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Revisão de literatura sobre atendimento odontológico a paciente com AIDS e paciente com Alzheimer

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE ODONTOLOGIA 
DISCIPLINA DE METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO
RENATA LIMA RODRIGUES
ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO PARA PORTADOR DE DOENÇA DE ALZHEIMER E AIDS
RECIFE
2017
RENATA LIMA RODRIGUES 
ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO PARA PORTADOR DE DOENÇA DE ALZHEIMER E AIDS
 
 Artigo de pesquisa apresentado ao . Curso de Odontologia da Universidade Federal . de Pernambuco como requisito parcial de . . avaliação da disciplina de Metodologia do . . . Trabalho Científico.
Orientador(a):
Prof. Dr. Irani de Farias Cunha Júnior
RECIFE
2017
RESUMO
INTRODUÇÃO: O presente estudo teve como objetivo descrever as principais características dos estudos sobre atendimento odontológico para portador de doença de Alzheimer e AIDS. METODOLOGIA: Foram pesquisadas as bases de dados Scielo (Scientific Electronic Library Online), Google Acadêmico e Biblioteca Virtual de Saúde. A coleta de dados se deu inicialmente de forma exploratória, reunindo 40 artigos. O período de publicação considerado englobou 27 anos (1985-2012) e a análise restringiu-se aos artigos em português, espanhol e inglês. Foram selecionados 20 estudos e grande parte da pesquisa se reportou à realidade do tratamento odontológico aos pacientes citados, bem como as semelhanças e diferenças do atendimento ao paciente com doença de Alzheimer para o paciente com HIV/AIDS. CONCLUSÃO: Os resultados indicam que existem diferenças entre os atendimentos e que ainda há necessidade aperfeiçoamento dos mesmos.
PALAVRAS CHAVES: Atendimento odontológico. Doença de Alzheimer. AIDS.
ABSTRACT
 
INTRODUCTION: The present study aimed to describe as main characteristics of studies on dental care for patients with Alzheimer's disease and AIDS. METHODOLOGY: Data basis as Scielo (Scientific Electronic Library Online), Academic Google and Virtual Health Library. A data collection was initially done exploratory, gathering 40 articles. The publication period considered included 27 years (1985-2012) and an analysis restricted to articles in portuguese, spanish and english. Selected patients are welcome as well as remedies and patient care with Alzheimer's disease to the patient with HIV / AIDS. CONCLUSION: The results indicate that there are differences between the attendances and there is still a need for improvement.
 
KEY WORDS: Dental care. Alzheimer's disease. AIDS.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................5
2. METODOLOGIA.....................................................................................7
2.1 Bases de dados e lapso temporal..........................................7
2.2 Critérios de inclusão e critérios de exclusão........................7
2.3 Objetivo geral...........................................................................7
2.3.1 Objetivos específicos...........................................................7
3. REVISÃO DE LITERATURA..................................................................8
3.1 Atendimento odontológico................................................................8
3.2 Atendimento odontológico a paciente com doença de Alzheimer..................................................................................................8
 3.2.1 Divisão para atendimento .....................................................9
3.3 Atendimento odontológico à paciente com Aids..........................10
3.4 Semelhanças no atendimento.........................................................12
3.5 Diferenças no atendimento..............................................................12
3.6 Dificuldades e facilidades no atendimento....................................13
4. DISCUSSÃO ........................................................................................14
5. CONCLUSÃO.......................................................................................16
6. REFERÊNCIAS....................................................................................17
1. INTRODUÇÃO
Para Dias e Fonseca (2010), uma intervenção clínica para se viabilizar, no campo da odontologia, tem como base o necessário estabelecimento de uma relação de confiança entre terapeuta e paciente. Dessa forma, tanto o atendimento odontológico ao paciente com Alzheimer quanto ao paciente com Aids, deve ser feito a partir da empatia e valores éticos administrados pelo cirurgião-dentista.
