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Curso Atuação Fisioterapêutica no Mal de Alzheimer

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Curso Atuação Fisioterapêutica no Mal de Alzheimer
LIÇÃO 01: INTRODUÇÃO
O presente curso faz uma abordagem acerca da doença Alzheimer enquanto patologia, devendo ser acompanhada por orientações de profissionais como psiquiatra e fisioterapeuta, enfatizando o tratamento fisioterapêutico. Tendo em vista que o mal de Alzheimer é um tipo de demência conhecido grosseiramente por “esclerose” ou caduquice, e é a demência mais conhecida atualmente, sabe-se ainda que é uma doença crônica e progressiva que interfere diretamente na vida do indivíduo, na qual não existe cura mas sim tratamento.
A demência é um termo utilizado para denominar uma série de sintomas que são encontrados em pessoas com doenças cerebrais que destroem e perde as células cerebrais. Essa perda de células é um processo natural, mas em casos de pacientes com demência ela ocorre numa frequência maior causando um funcionamento anormal do cérebro, essa perda exagerada e anormal das células do cérebro provoca o surgimento de doenças degenerativas do cérebro. Existem as demências que não são à nível degenerativo, podendo melhorar ou estabilizar o nível de demência, mas na maioria dos casos são incuráveis podendo levar a morte, não apenas pela doença em si, mas principalmente por “complicações” favorecidas pela doença (como pneumonia), complicações secundárias provocam mais mortes do que a demência propriamente dita.
A doença de Alzheimer não é curável e nem reversível, porém existem maneiras de amenizar o sofrimento do paciente e retardar a progressão da doença, isso é possível com tratamentos que aliviam os sintomas e ajudam os familiares desse paciente a cuidar do mesmo. A doença atinge cerca de 10% a 20% de pessoas que estão na 3º idade (60 anos), e é a quarta causa de morte nos Estados Unidos, aqui no Brasil ela atinge cerca de 1 milhão de pessoas e nos Estados Unidos existem cerca de 4 milhões de pacientes (RIBEIRO, 2008).
Sabido que não existe uma cura para essa doença, é necessário que os familiares do paciente procurem auxílio profissional para ajudá-los orientando nos devidos cuidados e precauções, e também tratar a doença evitando assim uma rápida progressão da doença. O fisioterapeuta está apto a tratar esse tipo de paciente e concede-lo uma melhor qualidade de vida, aliviando os sintomas, ajudando a manter o quadro clínico o mais estático possível (já que não existe regressão da doença), e assim evitando a invalidez total do paciente.
Dentro desse contexto questiona-se: Quais as causas da doença? Quais as características gerais da doença? Como é feito o diagnóstico e qual o tratamento da doença enfatizando a fisioterapia?
 
LIÇÃO 02: HISTÓRICO DA DOENÇA DE ALZHEIMER
A doença de Alzheimer consiste numa demência, onde ocorre uma degeneração do cérebro atingindo as células de forma lenta e progressiva. Em 1906, o psiquiatra e neuropatologista alemão Aloïs Alzheimer descreveu os sintomas e os efeitos neuropatológicos da doença de Alzheimer, por esse motivo a doença chama-se Alzheimer.
Alois Alzheimer nasceu em junho de 1864, em Marktbreit (pequena aldeia na Alemanha), e vivei entre a segunda metade do século XIX e o início do século XX. Estudou medicina nas Universidades de Berlim, Tübingen e Wurzberg, e em 1888 Alois Alzheimer se dedicou ao estudo de doenças mentais, começou sua carreira residindo na área de saúde mental no Hospital para doentes mentais e epiléticos, Frankfurt. O seu objetivo de estudo não tinha foco nas demências degenerativas e vasculares, seus estudos abrangiam também as doenças de psicose, epilepsia e outras. Seu interesse por neuropatologia especificamente em  demências foi compartilhado com seu colega Franz Nissl, que forneceu a Alois Alzheimer novas tecnologias para o estudo histológico dos transtornos nervosos (MAURER et al, 1997).
