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FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS 
AULA 13: 
CCJ0001 – FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS 
Aula 13 
FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS 
AULA 13: 
Tema: A produção das diferenças. Preconceito, discriminação e segregação. Preconceito racial e 
o mito da democracia racial brasileira. 
 
Objetivos: 
• Estudar o processo de produção das diferenças . 
• Conceituar preconceito, discriminação e segregação. 
• Analisar o preconceito de raça na sociedade brasileira. 
• Questionar o mito da democracia racial brasileira. 
FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS 
AULA 13: 
• Conforme trabalhado no capítulo referente à cultura (aulas 3 e 4), a diversidade cultural é 
marca característica das sociedades humanas. As sociedades humanas são marcadas pelas 
diferenças de cor, nacionalidade, língua, etnia, estilos de vida, gostos artísticos, formas de 
casamento, estilos de vida etc. 
• Contudo, muitas vezes essas diferenças são hierarquizadas e passam a constituir 
desigualdades concretas, colocando grupos e indivíduos em patamares diferentes da escala 
social, privilegiando uns e excluindo outros. 
• Isso decorre, como vimos, do etnocentrismo, prática que consiste em tomar como referência 
os valores de nosso grupo em detrimento de outros, o que traz, geralmente, consequências 
desagradáveis para aqueles que são julgados inferiores. 
A produção das diferenças 
FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS 
AULA 13: 
• Na sociedade brasileira este processo de produção de diferenças e desigualdades se constituiu, 
desde a colonização, numa das questões mais notórias e discutidas pelos historiadores e cientistas 
sociais. Some-se a isso o fato de o senso comum interiorizar e reproduzir práticas etnocêntricas, 
como, por exemplo, a valorização do trabalho intelectual em detrimento do trabalho manual, e o 
tratamento diferenciado - para melhor - daqueles que ocupam posições superiores na hierarquia 
social brasileira. É justamente esse tipo de procedimento que cria o que se denomina exclusão. 
FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS 
AULA 13: 
Distinção entre desigualdade e diferença 
• Não é qualquer diferença, de que natureza seja, que pode ser classificada como desigualdade. Para que 
uma diferença caracterize uma desigualdade, é necessário que haja uma privação de direitos, por parte 
dos que possuem uma posição privilegiada na hierarquia social, daqueles que ocupam os mais baixos 
estratos dessa hierarquia. 
• Desta forma, quando se analisam eventos de desigualdade social, é fundamental levar em conta o 
contexto histórico em que eles se inserem. Isto porque, em determinados momentos, a diferença pode 
não causar uma sensação de injustiça, não se caracterizando num desigualdade. 
FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS 
AULA 13: 
• Por exemplo, historicamente, durante muitos anos a violência contra crianças foi vista como ato 
educativo até mesmo direito dos pais, responsáveis máximos da criação dos filhos, vale dizer que os 
ditos populares corroboram tal fato, a título de ilustração: “é de pequenino que se torce o pepino” ou 
mesmo “odeia seu filho quem o poupa da vara, mas quem o ama o castiga no tempo certo”. Estas 
assertivas revelam um imaginário social que considerava o castigo infantil como algo natural na criação 
dos filhos e não um ato de violência infantil ou uma desigualdade geracional. Entretanto a partir de 
1990, com a instauração do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), marco legal e regulatório do 
direito das crianças e adolescentes, a questão da proteção integral desses indivíduos passou a nortear a 
visão sobre o tratamento digno que deve ser dispensado a eles. Ou seja, o castigo infantil passou a 
constituir um ato que revela uma desigualdade entre gerações. 
• Em síntese, desigualdade é resultado da exclusão social. Por exemplo, quando indivíduos não têm 
acesso a condições mínimas de existência, enquanto outros, além de terem seus direitos sociais 
assegurados, muitas vezes gozam de privilégios garantidos pelo Estado, que, como vimos na aula sobre 
Marx, por meio de seu aparato jurídico em muitas ocasiões garante a manutenção desses privilégios. 
FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS 
AULA 13: 
• Como se sabe, esses indivíduos não são diferentes na sua essência, mas a posição que 
ocupam na sociedade os tornam desiguais pelo tratamento diferenciado dados a eles. Dessa 
forma, podemos afirmar que a questão da igualdade e da desigualdade constituem 
princípios éticos importantes na vida social. 
• Os protestos como os da chamada “Primavera Árabe” e os movimentos que tem como foco 
austeridade fiscal, empregos e recursos colocaram a desigualdade social na agenda 
internacional. No Brasil, um dos países com maior disparidade de renda, o tema também 
está na ordem do dia. Mas, do mesmo modo que se discute o assunto mais abertamente, 
uma reação em contrário trabalha silenciosamente no sentido de naturalizar as 
desigualdades, o que dificulta o enfrentamento do problema. E isso se verifica por meio do 
raciocínio de que, se na natureza há diferenças, a desigualdade é natural. E, se é natural, 
consequentemente não pode ou não deveria ser superada. 
FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS 
AULA 13: 
Contudo, a crença numa suposta naturalidade da desigualdade não se sustenta cientificamente. 
Como vimos, a diferença pode ser natural ou cultural. Já a desigualdade é culturalmente construída e 
gera uma série de preconceitos e discriminações que serão a seguir analisados, tomando como 
exemplo a sociedade brasileira, historicamente marcada por grande desigualdade social, que faz com 
que o Brasil, mesmo possuindo a sétima economia mais desenvolvida no mundo, constitui-se, 
segundo dados da ONU, no oitavo país mais desigual do mundo. 
FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS 
AULA 13: 
• Antes de abordarmos as diferentes formas de preconceito presentes na sociedade brasileira, é 
importante conceituá-lo, bem como entender seus desdobramentos, a discriminação e a segregação. 
• Essa diferenciação conceitual nos é apresentada no capítulo 6 do livro didático e reproduzimos a seguir: 
