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Teorias da Aprendizagem no Ensino Superior

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1 
 
 
 
 2 
AULA 2: TEORIAS DA APRENDIZAGEM 3 
INTRODUÇÃO 3 
CONTEÚDO 4 
ESPECIFICIDADE DO ENSINO SUPERIOR 4 
TEORIAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM 5 
ABORDAGEM TRADICIONAL 6 
ABORDAGEM COMPORTAMENTALISTA OU BEHAVIORISMO 7 
ABORDAGEM HUMANISTA 11 
ABORDAGEM COGNITIVISTA 12 
TEORIA COGNITIVA CONSTRUTIVISTA 13 
TEORIA COGNITIVA SOCIOINTERACIONISTA 18 
TEORIA COGNITIVA SIGNIFICATIVA 19 
ABORDAGEM SOCIOCULTURAL 20 
ATIVIDADE PROPOSTA 21 
REFERÊNCIAS 22 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 23 
CHAVES DE RESPOSTA 27 
ATIVIDADE PROPOSTA 27 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 27 
 
 
 
 
 3 
Introdução 
Como vimos na primeira aula, o mundo contemporâneo apresenta inúmeros 
desafios a nossa vida cotidiana e ao exercício da atividade docente. As 
mudanças dos dias de hoje têm impactado fortemente a atuação do professor 
em sala de aula. 
 
Então, como é possível construir uma prática pedagógica competente para 
exercer a profissão de educador no Ensino Superior? Como ajustá-la e alinhá-
la a essas transformações? 
 
Nesta aula, vamos refletir um pouco sobre tais questões. 
 
Objetivo 
Identificar as teorias da aprendizagem subjacentes à prática do 
planejamento na Docência Superior. 
 
 
 
 4 
Conteúdo 
Especificidade do Ensino Superior 
Você já parou para pensar quais são os aspectos importantes que 
devemos levar em consideração para desenvolver uma boa prática 
docente? 
 
Podemos listar, aqui, uma série de características que a definem, tais como: 
 
 Aprender a aprender; 
 Ser capaz de planejar; 
 Possuir conhecimento pedagógico; 
 Realizar mediação no âmbito da docência; 
 Dispor de saber específico quanto à área de estudo em que atuamos; 
 Utilizar, de forma adequada, os recursos didáticos disponíveis; 
 Ter um bom relacionamento com as pessoas etc. 
 
O professor universitário desempenha uma função social e tem o 
compromisso de formar futuros profissionais, com os quais provavelmente 
logo se encontrará no mercado de trabalho. 
 
O educador é, na verdade, corresponsável por essa formação! 
 
Imagine que você atua como docente e que, daqui a alguns anos, 
determinado aluno seu pode ser o professor, o médico ou o advogado de seu 
filho. Você estaria tranquilo quanto à qualidade do trabalho desse 
profissional? 
 
Esse questionamento implica uma postura reflexiva sobre a prática 
pedagógica e sobre a formação acadêmica do indivíduo. 
 
 
 5 
Quando pensamos na ação docente, precisamos atentar para dois pontos 
fundamentais: a aprendizagem do estudante e o planejamento didático. 
 
Antes de tudo, é necessário definir uma abordagem teórica para o ensino que 
sustente esse planejamento, que precisa colaborar para que a aprendizagem 
aconteça de modo eficiente e eficaz. 
 
Dessa forma, conseguimos alinhá-lo com as propostas do curso então 
ministrado e das demandas sociais vigentes, bem como identificar os 
objetivos da aplicação de cada conteúdo. 
 
Vamos, então, conhecer algumas teorias da aprendizagem? 
 
Teorias de ensino e aprendizagem 
Diversos autores investigam as abordagens do processo de ensino e 
aprendizagem, tais como: 
 
 Mizukami (1986); 
 Díaz Bordenave e Pereira (1991); 
 Libâneo (1994); 
 Saviani (2002). 
 
Nesta aula, daremos destaque à classificação teórica de Mizukami. Para a 
autora, as abordagens do processo de ensino que podem dar sustentação ao 
fazer pedagógico e conferir objetivo didático às aulas universitárias são as 
seguintes: 
 
 Tradicional; 
 Comportamentalista; 
 Humanista; 
 Cognitivista; 
 Sociocultural. 
 
