Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Relatório N° 3 Aplicação da Lei de Arrhenius – Energia de Ativação Aluna: Suênia Fernandes de Vasconcelos Matricula: 112150877 Comp. Curricular: Laboratório de Engenharia Química I Campina Grande, Fevereiro de 2014 Introdução A constante de velocidade de reação, K, não é verdadeiramente uma constante, mas apenas independente das concentrações das espécies envolvias na reação. A quantidade K também é referida como a velocidade específica de reação. É quase sempre fortemente dependente da temperatura absoluta. Em reações em fase gasosa, depende do catalisador, e pode ser uma função da pressão total. Em sistemas líquidos, ela também pode ser uma função da pressão total e, adicionalmente, pode também depender e outros parâmetros, tais como a força iônica e o solvente escolhido. Estas outras variáveis normalmente exibem um efeito muito menor sobre a velocidade específica de reação do que a temperatura de modo que, para os propósitos do experimento realizado, será assumido que KA depende apenas da temperatura. Esta hipótese é válida para a maioria das reações de laboratório e industriais, e parece funcionar muito bem. Foi o grande químico sueco Arrhenius quem primeiramente sugeriu que a dependência com a temperatura da velocidade de reação especifica, K, pudesse ser correlacionada por uma equação e através dessa relação poderia ser possível calcular a variação da constante de velocidade bem como determinar sua energia de ativação. Objetivos Determinar a energia de ativação da reação de oxidação do íon iodeto pelo íon persulfato e a constante de Arrhenius, A. Revisão Bibliográfica Experimentalmente se observa que o aumento da temperatura provoca, em maior ou menor grau, sempre um aumento na velocidade das reações químicas, independente se a mesma seja endotérmica ou exotérmica. O efeito da temperatura é o aumento na constante cinética da reação. Raramente se observa uma influência da temperatura no mecanismo da reação e, portanto, na forma de expressão cinética. (1) A constante cinética k aumenta qundo a temperatura T aumenta. A influência da temperatura na constante cinética pode ser explicada por várias teorias que fornecem a seguinte expressão geral: (2) onde, A = fator pré-exponencial, fator de frequência, fator de Arrhenius, constante de probabilidade ou fator de colisão; E = energia da ativação da reação, dada em J/mol ou cal/mol; R = constante universal dos gases; T = temperatura absoluta em Kelvin; m = 0 Teoria de Arrhenius, m = 0,5, pela teoria das colisões moleculares e m = 1 pela teoria do estado ativado. A equação (2) acima, conhecida como equação de Arrhenius, tem sido verificada empiricamente, fornecendo o comportamento com a temperatura para a maioria das constantes de velocidade de reação, dentro da precisão experimenta, para grandes intervalos de temperatura. A energia de ativação E tem sido interpretada como a energia mínima que as moléculas reagentes devem possuir antes que a reação possa ocorrer. Da teórica cinética dos gases, o fator fornece a fração das colisões entre as moléculas que juntas possuem esta energia mínima. Embora essa possa ser uma explicação elementar, alguns sugerem que Ea nada mais é do que um parâmetro empírico correlacionando a velocidade de reação específica com a temperatura. Outros autores citam exceções para essa interpretação. A energia de ativação é determinada experimentalmente realizando a reação em várias temperaturas diferentes. Depois de tomarmos o logaritmo natural na equação de Arrhenius, (3) Figura 3. Perfil linear da equação 2 (Gráfico de lnk versus 1/T). Portanto, pode-se observar que um gráfico de lnKA em função de 1/T deve produzir uma linha reta cuja inclinação é proporcional à energia de ativação. Material e Métodos Materiais Os matérias necessários para a realização do experimento foram: Béqueres; Pipetas; Cronômetro; Iodeto de