• Preconceito: É um julgamento prévio negativo sobre uma pessoa, um grupo, uma cultura etc. Quem age 
com preconceito costuma estar fundamentado em estereótipos negativos, indicando desconhecimento 
ou ausência de informações suficientes a respeito de quem está sendo julgado. O preconceito pode levar 
à discriminação. 
• Discriminação: A palavra vem do latim discriminis, que significa separar. É o nome que se dá ao ato de 
restringir a certos indivíduos oportunidades ou privilégios que estão disponíveis para outros indivíduos. 
Discriminar é, portanto, atuar de forma a fazer uma distinção de certas pessoas, podendo levá-las à 
exclusão ou à marginalização. 
Preconceito, discriminação e segregação 
FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS 
AULA 13: 
• Segregação: É uma ação política, pautada em leis ou normas, que tem como objetivo manter 
à distância, em espaços próprios que lhes são reservados, determinados indivíduos ou 
grupos considerados indesejados ou inferiores. Para isso, são estabelecidas fronteiras 
espaciais ou sociais que aumentam as desvantagens entre grupos discriminados. Esta prática 
é baseada na ideia de superioridade étnica, de gênero, de nacionalidade etc. Podemos citar 
como exemplos de práticas segregacionistas o regime do Apartheid, na África do Sul; o 
regime de segregação racial nos Estados Unidos; e o Nazismo, na Alemanha. 
FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS 
AULA 13: 
• Essa prática, por muitos negada, é difundida em vários lugares e situações. Prova disso é que na 
última Copa do Mundo, a FIFA, órgão organizador do campeonato, em conjunto com os governos 
dos países participantes, promoveu uma campanha denominada “Diga não ao racismo”, que 
visava conscientizar milhões de pessoas ao redor do mundo dos malefícios dessaprática. 
• O Brasil não conheceu o regime de segregação racial, o apartheid. A sociedade brasileira, ao longo 
de sua história, não foi pensada de forma dual (negros x brancos). Contudo, isso não significa que 
o racismo, em suas diferentes manifestações, não faça parte da vida brasileira. 
• Vimos na aula 5 que durante o século XIX intelectuais ligados à corrente de pensamento chamado 
de darwinismo social criaram teorias racialistas que defendiam a superioridade dos brancos sobre 
negros e mestiços, fazendo com que, nos censos demográficos muitos mestiços se classificassem 
(e ainda se classifiquem) como brancos, tentando, dessa forma, fugir do preconceito. 
FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS 
AULA 13: 
• Com a entrada do debate do multiculturalismo no Brasil, como vimos na aula 4, tal quadro 
está se modificando. Segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano Brasil 2005 do 
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), por exemplo, enquanto o 
número de pobres diminuiu entre 1992 e 2001, o número de negros pobres teria aumentado 
(cabe salientar que a categoria negro refere-se aos pretos e pardos das estatísticas do IBGE). 
• Dados mais recentes demonstram que a desigualdade racial persiste no Brasil. Dados do 
Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil 2009/2010 demonstram que os negros 
representam cerca de 60% daqueles que, por motivos diversos, não conseguem atendimento 
no SUS, sendo os maiores percentuais os relativos as mulheres negras. O que, sem dúvida, 
argumenta o autor, evidencia a precariedade do dispositivo constitucional que assegura a 
universalidade do atendimento à saúde no país. 
FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS 
AULA 13: 
• No plano da educação, todas as pesquisas demonstram que, apesar dos avanços verificados 
na educação no Brasil nos últimos anos, a entrada de negros nos vários níveis de ensino, em 
especial no médio e no superior, continua significativamente menor do que o dos brancos. 
Os motivos apontados são evidentes: enquanto os brancos frequentam escolas particulares 
(reconhecidamente de melhor qualidade no Brasil) no ensino fundamental e médio e, desta 
forma, conseguem uma melhor formação que lhes garante o acesso as universidades 
públicas e gratuitas, os negros, em sua maioria, estudam nas escolas públicas, que 
apresentam desempenho sabidamente inferior as particulares. Isto gera grande 
desigualdade, fazendo com que a probabilidade de um jovem branco, de 18 a 24 anos, 
frequentar uma instituição de ensino superior é 87,8% maior do que a de uma jovem negra 
da mesma faixa etária. 
FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS 
AULA 13: 
• O debate em relação ao preconceito racial no Brasil tomou vulto nos últimos anos com a 
elaboração do Estatuto da Igualdade Racial e as políticas de ação afirmativa, em especial a 
política de reservas de cotas nas universidades por critérios racialistas. Essa tentativa de 
racialização da sociedade brasileira, como nos mostram, entre outros, Yvonne Maggie, Peter 
Fry e Demétrio Magnoli, coloca em xeque a tradição cultural brasileira de se pensar 
miscigenada, múltipla, não dual, diferentemente da sociedade norte-americana, modelo que 
inspirou as referidas políticas de ação afirmativa. 
FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS 
AULA 13: 
• Embora permaneça, tanto em algumas correntes científicas como no senso comum, a ideia de que 
existem raças humanas diferentes, os estudos e pesquisas contemporâneos indicam que não há 
diferenças significativas entre os indivíduos oriundas das suas diferenças somatológicas (de 
aparência física). 
• Todos os humanos descendem de um tronco comum, o homo sapiens. Desta forma, não se pode 
pensar em raças superiores ou inferiores, pois herdamos todos o mesmo patrimônio hereditário. 
• No entanto, na prática, percebe-se que o conceito de raça continua equivocadamente sendo usado 
como justificativa para a exclusão constante de povos e indivíduos, seja pela força das armas ou das 
ideias, seja pelo processo de exclusão social ou de não reconhecimento de seus padrões culturais. A 
essa prática dá-se o nome de racismo. 
Preconceito racial 
FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS 
AULA 13: 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA: 
MOURA, Solange Ferreira de (org.). Livro Didático de Ciências Sociais. Rio de Janeiro: Universidade 
Estácio de Sá, 2013. (Capítulo 6, p. 142-146). 
 
