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CPR UHPC

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Cadernos de Trabalhos 
 Materiais da Construção Civil 
 
Graduação Engenharia Civil - UNASP 
Departamento de Engenharia Civil 
Centro Universitário Adventista de São Paulo 
Características físicas e mecânicas do concreto de pós reativos 
Physical and mechanical properties of reactive powders 
 
Ana Laura1, Daniel Corrêa2, Erich Emanuel3, Gabriel Moraes4, Vinicius Lucas5 
 
1Centro Universitário Adventista de São Paulo, Graduação Engenharia Civil 
Est. Municipal Pastor Walter Boger, km 3,4, CEP 13165-000, Engenheiro Coelho-SP-Brasil 
e-mail: analaurazozimo@gmail.com 
2Centro Universitário Adventista de São Paulo, Graduação Engenharia Civil 
Est. Municipal Pastor Walter Boger, km 3,4, CEP 13165-000, Engenheiro Coelho-SP-Brasil 
e-mail: daniel_juniormn@hotmail.com 
3Centro Universitário Adventista de São Paulo, Graduação Engenharia Civil 
Est. Municipal Pastor Walter Boger, km 3,4, CEP 13165-000, Engenheiro Coelho-SP-Brasil 
e-mail: erich_bartz@outlook.com 
4Centro Universitário Adventista de São Paulo, Graduação Engenharia Civil 
Est. Municipal Pastor Walter Boger, km 3,4, CEP 13165-000, Engenheiro Coelho-SP-Brasil 
e-mail: gmj001131@gmail.com 
5Centro Universitário Adventista de São Paulo, Graduação Engenharia Civil 
Est. Municipal Pastor Walter Boger, km 3,4, CEP 13165-000, Engenheiro Coelho-SP-Brasil 
e-mail: viniciuslukass@gmail.com 
 
 
 
Resumo 
 
O presente artigo objetiva exibir as propriedades físicas e mecânicas do concreto 
de pós reativos (CPR), apresentando materiais, estudos e resultados de testes. O CPR 
também conhecido como concreto de ultra alto desempenho tende a apresentar uma 
resistência elevada se levado em consideração os fatores encontrados em laboratório, 
como: dosagem; temperatura e cura. Sua resistência, se acompanhados os parâmetros 
corretos pode até ser comparado ao aço, mas por precisar de um controle rígido sobre 
sua produção possui uma aplicação limitada no canteiro de obras. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Concreto, Pós Reativo, Resistência, Desempenho, UHPC. 
 
 
 
Abstract 
 
 The present article aims to show the physical and mechanical properties of 
concrete reactive powders (CPR), presenting materials, studies and test results. CPR also 
known as ultra high performance concrete tends to exhibit high resistance if taken into 
account factors found in the laboratory, such as: dosage; temperature and cure. Its 
resistance, if accompanied by the correct parameters can even be compared to steel, but 
because it requires a rigid control over its production has a limited application in the 
construction site. 
 
 
 
