlação de forças entre a figura do 
Estado e a sociedade se estabelece. Isso significa que na relação entre a 
POLÍTICA – instituições que representam o Estado – e o POLÍTICO – ação 
dos diversos sujeitos sociais –, essa espécie de política dominante provisória 
vai-se configurando nos processos de luta. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 – D 
Justificativa: A ação de sujeitos na história produz rearranjos, dando novos 
significados aos conceitos. Justamente em função disso, a noção de política 
assumiu outros sentidos na Modernidade. 
 
Questão 2 – E 
Justificativa: A presença de um Estado forte e centralizador caracteriza o 
sentido de política na atualidade. Conforme aponta o artigo sugerido para 
esta aula, trata-se daquilo que é de interesse da sociedade e de suas 
articulações em torno de uma demanda comum. Ainda assim, essas 
articulações configuram relações de poder e as condições em que este se 
exerce, tal como afirma o trecho retirado do Dicionário Básico de Filosofia 
(JAPIASSÚ; MARCONDES, 2001). 
 
Questão 3 – C 
Justificativa: A cidade de Roma assumia uma característica imperial. Portanto, 
seu modelo de atividade política era exercido a partir de um Estado forte e 
centralizador, e a disputa pelo poder, pela tutela estatal – a título de 
interesses privados – ganhava relevância. De acordo com esse 
posicionamento, a ideia de política estava associada à preocupação com a 
instituição que se ocupava de gerir a coisa pública. 
 
 25 
Questão 4 – C 
Justificativa: Apenas uma parcela mínima da população usufrui dos bens 
culturais disponíveis em nossa sociedade, sejam estes bens materiais – como 
saúde e educação, por exemplo – ou simbólicos – objetos artísticos ou 
culturais. 
 
Questão 5 – C 
Justificativa: Na definição de política proposta pelo Dicionário Básico de 
Filosofia (JAPIASSÚ; MARCONDES, 2001), a ideia de poder é desenvolvida de 
forma fluida, quando se reflete sobre o jogo político. Enfatizar determinada 
visão de mundo como aquela em que vale a pena apostar significa produzir 
uma hegemonia. Isso resulta da disputa pelo poder, da relação conflituosa 
entre Estado e sociedade civil. Por isso, é muito importante compreender 
como se articulam tais lutas nos diferentes espaços. Somente dessa forma, 
entenderemos os motivos que levam as manifestações de oposição ao 
governo a assumirem legitimidade política. 
 
Questão 6 – C 
Justificativa: As articulações da sociedadeserão efetivadas quando os 
indivíduos compartilharem de, pelo menos, um interesse em comum, no 
desejo de que este assuma valor de verdade, ou seja, torne-se hegemônico. 
 
Questão 7 – C 
Justificativa: O Facebook é parte do resultado dos avanços das Tecnologias 
da Informação e Comunicação (TICs), que ganharam visibilidade, no Brasil, a 
partir da década de 1980. Por fomentar as manifestações ocorridas, em junho 
de 2013, no país, essa ferramenta virtual se configurou como um novo 
espaço da política, ou seja, um terreno que potencializa as articulações da 
sociedade em torno de uma demanda comum. 
 
 
 
 26 
Questão 8 – D 
Justificativa: A união entre partidos, grupos e indivíduos com 
posicionamentos diferentes se justifica na medida em que tais sujeitos se 
articulam em torno de uma demanda comum da sociedade brasileira: a 
diminuição ou a manutenção do valor das passagens de ônibus. 
 
Questão 9 – D 
Justificativa: A dimensão de poder pode ser compreendida a partir da 
correlação de forças entre o político e a política, o que permite entender que 
demandas do social são capazes de assumir legitimidade e, 
consequentemente, de se tornar hegemônicas. É possível que tais demandas 
estejam associadas à tentativa de diminuir as igualdades materiais e 
simbólicas da sociedade. 
 
Questão 10 – D 
Justificativa: Na luta política, as disputas por poder ganham relevância. Elas 
não pertencem a um polo ou a outro, mas se caracterizam de modo fluido, na 
medida em que as articulações possibilitam os embates entre os lados que se 
opõem. Entretanto, quando o Estado entra nessa disputa por determinada 
visão de mundo, seu poder sobressai. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atualizado em 26 fev. 2014

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