Em relação ao paciente doente de Alzheimer (síndrome decorrente de uma doença cerebral de natureza crônica ou progressiva, na qual há perturbação de múltiplas funções corticais superiores a começar pela memória, incluindo distúrbios do pensamento, orientação, compreensão e capacidade de aprendizagem), paciente que tem dificuldade em realizar atividades cotidianas, entre elas a atividade bucal, o odontólogo deve se adequar às necessidades do paciente, como por exemplo, com a progressão da doença, as visitas ao consultório odontológico se tornam mais difíceis, por isso é de extrema importância o comprometimento do cirurgião-dentista em comparecer à residência do paciente para a realização de um planejamento preventivo em saúde bucal, conforme afirmam Bruni et al.(2005) e Gurgel e Miranda (2012).
Os objetivos do atendimento odontológico ao paciente doente de Alzheimer, são restaurar e manter a saúde bucal e prevenir progressão de doença bucal (NIESSEN et al., 1985). O plano de tratamento de um paciente com Alzheimer deve ser desenhado de acordo com a severidade da enfermidade e sempre em consenso com os membros da família, de acordo com Bonilla (2011).
No que se refere ao paciente com Aids, doença que é um dos maiores e mais graves problemas sociais e de saúde pública já enfrentados pela humanidade, caracterizada por atacar o sistema imunológico devido à destruição dos glóbulos brancos, o atendimento, mais do que uma realidade no contexto atual da prática odontológica, é um imperativo ético (DISCACCIAT; VILAÇA, 2001). 
Pires et al. (2008) afirma que a representação da Aids como doença estigmatizante, fatal, que inicialmente concentrou-se entre grupos marginalizados da sociedade, resultou em um medo equivocado e muito difundido dentro da população em geral. O conhecimento sobre a epidemia e a organização dos serviços de atenção especializada é indispensável para a realização de atividades de planejamento de ações que possam oferecer uma melhor assistência a esses pacientes, como afirma Borges et al.(2012). 
A solidariedade é sabidamente o melhor remédio contra a AIDS. Quando o paciente é adequadamente acolhido (familiar, social e profissionalmente) a sua sobrevida é comparativamente maior do que a daqueles marginalizados. Isso se deve não apenas a fatores objetivos de atenção à saúde, mas também a fatores emocionais e psicológicos (RAMOS, 1998 apud GUERRA, 2002).
Diante do exposto, o objetivo desse trabalho foi analisar artigos que relatassem a forma que um cirurgião-dentista deve proceder frente ao atendimento odontológico à paciente com doença de Alzheimer e paciente com Aids.
 
2. METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão sistemática de literatura realizada no primeiro semestre de 2017 na cidade de Recife, Pernambuco, por uma aluna do curso de Odontologia da UniversidadeFederal de Pernambuco.
2.1 Base de dados e lapso temporal
A revisão sistemática de literatura foi realizada por meio de levantamento bibliográfico de artigos relativos ao tema proposto, nas seguintes base de dados bibliográficos: Scielo (Scientific Electronic Library Online), Google Acadêmico e Biblioteca Virtual de Saúde. A coleta de dados se deu inicialmente de forma exploratória, reunindo 40 artigos.
2.2 Critérios de inclusão e critérios de exclusão
Foram selecionados para a revisão 20 artigos originais, sendo 17 deles em português, 2 em espanhol e 1 em inglês, respectivos ao período de 1985-2012. Foi realizada uma leitura crítica e analítica, extraindo e ordenando informações pertinentes que referenciavam com mais fidelidade e realidade o tema, utilizando como palavras-chave os termos: Atendimento odontológico; Doença de Alzheimer; AIDS. Foram excluídas publicações que estavam mais dirigidas ao âmbito de infecção cruzada e métodos de biosseguridade quando em relação à aids, e atenção do cuidador em relação às necessidades odontológicas do doente de Alzheimer. 
2.3 Objetivo geral
Análise dos artigos e materiais coadjuvantes encontrados, com ênfase nas características do atendimento odontológico ao paciente com Alzheimer e ao paciente com Aids.
2.3.1 Objetivos específicos 
Relacionar os atendimentos odontológicos ao paciente com Alzheimer e ao paciente com Aids, no tocante às suas semelhanças e diferenças, bem como suas dificuldades e facilidades na obtenção de efetividade.