No ano de 1901, Auguste D deu entrada no Hospital Frankfurt e foi examinada por Alois Alzheimer, onde ele pode perceber diversos sintomas de uma demência como dificuldade de memória, alucinações, desorientação, mudanças de comportamento, entre outros sintomas. Em 1903, Alois deixou o Hospital de Frankfurt e foi transferido para “Royal Psychiatric Clinic” onde continuou acompanhando o caso de Auguste D’s até a sua morte em 8 de abril de 1906, e assim Alois começou a estudar a doença de Auguste D. e suas características neuropatológicas (MAURER et al, 1997).
Apenas após a morte de Auguste D. Alois Alzheimer pediu os registros e o cérebro dela para estudo, publicou o artigo em 1907 “A characteristic serious disease of the cerebral córtex”, onde ele apresenta achados clínicos de Auguste D., que foi tratada por ele aos 51 anos por apresentar sintomas de delírio (ciúmes excessivos) para com o marido, em seguida sugiram outros sintomas como desorientação de espaço e tempo, alterações na memória e também na linguagem, e esses sintomas pioravam progressivamente.
O epônimo “Doença de Alzheimer” só começou a ser utilizado para os casos de demência após o professor de Psiquiatria alemão E. Kraepelin fazer pela primeira vez menção a esta doença em uma palestra na “Conference of South-West German Psychiatrists” em Tübingen (MAURER et al, 1997).
LIÇÃO 03: O QUE É O MAL DE ALZHEIMAR?
O mal de Alzheimer é sem dúvida o tipo de demência mais frequente em idosos, apresentada de maneira idêntica a uma demência de senil, no caso da Auguste D., que foi examinada por Aluis Alzheimer, apresentou uma demência pré-senil pois a paciente tinha menos de 65 anos, sedo que os sintomas da doença começam a aparecer após os 65 anos (CARVALHO et al., 2008).
As alterações causadas pelas placas de senil e emaranhados de neurofilamentos começam no córtex cerebral e, posteriormente, atinge uma estrutura a qual é responsável pela memória, o hipocampo. Sabido que a doença acomete esta região, suas células se degeneram sendo essa a causa da perca da memória. O córtex, podendo também ser acometido pela doença, é responsável pela linguagem e pela razão, o acometimento dessa área provocará no paciente uma deficiência de suas funções deixando a linguagem confusa e a razão perturbada.
Essa falha no intelecto causada por danos em áreas específicas no cérebro podem levar o indivíduo a incapacidade total (SHIMODA et al., 2007). A relação da causa dessa doença com os sintomas que ela apresenta é bastante intima, pois o paciente apresenta memória confusa, problemas comportamentais, mudanças de personalidade, dificuldades na linguagem, razão perturbada, e muitos outros sintomas que só serão desencadeados com uma falha nas estruturas responsáveis por tais funções, isso ocorre com a degeneração dessas áreas, o que é uma característica dessa doença podendo assim levar esse paciente a dependência total de seus parentescos por não conseguir desempenhar de forma adequada essas funções.
A partir dos 70 anos a doença se transforma de uma raridade para uma das mais frequentes demências e que tem causado preocupações na população. A prevalência desta aumenta progressivamente com a idade, e por causa do envelhecimento populacional (que antes era caso de países desenvolvidos e agora está generalizando-se) aumenta o risco dessas doenças degenerativas em todo o mundo, transformando o envelhecimento em uma ameaça de epidemia (SHIMODA et al., 2007).
O alto índice de envelhecimento populacional é explicado pelo avanço tecnológico, onde as doenças fatais e a taxa de natalidade puderam ser controladas pela tecnologia, provocando consequentemente um envelhecimento da população e aumentando assim o numero de risco da doença de Alzheimer (CRUZ et al, 2004).
