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UNIVAS – UNIVERSIDADE DO VALE DO SAPUCAÍ GEOMETRIA ANALÍTICA E ÁLGEBRA LINEAR II Prof. Luiz Felipe S. de Godoy 2015 CAPÍTULO 1 ÁLGEBRA VETORIAL 1.1 – INTRODUÇÃO Existem dois tipos de grandezas físicas: as escalares e as vetoriais As grandezas escalares ficam completamente definidas por apenas um número real acompanhado de uma unidade adequada. Podemos citar como exemplos: comprimento, área, volume, massa, temperatura, densidade. As grandezas vetoriais ou simplesmente vetores como velocidade, força, impulso, quantidade de movimento, para serem completamente identificadas precisam, além da intensidade (módulo), a direção e o sentido. Geometricamente, vetores são representados por segmentos (de retas) orientados (segmentos de retas com um sentido de percurso) no plano ou no espaço. A ponta da seta do segmento orientado é chamada ponto final ou extremidade e o outro ponto extremo é chamado de ponto inicial ou origem do segmento orientado. Segmentos orientados com mesma direção, mesmo sentido e mesmo comprimento representam o mesmo vetor. A direção, o sentido e o comprimento do vetor são definidos como sendo a direção, o sentido e o comprimento de qualquer um dos segmentos orientados que o representam. A definição de igualdade de vetores é análoga a igualdade de números racionais. Dizemos que dois vetores são iguais se eles possuem o mesmo comprimento, a mesma direção e o mesmo sentido. No estudo de vetores dois tratamentos se completam: geométrico e algébrico. 1.2 – PLANO CARTESIANO R2 É o conjunto de todos os pares ordenados (x, y) de números reais, em linguagem matemática temos: ( ){ }ℜ∈ℜ∈=ℜℜ=ℜ yxyxx ,,2 A cada par ordenado (x, y) é associado um ponto P do plano cartesiano. No qual P é o ponto do plano cartesiano definido a partir das coordenadas cartesianas x e y. A coordenada x é denominada abscissa de P enquanto a coordenada y é a ordenada de P. Obs: É importante observar que o plano cartesiano R2 divide-se em quatro regiões, denominadas quadrantes, conforme estão mostrados a seguir. I quadrante II quadrante III quadrante IV quadrante x y Exercício: Represente geometricamente os pares ordenados (-2, 3), (3, 2), (2, -2) e (-3, -3) . 1.3 – ESPAÇO CARTESIANO R3 É o conjunto de todas as triplas ordenadas de números reais (x, y, z), em linguagem matemática podemos escrever: ( ){ }ℜ∈ℜ∈ℜ∈=ℜℜℜ=ℜ zyxzyxxx ,,,,3 . A cada tripla ordenada (x, y, z) é associado um ponto P no espaço. No qual P é o ponto do espaço cartesiano definido a partir das coordenadas cartesianas x, y e z que recebem, respectivamente, as denominações abscissa, ordenada e cota de P. Obs: É fácil perceber que o plano cartesiano R2 é um subconjunto do R3, para z = 0. Exercícios: Represente geometricamente os pontos: a) P1 = (2, 3, 5) b) P2 = (4, -3, 4) Resolvido como exemplo c) P3 = (-3, 4, 3) d) P4 = (-2, -2, -2) 1.4 – DEFINIÇÕES 1.4.1 – Reta Conjunto de pontos x y z P = (x, y, z) y x z x y z . – 3 4 4 P2 1.4.2 – Reta Orientada (eixo) Uma reta r é orientada quando se fixa nela um sentido de percurso, considerado positivo e indicado por uma seta. Para todo eixo deve-se definir a origem O, a unidade de comprimento e o sentido positivo. Obs: Considerado o sentido positivo de orientação, o sentido oposto é negativo. 