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00 Apostila 02 Memoriais

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PPRRÁÁTTIICCAA JJUURRÍÍDDIICCAA IIIIII –– DDIIRREEIITTOO PPEENNAALL 
PPrrooff.. VVaannddeerrlleeii KKllooooss 
 
 
 
 
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MMEEMMOORRIIAAIISS 
 
1 PROCEDIMENTO DOS MEMORIAIS 
Diante das modificações introduzidas pela Lei n. 11.719/2008 e, objetivando dotar de 
maior celeridade o procedimento comum de rito ordinário, o Código de Processo Penal, no 
seu Art. 403, estabelece que na regra geral, as alegações finais da acusação e da defesa serão 
orais, ou seja, encerrada a instrução, o procedimento para alegações finais orais será o 
seguinte: 
 A acusação tem 20 minutos, por acusado, podendo esse tempo ser prorrogável por 
mais 10 minutos para oferecer alegações finais orais, tendo o assistente de acusação, caso 
exista, 10 minutos, para oferecer essas alegações finais (Art. 403, caput e § 2º, do CPP). A 
legislação processual penal não prevê a possibilidade de prorrogação do tempo do assistente 
de acusação. 
 A defesa tem 20 minutos, também por acusado, podendo ser prorrogável por mais 
10 minutos para oferecer alegações finais orais. No caso de ter existido manifestação do 
assistente de acusação, a defesa terá mais 10 minutos para suas alegações finais orais (Art. 
403, caput e § 2º, do CPP). 
 
ATENÇÃO 
Havendo mais de um acusado, o tempo será computado individualmente, nos exatos 
termos do Art. 403, § 1º, do CPP, ou seja, em havendo, por exemplo, dois acusados, cada um 
dos acusados terá o prazo de defesa de 20 minutos podendo ser prorrogável por mais 10 
minutos para as alegações finais orais. 
A exceção passou a ser o cabimento das alegações finais por escrito, também 
chamada de memoriais, tendo em vista que ela somente poderá ser apresentada de forma 
escrita quando o juiz entender que o caso é complexo ou possui um grande número de 
acusados ou há pedido de diligência de uma das partes cuja necessidade se origine de 
circunstâncias ou fatos apurados na instrução criminal. 
Neste caso, o juiz poderá conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente 
para a apresentação dos memoriais. Além disso, o juiz terá o prazo de 10 (dez) dias para 
proferir a sentença, como bem elucida o Art. 403, § 3º e Art. 404, parágrafo único, ambos do 
Código de Processo Penal. 
O juiz NÃO está obrigado a conceder a apresentação dos memoriais, cabendo ao 
magistrado, em ocorrendo as situações acima apresentadas, decidir se concederá ou não a 
apresentação dos memoriais. Os memoriais são uma determinação do juiz, a parte não escolhe 
se as alegações finais serão na forma escrita ou oral, é o juiz que determina se será cabível ou 
não as alegações finais na forma escrita, cabendo a parte tão somente requerer. 
A apresentação dos memoriais será SEMPRE ao final da instrução probatória. Por 
esta razão, dificilmente é possível errar uma peça de memoriais, tendo em vista que a questão 
prática mencionará que houve o término da instrução probatória, com a apresentação de 
memoriais por parte da acusação, sendo a defesa intimada para apresentar a peça processual 
cabível, que só poderá ser as alegações finais na forma escrita. 
 