Keywords: Concrete, Post Reactive, Resistance, Performance, UHPC. 
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2 
1 Introdução 
Em aspectos estruturais o Concreto é o material mais utilizado em todo o mundo, 
perdendo apenas para a água, seu consumo chega a ser de uma tonelada por habitante 
ao ano (Pinheiro, 2016). Isso devido a buscar por melhorias tanto no processo construtivo 
quanto na qualidade dos materiais, gerando uma evolução nos tipos de concreto e no 
aprimoramento das suas particularidades. Este processo proporcionou um progresso nas 
propriedades mecânicas, desenvolvendo concretos mais resistentes e de elevada 
performance, dentre eles estar o Concreto de Ultra Auto Desempenho ou também Pós 
Reativo. 
As principais características que devem ser apresentadas por este concreto é alta 
trabalhabilidade, alta resistência e alta durabilidade. Segundo Vanderlei (2004, p.8) sua 
resistência “está numa faixa de resistência à compressão entre 200MPa e 800Mpa”, 
devido a isso, existe uma analogia do CUAD com a rocha em referência a rua resistência, 
porém com moldagem mais fácil. Também com o Aço referente as suas características 
mecânicas como resistência a tração, deformação e ductilidade. Esse tipo de concreto é 
de aspecto auto adensável e dispensa o uso de vibradores. Um detalhe interessante é a 
não utilização do agregado graúdo, definindo-o como uma argamassa. Mas para 
especialista e pesquisadores pode-se considerá-lo como concreto, pois sua função 
estrutural é eminente e comprovada. 
 Em princípio seu uso era conveniente para fins estruturais e militares, mas sua 
capacidade abrange muito mais áreas, como edifícios altos, tabuleiros de ponte de grande 
vão, vigas, colunas, passarelas, pré-fabricados de túneis, ou placas de revestimentos de 
fachada, cilindros para laminação, projéteis, além de ser ideal para obras em ambientes 
agressivos como plataformas marítimas e usinas nucleares. 
Um estudo do conjunto das peculiaridades dos elementos constituintes do CPR, como 
materiais empregados, características físicas, propriedades mecânicas, dosagem e 
experimentação. Obtendo resultados do seu comportamento estrutural quando submetido 
a determinadas solicitações. 
 
 
 
 
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3 
2 Materiais 
Um fator determinante em todo concreto são os materiais empregados na mistura. 
Estes materiais interferem diretamente na resistência final, pois é a interação destes 
componentes em proporções adequadas associados a outros métodos construtivos que 
garantem ao concreto seu desempenho estrutural. No caso dos Pós Reativos é 
justamente os tipos de materiais constituintes que o caracteriza como um Concreto de 
Ultra Alto Desempenho e que lhe assegura sua elevada resistência mecânica (SERAFIM 
et al., 2012). 
 A seguir serão detalhados alguns aspectos individuais dos elementos do CUAD e 
sua influência na argamassa. 
 
2.1 Cimento 
É um aglomerante hidráulico, ou seja, entra em processo de hidratação e 
endurecimento em contato com a água. Formado basicamente pela queima do clínquer e 
adição de gesso. Sendo o material mais imprescindíveis na produção do concreto. O 
indicado é um cimento sem Aluminato Tricálcico (C3A) ou com baixo teor, em 
consequência da elevada liberação do calor de hidratação. O mais utilizado no CPR é o 
CPV ARI, devido a sua alta resistência inicial e alto grau de finura. Emprega-se também o 
tipo CP I, mas seu uso não é tão comum por conta da sua não comercialização. 
(VANDERLEI, 2004). 
 
2.2 Agregados 
Um dos motivos pelo qual se uso o agregado é para preenchimento, sendo 
caracterizado como material inerte ao concreto, ou seja, não sofre grandes reações 
químicas em contato com água. Segundo Helene; Terzian (apud SERAFIM; LICETTI, 
2012) as características relevantes do agregado para a composição do concreto incluem 
porosidade, distribuição granulométrica, absorção de água, forma e textura superficial, 
resistência a compressão e módulo de elasticidade. 
O agregado também pode ser um elo fraco devido a Zona de Transição por ser a área 
mais fraca e mais complexa do concreto. Sua porcentagem no volume do concreto 
costuma ser de 60 á 80% (SERAFIM; LICETTI, 2012). 
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4 
 
2.3 Areia 
Segundo Vanderlei (2004, p.18), “a areia pode ser obtida pelo peneiramento do pó 
resultante da pedra britada (areia fina artificial) [...], ou simplesmente extraindo areia 
natural com granulometria pequena”. O tipo de areia empregada ao CUAD é de aspecto 
muito fino, com dimensões mínimas de 0,15 e máxima de 0,6 mm (VANDERLEI, 2004). 
 
2.4 AditivosSão utilizados para mudar algumas características físicas, que naturalmente não 
poderiam ser vistas, facilitando seu manuseio no estado fresco e aumentando a 
trabalhabilidade (BINA, 1999). 
 
