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UNIDADE 4 RESUMO ANTROPOLOGIA E CULTURA BRASILEIRA UAM

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UNIDADE 4 – AS QUESTÕES ÉTNICO RADICAIS NO MERCADO DE TRABALHO
O mundo moderno é palco de problemas étnicos, raciais, de gênero e de aceitação do “diferente” em amplo sentido. O reconhecimento das diferenças, sejam elas políticas, sociais, culturais ou de gênero, é um dos focos da Antropologia, que vem contribuindo para uma melhor compreensão das relações humanas. No mercado de trabalho e nas relações de consumo, essas diferenças tornam-se ainda mais gritantes. A ciência antropológica busca estudara heterogeneidade, desenvolvendo um novo olhar sobre a experiência humana no tempo e no espaço. O mundo globalizado possui uma característica muito complexa: os choques culturais nascem, muitas vezes, de incertezas e estranhamentos, da ênfase colocada no indivíduo, em que o “outro” torna-se o nosso inimigo reconhecido. A partir da concepção de individualismo moderno, a impessoalidade transformou-se em indiferença, gerando infinitas contradições. A abordagem antropológica apresenta-nos a noção de que o “outro”, antes de ser uma ameaça, é alguém com quem podemos nos identificar, sem supervalorizar nossa individualidade e enxergar apenas o que é diferente. As relações com o que é diferente podem acontecer pelo reconhecimento e pelo respeito, pela prática da alteridade e valorização do ser humano como um todo.
RELAÇÃO ÉTNICA RACIAL Percebia-se o “outro” pela perspectiva da inferioridade e do etnocentrismo. Mesmo que o povo dominado sofresse um processo de aculturação, isto é, fosse adquirindo um pouco do modo de ser de seus colonizadores, o fato de haver uma clara distinção que perpassava não apenas a cultura, mas a questão da raça e da etnia, teve inúmeros desdobramentos que chegam até nós e influenciam o modo como enxergamos o mundo. É certo dizer que esse entendimento vigora entre certos grupos sociais que buscam influenciar processos educativos e as relações de trabalho e de consumo, entre outros aspectos sociais.
RAÇA O termo raça é bem complexo e refere-se aos traços biológicos de espécies distintas. É “um misto de construções sociais, políticas e culturais nas relações sociais e de poder ao longo do processo histórico. Não significa, de forma alguma, um dado da natureza.
ETNIA Já o conceito de etnia refere-se ao pertencimento ancestral e étnico/racial dos grupos em nossa sociedade. Trata-se de um conjunto de indivíduos que têm um ancestral comum (real ou imaginário); têm uma língua em comum, uma mesma religião, crenças, valores ou visão de mundo; uma mesma cultura, o mesmo espaço geográfico e outros aspectos que os identifiquem em relação a outros grupos e identifique o indivíduo a um grupo em específico.
RACISMO comportamento ou ação oriunda da aversão, por vezes, do ódio, em relação às pessoas que possuem uma origem racial diferente, seja a cor de pele, o tipo de cabelo, os traços dos olhos, etc.
Envolvido pelos conceitos de raça, etnia e racismo, encontram-se o preconceito racial, a discriminação racial e a segregação, fenômenos que expressam o racismo e correspondem a diferentes graus de violência. O preconceito implica um sentimento ou uma ideia estereotipada de características individuais ou grupais, que correspondem a valores negativos. Já a discriminação não se refere obviamente apenas à raça. Refere-se à rejeição ao diferente e perpassa o gênero, a etnia, as diferenças religiosas, as classes sociais e diversas outras categorias sociais. Pode ser tida como a efetivação do preconceito e intolerância pelo que é diferente. 
Os estereótipos, ou seja, os clichês, são aquelas imagens cristalizadas ou idealizadas de indivíduos ou grupo de indivíduos, em que há uma “rotulação” pejorativa ou limitada do sujeito, muitas vezes se reduzindo no preconceito.
DESIGUALDADE E GLOBALIZAÇÃO O mundo globalizado faz com que o mercado de trabalho seja mais afunilado e inacessível para as pessoas consideradas diferentes pela sociedade. Prova disso são os constantes conflitos entre indivíduos de distintas etnias e raças, bem como aqueles que se distinguem em gênero, religião e aspectos físicos. As desigualdades sociais e econômicas são uma terrível consequência para os indivíduos que se diferem étnica e racialmente do perfil dominante. Se a globalização, por um lado, trouxe um contato maior entre diferentes grupos sociais, por outro, intensificou os conflitos e reconfigurou a luta por espaços e direitos. Isso se deve também ao fato de a globalização suprimir a comunicação entre esses diferentes elementos – a experiência de conhecer o outro não é valorizada e isso provoca impactos econômicos, políticos, no modo de perceber o tempo, na divisão dos espaços e na estruturação social.