 6 
Abordagem tradicional 
De acordo com a abordagem tradicional, o sujeito está pronto para receber 
conhecimento. Sendo assim, o estudante apenas cumpre prescrições que lhe 
são solicitadas pelos professores – fato que o torna um receptor passivo 
que somente reproduz as informações transmitidas em sala de aula. 
 
O ensino, por sua vez, é centralizado no docente, o que estimula uma 
visão individualista do processo educacional, que não investe em 
trabalhos cooperativos. 
 
Além disso, o conhecimento deve ser cumulativo e a inteligência, a 
capacidade eficiente para esse acúmulo de informações. 
 
Por isso, os alunos possuem um papel praticamente nulo na elaboração e na 
aquisição do saber. Afinal, compete a eles apenas memorizar definições, leis, 
sínteses e resumos que lhes são oferecidos no processo educativo formal. 
 
Na abordagem tradicional, o professor tem o poder total de decisão 
quanto à interação mantida no cotidiano de aula e à dinâmica do ambiente de 
aprendizagem. Ele é o responsável pelo(a): 
 
Metodologia de ensino 
Aquela que se fundamenta na aula expositiva e nas demonstrações do 
educador. 
 
Conteúdo ministrado 
Aquele que é preestabelecido pelo educador. Nesse caso, o aluno se 
limita exclusivamente a ouvi-lo e a decorá-lo. 
 
 
 
 7 
Forma de avaliação 
Aquela cujo objetivo é a reprodução literal do conteúdo ensinado em 
sala de aula. Nesse caso, as notas funcionam como níveis de aquisição 
do patrimônio cultural. 
 
Com base nessa perspectiva, a educação é, então, entendida como 
instrução e transmissão de saberes previamente escolhidos e 
organizados em cada área de estudo. 
 
Por séculos, as práticas escolares e universitárias se basearam nessa 
abordagem de ensino e, ainda hoje, é possível encontrar instituições que a 
empregam. 
 
E você? Em algum momento de sua formação acadêmica, já se 
identificou com tal concepção? 
 
Abordagem comportamentalista ou behaviorismo 
Representada por Pavlov (1849-1936), Skinner (1904-1990) e Watson (1878-
1958), a abordagem comportamentalista apreende o conhecimento como 
uma resultante direta da experiência vivenciada pelo aluno. 
 
O sujeito é produto do meio, e seu comportamento pode ser modificado 
mediante a manipulação das condições ambientais. 
 
A aprendizagem, por sua vez, é um conjunto de padrões de conduta – 
capazes de ser transformados através de treinamento – com objetivos 
prefixados. 
 
Nessa perspectiva, a educação está fortemente relacionada à transmissão 
cultural e deve imprimir no sujeito: 
 
 Saberes diversos; 
 
 8 
 Modelos de comportamentos éticos e sociais; 
 Competências fundamentais para o controle do ambiente e da 
realidade. 
 
Para o behaviorismo, o processo de ensino e aprendizagem é uma 
mudança comportamental do sujeito decorrente das práticas vivenciadas 
e reforçadas pelo professor. 
 
Logo, as propostas de aprendizagem devem ser planejadas com antecedência 
pelo docente, que as estabelece a partir da estruturação dos elementos que 
proporcionam experiências curriculares para alcançar os objetivos 
previamente estipulados. 
 
Por fim, a metodologia de ensino implica o processo de reforço na 
relação professor-aluno. 
 
Esse tipo de aprendizagem é clássico nessa abordagem de ensino e 
denomina-se condicionamento respondente, o que causa o processo de 
associação desenvolvido por Pavlov, dentro do qual se enfatiza a noção de 
reflexo condicionado. 
 
Posteriormente, Skinner aprimorou tal percepção, que evoluiu para o 
chamado condicionamento operante. 
 
 
 
 9 
Veja os pressupostos de cada uma dessas concepções: 
 
 
 
 
Condicionamento respondente 
Estímulos neutros controlados que, quando repetidos, geram uma resposta 
não existente anteriormente. 
 
Processo de associação 
Processo realizado por meio de experimentos com cães, a partir do qual se 
observou que, quando os animais viam a comida, começavama salivar. 
Desse momento em diante, cada vez que o alimento era entregue a eles, 
tocava-se uma campainha, o que representava um estímulo neutro. 
 