2.4.1 Superplastificante 
De acordo com Serafim; Licetti (2012) os superplastificante são usados como 
redutores de água, possibilitando o aumento da fluidez e menor consumo de água de 
amassamento, diminuindo-a de 20 e 30% (apud HARTMANN, 2003; MEHTA & 
MONTEIRO, 2008). Garantindo ao concreto uma relação água cimento reduzida, em 
consequência uma melhor resistência. 
Algumas vantagens além da consistência são, aumento da durabilidade, diminuição de 
fissuras e permeabilidade, aumento da coesão e redução da segregação. 
 
2.5 Adições 
As adições normalmente são acrescentadas ao cimento pelas fábricas cimenteiras ou 
podem ser acrescentadas no momento da produção do concreto. Normalmente 
adicionados em quantidades relativamente grandes, que variam de 20 a 70% por massa 
de material cimentício total (SERAFIM; LICETTI, 2012, p.28). Assim como os Aditivos as 
Adições são empregas com a finalidade de aprimorar o desempenho do concreto. 
 
 
 
 
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5 
2.5.1 Sílica Ativa 
Subproduto da fabricação de silício ou liga de ferro silício a partir da redução de 
quartzo e carvão em forno elétrico de eletrodos de arco submerso em altas temperaturas 
(≈2000°C) (BINA, 1999). 
Considerado um material polozanico, com variações de cor, do cinza escuro até o 
branco, suas propriedades se semelham as do cimento, mas os tamanhos das partículas 
são de ordens de grandeza mais finas. Recomenda-se a utilização de grandes 
quantidades do material, com percentuais chegando a 25% de substituição do cimento 
pela sílica ativa” (TUTIKIAN; ISAIA; HELENE, 2011), fazendo com que os vazios da 
argamassa sejam preenchidos, deixando o concreto mais denso e resistente. Seus 
principais efeitos no concreto é o refinamento dos poros e coesão. 
 
2.6 Pó de Quartzo moído 
O agregado de quartzo é recomendado devido às propriedades superiores da rocha 
mãe. Segundo Serafim; Licetti, (2012, p.28), o pó de quartzo utilizado nas misturas de 
CPR tem as funções de: melhorar o empacotamento dos grãos do concreto e reagir 
durante o tratamento térmico [...]. 
 
2.7 Microfibra de aço 
O acréscimo de fibras ao CUAD é um dos motivos que o diferencia dos outros. 
Conforme Biz (apud Silva), “existem vários tipos de fibras como fibras de vidro, fibras de 
metal, fibra de carbono, fibra vegetal natural e fibras de polímeros (fibras sintéticas) ”. 
Cada qual com propriedades e desempenhos diferenciados. As fibras de aço são 
adicionadas ao concreto com a finalidade de conferir maior ductilidade e resistência a 
tração e flexão, controle de fissuras e distribuição das tensões (VANDERLEI; GIONGO, 
2006). 
Segundo Serafim; Licetti (apud VANDERLEI, 2004, p.49), “no CPR as taxas de fibras 
variam de 0 a 4%, mas em média são aplicados valores da ordem de 2% também em 
relação à massa do concreto”, com comprimentos na ordem de 13mm e diâmetro de 
0,15mm. 
 