1.4.3 – Segmento de Reta Determinado por um par ordenado de pontos 1.4.4 – Segmento de Reta Orientado Um segmento de reta orientado é determinado por um par ordenado de pontos, o primeiro chamado origem do segmento e o segundo chamado extremidade (ponto final). O segmento orientado de origem A, e extremidade B será representado por AB e geometricamente, indicado por uma seta que caracteriza visualmente o sentido do segmento. Módulo (comprimento): Fixada uma unidade de comprimento, a cada segmento orientado pode-se associar um número real, positivo, que é a medida do segmento em relação àquela unidade. Exemplo: O comprimento do segmento AB acima é de 7 unidades de comprimento e é representado por .c.u 7AB = Direção e sentido: Dois segmentos orientados não nulos AB e CD tem a mesma direção se as retas suportes desses segmentos são: - 0 2 1 3 -3 -2 -1 x + A B AB A B Características: - Módulo - Direção - Sentido A B 1 u a) Paralelas b) Coincidentes 1.4.5 – Segmento nulo É aquele cuja extremidade coincide com a origem. 1.4.6 – Segmentos opostos Se AB é um segmento orientado, o segmento BA é oposto de AB. 1.4.7 – Segmentos Equipolentes Dois segmentos orientados AB e CD são eqüipolentes quando têm a mesma direção, o mesmo sentido e o mesmo comprimento (módulo). AB ~ CD equipolência 1.4.8 – Vetor Vetor determinado por um segmento orientado AB é o conjunto de todos os segmentos orientados eqüipolentes a AB. Se indicarmos por v este conjunto, simbolicamente poderemos escrever: { }ABXYXYv ~/= onde XY é um segmento qualquer do conjunto. A B X y v Sentidos opostos A B C D A B C D Mesma direção Mesmo sentido Mesma direção Sentidos opostos A B C D A B C D O vetor determinado por AB é indicado por AB ou AB − ou v . O módulo de v se indica por v 1.4.9 – Vetor Nulo É um vetor cuja origem coincide com a extremidade e tem módulo igual a zero, e é indicado por 0 . 1.4.10 – Vetores Opostos Possuem mesmo módulo, mesma direção e sentidos opostos. Dado um vetor ABv = , o vetor BA é o oposto de AB e indicamos por AB− ou por v− . 1.4.11 – Vetores iguais Dois vetores AB e CD são iguais se, e somente se, AB~CD. Se ),(),( 2211 yxveyxu == então vu = se, e somente se, 2121 yyexx == 1.4.12 – Vetor Unitário É um vetor de módulo igual a um e serve para caracterizar uma direção. É representado por um acento circunflexo acima da letra. 1.4.13 – Versor O versor de um vetor não nulo v é o vetor unitário de mesma direção e mesmo sentido de v . 1.4.14 – Vetor Posição: É um vetor cuja origem coincide com a origem do sistema de coordenadas. P x y z P OP vetor posição x y 0 A B 1 u => versor de AB 1.4.15 – Vetores colineares Dois vetores u e v são colineares se tiverem a mesma direção, ou seja são colineares se pertencerem a uma mesma reta ou a retas paralelas. Obs: Dois vetores não colineares formam um plano. 1.4.16 – Vetores Coplanares Se os vetores não nulos wevu, (o número de vetores não importa) possuem representantes AB, CD e EF pertencentes a um mesmo plano π, diz-se que eles são coplanares. Obs: Dois vetores são sempre coplanares 1.5 – VETORES NO PLANO R2 Neste tópico o par ordenado (x,y) será associado a um segmento orientado, representante geométrico da grandeza vetor. O vetor ),( yxv = possui no plano cartesiano, infinitas representações geométricas, pois:OPBABABAv nn ===== ...2211 nn BABABA === ...2211 são vetores livres (origem arbitrária) OP vetor posição ABABv −== � ),(),( ABAB yyxxyxv −−== A1 B1 A2 B2 O P x y F A B E C D w r u v r w u r π ),( yxv = x e y são as coordenadas canônicas do vetor v . 