Sem dúvidas as técnicas desenvolvidas no mundo atual tem sido o principal motivo do envelhecimento populacional, assim como as descobertas científicas a tecnologia é a responsável pela diminuição da natalidade e o controle de doenças fatais, onde modos de cura, profilaxia, prevenções e outros meios de controle populacional vem se mantendo até a atualidade, e assim se explica o envelhecimento da população.
Dados do Ministério da Saúde indicam o aceleradocrescimento da população idosa no Brasil. Verificou-se que no ano de 1971 a proporção de idosos era de 7,3%, chegando a 9,1% no ano de 2006. Também, nota-se nesse período maior proporção de idosos nas regiões Sul (10,4 %) e Sudeste (10,3%), diferentemente das regiões Norte (5,6%), Nordeste (8,0%) e Centro-Oeste (7,4%). (DOMINGUES et al, 2009, p. 162).
A doença se subdivide em três estágios: inicial, intermediário e grave ou final. Na fase inicial o paciente apresenta distração, dificuldades de lembrar nomes e palavras simples,  esquecimento crescente que geralmente é de lembranças recentes, dificuldade para aprender novas informações, desorientação em ambientes familiares, lapsos pequenos onde não característicos de julgamentos e comportamento, redução das atividades dentro e fora de casa.
Nessa fase os sintomas são bastante imperceptíveis, podendo não ser considerado pelos familiares como uma demência, é aceito como sintomas comuns ao envelhecimento (BORGES, 2011).
Na fase intermediária ocorre uma perda marcante de memória e da atividade cognitiva, ocorre uma deterioração das habilidades verbais diminuindo o conteúdo e a variação da fala, e apresenta mais alterações de comportamento: frustração, impaciência, inquietação, agressão verbal, também são comuns alucinações e delírios. Nessa fase o indivíduo torna-se incapaz de ter uma vida social autônoma passando assim a depender dos cuidados de seus familiares ou responsáveis, possui uma tendência à fugir ou até mesmo perambular pela casa, e nessa fase também se inicia a perda do controle da bexiga (BORGES, 2011).
O último estágio é o grave ou final, nessa fase a fala torna-se monossilábica progredindo para a perda total da fala, os delírios continuam sendo mais constantes, transtornos emocionais, transtornos emocionais e de comportamentos, perda do controle da bexiga e do intestino, piora da marcha levando o paciente a ficar mais assentado ou no leito, enrijecimento das articulações, dificuldades para engolir alimentos e evolui para o uso de sondas. As pessoas que cuidam de pacientes com doença de Alzheimer são em sua maioria parentes ou pessoas próximas, e o fato de a doença apresentar sintomas conforme o avanço do quadro clínico faz com que as pessoas que convivem com esse paciente tenha dificuldade em diagnosticar a doença.
Apesar das limitações referidas, os cuidadores são na sua maioria familiares próximos (cônjuges ou filhos) dos doentes, conhecedores da sua personalidade e nível de funcionamento pré-mórbidos, e por isso, bem posicionados para fornecer dados sobre o processo demencial. Está também provado que em doentes com compromisso de memória a percepção dos cuidadores sobre os déficits cognitivos foi preditiva do desenvolvimento de DA num período de dois anos. (CRUZ et al, 2004, p. 437).
- Dentre as principais características estão:
Perda de memória: pode ter consequência na vida diária, de muitas maneiras, conduzindo a problemas de comunicação, riscos de segurança e problemas de comportamento.
Memória episódica: é a memória que as pessoas têm de episódios da sua vida, passando do mais mundano ao mais pessoalmente significativo.
Memória semântica: esta categoria abrange a memória do significado das palavras, como por exemplo, uma flor ou um cão.
Memória de procedimento: esta é a memória de como conduzir os nossos atos quer física como mentalmente, por exemplo, como usar uma faca e um garfo, ou jogar xadrez.