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3 Características Físicas 
 
3.1 Sobre o Concreto de Pós Reativos (CPR) 
Segundo VANDERLEI (2004, pág. 1), é definido que “concretos de pós reativos - CPR, 
são concretos formados de partículas com diâmetro máximo menor que 2mm, que estão 
sendo analisados e aplicados em elementos estruturais. ” 
O material apresenta grandes resistências à compressão de acordo com Fávero 
(2016) bem como, à tração e à flexão, quando adicionada fibras metálicas na sua 
composição. É considerado um material recente, em que suas propriedades mecânicas e 
o seu comportamento estrutural estão sendo estudados e aprofundados. Na atualidade o 
maior obstáculo é a obtenção, que exige de grande precisão na dosagem e análise da 
composição granulométrica dos pós. 
O conceito central em giro do CPR nas palavras de Fávero (2016) foi baseado no 
refinamento da matriz do concreto convencional de alta resistência, procurando diminuir 
sua heterogeneidade intrínseca, suprimindo as zonas de transição na base dos 
agregados graúdos, limitando a porosidade da matriz, entre outros. 
Para Fávero (2016) tal ato levou à eliminação dos materiais mais graúdos, com 
granulometrias maiores (em geral Ø > 1,0 mm) e de formas mais divergentes, levando ao 
preenchimento dos vazios restantes utilizando apenas materiais granulares com maior 
finura. Isso se deu pelo emprego de técnicas de empacotamento de partículas e a 
redução substancial da água presente na mistura, o que empregou um grande avanço em 
sua conceituação e técnica. 
Uma vez resolvida a questão da microestrutura granular Fávero (2016) estabelece que 
o prosseguimento do raciocínio se partiu para a inclusão de um reforço que pudesse 
garantir maiores resistências à tração, flexão e tenacidade ao material, e também, de 
alguma forma, contrabalançar a diminuição no módulo de elasticidade causada pela 
ausência dos agregados maiores. Estas características de desempenho são o resultado 
de melhorias nas propriedades microestruturais da matriz mineral aliadas ao controle da 
ligação entre a matriz e as fibras. 
Alguns dos princípios básicos para o desenvolvimento do CPR. Eles podem ser 
descritos, resumidamente, como (RICHARD & CHEYREZY, 1995 apud FÁVERO, 2016): 
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• reforço da homogeneidade: a homogeneidade do material é melhorada através da 
eliminação dos agregados graúdos (redução da heterogeneidade); 
• reforço na compacidade: a densidade da matriz é aumentada através da otimização 
granular utilizando métodos de empacotamento de partículas; 
• aumento da ductilidade pela utilização de fibras: como a matriz do CPR é muito frágil, 
fibras de aço ou orgânicas (de carbono ou de vidro, por exemplo) têm de ser adicionadas 
para se obter um melhor comportamento à flexão sob tensão. 
Para complementar as melhorias na estrutura do material, também foram 
desenvolvidas e empregadas técnicas pós-moldagem, envolvendo a aplicação de cura 
térmica e de pressões confinantes (FÁVERO, 2016). 
 
3.2 Princípios Básicos do Concreto de pós Reativos 
Segundo RICHARD (1996) descreve que o princípio do CPR é de um material com o 
mínimo de imperfeições, como microfissuras e poros, o que permite a estrutura resistir a 
maiores tensões. Apoiados nestas orientações, foi capaz de possibilitar concreto com 
partículas de tamanho variando de 2mm a 0,5mm gerando uma mistura de alta densidade 
com espaços vazios minimizados no concreto. Para obtenção do CPR Richard (1996) 
estabelece que é conveniente seguir os seguintes conceitos: 
Crescimento da homogeneidade pela saída dos agregados graúdos; aumento da 
densidade pela otimização da distribuição granulométrica dos grãos e/ou utilização de 
pressão no preparo; 
Excelente microestrutura utilizando tratamento térmico no tempo de cura; 
Aumento da ductilidade pela incorporação de fibras de aço; 
Efetuar a mistura e a moldagem de tal maneira a gastar o menor tempo possível entre 
os procedimentos. 
Em suma “a aplicação dos três primeiros princípios produz uma matriz com alta 
resistência à compressão, mas com baixa ductilidade. Uma respostaa este problema é a 
incorporação de fibras de aço, que também impõe resistência à tração” (VANDERLEI, 
2004). 
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Para Vanderlei (2004, pág.9) a homogeneidade e a densidade, dependendo da 
composição dos materiais, são os principais atributos do CPR. Para aumentar o 
desempenho pode-se, durante o processo produtivo, aplicar cura térmica e/ou pressão. A 
decisão na aplicação dessas medidas deve ser avaliada para cada aplicação de CPR, de 
acordo com as dificuldades tecnológicas envolvidas (aplicação de pressão) e/ou seus 
custos (cura térmica). 
 