1.5 – OPERAÇÕES GRÁFICAS COM VETORES 1.5.1 – Soma e subtração de vetores: Sejam dois vetores Ar e Br não nulos, a soma gráfica será: Na subtração: )B(ABAT rrrrr −+=−= Propriedades da soma: 1) comutativa: ABBA rrrr +=+ 2) associativa: ( ) )CB(ACBA rrrrrr ++=++ 3) Elemento Neutro: AA00A rrrrr =+=+ 4) Elemento Oposto: 0A)A()A(A rrrrr =+−=−+ 1.5.2 – Multiplicação por um escalar (real) Dado um vetor 0A rr ≠ e um número real 0α ≠ , o produto do escalar α pelo vetor A r será: AαP rr = Módulo: AP rr α= Direção: a mesma de A r (vetores colineares) P r Sentido: 0>α � mesmo sentido de A r 0=α � 0P rr = 0<α � sentido oposto ao de A r Propriedades: Sejam os vetores u , v e w e os escalares ℜ∈βα , . 1) Associativa ( ) ( )uuu αββαβα == 2) Distributiva em relação à adição de vetores ( ) vuvu ααα +=+ 3) Distributiva em relação à adição de escalares ( ) uuu β+α=β+α 4) Se 0)0,0,0(0 == ve α então 0=α ou 0=v BAS rrr += A r B r A r B r BAS rrr += BAS rrr −= A r B r − A r A r α+ A r α− 5) vvvvv de oposto o é ' onde ')1( =−=− Obs: a) O vetor vrα é sempre paralelo ao vetor vr para 0≠α e 0v rr ≠ b) Seja um vetor vrα , com 0≠α e 0v rr ≠ . Se fizermos com que o número α , percorra o conjunto dos Reais, teremos infinitos vetores colineares a vr e, portanto colineares entre si, isto é, qualquer um deles é sempre múltiplo escalar do outro. Exemplos: 1.5.3 – Versor: O versor de um vetor 0A rr ≠ é o vetor unitário A A u r r r = ou A. A 1 uˆ r r= Podemos escrever vˆ.vv vr = , isto é, o vetor vr é o produto de seu módulo pelo vetor unitário de mesma direção e sentido de vr . Pois, 1 A A A A u === r r r r r 1.6 – VETORES NO R2 E NO R3 Dois vetores 1v r e 2v r , não colineares, são sempre coplanares. Como 1v r α tem a direção de 1v r e 2v rβ a direção de 2vr , o vetor 21 vvv rrr β+α= será sempre em vetor representado no mesmo plano de 1v r e 2v r , sejam quais forem os reais α e β . A r u r u v vu 5 2 = ou uv 2 5 = 1v r 1v r α 2v r 2v rβ 21 vvv rrr β+α= x y z v v r α v r α− O vetor vr é combinação linear de 1v r e 2v r . O par de vetores 1v r e 2v r é chamado base no plano. Aliás, qualquer conjunto { }21 v,v rr de vetores não colineares constitui uma base no plano. Os números α e β são chamados componentes ou coordenadas do vetor v r , na base { }21 v,v rr . Na prática, as bases mais utilizadas são as bases ortogonais. Uma base é dita ortogonal quando seus vetores são ortogonais e unitários. Existem infinitas bases ortogonais no plano x0y, porém, a mais importante é a base canônica, simbolizada por { }j,i rr . No espaço, qualquer conjunto { }321 v,v,v rrr de vetores não coplanares é uma base. Todo vetor vr do espaço é combinação linear dos vetores da base e pode ser escrito como 321 vvvv rrrr γ+β+α= . Os escalares α , β e γ são as componentes de vr na base considerada. Uma base no espaço é ortogonal se os três vetores forem unitários e dois a dois, ortogonais. Dentre as infinitas bases ortogonais existentes, a mais importante é a base canônica representada por { }k,j,i rrr . 