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1 Atendimento odontológico
Para qualquer atendimento odontológico é recomendado que o cirurgião-dentista siga normalmente as normas universais de biosseguridade (CORRÊA; ANDRADE, 2005). 
3.2 Atendimento odontológico à paciente com doença de Alzheimer
Como afirmam Dias e Fonseca (2010), no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz) há cerca de 1.200.000 pessoas com doença de Alzheimer, doença que acomete em sua maioria a população com idade superior a 60 anos. O diagnóstico de tal enfermidade é baseado na evolução clínica do paciente, a partir da avaliação dos progressivos declínios de memória, cognição e do comprometimento das atividades diárias (MIRANDA; LIA; MONTENEGRO, 2009). 
O tratamento da doença está baseado na estratégia terapêutica em três pilares, pois não há a cura: melhorar a cognição, retardar a evolução e tratar os sintomas e as alterações de comportamento. Esses pacientes começam a perder a capacidade de se preocuparem com eles próprios e, em estágios avançados, perdem a mobilidade progressivamente, terminando com a morte. Ao longo do processo de demência, o paciente demonstra a perda progressiva da capacidade diária de higiene bucal (ADHB). Esta situação se deve a capacidade motora e funções cognitivas diminuídas, o que requer o cuidado especial desses indivíduos por um cuidador (RIBEIRO et al., 2012).
A saúde bucal desses pacientes, geralmente, está relacionada a problemas periodontais (gengivite e periodontite) devido à deficiência no controle da placa bacteriana, cárie, uso de próteses mal adaptadas e desgastadas, lesões de mucosa decorrentes da iatrogenia profissional diante de trabalhos protéticos, e a falta de ações preventivas para promoção e adequação do meio bucal. O uso constante de medicações acaba interferindo diretamente na saúde bucal, pois promove a diminuição do fluxo salivar, aumentando o risco de doença cárie e lesões de mucosa. É de suma importância que o paciente seja avaliado em um contexto multidisciplinar, ou seja, o conhecimento da história médica, medicamentos que são consumidos, atividades diárias, vínculos com demais profissionais da saúde envolvidos e a participação familiar são necessários para que o cirurgião-dentista tenha maior segurança em planejar e realizar um tratamento individualizado visando promover bem-estar, qualidade de vida e saúde como um todo (MIRANDA et al., 2010).
Varjão (2006) baseado em Goodman et al. (1983) e Niessen et al. (1995), afirma que o objetivo principal do tratamento odontológico de pacientes com a doença de Alzheimer é o desenvolvimento de estratégias preventivas e terapêuticas compatíveis com as habilidades físicas e emocionais do paciente em suportar e responder ao tratamento. 
Segundo Souza e Rosa (2006), para determinar o tipo de tratamento a ser realizado é necessário avaliar o estágio da doença, inicial, moderado ou severo, para optar entre um tratamento invasivo ou paliativo.
3.2.1 Divisão para atendimento
Segundo Miranda et al. (2010), a divisão é feita em:
Fase inicial:
Compreende os estágios iniciais da doença que podem durar de 0 a 4 anos, os quais são caracterizados pela perda da memória recente. Nessa fase, o paciente apesar dos esquecimentos contínuos característicos da doença, pode ser submetido ao tratamento em nível de consultório. Todo o planejamento preventivo odontológico deve ser feito nessa fase, visto que, com o decorrer da doença a dificuldade de ida do paciente ao consultório aumenta. 
É de competência e responsabilidade do cirurgião-dentista adequar o meio bucal deste paciente, no sentido de melhorar a fisiologia do sistema estomatognático e, principalmente, orientar os próprios pacientes, cuidadores e familiares a respeito da manutenção da higiene bucal, por meio de técnicas de higienização adequada. 
Fase intermediária:
Conforme a progressão da doença, nesta fase, de duração de 2 a 8 anos, vários distúrbios cognitivos tornam-se aparentes e a personalidade é afetada diretamente. O cirurgião-dentista deve estar bastante atento nessa etapa da doença, pois nesse estágio já ocorrem dificuldades de expressão de linguagem, principalmente em relação a dor. Neste período, já pode ser iniciado o atendimento odontológico domiciliar. Há necessidade de maior interação entre profissional da odontologia, paciente, família e os demais profissionais da saúde envolvidos.
