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Legislação em agronegócio

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AGRONEGÓCIO
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Coletânea de Legislação
SÃO PAULO
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COLETÂNEA DE LEGISLAÇÃO
AGRONEGÓCIO
 
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ÍNDICE 
LEGISLAÇÃO 
LEI Nº 2.666, DE 6 DE DEZEMBRO DE 1955 ................................................ 3 
Dispõe sobre o penhor dos produtos agrícolas. 
LEI Nº 5.709, DE 7 DE OUTUBRO DE 1971 ................................................ 7 
Regula a Aquisição de Imóvel Rural por Estrangeiro Residente no País ou Pessoa 
Jurídica Estrangeira Autorizada a Funcionar no Brasil, e dá outras Providências. 
LEI Nº 8.929, DE 22 DE AGOSTO DE 1994 ................................................ 13 
Institui a Cédula de Produto Rural, e dá outras providências 
LEI Nº 9.514, DE 20 DE NOVEMBRO DE 1997 ............................................ 21 
Dispõe sobre o Sistema de Financiamento Imobiliário, institui a alienação fiduciária 
de coisa imóvel e dá outras providências 
LEI Nº 9.973, DE 29 DE MAIO DE 2000 .................................................... 37 
Dispõe sobre o sistema de armazenagem dos produtos agropecuários. 
LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002 – ART. 1.225 A 1.510 .................. 43 
Código Civil. 
LEI Nº 11.033, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2004 – ART 3º ............................... 101 
Altera a tributação do mercado financeiro e de capitais; institui o Regime 
Tributário para Incentivo à Modernização e à Ampliação da Estrutura Portuária – 
REPORTO; altera as Leis nos 10.865, de 30 de abril de 2004, 8.850, de 28 de janeiro 
de 1994, 8.383, de 30 de dezembro de 1991, 10.522, de 19 de julho de 2002, 9.430, 
de 27 de dezembro de 1996, e 10.925, de 23 de julho de 2004; e dá outras 
providências. 
LEI Nº 11.076, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2004. ......................................... 105 
Dispõe sobre o Certificado de Depósito Agropecuário – CDA, o Warrant Agropecuário 
– WA, o Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio – CDCA, a Letra de 
Crédito do Agronegócio – LCA e o Certificado de Recebíveis do Agronegócio – CRA, 
dá nova redação a dispositivos das Leis nos 9.973, de 29 de maio de 2000, que 
dispõe sobre o sistema de armazenagem dos produtos agropecuários, 8.427, de 27 
de maio de 1992, que dispõe sobre a concessão de subvenção econômica nas 
operações de crédito rural, 8.929, de 22 de agosto de 1994, que institui a Cédula de 
Produto Rural – CPR, 9.514, de 20 de novembro de 1997, que dispõe sobre o Sistema 
de Financiamento Imobiliário e institui a alienação fiduciária de coisa imóvel, e 
altera a Taxa de Fiscalização de que trata a Lei no 7.940, de 20 de dezembro de 
1989, e dá outras providências. 
PARECER DA ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO Nº LA – 01 DE 2010 .................... 125 
 
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INSTRUÇÕES CVM 
INSTRUÇÃO CVM Nº 28, DE 23 DE NOVEMBRO DE 1983 .............................. 187 
Dispõe acerca do exercício da função de Agente Fiduciário dos Debenturistas. 
INSTRUÇÃO CVM Nº 414, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2004 ............................. 199 
Dispõe oferta pública de distribuição de Certificados de Recebíveis Imobiliários – 
CRI. 
INSTRUÇÃO CVM 422, DE 20 DE SETEMBRO DE 2005 ................................. 213 
Dispõe acerca da emissão de Nota Comercial do Agronegócio para distribuição 
pública e dos registros de oferta pública de distribuição e de emissora desse valor 
mobiliário. 