Bibliografia Complementar: 
FERNANDES, Florestan. O negro no mundo dos brancos. São Paulo: Difel, 1972. 
FREYRE, Gilberto. Casa Grande e Senzala. 30 ed. Rio de Janeiro: Record, 2002. 
FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS 
AULA 13: 
QUESTÃO DISCURSIVA: 
Historicamente, a sociedade brasileira foi sempre vista como fortemente miscigenada. Diferentemente do que 
ocorreu em países como Estados Unidos e África do Sul, o racismo no Brasil não teria chegado a cindir a 
sociedade radicalmente. Contudo, casos recorrentes de preconceito racial colocam em xeque o mito da 
democracia racial brasileira. 
Com base no estudado nesta aula: 
 
I. Explique no que consiste o mito da democracia racial brasileira. 
II. Faça uma análise sobre o preconceito racial no Brasil, levando em conta possíveis diferenças de 
oportunidades entre brancos e não-brancos (afrodescendentes) no Brasil. 
APLICAÇÃO: ARTICULAÇÃO TEÓRICA E PRÁTICA 
FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS 
AULA 13: 
QUESTÃO DE MÚTIPLA ESCOLHA: 
Muitas pessoas continuam a pensar que os grupos humanos apresentam diferenças biológicas 
consideráveis. [...] A pesquisa genética está revelando exatamente o oposto. Os grupos humanos 
são geneticamente próximos demais para diferir em algo mais do que detalhes irrelevantes. O 
estudo genético de nosso passado está mostrando que as diferenças culturais entre grupos não 
podem ter origem biológica. Estas diferenças se devem às experiências dos indivíduos. (OLSON, 
Steve. A História da Humanidade. Rio de Janeiro: Campus, 2003. p. 17.) 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre preconceito e discriminação adquiridos nas aulas 
dadas, analise as afirmativas a seguir. 
I. Longe de ter fundamentos biológicos, o preconceito racial é uma atitude socialmente 
transmitida e estimulada no cotidiano. 
II. A pesquisa genética revela que o conceito de raça possui fundamentação 
científica, tornando legítima a discriminação pautada em diferenças significativas. 
III. Variações externas como cor da pele, feições e forma do corpo refletem 
diferenças profundas de raça e delineiam o temperamento e inteligência 
dos indivíduos. 
FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS 
AULA 13: 
QUESTÃO DE MÚTIPLA ESCOLHA: 
IV. As diferenças culturais existentes entre os povos têm sido equivocadamente interpretadas 
como diferenças biológicas. 
 
Estão corretas apenas as afirmativas: 
a) I e II. 
b) I e IV. 
c) II e III. 
d) I, III e IV. 
e) II, III e IV.

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