 
 
 
PPRRÁÁTTIICCAA JJUURRÍÍDDIICCAA IIIIII –– DDIIRREEIITTOO PPEENNAALL 
PPrrooff.. VVaannddeerrlleeii KKllooooss 
 
 
 
 
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Vale lembrar que no rito comum ordinário existe previsão legal expressa de 
cabimento de memoriais no Art. 403, § 3º do Código de Processo Penal. Já em relação ao rito 
sumário, sumaríssimo (Juizados Especiais) ou do Tribunal do Júri NÃO existe previsão legal 
expressa de cabimento dos memoriais. Todavia, entende a doutrina e a jurisprudência ser este 
procedimento perfeitamente cabível, somente o que vai mudar é a indicação da autoridade 
competente, devendo os memoriais serem fundamentados também no Art. 403, parágrafo 3º 
do Código de Processo Penal por analogia. 
A abertura dos prazos dos memoriais é SUCESSIVO, ou seja, primeiro há a 
apresentação dos memoriais de acusação, depois é que haverá os memoriais por parte da 
defesa, lembrando que o prazo de apresentação dos memoriais é de 5 dias. 
O que se pede nos memoriais como pedido principal é a absolvição, com fundamento 
no art. 386 do Código de Processo Penal, existindo apenas uma diferenciação no rito do 
Tribunal do Júri que será abordada no próximo tópico. Entretanto, sempre se deve fazer 
pedidos subsidiários, como de aplicação da pena mínima prevista em lei, ou pela aplicação de 
atenuante, se for o caso. 
O endereçamento dos memoriais é bastante simples, tendo em vista que ele sempre 
será endereçado para o juiz que determina o feito, que, muito provavelmente, será indicado na 
hipótese fática proposta pela peça prático-profissional. 
Por fim, um detalhe de suma importância nos memoriais é o de que não se faz o 
pedido de arrolamento de testemunhas, pois já houve a instrução probatória e este foi o 
momento oportuno para fazer tal pedido de arrolamento. 
 
OBSERVAÇÃO 
As partes devem fazer a fundamentação de mérito mais completa possível nos 
memoriais, pois esta será a última oportunidade de convencer o magistrado sobre seu pleito. 
Se o prazo para os memoriais for para a Defensoria Pública os prazos são contados 
em dobro, e o prazo será de 10 dias. Ministério Público e advogado do réu tem sempre o 
prazo de 5 dias, já o defensor público terá o prazo é de 10 dias. Vale ressaltar que em relação 
ao defensor nomeado (dativo) a jurisprudência entende que ele será intimado pessoalmente, 
mas que o prazo permanecerá de 05 dias, não sendo contado em dobro. 
 
Diferenciações quanto aos pedidos nos memoriais do rito comum ou sumário e 
do Tribunal do Júri. 
Sob a ótica prática, existe a seguinte diferenciação de pedidos nos memorais escritos 
a depender do rito: 
 Memoriais no rito comum ordinário e sumário – será pedida a absolvição com 
base no Art. 386 do Código de Processo Penal. Como existe uma grande dificuldade dos 
alunos de enquadrar o caso concreto nas hipóteses deste artigo, vale transcrevê-lo com as 
devidas observações: 
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte 
dispositiva, desde que reconheça: 
I - estar provada a inexistência do fato; 
 
 
 
 
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Nesse caso, no decorrer da instrução criminal, prova-se que o fato imputado NÃO 
ocorreu. 
Exemplos: 
✓ Estão acusando o réu do cometimento de lesão corporal gravíssima, mas a vítima 
aparece na instrução de julgamento sem nenhum sinal de lesão. 
✓ Réu é acusado de furtar relógio da vítima, na instrução criminal a própria vítima 
aparece com o suposto relógio subtraído. 
✓ Sujeito está sendo acusado de cometer extorsão mediante sequestro, mas, no 
curso da instrução probatória, aparece a vítima, com boa saúde, alegando que na verdade 
tinha viajado. 
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte 
dispositiva, desde que reconheça: 
omissis 
II - não haver prova da existência do fato; 
Nesse caso, o Ministério Público não tem elementos de materialidade para provar 
que o fato existiu. Não se consegue provar se o fato ocorreu ou não. 
Exemplo: 
✓ A vítima afirma que foi furtada pelo réu. Entretanto, no decorrer do processo, a 
acusação NÃO consegue provar que houve efetivamente um furto. 
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte 
dispositiva, desde que reconheça: 
omissis 
III - não constituir o fato infração penal; 
Ocorre quando o fato é atípico, não sendo previsto como crime pela legislação pátria, 
ou seja, não existe um tipo penal para a conduta narrada nos autos. Até pode ter ocorrido o 
fato, entretanto,ele não constitui crime. 
Exemplo: 
✓ Ocorrência de induzimento ao suicídio em que resultam apenas lesões leves, neste 
caso a conduta é atípica, já que só existe crime se, ao menos, resultar em lesão corporal de 
natureza grave. 
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte 
dispositiva, desde que reconheça: 
omissis 
IV - estar provado que o réu não concorreu para a infração penal; 
Nesse caso, no decorrer da instrução criminal, fica claro que houve o crime, mas está 
provado que o acusado NÃO concorreu para o cometimento do delito, ou seja, resta provado 
que o réu não foi autor ou partícipe do crime. 
 