1.7 – OPERAÇÕES ALGÉBRICAS COM VETORES Sejam os vetores kajaiaA 321 rrrr ++= , kbjbibB 321 rrrr ++= e kcjcicC 321 rrrr ++= e sendo α um número real. 1.7.1 – Igualdade Os vetores A r e B r são iguais quando 11 ba = , 22 ba = e 33 ba = 1.7.2 – Soma j r i r y x kzjyixv rrrr ++= P(x,y,z) k r z ix r jy r kz r jr i r y x ix r jyr jyixv rrr += P(x,y) k)ba(j)ba(i)ba(BAs 332211 rrrvrr +++++=+= Exemplo: Se )8,4,4(ve)5,2,3( −=−= encontre os vetores uv e vu rrrr ++ )13,2,1()58,24,34(uv )13,2,1()85,42,43(vu −=++−−=+−=+−+−=+ rrrr 1.7.3 – Subtração k)ba(j)ba(i)ba(BAt 332211 rrrvrr −+−+−=−= 1.7.4 – Multiplicação de um número real por um vetor ( ) kajaiakajaiaAp 321321 rrrrrrrr α+α+α=++α=α= 1.8 – CONDIÇÃO DE PARALELISMO Se )z,y,x(v e )z,y,x(u 222111 == são colineares (paralelos), existe um número k tal que vku rr = , logo, )zk,yk,xk()z,y,x( )z,y,x(k)z,y,x( 222111222111 =⇒= Assim, pela definição de igualdade de vetores: 2 1 21 2 1 21 2 1 21 z zk zkz y yk yky x xk xkx =⇒= =⇒= =⇒= � Exemplo: Dois vetores são paralelos quando suas coordenadas são proporcionais. Os vetores )12,9,6( e )4,3,2( −−=−−= vu são paralelos, pois: 3 1k 12 4 9 3 6 2k z z y y x xk 2 1 2 1 2 1 =⇒ − − == − − =⇒=== 1.9 – PRODUTO ESCALAR Chama-se produto escalar (produto interno usual) de dois vetores kzjyixu 111 ++= e kzjyixv 222 ++= , e se representa por u e v ao número real (escalar): k z z y y x x === 2 1 2 1 2 1 212121 zzyyxxvu ++=⋅ O produto escalar de u e v também é indicado por <u , v > e se lê “u escalar v ”. Exemplo: Se kjivekjiu −−=+−= 24853 tem-se: 14)1(8)2()5(43 =−⋅+−⋅−+⋅=⋅ vu Propriedades do Produto Escalar Para quaisquer que sejam os vetores )z,y,x(u 111=r , )z,y,x(v 222=r e )z,y,x(w 333= r e ℜ∈α , é fácil verificar que: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 2 uuu)5 vuvuvu)4 )vetoresdeadiçãoàvadistributi(wuvuwvu)3 )comutativa(uvvu)2 0,0,00u se somente 0uue0uu )1 =⋅ α⋅=⋅α=⋅α ⋅+⋅=+⋅ ⋅=⋅ ===⋅≥⋅ 1.10 – Módulo de um vetor Módulo de um vetor )z,y,x(v =r , representado por vr , é o número real não negativo, vvv rrr .= ( ) ( ) 222 zyxv z,y,xz,y,xv ++=→⋅= Exemplo: ( ) 39414)2()1()2(v então, 2,1,2v Se 222 ==++=−++=−= 1.11 – Versor de um vetor ) 3 2 , 3 1 , 3 2()2,1,2( 3 1 v v u :se- tem,upor designadofor exemplo do v vetor do versor o Se −=−== 1 9 4 9 1 9 4 3 2 3 1 3 2 3 2 , 3 1 , 3 2 :pois unitário, vetor um verdade,na é, versor O 222 =++= −+ + = − 1.12 – Distância d entre os pontos A distância d entre dois pontos ),,( e ),,( 222111 zyxBzyxA é assim definida: ( ) ( ) ( )212212212 zzyyxxABABd −+−+−=−== Exemplos: 1. Sabendo que a distância entre os pontos A (-1, 2, 3,) e B (1, -1, m) é 7, calcular m. 93 temosequaçãoa resolvendo 7)3()3((2) 7)3,3,2( 7 assim )3,3,2()3,21),1(1( 222 =−= =−+−+⇒=−− ==−−=−−−−−=−= moum mm ABdmmABAB 2. Determinar α para que o vetor −= 4 1 , 2 1 ,αv seja unitário. 4 11 : 1 4 1 2 1 seja,ou ,1v ter se-Deve 22 2 ±= = + −+= α α temosresolvendo 1.13 – ÂNGULO DE DOIS VETORES O ângulo de dois vetores ur e vr não nulos é o ângulo θ formado pelas semi retas AO e OB tal que piθ ≤≤0 . Obs: a) O vetor nulo é considerado ortogonal a qualquer vetor. b) Se ur é ortogonal a vr e α é um número real qualquer, ur é ortogonal a vrα . O ângulo formado por dois vetores u e v . :então ,v e u vetoresdos ângulo o é se e 0v ,0u Se θ≠≠ θ O A B u v Podemos escrever: Concluindo: O produto escalar de dois vetores ut e vr é o produto dos seus módulos pelo co-seno do ângulo por eles formado. Casos particulares: a) Se 0>⋅vu o ângulo é agudo ou nulo º90º0 <≤ θ b) Se 0<⋅vu o ângulo é obtuso ou raso º180º90 ≤< θ c) Se 0=⋅vu o ângulo é reto º90=θ Caso de Ortogonalidade Importante: →=θ = = =⋅ laresperpendicu vetores 90º se ou 0v se ou 0u Se 0vu rr rr rr Pela equação (I) podemos calcular o ângulo entre dois vetores; Exemplo: Calcular o ângulo entre