3.2.1 Aumento da Heterogeneidade 
Conforme Vanderlei (2004) fica estabelecido que o concreto convencional é um 
material heterogêneo, onde os agregados (areia e pedra britada) forma um esqueleto de 
elementos granulares contínuos na pasta de cimento (cimento, aditivos e água). 
Segundo Vanderlei (2004, pág. 9) os problemas relativos à heterogeneidade são 
substancialmente reduzidos no CPR pelas seguintes razões: 
Os agregados graúdos são eliminados e substituídos por areia fina com o tamanho 
dos grãos não excedendo 2mm. A relação entre o diâmetro máximo do agregado do CPR 
e do CAD é: 
 
• As propriedades mecânicas da mistura são melhoradas. A relação entre os 
módulos de elasticidade do agregado (Ea) e da pasta de cimento hidratado (Ep) 
são: 
 
• A zona de transição entre o agregado e a pasta de cimento é suprimida 
• A relação agregado/matriz é reduzida 
 
3.2.1.1 Efeito do tamanho do agregado 
 Os agregados de concreto convencional são materiais rígidos. Na aplicação de 
forças de compressão Vanderlei (2004) comenta que, aparecem tensões de tração e 
cisalhamento na interface pasta/agregado gerando fissuras na pasta. No caso de 
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agregado esférico, o tamanho da fissura é diretamente proporcional ao diâmetro do 
agregado. 
Para Rodrigues (2009, pág. 10) em CPR, a redução no tamanho do agregado graúdo 
a um fator em torno de 50 (ex. 400mm ao invés de 20mm), provoca redução do tamanho 
das microfissuras de origens: 
- Mecânica (carregamento externo); 
- Química (retração autógena); 
- Termomecânica (expansão diferenciada entre a pasta e o agregado sob efeito de 
tratamento térmico). 
 
3.2.2 Durabilidade 
Segundo a ISO 6241 (1984), a durabilidade é o resultado da interação entre a 
estrutura, o ambiente e as condições de uso, operação e manutenção. Fávero (2016, pág. 
58) relata “a durabilidade não pode ser considerada como uma propriedade intrínseca à 
estrutura ou ao material, de modo que uma mesma estrutura pode desempenhar 
diferentes funções de durabilidade no tempo dependendo das condições a que é 
submetida. ” 
Para Aïtcin (2003), a durabilidade de um determinado material só pode ser conhecida 
depois que a estrutura estiver exposta em um ambiente agressivo por longos períodos de 
tempo. Considerando a experiência existente com concretos convencionais, é possível 
afirmar que o CPR apresenta uma durabilidade superior. 
Ficando assim estabelecido por Mehta (2014), uma baixa permeabilidade significa a 
não penetração de agentes agressivos no interior do material, fazendo com que o mesmo 
não seja degradado. Dessa forma, a permeabilidade pode ser um excelente parâmetro 
para qualificar a durabilidade de um determinado material. 
 
 
4 Propriedades mecânicas do Concreto de Ultra Alto Desempenho 
O CPR tem propriedades mecânicas notáveis, segundo Vanderlei (2004) a resistência 
à compressão pode ser até vinte vezes superior à de um concreto de auto desempenho, e 
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dez vezes maior em termos de tração. Com adições de fibras o CPR obtém ductibilidade 
e tenacidade elevada, podendo chegar a 250 vezes a de um CAD (VANDERLEI, 2004, p. 
20). 
 
4.1 Resistência à compressão 
 Para Vanderlei (2004) a resistência a compressão é a propriedade mecânica que 
referência as outras propriedades, a qualidade e o tipo de concreto. 
 O concreto de pós reativos pode ser classificado em CPR200, para aqueles com 
resistência entre 170MPa e 230MPa, e CPR800 com resistência a compressão entre 
500MPa e 800MPa. (VANDERLEI, 2004 apud RICHARD, 1996). As características 
mecânicas para as duas classes estão dispostas na Tabela 1 
 
Tabela 1 - Características mecânicas por classes de resistência 
 
Vanderlei (2004) 
 