Reflexo condicionado 
Após várias repetições do experimento mencionado, os cachorros 
continuaram a salivar ao escutar o som da campainha, mesmo na ausência da 
refeição. Tal comportamento caracteriza um reflexo condicionado: uma 
reação controlada a um estímulo dado. 
 
Condicionamento operante 
Mecanismo que privilegia determinada resposta do sujeito até que ele 
condicione a necessidade à ação. 
 
 
 10 
Nesse caso, a experiência foi feita com um rato faminto: o animal percebia 
que, cada vez que tocava em uma alavanca, ele recebia comida. Dessa 
maneira, quando sentia fome, repetia o movimento para saciá-la. 
 
Esse tipo de condicionamento é visto como uma modelagem comportamental, 
pois favorece o aprendizado de uma nova conduta. Seu principal instrumento 
é o reforço1. 
 
Para entender melhor a proposta behaviorista de Skinner, assista ao vídeo. 
 
Na universidade, podemos perceber essa metodologia do condicionamento 
operante e do reforçamento positivo a partir da organização dos conteúdos 
em unidades simples que se decompõem em pequenos itens e são ensinadas 
gradativamente. 
 
O desenvolvimento do estudante é verificado por avaliações objetivas. 
Quando o comportamento desejado é alcançado, o aluno recebe um reforço 
do professor e passa para o tópico seguinte. Caso não atinja o resultado, o 
docente retorna à unidade anterior e refaz todo o processo. 
 
Logo, a assimilação e a fixação do conhecimento acontecem através de 
estímulos reforçadores – como, por exemplo, notas por participação e por 
comportamento, e benefícios em troca de atividades realizadas. 
 
Você deve ter percebido que seus pais e professores utilizaram muito essa 
metodologia no processo educativo. 
 
 
1 Reforço 
Qualquer ocorrência que aumenta a intensidade de determinado comportamento. Ela 
pode ser: 
 
 Positiva – recompensa; 
 Negativa – remoção de algo adverso. 
 
 11 
 
Atenção 
 A diferença entre o reflexo condicionado e o condicionamento 
operante reside no fato de que o primeiro é uma resposta a um 
estímulo meramente externo, enquanto o segundo é uma 
condição gerada pela ação do sujeito que produz uma 
consequência. 
 
 
Aprenda mais 
 
Para saber mais sobre a abordagem comportamentalista, 
leia o texto Teoria do condicionamento operante de B. 
F. Skinner. 
 
Abordagem humanista 
Como o próprio nome já insinua, na abordagem humanista, a ênfase está no 
papel humano frente ao processo de construção do conhecimento. O 
foco está no desenvolvimento da personalidade do sujeito e em sua 
capacidade de atuar de forma integrada. 
 
Nesse caso, o professor não é transmissor do saber, mas facilitador da 
aprendizagem. 
 
O conteúdo é proveniente das próprias experiências do estudante, e o 
docente age como articulador entre o aluno e o conhecimento, ou seja, é ele 
que gera as condições para que os educandos aprendam. 
 
Essa perspectiva não concebe os modelos previamente estabelecidos de 
aprendiz ou de sala de aula. Tudo está em contínuo processo de 
 
 12 
desenvolvimento para fins didáticos de autorrealização e do uso pleno das 
potencialidades do sujeito. 
 
De acordo com o ponto de vista humanista, nem o mundo nem o homem 
estão prontos, como na abordagem tradicional. Ao contrário, a educação 
está centrada no aluno e dele se devem originar os motivos para a 
aprendizagem. 
 
Partindo dessa premissa, a autodescoberta e autodeterminação são 
atributos dessa concepção. 
 
O processo de ensino, por sua vez, ocorre a partir de uma metodologia 
criada pelo professor, visando à aprendizagem do estudante a partir de um 
contexto que privilegia a liberdade para aprender. 
 
Em outras palavras, é o aluno que controla seu aprendizado e define os 
critérios para avaliar se os objetivos traçados estão ou não sendo atingidos. 
 
Abordagem cognitivista 
Para a abordagem cognitivista, o conhecimento é uma construção 
contínua do sujeito no meio em que transita. O cognitivismo realça 
exatamente aquilo que é ignorado na abordagem comportamentalista: o ato 
de conhecer. 
 