COMUNICADO CVM 
COMUNICADO DA CVM DE 21 DE NOVEMBRO DE 2008 ................................ 235 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atualizado até 30/11/2012 
 
LEI Nº 2.666, DE 6 DE DEZEMBRO DE 1955 
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LEI Nº 2.666, DE 6 DE DEZEMBRO DE 1955 
LEI Nº 2.666, DE 6 DE DEZEMBRO DE 1955 
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LEI Nº 2.666, DE 6 DE DEZEMBRO DE 1955 
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LEI Nº 2.666, DE 6 DE DEZEMBRO DE 1955 
Dispõe sôbre o penhor dos produtos agrícolas 
O VICE-PRESIDENTE DO SENADO FEDERAL, no exercício do cargo de PRESIDENTE DA 
REPÚBLICA, faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a 
seguinte Lei: 
Art. 1º Independe de tradição efetiva o penhor mercantil dos produtos agrícolas 
existentes em estabelecimentos destinados ao seu benefício ou transformação. 
§ 1º Em caso de dúvida quanto à identificação do produto apenhado em face de 
outros da mesma espécie existentes no local, o vínculo real incidirá sôbre a 
quantidade equivalente de bens da mesma natureza, de propriedade e em poder de 
estabelecimento que responderá como fiel depositário sob as penas da lei. 
§ 2º Aplicam-se ao penhor constante dêste artigo as disposições que regem o penhor 
rural, inclusive os atos de registro. 
Art. 2º O benefício ou a transformação dos gêneros agrícolas, dados em penhor rural 
ou mercantil, não extinguem o vínculo real que se transfere para os produtos e 
subprodutos resultantes de tais operações. 
Art. 3º A validade do penhor celebrado pelo arrendatário, comadatário, parceiro 
agricultor, condômino, usufrutuário ou fiduciário independe da anuência do 
proprietário, consorte nu-proprietário ou fideicomissário do imóvel de situação dos 
bens dados em garantia. 
§ 1º Em caso de arrendamento ou comodato, o prazo do penhor só poderá 
ultrapassar o da locação se nisso aquiescer o locador ou comodante. 
§ 2º O penhor outorgado pelo parceiro agricultor só incidirá sôbre a parte dos frutos 
ou bens que lhe couberem pelo contrato de parceria, admitida a sua constituição 
apenas, quando não houver no citado contrato expressa proibição à sua outorga, ou 
exigência de prévia anuência de parceiro proprietário. 
§ 3º Se o imóvel estiver indiviso o penhor só incidirá sôbre os bens correspondentes à 
parte ideal do apenhante. 
§ 4º Se o usufruto ou fideicomisso cessarem antes de paga a dívida, existindo a 
garantia, o nu-proprietário ou fideicomissário só terão direito a esta se resgatarem a 
obrigação. 
Art. 4º Os frutos pendentes, em formação ou percebidos de imóveis clausulados de 
inalienabilidade ou impenhorabilidade poderão ser dados em penhor rural. 
Art. 5º Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições 
em contrário. 
Rio de Janeiro, 6 de dezembro de 1955; 134º da Independência e 67º da República. 
NEREU RAMOS 
Eduardo Catalão 
LEI Nº 2.666, DE 6 DE DEZEMBRO DE 1955 
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LEI Nº 5.709, DE 7 DE OUTUBRO DE 1971 
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LEI Nº 5.709, DE 7 DE OUTUBRO DE 1971 
LEI Nº 5.709, DE 7 DE OUTUBRO DE 1971 
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LEI Nº 5.709, DE 7 DE OUTUBRO DE 1971 
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LEI No 5.709, DE 7 DE OUTUBRO DE 1971. 
Regula a Aquisição de Imóvel Rural por Estrangeiro Residente no País ou Pessoa 
Jurídica Estrangeira Autorizada a Funcionar no Brasil, e dá outras Providências. 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: 
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
Art. 1º - O estrangeiro residente no País e a pessoa jurídica estrangeira autorizada a 
funcionar no Brasil só poderão adquirir imóvel rural na forma prevista nesta Lei. 
§ 1º - Fica, todavia, sujeita ao regime estabelecido por esta Lei a pessoa jurídica 
brasileira da qual participem, a qualquer título, pessoas estrangeiras físicas ou 
jurídicas que tenham a maioriado seu capital social e residam ou tenham sede no 
Exterior. 