 Segundo Vanderlei (2004) a densidade da mistura é uma característica que afeta 
em muito a resistência a compressão do CPR. A mesma pode ser elevada pela aplicação 
de pressão antes e durante a concretagem, desta maneira, reduzindo consideravelmente 
a quantidade de ar incorporado. 
 Outra característica que afeta na resistência a compressão é o tratamento térmico 
que foi aplicado ao CPR. A formação de cristais ao ser elevada a temperatura tem grande 
importância no aumento de resistência (VANDERLEI, 2004 apud RICHARD & 
CHEYREZY, 1995). 
 Também se concluiu que a resistência a compressão do CPR não foi grandemente 
modificada ao serem acrescentadas fibras metálicas, como demonstrado na Tabela 2 
(VANDERLEI, 2004 apud BEHLOUL et al, 1996). 
 
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Tabela 2 - Comparação de propriedades de CPR com e sem fibras. 
 
 Vanderlei (2004) 
 
 
4.2 Resistência à tração 
Para Vicente (2004) a incorporação de fibras otimiza o CPR com relação a 
ductibilidade, esta melhoria varia dependendo da estrutura da matriz e da qualidade da 
fibra, está adição pode chegar até 12% do volume. Esta mesma adição de fibras não 
apresenta grande importância na resistência a compressão. 
A resistência à tração para o CPR de classe 200 varia entre 25MPa e 60MPa, e para 
de classe 800 os valores variam entre 45MPa e 102MPa, de acordo com o volume de 
fibras incorporado (VANDERLEI & GIONGO, 2006). A resistência a tração do CPR é 
conferida pelas fibras, está resistência é de tal relevância que possibilita a eliminação de 
armaduras passivas, já que por si só resiste aos esforços solicitantes, tento 
comportamento similar ao do aço (TUTIKIAN et al., 2011). Tutikian (2011) conclui que 
está independência permite que as peças sejam menos robustas, dando um aspecto de 
leveza as estruturas. 
 
4.3 Durabilidade 
 O concreto de pós reativos tem uma organização particularmente densa, com uma 
composição de poros inconstantes, ocasionando altos índices de impenetrabilidade 
(VICENTE, 2004). Este mesmo fato proporciona alta resistência ao ataque de fatores 
externos. 
 Segundo Vicente (2004) em relação a resistência ao congelamento e 
descongelamento o CPR se destaca em muito se comparado a concretos convencionais, 
já que a estrutura da pasta de cimento é tal que existe pouca água presente. 
 
 
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5 Análise experimental do CPR 
O objetivo do experimento foi desenvolver uma dosagem que alçasse resistência à 
compressão próxima de200Mpa (VANDERLEI; GIONGO, 2006). 
Como escrito por Romel Dias Vanderlei e José Samuel Giongo (2006), para a 
produção do CPR, alguns princípios devem ser seguidos, como: 
-Eliminação dos agregados graúdos; 
-Tratamento térmico, que contribui para a melhora da resistência à compressão; 
-Incorporação de fibras de aço, aumentando consideravelmente a ductilidade. 
 
5.1 Dosagem 
Buscando criar um concreto de alta resistência foi adotado o método de 
empacotamento de partículas, que consiste na utilização de agregados com várias 
granulometrias para preencher os vazios de agregados maiores e promover uma maior 
densidade, e por consequência, uma redução do índice de vazios (VANDERLEI; 
GIONGO, 2006). 
 
5.2 Determinação da dosagem 
De acordo com Vanderlei e Giongo (2006), após a determinação granulométrica para 
os componentes do CPR, iniciou-se a análise de fatores que pudessem influenciar as 
propriedades mecânicas. 
 
5.2.1 Programa para ensaios 
Vários fatores influenciam as propriedades mecânicas do CPR, neste caso as 
seguintes variáveis foram levadas em consideração: relação água/cimento; quantidade de 
fibras; tipo de cura e sua temperatura (VANDERLEI; GIONGO, 2006). 
 
 
 
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5.2.2 Relação água/cimento 
Como definido por Vanderlei e Giongo (2006), foram adotadas três relações 
água/cimento nas quais não foi notada diferença exagerada na resistência à compressão. 
Mas, notou-se um aumento da resistência à compressão com o aumento da relação a/c, 
possivelmente conferido à falta de hidratação das partículas do cimento. A relação está 
representada na figura 1. 
 