Apraxia: é o termo usado para descreve a incapacidade para efetuar movimentos voluntários e propositados, apesar do fato da força muscular, da sensibilidade e da coordenação estarem intactas.
Afasia: é o termo utilizado para descrever a dificuldade ou perda de capacidade para falar, ou compreender a linguagem falada, escrita ou gestual, em resultado de uma lesão do respectivo centro nervoso.
Agnosia: é o termo utilizado para descrever a perda de capacidade para reconhecer o que são os objetos, e para que servem.
Comunicação: As pessoas com doença de Alzheimer tem dificuldades na emissão e na compreensão da linguagem, o que, por sua vez, leva a outros problemas.
Mudança de personalidade: uma pessoa que tenha sido sempre calma, educada e afável pode comportar-se de uma forma agressiva e doentia. São comuns as mudanças bruscas e frequentes de humor.
Mudanças físicas: a perda de peso pode ocorrer, redução de massa muscular, escaras de decúbito, infecções, pneumonia.
 
A evolução é progressiva, inevitavelmente em incapacidade completa e morte. Ás vezes há estabilizações, durante as quais o distúrbio cognitivo permanece inalterado por um ou dois anos, mas depois a progressão é retomada. A duração é geralmente entre 4 a 10 anos, com extremos de menos de 1 ano e a mais de 20 anos.
LIÇÃO 04: FISIOTERAPIA E O TRATAMENTO DA DOENÇA DE ALZHEIMER
Referente ao diagnóstico, não existe um teste específico que comprove definitivamente a presença ou ausência da doença, isso só é permitido a partir de um processo eliminatório de demências feito com base no exame de sangue fazendo um teste ao marcador para o gene que se encontra no cromossomo 19, e é nele que é produzida a proteína apolipoproteina E (ApoE4). Esse teste não é confiável para o diagnóstico, pois ele apenas indica uma possibilidade que o indivíduo tem de desenvolver a doença (RIBEIRO, 2008).
Para se obter resultados com precisão é necessário um exame do tecido cerebral obtido por biópsia ou necropsia. Neste caso o resultado deriva de uma exclusão de demência que é feita a partir de outros exames como exames de sangue (hipotireoidismo, deficiência de vitamina b), tomografia ou ressonância (múltiplos infartos, hidrocefalia) e outros exames, e então, após os resultados desses exames é realizado um processo eliminatório de demências até concluir a presença da doença de Alzheimer. O histórico da demência também ajuda no diagnóstico como, por exemplo, saber se o paciente apresenta depressão, perda de memória associada a idade ou outros sintomas característicos da doença (RIBEIRO, 2008).
O tratamento é feito por diferentes profissionais da área da saúde e acompanhado com medicamentos com indicação médica. Não existe tratamento preventivo, nem paliativo ou curativo da doença de Alzheimer, mas muito se pode fazer por esses pacientes para que possam usufruir de uma melhor qualidade de vida. A doença de Alzheimer necessita de uma reabilitação global, o que exige uma equipe multidisciplinar em seu tratamento, e nessa equipe o fisioterapeuta tem um papel importantíssimo já que o mesmo tenta proporcionar ao paciente tanto uma reabilitação motora quanto o retorno às relações pessoais e interpessoais, e tentando tornar possível a independência do paciente nas realizações de suas tarefas diárias (CARVALHO et al., 2008).
O fisioterapeuta trata o paciente com o objetivo de prevenir contraturas articulares, atrofias, encurtamento muscular, manutenção da massa muscular, mobilização das secreções pulmonares, visando um prolongamento do tempo de independência do paciente (CARVALHO et al., 2008).
A avaliação fisioterapêutica dependerá do comportamento do paciente, considerando as fazes da doença. No princípio da doença os itens avaliados serão amplitude articular, força muscular, alterações posturais e capacidade pulmonar. Elementos como  coordenação motora, equilíbrio, autopercepção, marcha, habilidade, imagem corporal e as funções a qual o indivíduo exerce durante a vida diária deve ser valorizada e avaliada de maneira mais cautelosa. Nas fases mais tardias por conta do comprometimento físico ser bem maior a avaliação de mobilidade é feita com movimentos passivos, nessa fase a avaliação pulmonar torna-se mais críticas (CARVALHO et al., 2008).