Fase final 
A fase terminal da doença, com duração de 6 a 10 anos, é determinada pela desorientação profunda, apatia, dependência total, incontinência fecal e urinária, perda completa da memória recente. O odontólogo deve atuar exclusivamente removendo focos infecciosos e sintomatologia dolorosa que afetam a condição geral de saúde do paciente. A intenção nessa fase é oferecer qualidade de vida ao doente.
3.3 Atendimento odontológico à paciente com Aids
A síndrome da imunodeficiência adquirida foi reconhecida como entidade patológica em 1981. A doença que é causada por um vírus, pode ser transmitida a partir de relações sexuais, sangue, agulhas e seringas contaminadas e transmissão placentária, faz parte do cotidiano de mais de 600 mil pessoas no Brasil (CORRÊA; ANDRADE, 2005). 
De acordo com Discacciati e Vilaça (2001), a Aids foi uma doença fortemente criticada e envolta por preconceitos durante a sua descoberta. Hoje, mesmo após algumas décadas ainda é notório certos comportamentos e atitudes preconceituosas em relação às pessoas que possuem essa doença, o que faz com que muitas vezes pacientes omitam essa informação durante tratamentos de saúde, o que na maioria das vezes não é incorreto, no que é vigente legislativamente.
Na veracidade, fica notável que atitudes vindas principalmente da mídia contribuem para que as pessoas com HIV sejam marginalizadas. Em relação a conduta do odontólogo, é sabido que existem profissionais da área que são facilmente levados pelo condicionamento social ao redor de si (RAGON; TURA; ARRUDA, 2009). Se torna fidedigno também o fato que mesmo adotando as medidas de precaução - padrão e do baixo risco da exposição ocupacional ao HIV, cirurgiões-dentistas tem negado atendimento a pessoas sabidamente com HIV/AIDS (SENNA; GUIMARÃES; PORDEUS, 2005). 
Como aborda Guerra (2002), seguindo o "Controle de infecções e a prática odontológica em tempos de Aids: manual de condutas" (BRASIL, 2000), o risco ocupacional do cirurgião-dentista é um importante aspecto trabalhista e envolve interesses individuaise coletivos. Em razão disso, a equipe tem por obrigação realizar uma prática clínica segura adotando os preceitos atuais de controle de infecção. 
Velásquez et al. (2011), afirma que pacientes portadores da Aids são comumente associados a processos de saúde bucal bastante graves, requerendo assim participação ativa de um odontólogo. Porém, muitos cirurgiões-dentistas se negam ao atendimento do paciente, principalmente por medo de infecção -cruzada. 
O tratamento de soropositivos não requer modificação de arquitetura ou equipamentos especiais, portanto, esses pacientes podem ser atendidos em qualquer consultório odontológico que esteja em funcionamento (CAVALCANTI, 2006 apud SENA, 2011).
3.4 Semelhanças no atendimento
Profissionais da saúde, o que inclui o cirurgião-dentista, devem conhecer sua área de abrangência e realizar o planejamento das atividades para uma atuação mais eficaz (CAMURÇA et al., 2010). 
Como afirma Guerra (2002), a atuação do odontólogo no que se refere ao atendimento de pacientes, deve respeitar o Código de Ética da Odontologia, 1998, que consta no Conselho Federal de Odontologia. Dessa forma, todo paciente deve receber o mesmo tratamento ético, empático e vital.
3.5 Diferenças no atendimento
No que se refere ao atendimento do doente de Alzheimer, o cirurgião-dentista deve direcionar a sua atuação de acordo com as especificidades de cada paciente, em função das peculiaridades de cada fase da doença: inicial, intermediária e final (MIRANDA et al., 2010). A relação dentista – paciente, deve estar intimamente ligada também à família do paciente, visto que o mesmo não é capaz de fazer grande parte de suas atividades sozinho (são relatados até mesmo casos de miíase bucal), tenho auxílio da família ou de um cuidador. É necessário, uma relação entre família e cirurgião-dentista, nesse caso, para se manter uma melhor qualidade do funcionamento da cavidade oral, assim como sua estabilidade (MIRANDA; LIA; MONTENEGRO, 2009).