 
 
 
 
 
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Exemplo: 
✓ O réu foi acusado de praticar o crime de lesão corporal praticado no dia 
20/03/2013, mas neste mesmo dia o réu não estava no local do crime, estava viajando, sendo 
acostadas aos autos a passagem e a hospedagem em nome do réu. 
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte 
dispositiva, desde que reconheça: 
omissis 
V - não existir prova de ter o réu concorrido para a infração 
penal; 
No decorrer da instrução criminal fica reconhecido que o crime ocorreu, mas neste 
caso a acusação NÃO consegue demonstrar que o réu cometeu o crime como autor ou 
partícipe, ou seja, a acusação não consegue provar de forma inequívoca o vinculo do réu com 
o fato criminoso. 
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte 
dispositiva, desde que reconheça: 
omissis 
VI - existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o 
réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1º do art. 28, todos do 
Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua 
existência; 
Se tiver tratando de qualquer circunstância que exclui o crime ou isenta de pena será 
este o inciso a ser embasado. Neste caso o próprio inciso traz as hipóteses de exclusão do 
crime ou de isenção de pena, que são as seguintes: 
➢ Erro de Tipo (Art. 20 do CP) – exclui o crime. 
➢ Descriminante putativa por Erro de tipo (Art. 20, § 1º, do CP) – isenta de pena. 
➢ Erro de proibição (Art. 21 do CP) – isenta de pena. 
➢ Coação irresistível e obediência hierárquica (Art. 22 do CP) – isenta de pena. 
➢ Excludentes da ilicitude do fato (Art. 23 do CP) - exclui o crime. 
➢ Inimputabilidade (Art. 26 do CP) - isenta de pena. 
➢ Embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, quando o 
sujeito era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito 
do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento (Art. 28, § 1º, do CP) - isenção 
de pena. 
 
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte 
dispositiva, desde que reconheça: 
omissis 
VII - não existir prova suficiente para a condenação. 
 
 
 
 
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Essa é uma manifestação do in dúbio pro réu. No caso, a acusação não consegue 
demonstrar peremptoriamente que o réu cometeu crime. Esta hipótese tem uma natureza 
eminentemente residual. 
 Memoriais no Rito do Tribunal do Júri – nesse caso, é possível fazer os 
seguintes pedidos: 
➢ Absolvição Sumária - Art. 415 do Código de Processo Penal. 
As hipóteses de absolvição sumária no rito do tribunal do júri estão previstas no Art. 
415 Código de Processo Penal e esta absolvição sumária é finda a instrução probatória e vai 
ser pedida em MEMORIAIS. 
Cuidado que a absolvição sumária do Art. 415 do Código de Processo Penal difere da 
absolvição sumária prevista no Art. 397 do mesmo diploma legal que também é aplicada no 
rito do tribunal do júri de forma analógica, mas para a resposta à acusação. 
Vale lembrar o teor do Art. 415 e as suas hipóteses de ocorrência com as devidas 
observações: 
Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o 
acusado, quando: 
I - provada a inexistência do fato; 
 