Essa teoria se interessa em saber como o ser humano conhece o mundo e 
analisa a percepção, o processamento de informação e a compreensão por 
parte do indivíduo. 
 
Há várias correntes dentro dessa perspectiva e alguns nomes importantes as 
representam. Vejamos: 
 
 
 13 
 
 
Teoria cognitiva construtivista 
O questionamento básico da teoria cognitiva construtivista se resume da 
seguinte forma: como o sujeito conhece o mundo? 
 
Uma das principais preocupações de Piaget foi compreender e identificar os 
mecanismos utilizados pelo homem para conhecer o mundo que o cerca e se 
adaptar a ele. 
 
Em suas pesquisas, o estudioso descobriu que o desenvolvimento cognitivo 
acontece mediante a ação do sujeito sobre os objetos do meio em que vive. A 
partir dessa interação, a pessoa transforma estruturas mentais ou 
2esquemas , adquirindo novas maneiras de fazê-los funcionar. 
 
O ponto central da teoria piagetiana está, então, no binômio organismo-
meio e em sua relação construtivista, que ocorre por meio de dois processos 
paralelos: a organização interna ou assimilação 3 e a adaptação do 
sujeito ao meio. 
 
 
 
2 Esquemas 
Ações elementares do conhecimento que podem ser físicas ou mentais. É possível que o 
esquema seja criado ou modificado mediante a acomodação. 
 
3 Assimilação 
Integração de novos dados a conhecimentos anteriores. 
 
 
 14 
Assista, agora, a um vídeo que demonstra uma experiência a partir da qual 
podemos perceber, claramente, esses dois processos: 
 
O vídeo nos mostra que o conhecimento4 resulta de uma construção efetiva 
do sujeito e da influência que o ambiente em que está inserido exerce sobre 
ele. 
 
A figura a seguir demonstra como acontece o processo de construção do 
conhecimento por parte do indivíduo: 
 
 
Esquemas de ação 
As estruturas mentais – também chamadas de esquemas – a que nos 
referimos correspondem às ações diárias que permitem nossa relação 
com o mundo. Quando classificamos eventos, associamos conceitos ou 
ordenamos episódios, estamos utilizando nossos esquemas de ação. 
 
 
4 Conhecimento 
De acordo com Piaget (2007, p. 1): 
 
“O conhecimento não pode ser concebido como algo predeterminado nem nas estruturas 
internas do sujeito, porquanto estas resultam de uma construção efetiva e contínua, nem 
nas características preexistentes do objeto, uma vez que elas só são conhecidas graças à 
mediação necessária dessas estruturas, e que essas, ao enquadrá-las, enriquecem-nas”. 
 
 15 
Assimilação 
A assimilação, por sua vez, é uma ação externa através da qual o 
sujeito adiciona uma nova informação perceptual, motora ou 
conceitual a comportamentos já existentes. Em outros termos, o 
indivíduo utiliza os esquemas de ação para compreender o mundo e 
seus desafios. 
 
Trata-se, portanto, de um recurso cognitivo usado pela pessoa para 
acrescentar novos eventos àquilo que já conhece. A partir da 
assimilação, ocorre a 5acomodação . 
 
Equilibração 
Ambas as ações – assimilação e acomodação – causam um 
desequilíbrio interno. Para reequilibrar esse processo, precisamos fazer 
um esforço cognitivo, a fim de estruturar e, finalmente, acomodar o 
novo esquema mental, alcançando a 6equilibração. 
 
Disso resulta a ideia de que, para haver aprendizado, é necessário que 
exerçamos um papel ativo no processo educacional. 
 
Acomodação 
A acomodação difere da assimilação porque se classifica como um 
processo interno que corresponde à construção de novas composições 
cognitivas. 
 
 
5 Acomodação 
Modificação das estruturas mentais em função de novas situações. NÃO pode haver 
acomodação sem assimilação. 
 
6 Equilibração 
Fase entre a assimilação e a acomodação que permite a contínua construção da 
inteligência. 
 
 
 16 
O fato é que após assimilar um novo dado, o sujeito precisa acomodá-
lo, valendo-se de sua capacidade de criar novos esquemas ou 
modificar aqueles já conhecidos. 
 