§ 2º - As restrições estabelecidas nesta Lei não se aplicam aos casos de sucessão 
legítima, ressalvado o disposto no art. 7º. (Redação dada pela Lei nº 6.572, de 
30/09/78) 
Art. 3º - A aquisição de imóvel rural por pessoa física estrangeira não poderá 
exceder a 50 (cinqüenta) módulos de exploração indefinida, em área contínua ou 
descontínua. 
§ 1º - Quando se tratar de imóvel com área não superior a 3 (três) módulos, a 
aquisição será livre, independendo de qualquer autorização ou licença, ressalvadas 
as exigências gerais determinadas em lei. 
§ 2º - O Poder Executivo baixará normas para a aquisição de área compreendida 
entre 3 (três) e 50 (cinqüenta) módulos de exploração indefinida. (Vide Lei nº 8.629, 
de 1993) 
§ 3º - O Presidente da República, ouvido o Conselho de Segurança Nacional, poderá 
aumentar o limite fixado neste artigo. 
Art. 4º - Nos loteamentos rurais efetuados por empresas particulares de colonização, 
a aquisição e ocupação de, no mínimo, 30% (trinta por cento) da área total serão 
feitas obrigatoriamente por brasileiros. 
Art. 5º - As pessoas jurídicas estrangeiras referidas no art. 1º desta Lei só poderão 
adquirir imóveis rurais destinados à implantação de projetos agrícolas, pecuários, 
industriais, ou de colonização, vinculados aos seus objetivos estatutários. 
§ 1º - Os projetos de que trata este artigo deverão ser aprovados pelo Ministério da 
Agricultura, ouvido o órgão federal competente de desenvolvimento regional na 
respectiva área. 
§ 2º - Sobre os projetos de caráter industrial será ouvido o Ministério da Indústria e 
Comércio. 
LEI Nº 5.709, DE 7 DE OUTUBRO DE 1971 
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Art. 6º - Adotarão obrigatoriamente a forma nominativa as ações de sociedades 
anônimas: 
I - que se dediquem a loteamento rural; 
II - que explorem diretamente áreas rurais; e 
III - que sejam proprietárias de imóveis rurais não vinculados a suas atividades 
estatutárias. 
Parágrafo único. A norma deste artigo não se aplica às entidades mencionadas no 
art. 4º do Decreto-lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967, com a redação que lhe foi 
dada pelo Decreto-lei nº 900, de 29 de setembro de 1969. 
Art. 7º - A aquisição de imóvel situado em área considerada indispensável à 
segurança nacional por pessoa estrangeira, física ou jurídica, depende do 
assentimento prévio da Secretaria-Geral do Conselho de Segurança Nacional. 
Art. 8º - Na aquisição de imóvel rural por pessoa estrangeira, física ou jurídica, é da 
essência do ato a escritura pública. 
Art. 9º - Da escritura relativa à aquisição de área rural por pessoas físicas 
estrangeiras constará, obrigatoriamente: 
I - menção do documento de identidade do adquirente; 
II - prova de residência no território nacional; e 
III - quando for o caso, autorização do órgão competente ou assentimento prévio da 
Secretaria-Geral do Conselho de Segurança Nacional. 
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa jurídica estrangeira, constará da escritura a 
transcrição do ato que concedeu autorização para a aquisição da área rural, bem 
como dos documentos comprobatórios de sua constituição e de licença para seu 
funcionamento no Brasil. 
Art. 10 - Os Cartórios de Registro de Imóveis manterão cadastro especial, em livro 
auxiliar, das aquisições de terras rurais por pessoas estrangeiras, físicas e jurídicas, 
no qual deverá constar: 
I - menção do documento de identidade das partes contratantes ou dos respectivos 
atos de constituição, se pessoas jurídicas; 
II - memorial descritivo do imóvel, com área, características, limites e 
confrontações; e 
III - transcrição da autorização do órgão competente, quando for o caso. 