os vetores )2,2,1()4,1,1( −== veu ( ) ( ) º45) 2 2(cos 2 2 2 1 323 9 918 821 22)1(411 2,2,14,1,1 cos 222222 == == × = × ++− = ++−×++ −⋅ = arcθ θ 1.14 – Ângulo Diretores e Co-Senos Diretores de um Vetor Seja o vetor kzjyixv rrrr ++= . Os ângulos diretores de vr são os ângulos γβα e , formados com os vetores k e j ,i rrr . θcosvuvu =⋅ vu vu ⋅ =θcos α β γ i j k x y z v Co-senos diretores de vr são os co-senos de seus ângulos diretores, isto é, .cose,cos,cos γβα Para o cálculo dos co-senos diretores utilizaremos a Fórmula: v z 1v )1,0,0()z,y,x( kv kv cos v y 1v )0,1,0()z,y,x( jv jv cos v x 1v )0,0,1()z,y,x( iv iv cos = ⋅ = ⋅ =γ = ⋅ = ⋅ =β = ⋅ = ⋅ =α rrrr rr Propriedades: a) As componentes do versor de um vetor são os co-senos diretores deste vetor. )cos,cos,(cos,,),,(ˆ γβα==== v z v y v x v zyx v v v rrrrr r b) Como o versor de vr é um vetor unitário, tem-se que: 12cos2cos2cos)cos,cos,(cos =++= γβαγβα o que decorre: 12cos2cos2cos =++ γβα Portanto, a soma dos quadrados dos co-senos diretores de um vetor é igual a 1. 1.15 – Projeção de um Vetor Sejam os vetores ur e vr , com θ≠≠ e 0v e 0u o ângulo formado por eles. Pretendemos calcular o vetor w que representa a projeção de . sobre vu Do triângulo retângulo vem: v vu vu vu ucosuw r rr rr rr rrr ⋅ = ⋅ =θ= θ u w v Como os vetores wr e vr têm a mesma direção, segue-se que: vkw rr = , com ℜ∈k 2 v vuk v 1 v vu v 1 wkou vkw :Então ⋅=∴ ⋅ === v v vu w :Assim 2 ⋅ = Portanto, o vetor projeção de )(proj. sobre v wuvu = é: v vv vuproj v v v v uproj uvuv ⋅ ⋅ = ⋅= vrr r r r r r r r ou Exemplo: Determine o vetor projeção de )0,1,1( sobre )4,3,2( −== vu ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) −=−−=− − = − −⋅− −⋅ = ⋅ ⋅ = 0, 2 1 , 2 1 0,1,1 2 1 0,1,1 2 32 0,1,1 0,1,10,1,1 0,1,143,2, u v proj v vv vuu v proj r r vr r r 1.16 – PRODUTO VETORIAL Há uma operação espacial para vetores ur e vr 3em ℜ , chamada produto vetorial, e denotada por vu × (lê-se: ur vetorial vr ). Sejam kajaiau 321 ++= e kbjbibv 321 ++= , tem-se que: k)baba(j)babai)baba(vu 122131132332 −+−−−=× ( Note-se que vu x é um vetor, daí a designação de produto vetorial (também chamado de produto externo) de vu x . Utilizando a notação de determinante, onde bcad dc ba −= , o produto vetorial também pode ser expresso como: k bb aaj bb aa i bb aa vu 21 21 31 31 32 32 +−=× ou equivalente, 321 321 bbb aaa kji vu =× Na verdade o símbolo à direita da igualdade não é um determinante, pois a primeira linha contém vetores ao invés de escalares. No entanto usaremos esta notação pela facilidade de memorização que ela propicia no cálculo do produto vetorial. Observemos que os determinantes de 2º ordem estabelecidos a partir do produto vetorial eliminam na seqüência a 1ª coluna, a 2ª coluna e a 3ª coluna. Exemplo: Calcule o produto vetorial dos vetores kivkjiu +=++= e345 101 345 kji vu =× k 01 45j 11 35 i 10 34 vu +−=× k4j2i4vu k)40(j)35(i)04(vu −−=× −+−−−=× Refaça este exercício trocando a ordem dos fatores no produto vetorial e perceba que não existe comutatividade nesta operação vetorial. Propriedades do produto vetorial: Sejam 3 emvetorese, ℜwvu v aeu a ortogonal é vuw vetor o)1 ×= 0kkjjii :que resulta epropriedad desta u seja quequalquer ,0uu)2 =×=×=× =× kiik ; jkkj ; ijji :que resulta epropriedad desta uvvu)3 ×−=××−=××−=× ×−=× wuvu)wv(u)4 ×+×=+× ( ) ( ) ( )vuvuvu)5 α×=×α=×α { } jik ; ikj ; kji :que temosk,j,i canônica base da vetoresos