Existem técnicas na fisioterapia que participam do tratamento dessa doença. A cinésioterapia é utilizada com o intuito de manter ou até mesmo melhorar a amplitude de movimento e manter a massa muscular ou melhorar a força muscular do indivíduo (CARVALHO et al., 2008).
A cinésioterapia tem como objetivo manter, corrigir e/ou recuperardos movimentos, tendo efeitos de melhoria da força, resistência, flexibilidade, relaxamento, coordenação motora, e alcança seus objetivos a partir de técnicas baseadas em anatomia, fisiologia e biomecânica (GUIMARÃE; CRUZ, 2003). Segundo Guimarães e Cruz (2003, p. 2) “A cinesioterapia é o uso do movimento ou exercício como forma de tratamento, o recurso se autodenomina, cinesio significa movimento”.
Sabido que a cinésioterapia é a terapia pelo movimento, conclui-se que as técnicas de cinésioterapia busca conceder ao paciente um trabalho de manutenção, cura e até mesmo prevenção de forma mais eficaz e melhorada. Na doença de Alzheimer a cura e a prevenção não é possível, mas a manutenção da qualidade de vida pode ser obtida com a cinésioterapia.
O programa de exercícios para cada paciente é determinado de acordo com suas necessidades e baseia-se na avaliação da incapacidade do paciente. A modalidade, frequência e duração do tratamento cinesioterapêutico são determinados frente à história clínica e exame físico do paciente, sendo que este inclui a inspeção, palpação, mensuração, avaliação dos reflexos, testes especiais, teste de força muscular e de amplitude articular de movimento (apud GUIMARÃES; CRUZ, 2003, p. 3).
Todos esses recursos são utilizados em processos de reabilitação, e essa reabilitação é conseguida de forma rápida e eficaz graças as propriedades físicas da água (densidade relativa, força de empuxo, tensão superficial, pressão hidrostática), onde os exercícios são realizados com sobrecarga natural, fortalecendo a musculatura da respiração, estimulando a circulação periférica, e contando com o efeito massageador contido na água (R BIASOLI, 2006).
A hidroterapia e a cinésioterapia associada no padrão respiratório são essenciais para a manutenção da musculatura, coordenação motora, equilíbrio, melhor amplitude de movimento, entre outros benefícios alcançados por estes tipos de recursos fisioterapêutico.
Caminhadas diariamente (com acompanhante) ajuda a melhorar o sistema cardiorrespiratório, evitando complicações posteriores. O acompanhamento na fisioterapia respiratória é indispensável na ultima fase da doença, pois nessa fase existem grandes incidências de doenças respiratórias. Existem outros métodos utilizados para aprimorar o tratamento, tal como o método de kabat (CARVALHO et al., 2008).
O método de Kabat foi criado na década de quarenta pelo Dr. Herman Kabat, esse método foi conhecido primordialmente como “Técnica de Facilitação Proprioceptiva” e “Reabilitação neuromuscular”, hoje o termo utilizado é “Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP)”. Durante o desenvolvimento desse método foi enfatizado a aplicação de resistência na área de movimentos, empregando reflexos e endireitamento da postura, movimentos combinados que levavam em consideração dois componentes de ação muscular e permitindo a ação muscular em duas articulações. Essas técnicas puderam ser aprimoradas com o passar do tempo (CARVALHO et al., 2008).
Receptores são aplicados nos tendões, músculos e articulações objetivando corrigir, melhorar ou manter a função motora do paciente. Conclui-se então que os objetivos desse método é aumentar a amplitude de movimento, melhorar a estabilidade, direcionar um movimento ativo por meio da introdução de resistência ideal, da maneira correta, estimular os movimentos coordenados por meio da sincronização correta dos estímulos e ampliar a resistência (CARVALHO et al., 2008).