Conhecimento 
As novas estruturas que o sujeito constrói após todo esse processo 
baseiam-se naquelas que já existiam, mas o resultado implica a 
ampliação e o aperfeiçoamento do saber. Isso significa que adquirimos 
um novo conhecimento e entramos em um novo estado de equilíbrio. 
 
Você já observou que está realizando o processo cognitivo 
construtivista ao estudar este conteúdo online? 
 
Afinal, depois de integrar novos dados apresentados aqui a seus 
conhecimentos prévios, como aluno, você, provavelmente, desenvolveu um 
desequilíbrio cognitivo para, então, criar um novo esquema de ação. 
 
Mas a acomodação só acontecerá quando você modificar suas estruturas 
mentais em função dos temas discutidos ao longo desta aula. Cada pessoa 
faz isso de maneira diferente, dependendo da bagagem de saber de que 
dispõe. 
 
Isso nos leva a identificar que a abordagem construtivista segue uma linha de 
raciocínio pautada na seguinte diferenciação: 
 
ENSINO ≠ APRENDIZAGEM 
 
O que cada estudante aprende não é exatamente aquilo que o docente 
explicou em sala de aula, tampouco o que estava planejado previamente por 
ele. A aprendizagem depende diretamente dos conhecimentos anteriores de 
cada um e de nossas experiências em relação ao ambiente em que vivemos. 
 
 
 17 
Então, se cada um aprende e percebe o mundo de forma distinta, como obter 
sucesso no processo que se constitui de conceitos opostos? Vejamos... 
 
O planejamento didático pensado pelo professor para o desenvolvimento de 
uma aula, de uma disciplina ou mesmo de um curso inteiro deve ser bem 
abrangente e considerar a diversidade de alunos com os quais lida no 
cotidiano de sala de aula. 
 
Até porque o docente atua como um sujeito que desequilibra o conhecimento 
prévio do aluno com o objetivo de ampliá-lo. Por isso, ele precisa sugerir 
atividades que possam desestabilizar esses saberes, de modo que o educando 
assuma uma postura ativa em seu processo de construção do conhecimento. 
 
Uma boa alternativa é propor situações-problema que instiguem os alunos a: 
 Investigar; 
 Discutir; 
 Refletir; 
 Levantar questões; 
 Formular hipóteses. 
 
Mas é fundamental entender que de nada adianta todo esse trabalho se o 
estudante não estiver motivado para aprender, para fazer um esforço 
cognitivo no sentido de alcançar esse novo conhecimento. O professor 
também se pode valer de estratégias para ativar essa motivação. 
 
 
Atenção 
 Para saber mais sobre a abordagem teórica piagetiana de 
aprendizagem, leia o texto Teoria construtivista. 
 
 
 18 
Teoria cognitiva sociointeracionista 
Na teoria cognitiva sociointeracionista, Vygotsky afirma que a mediação é 
fundamental para o processo cognitivo do sujeito. Ela é realizada através 
da relação interpessoal e com os 7sistemas de signos . 
 
Para o estudioso, o indivíduo não acessa diretamente os objetos ou conceitos. 
Todo conhecimento é fruto da mediação de outras pessoas ou de sistemas 
simbólicos dos quais o sujeito dispõe. 
 
Dessas relações dinâmicas entre sujeito-sujeito e sujeito-objeto, 
surgem as funções psicológicas superiores que são, então, construídas 
na interação social. 
 
Em outras palavras, tudo o que é alvo de 8internalização por parte do 
indivíduo, tudo o que ele carrega consigo em termos de conhecimento é 
resultado dessa interação. 
Devido às considerações de Vygotsky sobre as relações entre a 
aprendizagem, o desenvolvimento e a interação nos processos educativos, a 
teoria sociointeracionista estimulou os docentes a refletirem sobre a prática 
pedagógica. 
 
 
7 Sistemas de signos 
Os sistemas de signos contemplam: 
 
 A linguagem; 
 A escrita; 
 Os símbolos; 
 Os objetos. 
 
8 Internalização 
Processo através do qual um elemento estrutural da atividade externa – ou seja, 
interacional – passa a um plano interno do indivíduo em um movimento de 
ressignificação. 
 
De acordo com Vygotsky (1993), trata-se de um nível novo de organização do 
conhecimento pelo sujeito aprendente, possibilitado pela mediação de ferramentas 
psicológicas, por sinais externos e pela interação social. 
 