LEI Nº 5.709, DE 7 DE OUTUBRO DE 1971 
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Art. 11 - Trimestralmente, os Cartórios de Registros de Imóveis remeterão, sob pena 
de perda do cargo, à Corregedoria da Justiça dos Estados a que estiverem 
subordinados e ao Ministério da Agricultura, relação das aquisições de áreas rurais 
por pessoas estrangeiras, da qual constem os dados enumerados no artigo anterior. 
Parágrafo único. Quando se tratar de imóvel situado em área indispensável à 
segurança nacional, a relação mencionada neste artigo deverá ser remetida também 
à Secretaria-Geral do Conselho de Segurança Nacional. 
Art. 12 - A soma das áreas rurais pertencentes a pessoas estrangeiras, físicas ou 
jurídicas, não poderá ultrapassar a um quarto da superfície dos Municípios onde se 
situem, comprovada por certidão do Registro de Imóveis, com base no livro auxiliar 
de que trata o art. 10. 
§ 1º - As pessoas da mesma nacionalidade não poderão ser proprietárias, em cada 
Município, de mais de 40% (quarenta por cento) do limite fixado neste artigo. 
§ 2º - Ficam excluídas das restrições deste artigo as aquisições de áreas rurais: 
I - inferiores a 3 (três) módulos; 
II - que tiverem sido objeto de compra e venda, de promessa de compra e venda, de 
cessão ou de promessa de cessão, mediante escritura pública ou instrumento 
particular devidamente protocolado no Registro competente, e que tiverem sido 
cadastradas no INCRA em nome do promitente comprador, antes de 10 de março de 
1969; 
III - quando o adquirente tiver filho brasileiro ou for casado com pessoa brasileira 
sob o regime de comunhão de bens. 
§ 3º - O Presidente da República poderá, mediante decreto, autorizar a aquisição 
além dos limites fixados neste artigo, quando se tratar de imóvel rural vinculado a 
projetos julgados prioritários em face dos planos de desenvolvimento do País. 
Art. 13 - O art. 60 da Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964, passa a vigorar com 
a seguinte redação: 
"Art. 60. Para os efeitos desta Lei, consideram-se empresas particulares de 
colonização as pessoas físicas, nacionais ou estrangeiras, residentes ou domiciliadas 
no Brasil, ou jurídicas, constituídas e sediadas no País, que tiverem por finalidade 
executar programa de valorização de área ou distribuição de terras". 
Art. 14 - Salvo nos casos previstos em legislação de núcleos coloniais, onde se 
estabeleçam em lotes rurais, como agricultores, estrangeiros imigrantes, é vedada, 
a qualquer título, a doação de terras da União ou dos Estados a pessoas 
estrangeiras, físicas ou jurídicas. 
Art. 15 - A aquisição de imóvel rural, que viole as prescrições desta Lei, é nula de 
pleno direito. O tabelião que lavrar a escritura e o oficial de registro que a 
transcrever responderão civilmente pelos danos que causarem aos contratantes, sem 
prejuízo da responsabilidade criminal por prevaricação ou falsidade ideológica. O 
alienante está obrigado a restituir ao adquirente o preço do imóvel. 
LEI Nº 5.709, DE 7 DE OUTUBRO DE 1971 
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Art. 16 - As sociedades anônimas, compreendidas em quaisquer dos incisos do caput 
do art. 6º, que já estiverem constituídas à data do início da vigência desta Lei, 
comunicarão, no prazo de 6 (seis) meses, ao Ministério da Agricultura a relação das 
áreas rurais de sua propriedade ou exploração. 
§ 1º - As sociedades anônimas, indicadas neste artigo, que não converterem em 
nominativas suas ações ao portador, no prazo de 1 (um) ano do início da vigência 
desta Lei, reputar-se-ão irregulares, ficando sujeitas à dissolução, na forma da lei, 
por iniciativa do Ministério Público. 
§ 2º - No caso de empresas concessionárias de serviço público, que possuam imóveis 
rurais não vinculados aos fins da concessão, o prazo de conversão das ações será de 
3 (três) anos. 