No atendimento ao paciente com Aids, deve-se manter todo o protocolo de atendimento, visto que o que é acometido nessa doença não é de caráter neurológico e o paciente, na maioria das vezes, tem consciência de seus atos. O cirurgião-dentista não deve se comunicar com a família do paciente, se autorização do mesmo, visto que o que é sabido pelo odontólogo deve ficar em sigilo (DIAS; ANDRADE, 2005).
3.6 Dificuldades e facilidades no atendimento
Em relação ao atendimento à paciente com Alzheimer, este se torna dificultoso quando o paciente insiste em não se submeter à procedimentos, o que pressiona o cirurgião-dentista a utilizar métodos como a sedação medicamentosa, que permite a intervenção odontológica de maneira segura e eficaz (MIRANDA; LIA; MONTENEGRO, 2009).
No obstante ao atendimento ao paciente com Aids, é notável que muitos cirurgiões-dentistas se negam a fazê-lo, muitas vezes por não terem conhecimento sobre quais atitudes devem ser tomadas frente à esse quadro, que seriam as mesmas em qualquer outro tipo de paciente. A recusa do odontólogo é, muitas vezes, mascarada por argumentos técnicos, mas também outras desculpas são comuns, como, por exemplo, a questão financeira, em que os dentistas falam sobre aumentar o preço do atendimento à esse paciente, o que é evidenciado por Discacciati e Vilaça (2001).
O tratamento se torna mais fácil e viável, quando o profissional foi preparado e não atribui características exorbitantes aos pacientes, se mostrando empático e suscetível a contribuir para a qualidade de vida do paciente (KITAURA et al., 1997 apud RAGON; TURA; ARRUDA, 2009).
 4. DISCUSSÃO
A maioria dos autores mostrou-se crítica em relação a como muitos pacientes com doença de Alzheimer e Aids ainda são atendidos, levantando condutas e preceitos éticos que devem ser seguidos sem exceção de circunstância. 
Os dentistas podem ser considerados profissionais estratégicos, desenvolvendo muitas vezes, o papel de líder. Deste modo, suas atitudes e/ou posturas profissionais podem influenciar o comportamento dos outros componentes da equipe de saúde bucal, o que de certa forma reflete na melhora da qualidade de vida do paciente (SENNA; GUIMARÃES; PORDEUS, 2005).
Para Sena (2011) o atendimento aos portados do vírus HIV deve ser feito a partir das normas de atendimento, o cirurgião-dentista deve respeitar todo e qualquer pedido do paciente (exemplo: sigilo), que não ponha em risco a vida do mesmo nem de qualquer outra pessoa. E medidas de impacto social devem ser estabelecidas para que a saúde e a qualidade de vida possam prevalecer, uma vez que as condições de saúde bucal podem levar a privações sociais e psicológicas. 
Borges et al. (2012), diz que o cirurgião dentista precisa repensar o modo como vê o paciente com HIV, dando-lhe atenção especializada, focando não somente nas práticas curativas como também inspeções constantes em busca de anormalidades na cavidade bucal, obtendo diagnóstico precoce e orientações quanto a higiene bucal.
Varjão (2006), a partir de Goodman (1993) e Niessen (1985), afirma que o objetivo principal no atendimento odontológico de pacientes com a doença de Alzheimer é o desenvolvimento de estratégias preventivas e terapêuticas compatíveis com as habilidades físicas e emocionais do paciente em suportar e responder ao tratamento.
Dias e Fonseca (2010), confirmaram a existência de maior necessidade de flexibilidade do cirurgião-dentista frente ao paciente com doença de Alzheimer. Bruni et al., aposta que o dentista deve estar atento e atuar no atendimento ao paciente portador dessa enfermidade de maneira específica e individualizada, principalmente no reconhecimento das fases.