observando triedro.um de arestas das direções as têmvuev,u vetoresos)6 =×=×=× × ( )2222 vuvuvu)7 ⋅−=× , conhecida como identidade de Lagrange, também pode ser escrita como: ( )( ) ( )2vuvvuu)vu()vu( ⋅−⋅⋅=×⋅× ( ) wvu)wv(ué isto , vetorialproduto O)8 ××≠×× ,oassociativ é não :veu vetoresdos ângulo o é se e 0v,0u Se)9 θ≠≠ θ=× senvuvu rrrr tˆ sen v uvu θ=× rrrr � vetor →=θ = = =× colineares vetores 180ºou 0º se ou 0v se ou 0u Se 0vu )10 rr rr rrr 1.16.1 – Interpretação Geométrica do Módulo do Produto Vetorial de Dois Vetores Geometricamente, o módulo do produto vetorial dos vetores vu e mede a área do paralelogramo ABCD determinado pelos vetores ACvABu == e da figura abaixo: θ= θ== senvu ABCD Área :escrever podemos senvh e hu ABCD Área a Como ABCD Áreavu : teremoslogo senvuvu como mas =× θ=× Exemplo: Dados os vetores zyvezyxu ˆ3ˆ ˆˆ2ˆ +−=−+= calcular a área do paralelogramo determinado pelos vetores uveu −3 . θ h v u A B C D θ u r v r vu rr × tˆ Sabemos que a área A é dada por vuA ×= assim: )4,3,1(uv e )3,6,3(u3 como )uv()u3(A −−=−−=−×= u.a.353315981225)3,9,15(A )3,9,15( 431 363 kji )uv()u3(==++=−−= −−= −− −=−× 1.17 – PRODUTO MISTO Dados os vetores abaixo: kzjyixwekzjyixvkzjyixu 333222111 ; ++=++=++= Tomados nesta ordem, chama-se produto misto dos vetores wvu e, ao número real ( ).wvu ×⋅ Indica-se o produto misto por ( )wvu ,, e lê-se: ur escalar vr vetorial wr . ( ) 33 22 1 33 22 1 33 22 1 yx yx z zx zx y zy zy xw,v,u +−= ( ) 333 222 111 zyx zyx zyx w,v,u = � escalar Exemplo: Calcular o produto misto dos vetores abaixo: kjiwekjivkjiu 23433;532 +−=++−=++= ( ) 27 234 331 532 w,v,u = − −= Propriedades do produto misto === =ו coplanares forem vetores trêsos se ou colineares forem deles dois se ou 0wou 0vou 0u Se 0wvu )1 rrrrrr rrr ( ) 0 zyx zyx 000 w,v,u :forma desta 0) 0, (0, são scomponente suas as nulo é u se a) 333 222 == kzjy ixu ou v u : temos,colineares são v e u se mas nulos, são v nem ,u nem se b) 222 α+α+α=α= ( ) 0 ,, 333 222 222 == zyx zyx zyx wvu ααα ( ) ( ) .coplanares são w e v , u que significa w,v,u de anulamento O nulo. é wvuescalar produto o ,ortogonais são wveu se c) ×⋅× 2) O produto misto independe da ordem circular dos vetores (propriedade cíclica): ( ) ( ) ( )v,u,wu,w,vw,v,u == Entretanto o produto misto muda de sinal se trocam as posições de dois vetores consecutivos, isto é: ( ) ( )w,u,vw,v,u −= Resulta desta propriedade que os sinais ×⋅ e permutam entre si: ( ) ( ) wvuwvu ⋅×=×⋅ ( ) ( ) ( )r,v,uw,v,urw,v,u)3 +=+ ( ) ( ) ( )w,v,uw,v,u)w,v,u(w,v,u)4 α=α=α=α Obs: O produto vetorial e o produto misto não são definidos para 2ℜ Exemplo: Qual deve ser o valor de m para que os vetores abaixo sejam coplanares? zyzyxzyxma ˆ4ˆ2c ˆ3ˆˆb ˆˆ2ˆ +−=+−=−+= Solução: 3 m 0 2 8 6m 4m 0 4 20 3 11 12 m )c,b,a( 0)c,b,a( :tersedeve,coplanaressejamceb,aquePara =⇒=+−+−⇒= − − − = =− 1.17.1 – Interpretação Geométrica do Módulo do Produto Misto Geometricamente, o produto misto ( )wvu ×⋅ é igual, em módulo, ao volume do paralelepípedo de arestas determinadas pelos vetores ACwABvADu === e, O volume é dado por: ( ) ( )w,v,uwvuV =×⋅= Obs: Volume do tetraedro = 1/6 do volume do paralelepípedo. ( ) ( )wvuwvuVT ,,61x61 =⋅= Exemplo: Dados os vetores ),1,1,1()1,2,3(),0,5,( −=−== wevxu calcular o valor de x para que o volume do paralelepípedo determinado por wevu, seja 24 u.v. (unidades de volume). Solução: Como o volume do paralelepípedo é dado por: ( ) 