potássio (0,3M); Persulfato de potássio (0,1M); Tiossulfato de sódio (0,02M); Água destilada; Amido. Metodologia A oxidação do íon iodedo pelo íon persulfato consistiu em efetuar as reações abaixo em diferentes faixas de temperaturas, feito isso mediu-se o tempo em que a reação ocorreu em diferentes faixas de temperaturas Inicialmente, separaram-se duas baterias de béqueres, A e B, conforme mostram as tabelas 1 e 2 abaixo: Tabela 1. Dados referentes aos béqueres A Ensaios KI (mL) S2O22- (mL) Amido 1 10 1 4 2 10 1 4 Tabela 2. Dados referentes aos béqueres B Ensaios H2O (ml) S2O82- (ml) 1 8,6 0,4 2 8,6 0,4 Após separadas as duas baterias de béqueres, realizou-se cada ensaio duas vezes para as temperaturas de 40°C, 45°C e 50°C, misturando os pares correspondentes e acionando o cronômetro neste mesmo instante, anotou-se os valores de tempo necessários para que a reação se completasse, ou seja, quando houvesse mudança de coloração do meio reacional. Para obtenção de dados para K, utilizou-se a lei de velocidade inicial, (4) e a relação entre a variação de concentração, (5) conhecendo-se experimentalmente os valores de Δt e concentrações iniciais dos íons iodeto e tiossulfato, encontrou-se o valor de K para diferentes temperaturas, plotando-se, enfim, a curva lnK versus 1/T. Resultados e Discussões Para o cálculo das concentrações iniciais dos reagentes na mistura usamos a equação de diluição (6) e os resultados obtidos foram tabelados (tabela 3). (6) Soluções-mãe Concentração ( ) Volume (mL) n (mols) Conc. inicial na mistura () KI 0,3 10,0 0,003 0,15 K2S2O8 0,1 0,4 0,00004 0,002 Na2S2O3 0,02 1,0 0,00002 0,001 H2O 8,6 Tabela 3. Dados referentes às concentrações das soluções-mãe, volumes misturados, número de mols e concentrações iniciais Já os resultados obtidos experimentalmente encontram-se na tabela 4 Tabela 4. Resultados para as baterias dos ensaios 1, 2 e 3 Ensaios Tempo (s) Temperatura (ºC) Temperatura (K) 1 T1 = 135 T2 = 129 Média = 132 40 313,15 2 T1 = 93 T2 = 90 Média = 91,5 45 318,15 3 T1 = 69 T2 = 70 Média = 69,5 50 323,15 Calcula-se o valor de através da relação . Assim, Para o ensaio 1, encontrou-se o valor da constante K1 através do seguinte procedimento: Da mesma forma, para o ensaio 2, E, finalmente, para o ensaio 3, Tabela 5. Dados para construção do gráfico lnK versus 1/T Ensaio ln K 1/T 1 -1,898 0,003193 2 -1,739 0,003143 3 -1,620 0,003094 Com os dados da tabela 5, plotou-se a curva do logaritmo da velocidade específica em função do inverso da temperatura absoluta, utilizando o Excel. Gráfico 1. Curva do logaritmo da velocidade em função do inverso da temperatura em Kelvin. A partir dos parâmetros da reta, calculou-se a energia de ativação da reação e o fator de Arrhenius. Analisando a equação, Percebe-se que esta se assemelha a uma equação de uma reta do tipo , aonde, para este caso, e, Logo, calcula-se a energia de ativação, considerando R = 8,314 J/mol.K, e o fator de Arrhenius, Conclusões Concluiu-se que foi possível experimentar uma forma clássica de determinação da energia de ativação, muito comentada na literatura específica. O efeito da temperatura foi realmente constatado como fator de grande relevância no valor da constante específica, já que para temperaturas maiores, teve-se uma maior constante específica e, logo, uma maior velocidade de reação. Como fontes de erros experimentais devem-se considerar erros cometidos na medição dos volumes para cada grupo de béqueres, erros na cronometragem do tempo de reação, a presença de impurezas nointerior dos béqueres, variações de temperatura no termostato e erros de leitura das temperaturas nos béqueres A e B. Referências Bibliográficas Fogler, H. Scott. Elementos de engenharia das reações químicas / H. Scott Fogler – Rio de Janeiro: LTC, 2008. ATKINS, P. & DE PAULA, J. Físico-Química, 8ª Ed. LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S/A. 2008.
Compartilhar