§ 3º - As empresas concessionárias de serviço público não estão obrigadas a 
converter em nominativas as ações ao portador, se dentro do prazo de 3 (três) anos, 
contados da vigência desta Lei, alienarem os imóveis rurais não vinculados aos fins 
da concessão. 
Art. 17 - As pessoas jurídicasbrasileiras que, até 30 de janeiro de 1969, tiverem 
projetos de colonização aprovados nos termos do art. 61 da Lei nº 4.504, de 30 de 
novembro de 1964, poderão, mediante autorização do Presidente da República, 
ouvido o Ministério da Agricultura, concluí-los e outorgar escrituras definitivas, 
desde que o façam dentro de 3 (três) anos e que a área não exceda, para cada 
adquirente, 3 (três) módulos de exploração indefinida. 
Art. 18 - São mantidas em vigor as autorizações concedidas, com base nos Decretos-
leis nºs 494, de 10 de março de 1969, e 924, de 10 de outubro de 1969, em estudos e 
processos já concluídos, cujos projetos tenham sido aprovados pelos órgãos 
competentes. 
Art. 19 - O Poder Executivo baixará, dentro de 90 (noventa) dias, o regulamento 
para execução desta Lei. 
Art. 20 - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação. 
Art. 21 - Revogam-se os Decretos-leis nº 494, de 10 de março de 1969, e 924, de 10 
de outubro de 1969, e demais disposições em contrário. 
EMÍLIO G. MÉDICI 
Alfredo Buzaid 
L. F. Cirne Lima 
Marcus Vinícius Pratini de Moraes 
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 11.10.1971 
LEI Nº 8.929, DE 22 DE AGOSTO DE 1994 
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LEI No 8.929, DE 22 DE AGOSTO DE 1994. 
 
Institui a Cédula de Produto Rural, e dá 
outras providências. 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu 
sanciono a seguinte lei: 
Art. 1º Fica instituída a Cédula de Produto Rural (CPR), representativa de promessa 
de entrega de produtos rurais, com ou sem garantia cedularmente constituída. 
Art. 2º Têm legitimação para emitir CPR o produtor rural e suas associações, 
inclusive cooperativas. 
Art. 3º A CPR conterá os seguintes requisitos, lançados em seu contexto: 
I - denominação "Cédula de Produto Rural"; 
II - data da entrega; 
III - nome do credor e cláusula à ordem; 
IV - promessa pura e simples de entregar o produto, sua indicação e as 
especificações de qualidade e quantidade; 
V - local e condições da entrega; 
VI - descrição dos bens cedularmente vinculados em garantia; 
VII - data e lugar da emissão; 
VIII - assinatura do emitente. 
§ 1º Sem caráter de requisito essencial, a CPR poderá conter outras cláusulas 
lançadas em seu contexto, as quais poderão constar de documento à parte, com a 
assinatura do emitente, fazendo-se, na cédula, menção a essa circunstância. 
§ 2º A descrição dos bens vinculados em garantia pode ser feita em documento à 
parte, assinado pelo emitente, fazendo-se, na cédula, menção a essa circunstância. 
§ 3º A descrição do bem será feita de modo simplificado e, quando for o caso, este 
será identificado pela sua numeração própria, e pelos números de registro ou 
matrícula no registro oficial competente, dispensada, no caso de imóveis, a 
indicação das respectivas confrontações. 
LEI Nº 8.929, DE 22 DE AGOSTO DE 1994 
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Art. 4º A CPR é título líquido e certo, exigível pela quantidade e qualidade de 
produto nela previsto.Parágrafo único. O cumprimento parcial da obrigação de 
entrega será anotado, sucessivamente, no verso da cédula, tornando-se exigível 
apenas o saldo. 
Parágrafo único. O cumprimento parcial da obrigação de entrega será anotado, 
sucessivamente, no verso da cédula, tornando-se exigível apenas o saldo. 