24,, =wvu , então: ( ) 44 2420 42420: 2420 volumedo equação Pela 2024 11 1 1 23 0 5 ,, −=∴=−− =∴=+ =+ +⇒= − −= xx xxassim x x x wvu 4.18 – DUPLO PRODUTO VETORIAL Dados os vetores abaixo: kzjyixwekzjyixvkzjyixu 333222111 ; ++=++=++= Chama-se duplo produto vetorial dos vetores wvu e, (lê-se: uv vetorial vv vetorial wr ) ao vetor ).wv(u ×× Propriedades: 1) O produto vetorial não é associativo, então: w)vu()wv(u ××≠×× 2) O duplo produto vetorial pode ser decomposto na diferença de dois vetores com coeficientes escalares (regra do termo central): ( ) ( )wvuvwu)wv(u ⋅−⋅=×× Esta fórmula pode ser escrita sob a forma de determinante: wuvu wv )wv(u ⋅⋅ =×× Exemplo: Dados os vetores abaixo, determine ).wv(u ×× kjiwejivkjiu 432623 ++=−=−−= Solução: 27463213 806)1(223 −=⋅−⋅−⋅=⋅ =⋅−−⋅−⋅=⋅ wu vu 278 wv wuvu wv )wv(u:Assim − = ⋅⋅ =×× kjikjijiwvu kjijiwvwvu 32362322482754)( )43(8)2(27827)( −+−=−−−+−=×× ++−−−=−−=×× rrr CAPÍTULO 2 RETAS 2.1 – EQUAÇÃO VETORIAL DA RETA Seja r uma reta que passa pelo ponto A e que tem a direção do vetor não nulo vr . Para que o ponto P pertença à reta é necessário que: Onde o vetor vr é chamado de vetor diretor da reta, e, t é o parâmetro. 2.2 – EQUAÇÕES PARAMÉTRICAS DA RETA Substituindo as coordenadas do vetor k)zz(j)yy(i)xx(AB 111 rrr −+−+−= na equação vetorial da reta temos: )()()()( 111 kcjbiatkzzjyyixx rrrrrr ++⋅=−+−+− Daí vem: ⋅+= ⋅+= ⋅+= ctzz btyy atxx 1 1 1 → Equações paramétricas da reta r Reta definida por dois pontos A reta definida pelos pontos )z,y,x(A 111 e )z,y,x(B 222 é a reta que passa pelo A (ou B) e que tem a direção do vetor AB , ou seja, é a reta definida pela equação vetorial AB ⋅= tAP )z,y,x(A 111 ( )z,y,xP kcjbiaV rrrr ++= a b c X Y Z V r ⋅= tAP � Equação paramétrica vetorial da reta Daí: ( ) ( ) ( ) −⋅+= −⋅+= −⋅+= 121 121 121 zztzz yytyy xxtxx r 2.3 – EQUAÇÕES SIMÉTRICAS DA RETA Das equações paramétricas temos: c zz t b yy t a xx t 1 1 1 − = − = − = Então: − = − = − c zz b yy a xx r 111 � Equações simétricas � − − = − − = − − 12 1 12 1 12 1 zz zz yy yy xx xx r 2.4 – EQUAÇÕES REDUZIDAS DA RETA Das equações simétricas, − = − b yy a xx 11 )xx( a byy 11 −=− 11 yx a b x a by +−= Fazendo: a b m = 11 yx a b n +−= Tem-se: nmxy += − = − c zz a xx r 11 )xx( a c zz 11 −=− 11 zx a c x a c z +−= Fazendo: a cp = 11 zx a cq +−= Tem-se: qpxz += += += qpxz nmxy r � Equações reduzidas da reta r em função de X )z,y,x(A 111 ( )z,y,xP ( )222 z,y,xB Casos particulares: a) Reta paralela ao plano coordenado YZ. V r ⋅= tAP � Equação paramétrica vetorial ⋅+= ⋅+= = ctzz btyyr 1 1 1xx � Equações paramétricas = − = − 1 11 , xx c zz b yy r � Equações simétricas += = nmyz xx r 1 � Equações reduzidas b) Reta paralela ao plano coordenado XZ. V r ⋅= tAP � Equação paramétrica vetorial ⋅+= = ⋅+= ctzz yy at r 1 1 1xx � Equações paramétricas = − = − 1 11 y , y c zz a xx r � Equações simétricas += = nmxz yy r 1 � Equações reduzidas em função de X ( )ZYXP ,, zcybV ˆˆ += r b c X Y Z ( )111 ,, ZYXA 1XX = X1 ( )ZYXP ,, zˆcxˆaV += r X Y Z ( )111 ,, ZYXA Y1 1YY = a c c) Reta paralela ao plano coordenado XY V AP r α= � Equação paramétrica vetorial = ⋅+= ⋅+= 1 1 1xx zz btyy at r �Equações paramétricas = − = − 1 11 z , z b yy a xx r � Equações simétricas += = nmxy zz r 1 � Equações reduzidas em função de X ( )Z,Y,XP yˆbxˆaV += r X Y Z ( )111 Z,Y,XA Z1 1ZZ = a b xˆV = r X Y Z Z1 Y1 1ZZ = 1YY = d) Reta paralela ao eixo coordenado OX = = 1 1 zz yy r e) Reta paralela ao eixo coordenado OY = = 1 1 zz xx r yˆV = r X Y Z Z1 X1 1ZZ = 1XX = yˆV = r X Y Z X1 1 YY = 1XX = Y1 zˆV = r f) Reta paralela ao eixo coordenado OZ = = 1 1 yy xx r 2.5 – ÂNGULO DE DUAS RETAS Sejam as retas r1, que passa pelo ponto A1 e tem a direção de um vetor 1v r , e r2, que passa pelo ponto A2 e tem a direção de um vetor 2v r , chama-se ângulo de duas retas r1 e r2 o menor ângulo entre os vetores 1v r e 2v r . 