Buscar

UNIDADE 3 RESUMO ANTROPOLOGIA E CULTURA BRASILEIRA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

UNIDADE 3 – IDENTIDADES SOCIAIS E O MERCADO DE TRABALHO
IDENTIDADE SOCIAL Pense da seguinte forma: não são apenas os dígitos de seu RG e o código genético que o tornam uma pessoa diferente de qualquer outra que você já tenha conhecido, certo? A partir do momento em que você reconhece o conjunto de características e significados que o definem em relação aos outros, você está conscientemente assumindo e exercendo sua identidade. Se, portanto, o contraste nos possibilita um entendimento profundo acerca do que somos e do que gostamos, será que a semelhança também tem esse poder? A resposta é sim. Nossa identidade também é moldada pelo reconhecimento do que temos em comuns com nossos amigos, familiares ou colegas de trabalho. Observando as pessoas que dividem o espaço de trabalho conosco, por exemplo, podemos detectar o que coincide na maneira de lidar com as demandas cotidianas. Tendo dito isto, já podemos começar a trabalhar o conceito de “identidade social”. Vamos aqui definir “identidade social” como a estrutura formada pelas relações recíprocas entre pessoas unidas por algum interesse ou característica comum. Feche os olhos e visualize os seguintes exemplos: habitantes de uma mesma cidade ou bairro, torcedores de um mesmo time, colaboradores em uma empresa, praticantes de uma religião ou seguidores de alguma filosofia específica. Saiba que os modos como são vivenciadas determinadas identidades, tal como algumas identidades religiosas, também pode levar à exclusão e até a violência física. As identidades sociais, portanto, são dinâmicas e podem mudar ao longo da vida. Elas se constroem e reconstroem, conforme o processo de significação de cada um e as mudanças do próprio grupo. A fluidez dessas transformações vai depender muito do contexto sociocultural em que o indivíduo está inserido e de suas relações com o meio.
PERSPECTIVA CULTURAL E O VIÉS LINGUISTICO Para abordarmos a identidade sob a perspectiva cultural deveram lembrar que cultura remete a conhecimentos, crenças, expressões artísticas e filosóficas, costumes e leis perpetuadas pelo homem dentro de uma sociedade. A cultura não é algo dado, posto, algo dilapidável também, mas algo constantemente reinventado, recomposto, investido de novos significados e é preciso perceber a dinâmica, a produção cultural. A cultura é o próprio social, porém visto sob o viés das expressões religiosas, filosóficas, de seus costumes e tradições. Quando analisamos uma sociedade, podemos interpretá-la sob a perspectiva cultural, ou seja, enxergá-la a partir das manifestações artísticas de seus membros, de seus rituais religiosos etc. Aqui, temos a noção de identidade cultural, ou seja, da participação ou identificação de um indivíduo com essas manifestações. A ideia de identidade cultual também está intimamente ligada à dimensão individual e, conforme discutimos no primeiro item, a consciência delas vai se moldando através do contraste com o outro, seja ele um único indivíduo ou um grupo. Podemos aqui constatar, portanto, que as diferenças no modo de existir são padrões aprendidos e específicos de cada grupo, mas que essa dinâmica está muito ligada à consciência que o indivíduo tem de si mesmo e de sua relação com o coletivo. Enquanto a identidade social dá-se através dessa interação social, a identidade cultural está relacionada à identificação de um indivíduo com as manifestações culturais da coletividade em que está inserido.
CONSTRUÇÃO DAS IDENTIDADES SOCIAIS E CULTURAIS O alinhamento entre características concretas (como ser da mesma região e falar a mesma língua) e padrões abstratos de comportamento aprendidos ao longo de uma vida (como escovar os dentes, fazer a barba e dizer “saúde” quando alguém espirra), constitui, como vimos, uma identidade social. Ter consciência desse alinhamento, portanto, é ter consciência da identidade social. Como vimos, é através da comparação com o outro que se constrói o reconhecimento de nossa própria individualidade ou a sensação de pertencimento a um grupo. A consciência do “pertencimento” a uma coletividade específica dá-se, portanto, em dois níveis: a) pela identificação com um conjunto de pessoas culturalmente similares; e b) através do reconhecimento do que é diferente distinto e antagônico. Já a identidade cultural manifesta-se em elementos como a apropriação da língua e de sua utilização com significados específicos dentro de um grupo, a memorização de ditados populares, a disseminação da cultura popular e na participação em determinados rituais (por exemplo, casar-se ou vestir roupas brancas determinadas dia da semana). Podemos constatar a identidade cultural também no uso de certos símbolos e representações exclusivas (como desenhar um coração para representar o amor ou o ato de gostar). Temos, portanto, que a construção da identidade cultural está necessariamente ligada à concepção que um indivíduo adquire de sua atuação nas atividades/manifestações particulares da coletividade em que está inserido. A cultura, em si, é gerada através da construção desse diálogo do indivíduo com a sociedade e da maneira como um altera o outro.