Todos esses objetivos são importantes para o paciente de Alzheimer, pois a fraqueza muscular, a perda da amplitude de movimento,as dores articulares, as dificuldades para realizar suas tarefas diárias são sintomas marcantes nessa doença, portanto trabalhar para promover a manutenção da força muscular desses pacientes ajuda a mantê-los mais aptos a realizar suas atividades de vida diária e adiar a dependência em parentes para realização de atividades que, aparentemente simples, já não podem ser realizadas com a mesma perfeição.
Diante das informações referidas anteriormente é importante destacar que o tratamento fisioterapêutico precisa respeitar os limites do paciente levando em consideração cada fase da doença e a história clínica do paciente, pois os sintomas são crescentes em cada fase e isso dificulta a realização do tratamento. Porém, ação fisioterapeuta no tratamento de mal de Alzheimer é incontestável, pois a fisioterapia é um dos meios mais eficientes para atingir um prolongamento do surgimento de sintomas, assim como tratar as alterações cognitivas, do humor e dos sintomas, e o mais importante tardar a incapacidade e invalidez do paciente.
Objetivos da reabilitação fisioterápica:
– Diminuir a progressão e efeitos dos sintomas da doença,
– Evitar ou diminuir complicações e deformidades,
– Manter as capacidades funcionais do paciente (sistema cardiorrespiratório),
– Manter ou devolver a ADM funcional das articulações,
– Evitar contraturas e encurtamento musculares (imobilização no leito),
– Evitar a atrofia por desuso e fraqueza muscular,
– Incentivar e promover o funcionamento motor e mobilidade,
– Orientação sobre as posturas corretas,
– Treino do padrão da marcha,
– Trabalhar os padrões do funcionamento sistema respiratório (fala, respiração, expansão e mobilidade torácica),
– Manter ou recuperar a independência funcional nas atividades de vida diária.
Consiste basicamente na fisioterapia motora, que engloba desde exercícios ativos, passivos, auto assistidos, contra resistência, isométricos, metabólicos, isotônicos, ou seja, qualquer tipo de movimento é bem vindo no tratamento. Quando chega a uma segunda fase esta patologia, deve-se estimular atividades para que o paciente não fique o tempo inteiro na cama, evitando assim escaras de decúbito, comumente relatadas. Alongamentos e atividades de relaxamento podem ser realizados.
Outras modalidades de tratamento são eficazes, como a parte de exercícios para o condicionamento aeróbico, como estimular o paciente a realizar caminhadas, tanto por percursos diferentes, ou dependendo pelo mesmo percurso, estimulando assim concomitantemente a memória do paciente. Bicicletas estacionárias também são de grande valia, assim como se possíveis trabalhos de hidroterapia.
Exercícios para propriocepção e equilíbrio são fundamentais para a desenvoltura do paciente, como exercícios com bastões, bola, descarga de peso gradual, andadores, percursos .
Pode realizar atividades em que se estimule o raciocínio do paciente, como atividades de escrever, decorar palavras, nomear objetos, que levam a um estímulo da memória.
 
Porém a principal atitude a ser tomada é a companhia que este paciente precisa, nunca deixa-lo no abandono, por isso a conversa com familiares sobre o assunto é importante, para que assim este paciente possa conviver normalmente num meio familiar, eliminando o risco de passar o resto de sua vida num asilo.
LIÇÃO 05: CONCLUSÃO
O mal de Alzheimer consiste em uma doença degenerativa crônica, onde se caracterizada pela perda da massa encefálica, pelo emaranhamento de placas que são formadas por aglomeração de proteínas anormais entre as células, essa proteína é chamada de β-Amiloide, elas apresentam efeito tóxico podendo ativar o sistema imunológico desencadeando assim um processo inflamatório que destrói as células afetadas. Sabido que essa doença causa a degeneração da massa encefálica e morte demasiada de células cerebrais os efeitos dessa deficiência será uma perda da memória, mudanças comportamentais, dificuldade na emissão e compreensão da linguagem, mudanças de personalidade, mudanças físicas como perda do peso, redução da massa muscular, entre outros.