Nesse caso fica provado que o fato NÃO existiu. 
Exemplo: 
✓ Sujeito é acusado de homicídio, mas no decorrer do processo a suposta vítima 
aparece viva. 
Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o 
acusado, quando: 
omissis 
II - provado não ser ele autor ou partícipe do fato; 
Admite-se que houve o fato, restando este provado, mas provou-se que o réu NÃO 
foi nem autor nem partícipe do fato. 
Exemplo: 
✓ Mataram um sujeito, restando provado este fato. O réu foi acusado de ter matado 
o sujeito, entretanto, provou-se no curso da instrução criminal que o réu estava em outra 
cidade na hora do crime. 
Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o 
acusado, quando: 
omissis 
III - o fato não constituir infração penal; 
 
Demonstra-se que o fato NÃO é crime, não possuindo tipificação legal respectiva. 
 
 
 
 
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Exemplo: 
✓ Sujeito é acusado de cometer o crime de suicídio, crime inexistente no 
ordenamento jurídico, tendo em vista que somente existe o crime de induzimento, instigação 
ou auxílio ao suicídio. 
Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o 
acusado, quando: 
omissis 
IV - demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do 
crime. 
Caso fique demonstrado que o réu está amparado por uma causa de exclusão de 
ilicitude ou de culpabilidade será alegado este inciso. 
Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o 
acusado, quando: 
omissis 
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV do caput 
deste artigo ao caso de inimputabilidade prevista no caput do art. 
26 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código 
Penal, salvo quando esta for a única tese defensiva. 
 
OBSERVAÇÃO 
O caso de inimputabilidade é uma exceção, pois neste caso deve ser proferida uma 
sentença absolutória imprópria, sendo o agente inocentado, mas submetido a uma medida de 
segurança. Porém, desta exceção, caberá outra exceção, no caso de se configurar tese única de 
defesa. 
Neste caso é que pode haver a absolvição sumária mesmo no caso de 
inimputabilidade. Vale ressaltar que pode haver a absolvição sumária com base no inciso IV 
do Art. 415 do CPP em decorrência de obediência hierárquica ou embriaguez involuntária 
proveniente de caso fortuito ou forca maior, pois estas causas isentam de pena o acusado e 
conduzem a exclusão da culpabilidade. 
➢ Impronúncia - Art. 414 do Código de Processo Penal. 
A impronúncia ocorrerá quando não há certeza quanto a prova da materialidade e os 
indícios suficientes de autoria. Ela é uma sentença que não resolve mérito, sendo chamada de 
sentença interlocutória e o processo fica em suspenso em face da ausência destes requisitos. 
Entretanto, se aparecer fato novo pode haver o prosseguimento do processo. Vale lembrar o 
teor do Art. 414 do Código de Processo Penal: 
Art. 414. Não se convencendo da materialidade do fato ou da 
existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, o 
juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado. 
Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a extinção da 
punibilidade, poderá ser formulada nova denúncia ou queixa se 
houver prova nova. 
 
 
 