Art. 4o-A. Fica permitida a liquidação financeira da CPR de que trata esta Lei, 
desde que observadas as seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 10.200, de 2001) 
I - que seja explicitado, em seu corpo, os referenciais necessários à clara 
identificação do preço ou do índice de preços a ser utilizado no resgate do título, a 
instituição responsável por sua apuração ou divulgação, a praça ou o mercado de 
formação do preço e o nome do índice; (Incluído pela Lei nº 10.200, de 2001) 
II - que os indicadores de preço de que trata o inciso anterior sejam apurados por 
instituições idôneas e de credibilidade junto às partes contratantes, tenham 
divulgação periódica, preferencialmente diária, e ampla divulgação ou facilidade de 
acesso, de forma a estarem facilmente disponíveis para as partes 
contratantes; (Incluído pela Lei nº 10.200, de 2001) 
III - que seja caracterizada por seu nome, seguido da expressão 
"financeira". (Incluído pela Lei nº 10.200, de 2001) 
§ 1o A CPR com liquidação financeira é um título líquido e certo, exigível, na data 
de seu vencimento, pelo resultado da multiplicação do preço, apurado segundo os 
critérios previstos neste artigo, pela quantidade do produto especificado. (Incluído 
pela Lei nº 10.200, de 2001) 
§ 2o Para cobrança da CPR com liquidação financeira, cabe ação de execução por 
quantia certa. (Incluído pela Lei nº 10.200, de 2001) 
Art. 5º A garantia cedular da obrigação poderá consistir em: 
I - hipoteca; 
II - penhor; 
III - alienação fiduciária. 
Art. 6º Podem ser objeto de hipoteca cedular imóveis rurais e urbanos. 
Parágrafo único. Aplicam-se à hipoteca cedular os preceitos da legislação sobre 
hipoteca, no que não colidirem com esta lei. 
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Art. 7º Podem ser objeto de penhor cedular, nas condições desta lei, os bens 
suscetíveis de penhor rural e de penhor mercantil, bem como os bens suscetíveis de 
penhor cedular. 
§ 1º Salvo se tratar de títulos de crédito, os bens apenhados continuam na posse 
imediata do emitente ou do terceiro prestador da garantia, que responde por sua 
guarda e conservação como fiel depositário. 
§ 2º Cuidando-se de penhor constituído por terceiro, o emitente da cédula 
responderá solidariamente com o empenhador pela guarda e conservação dos bens. 
§ 3º Aplicam-se ao penhor constituído por CPR, conforme o caso, os preceitos da 
legislação sobre penhor, inclusive o mercantil, o rural e o constituído por meio de 
cédulas, no que não colidirem com os desta lei. 
Art. 8º A não identificação dos bens objeto de alienação fiduciária não retira a 
eficácia da garantia, que poderá incidir sobre outros do mesmo gênero, qualidade e 
quantidade, de propriedade do garante. 
Art. 9º A CPR poderá ser aditada, ratificada e retificada por aditivos, que a 
integram, datados e assinados pelo emitente e pelo credor, fazendo-se, na cédula, 
menção a essa circunstância. 
Art. 10. Aplicam-se à CPR, no que forem cabíveis, as normas de direito cambial, com 
as seguintes modificações: 
I - os endossos devem ser completos; 
II - os endossantes não respondem pela entrega do produto, mas, tão-somente, pela 
existência da obrigação; 
III - é dispensado o protesto cambial para assegurar o direito de regresso contra 
avalistas. 
Art. 11. Além de responder pela evicção, não pode o emitente da CPR invocar em 
seu benefício o caso fortuito ou de força maior. 
Art. 12. A CPR, para ter eficácia contra terceiros, inscreve-se no Cartório de 
Registro de Imóveis do domicílio do emitente. 
§ 1º Em caso de hipoteca e penhor, a CPR deverá também ser averbada na matrícula 
do imóvel hipotecado e no Cartório de localização dos bens apenhados. 
§ 2º A inscrição ou averbação da CPR ou dos respectivos aditivos serão efetuadas no 
prazo de três dias úteis, a contar da apresentação do título, sob pena de 
responsabilidade funcional do oficial encarregado de promover os atos necessários. 