21 21 v v vv cos rr rr • =θ , com º900 ≤θ≤ 2.6 – CONDIÇÃO DE PARALELISMO DE DUAS RETAS Duas retas r1 e r2 são paralelas quando 21 vmv rr = . 2.7 – CONDIÇÃO DE ORTOGONALIDADE DE DUAS RETAS Duas retas r1 e r2 são ortogonais quando 0vv 21 =• rr . 2.8 – CONDIÇÃO DE COPLANARIDADE DE DUAS RETAS A reta r1, que passa por um ponto A1 e tem a direção de um vetor 1v r , e a reta r2, que passa por um ponto A2 e tem a direção de um vetor 2v r , são coplanares se os vetores 1v r , 2v r e 21AA forem coplanares, ou seja, 0AAvv 2121 =ו rr CAPÍTULO 3 PLANOS 3.1 – EQUAÇÃO GERAL DO PLANO Seja ( )111 z,y,xA um ponto pertencente a um plano pi e kcjbian rrrr ++= um vetor, não nulo, normal (ortogonal) ao plano. Para que o ponto P pertença ao plano é necessário que: 0APn =•r Sendo k)zz(j)yy(i)xx(AP 111 rrr −+−+−= e kcjbian rrrr ++= , ( ) ( ) 0kcjbiak)zz(j)yy(i)xx( 111 =++•−+−+− rrrrrr 0)zz(c)yy(b)xx(a 111 =−+−+− Observe que os coeficientes a, b e c da equação cartesiana representam as coordenadas do vetor normal ao plano. O coeficiente d é o que diferencia um plano dos outros planos paralelos a pi . 3.2 – DETERMINAÇÃO DE UM PLANO 1) Plano que passa por um ponto A e é paralelo a dois vetores 1v r e 2v r não colineares. Neste caso: 21 vvn rrr ×= kcjbian rrrr ++= a b c X Y Z • n r A P 0dczbyax =+++ → Equação cartesiana do plano n r 1v r 2v r A 2) Plano que passa por três pontos A, B e C não colineares. Neste caso: ACABn ×=r 3.3 – EQUAÇÕES PARAMÉTRICAS DO PLANO Seja )z,y,x(A ooo um ponto do plano pi e kcjbiau 111 rrrrrr ++= e kcjbiav 222 rrrrrr ++= dois vetores não colineares. O ponto P pertence ao plano pi se, vtuhAP rr += → Equação paramétrica vetorial do plano Substituindo as coordenadas dos vetores k)zz(j)yy(i)xx(AP 000 rrr −+−+−= , u r e v r na equação vetorial do plano temos: )kcjbia(t)kcjbia(hk)zz(j)yy(i)xx( 222111ooo rrrrrrrrrrr +++++=−+−+− Daí vem: ++= ++= ++= 21o 21o 21o c tc hzz b tb hyy a ta hxx → Equações paramétricas do plano 3.4 – EQUAÇÃO SEGMENTÁRIA DO PLANO Seja o plano pi de equação 0dczbyax =+++ , 1) Se 0zy == e mx = → 0dam =+ → a d m −= O ponto )0,0,m(A1 é a interseção do plano pi com o eixo dos x; 2) Se 0zx == e ny = → 0dbn =+ → b d n −= O ponto )0,n,0(A2 é a interseção do plano pi com o eixo dos y; 3) Se 0yx == e pz = → 0dcp =+ → c dp −= n r A B C A P u r uhr v r vt r pi O ponto )p,0,0(A3 é a interseção do plano pi com o eixo dos z; Da equação cartesiana, dczbyax −=++ ⇒ 1 d cz d by d ax = − + − + − 1 c d z b d y a d x = − + − + − 3.5 – CASOS PARTICULARES: a) Plano paralelo ao eixo coordenado OX. Fazendo ∞→m na equação segmentária, 1 p z n yx ∴=++ ∞ 1 p z n y =+ Assim, na equação cartesiana 0A = , 0czby =+ b) Reta paralela ao plano coordenado XZ. ⋅+= = ⋅+= ctzz yy at r 1 1 1xx � Equações paramétricas = − = − 1 11 x x, c zz a xx r � Equações simétricas Y X Z Y1 1 p z n y m x =++ )0,0,m(A1 )0,n,0(A2 )p,0,0(A3 X Y Z 2A ∞ 3A x y z Equação segmentária do plano
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