Discacciati e Vilaça (2001), assim como também Senna, Guimarães e Pordeus (2005), intensificam a ideia de que o odontólogo deve ter maior conhecimento em relação às condições do paciente com HIV, estando ciente de todos os possíveis sinais e riscos de infecção cruzada. Mas devem, efetivar seu trabalho com as mesmas condições de biosseguridade em relação ao atendimento a qualquer paciente.
No geral, quando comparadas as percepções dos autores que abordaram o atendimento ao paciente doente de Alzheimer com as percepções dos autores que abordaram o atendimento ao paciente com Aids, é notório que há diferença no atendimento odontológico. Basicamente os dois tipos de paciente devem ser atendidos conforme as normas de biosseguridade, porém é necessária maior flexibilidade do cirurgião-dentista no atendimento ao paciente com Alzheimer. 
 5. CONCLUSÃO
Os resultados desse trabalho apontaram que existe diferença de atendimento entre paciente com doença de Alzheimer e paciente com Aids, visto as necessidades especiais do primeiro grupo. Em relação ao segundo grupo, os pacientes devem ser atendidos sem nenhuma eventualidade, com as mesmas precauções de qualquer outro atendimento.
O cirurgião-dentista deve, numa totalidade, dar atenção básica ao paciente, para que dessa forma o paciente se sinta mais confortável e assim o atendimento flua com mais facilidade, com maiores chances de êxito, o que válido para os pacientes dos dois grupos. 
É papel do odontólogo também, o cumprimento em relação ao Código de ética da Odontologia, o que fica ênfase quando se analisa a grande quantidade de profissionais da área que buscam desculpas que ferem a sua responsabilidade quanto profissional e a sua moralidade quanto pessoa, para se desvencilhar de certos atendimentos. 
6. Referências
BONILLA, Jessica Gazel. Manejo Odontológico del paciente Adulto Mayor con Alzheimer. Revista Científica Odontológica, v. 7, n. 1, enero/jun. 2011. Disponível em: <http://colegiodentistas.org/~colegiod/revista/index.php/revistaodontologica/article/view/144>. Acesso em: 29 set. 2017.
BORGES, Hevelin Cristina Ferraz et al. Atenção odontológica ao paciente com HIV: Relato de caso. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, ano 11, n. 35, jan./mar. 2013. Disponível em: <https://drive.google.com/drive/search?q=aten%C3%A7%C3%A3o%20odontologica>.Acesso em: 28 set. 2017.
BRUNI, Aline Santos et al. Atendimento odontológico ao paciente com demência (Alzheimer) na fase leve: orientações clínicas. Revista Portal de Divulgação, n. 25, 2012. Disponível em: <http://portaldoenvelhecimento.com/revista-nova/index.php/revistaportal/article/view/284>. Acesso em: 29 set. 2017.
CAMURÇA, Valeska Vieira et al. Assistência odontológica a portadores de HIV na rede de serviços do Sistema Único de Saúde em Fortaleza, CE. Juiz de Fora: APS, v. 13, n. 1, p. 18-25, jan./mar. 2010. Disponível em: <https://aps.ufjf.emnuvens.com.br/aps/article/view/673/293>. Acesso em: 26 set. 2017.
CORRÊA, Elisabete Míriam de Carvalho; ANDRADE, Eduardo Dias de. Tratamento odontológico em pacientes HIV/AIDS. Revista Odonto Ciência, v. 20, n. 49, p. 281-289, 2005. Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fo/article/view/1138>. Acesso em: 26 set. 2017.
DIAS, Mirtes Helena Mangueira da Silva; FONSECA, Suzana Carielo da. Atendimento de pacientes com doença de alzheimer na clínica odontológica: desafios e diretrizes. Geriatria & Gerontologia. Disponível em: <http://pesquisa.bvsalud.org/sms/resource/pt/sus-24534>. Acesso em: 22 set. 2017.
DISCACCIATI, José Augusto César; VILAÇA, Ênio Lacerda. Atendimento odontológico ao portador do HIV: medo, preconceito e ética profissional. Revista Panam Salud Publica, v. 9, n. 4, p. 234-9, 2001. Disponível em: <http://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S1020-49892001000400005&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso em: 22 set. 2017.
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