 19 
Eles começaram a tratar a interação entre os alunos como estratégia didática 
para a aprendizagem. Afinal, o sujeito é encarado como um ser social que 
desenvolve sua individualidade a partir das relações que estabelece com o 
outro, sempre pautadas na cultura de cada um. 
 
Nesse caso, a linguagem passa a figurar como instrumento de mediação da 
aprendizagem: é ela que permite criar situações concretas de produção, 
reflexão, colaboração e construção do saber, deixando de lado o esquema 
linear de reprodução de conteúdo. 
 
LEMBRE-SE! 
A relação que a pessoa mantém com o meio social é condição 
fundamental para que se constitua como indivíduo. 
 
Teoria cognitiva significativa 
O foco da teoria cognitiva significativa está na seguinte distinção: 
 
 
 
 
 
 20 
Aprendizagem significativa 
Aquela que propõe que os conhecimentos prévios dos alunos sejam 
valorizados para que o novo conteúdo incorporado a sua estrutura 
cognitiva9 adquira significado. 
 
Aprendizagem mecânica 
Aquela que ocorre quando o novo dado não se relaciona com os 
conceitos já conhecidos pelo aluno. 
 
De acordo com proposta de Ausubel, a aprendizagem é vista como o processo 
mediante o qual o novo conteúdo se organiza e se integra à estrutura 
cognitiva já existente do estudante. 
 
Dessa maneira, o professor universitário precisa fazer a relação significativa 
entre o conteúdo acadêmico e o social, de modo que o educando perceba o 
significado do que aprende. 
 
Abordagem sociocultural 
A abordagem sociocultural tem como um de seus principais representantes 
Paulo Freire (1921-1997) – pedagogo que baseou seus estudos sobre a 
educação nos aspectos sociais, políticos e culturais da aprendizagem. 
 
De acordo com essa perspectiva, o estudante é um sujeito que está 
inserido em um contexto sócio-histórico. Por isso, seu desenvolvimento 
cognitivo está relacionado ao processo de conscientização dos participantes 
da ação educativa. 
 
 
9 Estrutura cognitiva 
Conteúdo total que comtempla todas as informações, os fatos, os conceitos e os princípios 
organizados pela pessoa. 
 
 21 
Isso implica que os conteúdos do programa de que faz parte devem ser 
permeados por uma reflexão antropológica sobre suas condições 
sociais. 
 
Tanto o ambiente acadêmico quanto o processo de aprendizagem têm de 
contribuir para revelar essas situações de opressão e buscar a superação da 
relação opressor-oprimido – professor-aluno. 
 
O docente precisa comprometer-se com a prática pedagógica, visando à 
transformação social dos alunos através da discussão sobre temasque 
reflitam as condições materiais e existenciais do sujeito aprendente. 
 
Essa metodologia enfatiza as circunstâncias vivenciadas pelo grupo, bem 
como os debates e diálogos críticos sobre a realidade de cada um. 
 
 
Aprenda mais 
 
Para saber um pouco mais sobre as reflexões de Paulo Freire, 
assista a uma entrevista com o educador a respeito de sua 
obra Pedagogia do oprimido. 
 
Atividade proposta 
Antes de finalizarmos esta aula, vamos fazer uma atividade! Leia o trecho a 
seguir: 
 
“Do ponto de vista da Graduação, em particular, a formação 
para o exercício de uma profissão em uma era de rápidas, 
constantes e profundas mudanças requer, necessariamente, 
atenta consideração por parte da universidade. A decorrência 
normal desse processo parece ser a adoção de nova 
 
 22 
abordagem, de modo a ensejar aos egressos a capacidade de 
investigação e a de aprender a aprender”. 
Fonte 
PLANO Nacional de Graduação: um projeto em construção. In: FÓRUM NACIONAL DE PRÓ-
REITORES DE GRADUAÇÃO DAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS (FORGRAD), XII, 1999, 
Ilhéus. 
 
Esse objetivo exige o domínio dos modos de produção do saber nessa área, 
de modo a criar as condições necessárias para o permanente processo de 
educação continuada. Das teorias estudadas nesta aula, qual(is) poderia(m) 
dar conta dessa proposta? 
 
Referências 
DÍAZ BORDENAVE, J.; PEREIRA, A. M. Estratégias de ensino-
aprendizagem. 12. ed. Petrópolis: Vozes, 1991. 
 