GÊNERO O gênero é um conceito diferente de sexo para muitos teóricos das ciências humanas e é como a questão é vista atualmente. Não se trata da mesma coisa, apesar de os termos se relacionarem. O gênero é um conjunto de ideias sobre o masculino e o feminino, ao passo que o sexo refere-se às características biológicas de homens e mulheres. Entenda, portanto, que os gêneros e refere às construções sociais e culturais que se desenvolvem a partir desses elementos biológicos. A questão de gênero, assim como a raça, as etnias e outras categorias sociais, está relacionada aos estereótipos e à discriminação daquilo que é diferente do “natural” em determinados grupos. Gênero também está relacionado às práticas políticas e situações como o mercado de trabalho sexualmente delimitado e a educação diferenciada.
RELIGIÃO A religião é um aspecto social e cultural amplamente estudado pela Antropologia, inclusive em suas manifestações no mercado de trabalho, já que são recorrentes nas práticas produtivas e ambientes organizacionais. É outro aspecto relacionado a conflitos, aquisição e privação de direitos, ideologias e exclusão. A discriminação e alienação dos direitos básicos do indivíduo por conta de suas crenças e práticas religiosas criam conflitos diariamente.
NECESSIDADES ESPECIAIS A cultura impacta não só o modo como as pessoas convivem umas com as outras em uma sociedade, mas também no modo de valorização de si mesmas. Toda sociedade possui um tipo ideal de indivíduo que dela faz parte e isso pode implicar a exclusão, em diferentes níveis, daqueles que estão fora desse padrão. A cultura influencia e determina o comportamento das pessoas de sua sociedade. Dessa forma, conforme a cultura, cada sociedade vê e valoriza as pessoas de determinado modo, propondo seus princípios de respeito e de ideologia e a sua relação com aqueles que são diferentes. Em uma sociedade complexa, as pessoas que são integrantes de grupos ou classes diferentes das consideradas “normais” são efetivamente estereotipadas, estigmatizadas e segregadas. No que se refere aos portadores de necessidades especiais, por exemplo, aquilo que os diferencia é considerado algo individual – as suas limitações ou adaptações não são entendidas como algo que afeta a sociedade como um todo.
CIDADANIA Trata-se de um estatuto de pertencimento de um indivíduo a uma comunidade politicamente articulada, tendo esses direitos e obrigações, sob a forma de leis. A cidadania pode ser vista na modernidade sob duas categorias: formal (refere-se ao direito indicativo de nacionalidade – como um “cidadão brasileiro”) e substantiva (definida pela sociologia e pela ciência política como posso de direitos sociais).
INCLUSÃO É uma resposta à exclusão, a falta de direito ou acesso às necessidades mais básicas, situações de injustiça, discriminação, à criação de estereótipos, à não aceitação do que é diferente.
ESTIGMA estigma social é a desaprovação de aspectos ou crenças pessoais, que vão contra normas culturais estabelecidas, o que pode levar à marginalização. É o que acontece muitas vezes entre pessoas com necessidades especiais, portadores de doenças ou vírus como o HIV, etnicidade específica, etc.
SÍNTESE
compreender que a Antropologia sempre esteve relacionada às questões de raça, identidade, étnica e desdobramentos como racismo e discriminação. Contudo, apenas no início do século XX pôde-seobservar a questão de raça por um viés não biológico; 
constatar que as diferenças grupais não podem ser explicadas pelos aspectos genéticos, mas pela cultura, e não somente por ela; 
ver que a cultura não se explica apenas por si só, mas pelas escolhas individuais e grupais que implicam que haja diferenças entre indivíduos de um mesmo grupo e similaridades entre indivíduos de grupos distintos; 
concluir que o racismo é um discurso relacionado pela não aceitação de características físicas de quem é diferente, mas que, muitas vezes, engloba aspectos culturais e étnicos; 
entender que as questões de gênero, religião e até mesmo referentes às necessidades especiais encabeçam problemas sociais ainda muito presentes no mercado de trabalho; 
perceber que a inclusão e a cidadania dependem muito do modo como é percebida a coletividade, mesmo que haja intervenção ideológica ou política para que sejam aceitas na sociedade.

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