Figura 1 – Resistência à compressão em função da relação água/cimento. 
 
 
Fonte: Vanderlei e Giongo (2006) 
 
 
5.2.3 Fibras 
As proporções de fibras em quantidade de volume para o ensaio foram: 0%, 0,5%, 1%, 
2%, 3% e 4%, acrescentadas para estudo da influência na resistência à compressão, sob 
cura com temperatura de 80°C por 16 horas e ensaiados em 7, 14, 28, 63, e 91 dias 
(VANDERLEI; GIONGO, 2006). Os resultados das fibras estão expressos na figura 2. 
 
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Figura 2 – Resistência à compressão em função do volume de fibras. 
 
Fonte: Vanderlei e Giongo (2006) 
5.2.4 Temperatura de cura 
A partir de ensaios feitos por Vanderlei e Giongo (2006), é possível constatar que a 
resistência à compressão aumenta à medida que a temperatura eleva, independente da 
relação água/cimento, como representado na figura 3. 
 
Figura 3 – Resistência à compressão em função da temperatura. 
 
Fonte: Vanderlei e Giongo (2006) 
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5.3 Ensaio 
Para obtenção do valor da resistência mecânica dos corpos de prova, foram feitos 
ensaios de compressão axial com controle de deslocamento e flexão a 4 pontos 
(VANDERLEI; GIONGO, 2006). 
 
5.4 Análise dos ensaios 
5.4.1 Análise da resistência à compressão 
Com os resultados obtidos por Vanderlei e Giongo (2006), conclui-se que a resistência 
à compressão tende a crescer com o tempo. Corpos-de-prova sem fibras apontam 
aumento da resistência até os 28 dias, permanecendo estável após esta data. Corpos-de-
prova com fibras a resistência à compressão estabiliza-se a partir dos 7 dias de idade. A 
adição de fibras em conjunto com a cura térmica, proporcionam um aumento da 
resistência nos primeiros dias como pode ser visto na tabela 3. 
 
Tabela 3 – Resistência à compressão em função do volume de fibras. 
 
Fonte: Vanderlei e Giongo (2006) 
 
5.4.2 Análise da flexão em 4 pontos 
Durante a solicitação à flexão pura, são compradas as deformações de compressão e 
tração para verificar que deixa de existir a deformação elástica linear do material a partir 
de um ponto de curva e por isso a deformação máxima que o concreto suporta no limite 
elástico pode ser identificada (VANDERLEI; GIONGO, 2006). 
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Após a análise dos ensaios realizados, pode ser identificado deformações máximas na 
tração equivalente aos limites elásticos. Os resultados podem ser analisados através da 
tabela 4 (VANDERLEI; GIONGO, 2006). 
 
Tabela 4 – Resistência da flexão em 4 pontos em função do volume de fibras. 
 
Fonte: Vanderlei e Giongo (2006) 
 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O desenvolvimento deste artigo proporcionou uma análise das características físicas e 
propriedades mecânicas do concreto de pós reativos, realizada por necessidade 
constante de novas tecnologias. Nesta pesquisa foi enfatizada a resistência da 
combinação de componentes que buscam reduzir as imperfeições do concreto e assim 
adquirir uma resistência elevada para fins estruturais. 
Os testes apresentados exibem resultados satisfatórios do concreto em relação à 
água/cimento e ao acréscimo de fibras, onde mostraram uma resistência de 204,27 MPa 
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de resistência aos 28 dias, com a adição de 4% do volume de fibras juntamente à cura 
térmica próxima aos 80°C. 
Por fim, percebe-se que a alta resistência apresentada pelo concreto só pode ser 
alcançada sob as mesmas condições encontradas em laboratório, sendo difícil a 
reprodução do mesmo em canteiro de obras. Um avanço importante na tecnologia 
concreto, mas que ainda não é muito utilizada. 
 
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2011. 44 p 
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Engenharia Estrutural da Escola de Engenharia de São Carlos da USP, 2016.

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