Quanto ao diagnóstico da doença, não existe nenhum teste específico que confirme a presença ou ausência da doença, isso é obtido a partir de um processo eliminatório de demências feito com base no exame de sangue. Neste caso o resultado deriva de uma exclusão de demência que é feita a partir de outros exames como exames de sangue (hipotireoidismo,deficiência de vitamina b), tomografia ou ressonância (múltiplos infartos, hidrocefalia) entre outros exames, e então, após os resultados desses exames é realizado um processo eliminatório de demências até concluir a presença da doença de Alzheimer. Para obter uma confirmação precisa seria necessário um exame do tecido cerebral obtido por biópsia ou necropsia.
 
A doença de Alzheimer não é curável, mas existe tratamentos para minimizar/tardar os sintomas. O tratamento é feito por diferentes profissionais da área da saúde e acompanhado com medicamentos com indicação médica. O fisioterapeuta faz parte dessa equipe multidisciplinar ocupando um papel indispensável no tratamento, pois esse profissional possui como objetivo prevenir contraturas articulares, atrofias, encurtamento muscular, manutenção da massa muscular, mobilização das secreções pulmonares, visando um prolongamento do tempo de independência do paciente, e assim reabilitar tanto as funções motoras e cognitivas do paciente e também incluí-lo de forma segura no ambiente em que ele vive.
LIÇÃO 06: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Gerlania Mª Silva de Mendonça
Marilene Batista da Cruz Nascimento 
BIASOLI, Maria Cristina; MACHADO, Christiane Márcia Cassiano. Hidroterapia: aplicabilidades clínicas. RBM - REV. BRAS. MED. - VOL. 63 - Nº 5 - maio – 2006.
BORGES, Márcio F.. Convivendo com alzheimer, Manual do cuidador. Disponível em: < http://www.alzheimer.med.br >. Acesso em: 10 de mar. 2011.
CARVALHO, Kallynne Rodrigues de. O método Kabat no tratamento fisioterapêutico da doença de Alzheimer. Revista Kairós, São Paulo, 11(2), dez. 2008, pp. 181-195.
CRUZ, Víctor Tedim et al. Sintomas iniciais de demência de Alzheimer: A Percepção dos Familiares. Acta Med Port 2004; 17: 437-444.
DOMINGUES, Marisa Accioly R.C. et al. O Mundo da Saúde: Doença de Alzheimer: o perfil dos cuidadores que utilizam o serviço de apoio telefônico da ABRAZ – Associação Brasileira de Alzheimer. São Paulo: 2009; 33(1):161-169.
GUIMARÃES, Layana de Souza; CRUZ, Mônica Cardoso da. Exercícios terapêuticos: acinesioterapia como importante recurso da fisioterapia. Lato & Sensu, Belém, v. 4, n. 1, p. 3- 5, out, 2003.
MAURER, Konrad et al. Auguste D and Alzheimer’s disease. The Lancet, Frankfurt AM Main, Vol 349 • May 24, 1997.
RIBEIRO, Ricardo. Revista Espaço Acadêmico: Alzheimer – Que doença é esta? nº 91, 2008. Disponível em: < http://www.espacoacademico.com.br/091/91ribeiro.pdf>. Acesso em: 20 de mar. 2011.
 
SHIMODA, Mariana Yumi et al. O exercício e a doença de Alzheimer. CEFE, 2007. Disponível em: < http://download.etc.br/O-exerc%C3%ADcio-e-a-doen%C3%A7a-deAlzheimer--PDF.html>. Acesso em: 13 de mar. 2011.

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