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982. 
 
LIBÂNEO, J. C. Didática. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1994. 
 
MIZUKAMI, M. da G. N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 
1986. 
 
PIAGET, J. Epistemologia genética. Tradução de Álvaro Cabral. 3. ed. São 
Paulo: Martins Fontes, 2007. 
 
SAVIANI, D. Escola e democracia. 35. ed. rev. Campinas: Autores 
Associados, 2002. 
 
______. História das ideias pedagógicas no Brasil. Campinas: Autores 
Associados, 2007. 
 
 
 23 
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 
1993. 
 
______. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1998. 
 
______. Psicologia pedagógica. Porto Alegre: Artmed, 2003. 
 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
“O ensino envolve um conjunto de técnicas diretamente aplicáveis a situações 
controladas e concretas na sala de aula”. 
 
Essa afirmação resume a teoria da aprendizagem denominada: 
 
a) Cognitiva sociointeracionista 
b) Cognitiva construtivista 
c) Cognitiva significativa 
d) Sociocultural 
e) Comportamentalista 
 
 
 
 
Questão 2 
“Para que o indivíduo se constitua como sujeito, é necessário 
que se insira em determinado ambiente cultural. As 
mudanças que ocorrem nele ao longo de seu 
desenvolvimento estão relacionadas com a interação que 
mantém com o meio social”. 
 
 
 24 
Esse trecho resume a teoria da aprendizagem denominada: 
 
a) Cognitiva sociointeracionista 
b) Cognitiva construtivista 
c) Cognitiva significativa 
d) Sociocultural 
e) Comportamentalista 
 
 
Questão 3 
“Todo desenvolvimento cognitivo só será efetivo se for baseado em uma 
interação muito forte entre o sujeito e o objeto. Se a atitude do objeto não 
perturbar as estruturas do sujeito, ele não tentará se acomodar à situação, 
criando uma futura assimilação com o objeto, o que originaria sucessivas 
adaptações ao meio”. 
 
Esse fragmento de texto resume a teoria da aprendizagem denominada: 
 
a) Cognitiva sociointeracionista 
b) Cognitiva construtivista 
c) Cognitiva significativa 
d) Sociocultural 
e) Comportamentalista 
 
 
 
 
 25 
Questão 4 
Analise as afirmativas a seguir: 
 
I. A teoria construtivista permite o erro como estratégia de 
aprendizagem. 
II. O construtivismo propõe que o aluno participe ativamente do próprio 
aprendizado através da experimentação, da pesquisa, do trabalho em 
grupo e do desenvolvimento do raciocínio. 
III. Podemos associar o construtivismo à figura de Vigotsky. 
 
Entre os itens anteriores, está(ão) CORRETO(S): 
 
a) I e II 
b) Somente I 
c) II e III 
d) I e III 
e) Somente II 
 
 
 
 
 26 
Questão 5 
A abordagem humanista apresenta as seguintes características: 
 
I. O aluno é o principal eixo do conhecimento. 
II. O professor atua como um controlador do ambiente de aprendizagem. 
III. O professor deve provocar desequilíbrios no sujeito para ampliar seu 
conhecimento. 
 
Entre os itens anteriores, está(ão) CORRETO(S): 
 
a) I e II 
b) Somente I 
c) II e III 
d) I e III 
e) Somente II 
 
 
 
 
 27 
Atividade proposta 
As teorias que entendem o sujeito como centro do processo de aprendizado e 
o percebem como coautor deste – tais como as correntes cognitivistas e a 
humanista. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 – E 
Justificativa: O controle do ambiente é característica da teoria 
comportamentalista. 
 
Questão 2 – A 
Justificativa: A teoria sociointeracionista tem como ponto fundamental a 
interação do sujeito com o meio em que vive. 
 
Questão 3 – B 
Justificativa: A teoria construtivista baseia-se no desequilíbrio cognitivo do 
sujeito para que um novo conhecimento seja incorporado a ele. 
 
Questão 4 – A 
Justificativa: O construtivismo é associado a Piaget. 
 
Questão 5 – B 
Justificativa: O controle está relacionado à teoria comportamentalista e os 
desequilíbrios, à teoria cognitiva construtivista. 
 
 
 
 
Atualizado em: 09 abr. 2014

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