 
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OBSERVAÇÃO 
A PRONÚNCIA ocorre quando o juiz, ao analisar o caso concreto, verificar que 
existemprovas da materialidade do fato e de indícios suficientes de autoria. Ela é também 
chamada de sentença interlocutória, pois ela não pode adentrar no mérito. O juiz 
simplesmente não poderá condenar, será o tribunal do júri que poderá fazê-lo. Como a 
pronúncia é um pedido exclusivo da acusação dificilmente poderá ser pedido em peças 
práticas da OAB. 
➢ Desclassificação - Art. 419 do Código de Processo Penal. 
Ocorre no caso de não ser hipótese de julgamento pelo Tribunal do Júri. No caso o 
juiz diz que houve o crime, com indícios suficientes de autoria e materialidade, o acusado é 
responsável pelo crime, mas o crime simplesmente NÃO é da competência do Tribunal do 
Júri. Com isso, o juiz desclassifica o crime e remete para o juiz competente, ela é chamada de 
desclassificação própria. 
Exemplo: 
✓ Ao final da instrução probatória percebe-se que houve o crime de latrocínio e 
NÃO de homicídio. A desclassificação NÃO gera nulidade dos atos anteriores praticados, 
NÃO zera o processo, tudo que foi feito será aproveitado pelo juízo competente. Este é que 
proferirá sentença. 
OBSERVAÇÃO 
Na desclassificação imprópria, o juiz diz que houve o crime, o acusado é o autor do 
delito, mas o problema é que o crime NÃO é o que foi imputado ao agente, embora continue 
sendo de competência do tribunal do júri. Neste caso deve o juiz adotar o procedimento do 
Art. 384 do Código de Processo Penal. Este artigo traz o instituto da mutatio libelli, esta 
ocorre quando o juiz entender que o crime que efetivamente ocorreu é diferente do narrado na 
peça acusatória. Como o réu defende-se dos FATOS apresentados, deve o juiz mandar que o 
Ministério Público proceda ao aditamento da denúncia, da peça acusatória. Caso não haja esse 
aditamento o juiz irá adotar o procedimento previsto ao Art. 28 do Código de Processo Penal, 
remetendo o processo ao Procurador Geral de Justiça. 
Exemplo: 
✓ Mulher é acusada do crime de infanticídio, mas no curso da instrução probatória 
ficou provado através de perícia que a mulher NÃO estava em estado puerperal. Logo, ela 
deverá responder pelo crime de homicídio, havendo uma desclassificação imprópria. 
Pode-se fazer a seguinte diferenciação: 
 
 Desclassificação própria – o processo SAI da competência do Júri. 
 Desclassificação imprópria – o processo NÃO SAI da competência do Tribunal 
do Júri, mas deverá adotar o procedimento da mutatio libelli do Art. 384 do Código de 
Processo Penal. 
ATENÇÃO 
Deve-se pedir: 
1. Absolvição Sumária; 
 
 
 
 
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2. Subsidiariamente se for o caso – Impronúncia; e 
3. Subsidiariamente se for o caso – Desclassificação. 
 
2 ESTRUTURA DOS MEMORIAIS 
 Endereçamento: 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL 
DA COMARCA DE _______________________ (Regra Geral) 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ____ VARA CRIMINAL 
DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE _______________________ (Crimes da Competência da 
Justiça Federal) 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA DO 
TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE________________________ (Regra geral) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ____ VARA DO 
TRIBUNAL DO JÚRI DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE _______________________ (Crimes 
da Competência da Justiça Federal) 
Entretanto, se a comarca for a CAPITAL do Estado coloque: 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL 
DA COMARCA DE _______________________ CAPITAL DO ESTADO 
DE__________________ 
Processo número: 
 
Coloque 4 dedos ou 3 dedos de espaçamento após o processo número para começar a 
qualificação, desde que quando for colocar o rol de testemunhas colocar o mesmo 
espaçamento, também de 4 ou 3 dedos. Este dado já facilitará a qualificação, pois ela será de 
forma mais resumida, uma vez que se foi indicado o processo e pode-se fazer referencia as 
folhas do processo. 
Para começar o parágrafo coloque sempre dois dedos. 
Qualificação. 
(Fazer parágrafo: regra dos dois dedos) Nome, já qualificado nos autos do processo 
às folhas ( ) _____________, por seu advogado e bastante procurador que a esta subscreve, 
conforme procuração em anexo, vem, muito respeitosamente a presença de Vossa Excelência, 
apresentar com fundamento no artigo 403, parágrafo 3º do Código de Processo Penal (não 
colocar abreviatura) apresentar a sua (sem saltar linhas) 
MEMORIAIS 
pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos. 
(Pula-se uma linha) 
 
 
 
 
 
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1. Dos Fatos 
De forma sucinta, narra-se os fatos. Não copie igual aos fatos, se a questão deu 20 
linhas para os fatos, sintetiza em menos linhas, umas 15, por exemplo. Deve-se fazer uma 
síntese, trazer os fatos de forma resumida. 
Os períodos devem ser sempre curtos, 5 ou 6 linhas. Recomenda-se primeiro narrar 
os fatos e depois arguir as preliminares no próximo ponto, tendo em vista que é melhor 
primeiro mencionar os fatos para depois se arguir eventuais defeitos decorrentes dos fatos. 
 