LEI Nº 8.929, DE 22 DE AGOSTO DE 1994 
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§ 3o Para efeito de registro em cartório, a cobrança de emolumentos e custas das 
CPR será regida de acordo com as normas aplicáveis à Cédula de Crédito 
Rural. (Incluído pela Lei nº 10.200, de 2001)Art. 13. A entrega do produto antes da data prevista na cédula depende da anuência 
do credor. 
Art. 14. A CPR poderá ser considerada vencida na hipótese de inadimplemento de 
qualquer das obrigações do emitente. 
Art. 15. Para cobrança da CPR, cabe a ação de execução para entrega de coisa 
incerta. 
Art. 16. A busca e apreensão do bem alienado fiduciariamente, promovida pelo 
credor, não elide posterior execução, inclusive da hipoteca e do penhor constituído 
na mesma cédula, para satisfação do crédito remanescente. 
Parágrafo único. No caso a que se refere o presente artigo, o credor tem direito ao 
desentranhamento do título, após efetuada a busca e apreensão, para instruir a 
cobrança do saldo devedor em ação própria. 
Art. 17. Pratica crime de estelionato aquele que fizer declarações falsas ou inexatas 
acerca de bens oferecidos em garantia da CPR, inclusive omitir declaração de já 
estarem eles sujeitos a outros ônus ou responsabilidade de qualquer espécie, até 
mesmo de natureza fiscal. 
Art. 18. Os bens vinculados à CPR não serão penhorados ou seqüestrados por outras 
dívidas do emitente ou do terceiro prestador da garantia real, cumprindo a qualquer 
deles denunciar a existência da cédula às autoridades incumbidas da diligência, ou a 
quem a determinou, sob pena de responderem pelos prejuízos resultantes de sua 
omissão. 
Art. 19. A CPR poderá ser negociada nos mercados de bolsas e de balcão. 
§ 1º O registro da CPR em sistema de registro e de liquidação financeira, 
administrado por entidade autorizada pelo Banco Central do Brasil, é condição 
indispensável para a negociação referida neste artigo. 
§ 2º Nas ocorrências da negociação referida neste artigo, a CPR será considerada 
ativo financeiro e não haverá incidência do imposto sobre operações de crédito, 
câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários. 
§ 3o A CPR registrada em sistema de registro e de liquidação financeira de ativos 
autorizado pelo Banco Central do Brasil terá as seguintes características: (Incluído 
pela Lei nº 11.076, de 2004) 
LEI Nº 8.929, DE 22 DE AGOSTO DE 1994 
19 www.pmka.com.br 
 
I - será cartular antes do seu registro e após a sua baixa e escritural ou eletrônica 
enquanto permanecer registrada em sistema de registro e de liquidação 
financeira; (Incluído pela Lei nº 11.076, de 2004) 
II - os negócios ocorridos durante o período em que a CPR estiver registrada em 
sistema de registro e de liquidação financeira não serão transcritos no verso dos 
títulos; (Incluído pela Lei nº 11.076, de 2004) 
III - a entidade registradora é responsável pela manutenção do registro da cadeia de 
negócios ocorridos no período em que os títulos estiverem registrados. (Incluído pela 
Lei nº 11.076, de 2004) 
§ 4o Na hipótese de contar com garantia de instituição financeira ou seguradora, a 
CPR poderá ser emitida em favor do garantidor, devendo o emitente entregá-la a 
este, por meio de endosso-mandato com poderes para negociá-la, custodiá-la, 
registrá-la em sistema de registro e liquidação financeira de ativos autorizado pelo 
Banco Central do Brasil e endossá-la ao credor informado pelo sistema de 
registro. (Incluído pela Lei nº 11.076, de 2004) 
Art. 20. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Brasília, 22 de agosto de 1994; 173º da Independência e 106º da República. 