O MERCADO DE TRABALHO Precisamos pensar, portanto, em como a construção da identidade social e cultural afeta esse ambiente e as relações que nele se constroem. Vimos que a construção de ambas decorre das relações recíprocas entre indivíduo e a esfera social da qual ele participa, mas também através do contato com o que é diferente, com o que está fora do círculo comum. Como vivemos em uma economia capitalista pautada pela produção e comercialização de bens e serviços, podemos definir o mercado do trabalho como um dos ambientes em que o ser humano convive e atua diariamente. Um ambiente de trabalho que estimula o respeito entre seus colaboradores e o convívio saudável entre as diferentes maneiras de ser e agir proporcionará a essas pessoas espaço para expressarem sua criatividade e desenvolverem seu potencial profissional. Indivíduos que respeitam diferenças e as valorizam são mais propensos a inovar, a criar algo novo, a “pensar fora da caixa” e a agregar conhecimentos múltiplos para a empresa.
MISCIGENAÇÃO cruzamento entre grupos étnicos distintos
SINCRETISMO RELIGIOSO à fusão de crenças e rituais de diferentes origens e sua transformação em algo híbrido, ou seja, uma religiosidade nova cuja característica é justamente a harmonia de elementos díspares, por vezes até contraditórios.
PATRIMONIO CULTURAL MATERIAL conjunto de elementos materiais e expressões culturais legítimas de um povo ou nação.
PATRIMONIO CULTURAL IMATERIAL Já o patrimônio imaterial trata-se de algo mais abstrato, pois, como expressão artística, é intangível e só se materializa quando as pessoas estão a executando, propagando sua tradição e divulgando sua prática e filosofia. Saiba que o registro desses bens dá-se, também, em quatro categorias: Livro de Registro dos Saberes; das Celebrações; das Formas de Expressão; e dos Lugares.
SÍNTESE
identificar o conceito de identidade e aplicá-lo ao contexto social, bem como compreender sua relevância para o estudo antropológico; 
contextualizar como a disciplina da Antropologia passou a discutir o conceito de identidade em um dado momento histórico; 
definir como identidade está ligada à conscientização do contraste com o outro, ou seja, com o que é diferente, e como isso afeta nosso modo de enxergar o mundo e nosso comportamento; 
compreender que a identidade social define-se pelo reconhecimento e pelas relações que mantemos com a coletividade da qual somos parte; 
compreender que a realidade cultural é o próprio social, porém visto sob o viés das expressões religiosas, filosóficas, de seus costumes e tradições de determinado grupo; 
que a identidade cultural dá-se através do alinhamento entre características concretas e padrões abstratos de comportamento aprendidos ao longo de uma vida; 
constatar que as diferenças no modo de existir são padrões aprendidos e específicos de cada grupo, mas que essa dinâmica está muito ligada à consciência que o indivíduo tem de simesmo e de sua relação com o coletivo; 
perceber os desdobramentos do choque cultural propiciado pela colonização e sua enorme influência sobre a construção de uma identidade nacional brasileira; 
perceber que a partir da independência política do Brasil, em 1822, houve uma constante busca pela identificação de uma unidade que desse coesão a uma sociedade tão plural quanto o povo que habitava seu território; 
elencar as inúmeras representações simbólicas de nossa identidade cultural, especialmente no âmbito das conquistas trabalhistas; 
definir patrimônio cultural material e imaterial e sua relevância para a consolidação e perpetuação de nossas representações artísticas, sejam elas regionais ou nacionais; 
compreender a importância da preservação do patrimônio imaterial e sua relação com a memória social; e 
discutir como os conceitos de patrimônio cultural e memória relacionam-se com a questão da identidade social.

Outros materiais