2. Das Preliminares 
Existe uma sequência a ser seguida. Abra os artigos na seguinte sequência: 
• Primeira – Art. 107 CP – Causas extintivas de punibilidade. 
• Segunda – Art. 109 CP – Prescrição. 
• Terceira – Art. 564 CPP – Nulidades. 
• Quarta – Art. 23 CP - Causas de exclusão de ilicitude. 
• Quinta – Deve-se buscar todo e qualquer outro defeito que levaria a ocorrência 
rejeição liminar da peça acusatória (inépcia da denúncia; pressupostos processuais; 
incompetência; impedimento; suspeição; litispendência; coisa julgada; etc.). 
 
OBSERVAÇÃO 
Com já foi dito, as preliminares são apenas mencionadas, no mérito é que se poderá 
aprofundar alguma tese das preliminares, como no caso da preliminar de exclusão da ilicitude. 
 
3. Do Mérito 
Deve-se alegar o que mais salta aos olhos, devendo demonstrar conhecimento. Se nas 
preliminares citou-se o instituto jurídico, como, por exemplo, legitima defesa, deve discorrer 
sobre os requisitos da legitima defesa. 
Deve-se discorrer sobre os institutos demonstrando os requisitos do instituto. Toda 
vez que falar de uma preliminar deve-se falar no mérito sobre ela em um parágrafo. 
Deve-se mencionar de forma geral, segundo a melhor doutrina, ou segundo o 
entendimento da doutrina dominante, ou conforme o entendimento dos tribunais superiores. 
Não se deve discorrer sobre temas controversos, deve-se falar o que todo mundo 
sabe. Use ideias fáceis, simples e que todos conhecem. 
 
OBSERVAÇÃO 
Ao elaborar sua tese de defesa tente sempre demonstrar a necessidade de absolvição 
do réu. 
 
 
 
 
 
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4. Dos Pedidos 
Pedido de Absolvição 
No pedido de memoriais a regra é o de absolvição, no caso do rito comum ordinário, 
sumário ou sumaríssimo pede-se a absolvição com base no Art. 386 do Código de Processo 
Penal. Já nos casos do rito do tribunal do júri pede-se a absolvição sumária com base no Art. 
415 do mesmo diploma legal. 
Pedidos Secundários 
Deve-se atentar para a possibilidade de alegação dos pedidos secundários, nestes não 
precisa discutir o mérito, eles devem ser escalonados. 
Podendo haver, por exemplo, os seguintes pedidos subsidiários: 
✓ Desclassificação do Crime; 
✓ Afastamento de qualificadora; 
✓ Reconhecimento da atenuação da pena; 
✓ Reconhecimentode causa de diminuição de pena no momento; 
✓ Se o juiz entender pela condenação que seja aplicada a pena mínima ou que seja 
aplicada pena restritiva de direito. 
 
Após terminar os pedidos pula 1 linha e coloca 
Nestes termos, (no canto da página) 
Pede deferimento. (em outra linha, mas sem saltar) 
Após salte 2 ou 3 linhas, vá para o meio da pagina e coloque 
Comarca, data (Centralizado) 
Advogado, OAB 
 
OBSERVAÇÃO 
NÃO há a apresentação de rol de testemunhas nos memoriais tendo em vista que elas já foram 
devidamente arroladas no momento oportuno, qual seja: RESPOSTA À ACUSAÇÃO.

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