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Fichamento Guerra do Afeganistão

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O século de sangue
Guerra do Afeganistão. Michel Goya
Surge pós 11 de Setembro, tendo sido o mesmo como um estopim, não sendo apenas o único motivo para uma empreitada militar, tendo sua primeira etapa da guerra com o ‘’Enduring Freedom’’ (Liberdade duradoura) em 8 de Outubro com movimentações áreas e tendo seu termino em Dezembro de 2001.
Os Norte americanos utilizam sua influencia com a Aliança do Norte para impedir a volta de Zahir Xá e colocam Hamid Karzai um chefe de tribo pachto próxima a eles há muitos anos, tendo então essa dominação dos nortistas uma inversão da predominância tradicional das grandes tribos pachtos, de onde saíram os talibãs e com a ajuda da Força Internacional de Assistência e de Segurança (FIAS) criada pela ONU.
Com um contingente baseado em aproximadamente 10 mil homens por anos, os Estados Unidos decidem concentrar seus esforços sobre o Iraque e apelam para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) com a lentidão dos esforços da coalizão em produzir efeitos, exército nacional afegão só conta com 27 mil homens em 2006 para uma população de cerca de 31 milhões de habitantes causando inumes desequilíbrios afetando áreas da suade, segurança, entre outras mais
Os talibãs, ajudados pelos serviços especiais de Islamabad (Inter-Services Intelligence, ISI), souberam se transformar de simples milícia religiosa em organização de guerrilha – a mais eficaz da história afegã, tendo uma fase de reorganização em torno da cidade paquistanesa de Quetta, eles se reintegram progressivamente, a partir de 2003, permitindo uma aproximação cada vez maior ao centro do país, conseguindo a partir de 2005, estabelecer-se solidamente nas duas grandes províncias do Helmand e de Kandahar, que são os principais centros de produção de ópio do mundo.
No nível tático, os 200 a 300 mil combatentes rebeldes (dos quais apenas um quarto opera em tempo integral) conservam uma mobilidade bem superior à das forças americanas ou aliadas da coalizão, que estão protegidas, mas estáticas. Essa agilidade, associada ao conhecimento do terreno e principalmente do inimigo, do qual todos os movimentos são conhecidos, permite-lhes dispor da iniciativa quase completa dos combates e minar as estradas utilizando artefatos explosivos improvisados responsáveis pela metade das perdas da coalizão a partir de 2006.
Em 2006, a extensão do mandato da FIAS no sul e no leste tem a função de revelar as fraquezas e as ilusões da coalizão, logo os primeiros soldados engajados descobriram que a zona considerada calma era ocupada por múltiplos senhores da guerra, traficantes de droga e grupos rebeldes que tiveram tempo de prosperar nesse vazio securitário e governamental, tendo países como o Canadá ou a Holanda, adeptos das operações de manutenção da paz e cuja opinião pública foi muito abalada pela violência dos combates, colocando a FIAS de repente, fragmentada entre os países da Aliança que se engajam em operações de combate – a contragosto como o Reino Unido, o Canadá e a Holanda, ou voluntariamente como a França a partir de 2008 – e aqueles que persistem em não querer fazê-lo, como a Alemanha, a Itália e a Espanha.
Todos os membros da Otan, em particular na cúpula de Bucareste no verão de 2008, entram em acordo sobre uma estratégia global combinando ações militares e econômicas com a implementação de uma boa governança afegã e de negociações com os Estados vizinhos. Apesar dos reforços sucessivos dos meios militares e civis, o fracasso é patente, acompanhado de uma contestação crescente da opinião pública ocidental. Em agosto de 2009, a FIAS conta com 64.500 homens, um soldado da coalizão para 465 afegãos, onde seriam necessários dez vezes mais. As ajudas internacionais e também as despesas diretas do Departamento Americano da Defesa acabam por criar entradas financeiras superiores ao produto interno bruto. Uma parte importante dessas somas favorece a corrupção e, através de estelionatos e desvios diversos, também os talibãs.
Uma consequência da extensão da FIAS ao conjunto do território é a superposição geográfica de suas ações com a Enduring Freedom. Para ter mais coerência, as duas operações são colocadas, em 2008, sob um mesmo comando – que só podia ser americano, tendo então na falta de uma vitória militar, duas evoluções permitem entrever a possibilidade de uma retirada honrosa da coalizão. A primeira é a eliminação de Osama bin Laden em 2 maio de 2011 por um ataque-relâmpago no Paquistão, confirmando o enfraquecimento geral da al-Qaeda e sua desaparição do território afegão. A segunda é ter conseguido com sucesso a formação acelerada das forças de segurança afegãs. O Exército Nacional Afegão contava com 200 mil homens em 2012 contra 27 mil seis anos antes. A substituição das forças da Otan pelas forças de segurança locais pôde então efetuar se progressivamente até o mês de junho de 2013. A partir dessa data, as forças da coalizão têm apenas uma missão de auxílio, de formação e de apoio logístico, a ser reduzido na proporção de um processo de desengajamento.

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