ITAMAR FRANCO 
Rubens Ricupero 
LEI Nº 8.929, DE 22 DE AGOSTO DE 1994 
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LEI Nº 9.514, DE 20 DE NOVEMBRO DE 1997 
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LEI Nº 9.514, DE 20 DE NOVEMBRO DE 1997 
LEI Nº 9.514, DE 20 DE NOVEMBRO DE 1997 
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LEI Nº 9.514, DE 20 DE NOVEMBRO DE 1997 
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LEI Nº 9.514, DE 20 DE NOVEMBRO DE 1997. 
 
Dispõe sobre o Sistema de Financiamento 
Imobiliário, institui a alienação fiduciária de 
coisa imóvel e dá outras providências. 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu 
sanciono a seguinte Lei: 
CAPÍTULO I 
DO SISTEMA DE FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO 
SEÇÃO I 
Da Finalidade 
Art. 1º O Sistema de Financiamento Imobiliário - SFI tem por finalidade promover o 
financiamento imobiliário em geral, segundo condições compatíveis com as da 
formação dos fundos respectivos. 
SEÇÃO II 
Das Entidades 
Art. 2º Poderão operar no SFI as caixas econômicas, os bancos comerciais, os bancos 
de investimento, os bancos com carteira de crédito imobiliário, as sociedades de 
crédito imobiliário, as associações de poupança e empréstimo, as companhias 
hipotecárias e, a critério do Conselho Monetário Nacional - CMN, outras entidades. 
Art. 3º As companhias securitizadoras de créditos imobiliários, instituições não 
financeiras constituídas sob a forma de sociedade por ações, terão por finalidade a 
aquisição e securitização desses créditos e a emissão e colocação, no mercado 
financeiro, de Certificados de Recebíveis Imobiliários, podendo emitir outros títulos 
de crédito, realizar negócios e prestar serviços compatíveis com as suas atividades. 
Parágrafo único. O Conselho Monetário Nacional - CMN poderá fixar condições para o 
funcionamento das companhias de que trata este artigo. 
SEÇÃO III 
Do Financiamento Imobiliário 
Art. 4º As operações de financiamento imobiliário em geral serão livremente 
efetuadas pelas entidades autorizadas a operar no SFI, segundo condições de 
mercado e observadas as prescrições legais. 
LEI Nº 9.514, DE 20 DE NOVEMBRO DE 1997 
24 www.pmka.com.br 
 
Parágrafo único. Nas operações de que trata este artigo, poderão ser empregados 
recursos provenientes da captação nos mercados financeiro e de valores mobiliários, 
de acordo com a legislação pertinente. 
Art. 5º As operações de financiamento imobiliário em geral, no âmbito do SFI, serão 
livremente pactuadas pelas partes, observadas as seguintes condições essenciais: 
I - reposição integral do valor emprestado e respectivo reajuste; 
II - remuneração do capital emprestado às taxas convencionadas no contrato; 
III - capitalização dos juros; 
IV - contratação, pelos tomadores de financiamento, de seguros contra os riscos de 
morte e invalidez permanente. 
§ 1º As partes poderão estabelecer os critérios do reajuste de que trata o inciso I, 
observada a legislação vigente. 
§ 2o As operações de comercialização de imóveis, com pagamento parcelado, de 
arrendamento mercantil de imóveis e de financiamento imobiliário em geral 
poderão ser pactuadas nas mesmas condições permitidas para as entidades 
autorizadas a operar no SFI. (Redação dada pela Lei nº 10.931, de 2004) 
§ 3º Na alienação de unidades em edificação sob o regime da Lei nº 4.591, de 16 de 
dezembro de 1964, a critério do adquirente e mediante informação obrigatória do 
incorporador, poderá ser contratado seguro que garanta o ressarcimento ao 
adquirente das quantias por este pagas, na hipótese de inadimplemento do 
incorporador ou construtor quanto à entrega da obra. 
SEÇÃO IV 
Do Certificado de Recebíveis Imobiliários 
Art. 6º O Certificado de Recebíveis Imobiliários - CRI é título de crédito nominativo, 
de livre negociação, lastreado em créditos imobiliários e constitui promessa de 
pagamento em dinheiro. 
Parágrafo único. O CRI é de emissão exclusiva das companhias securitizadoras. 
Art. 7º O CRI terá as seguintes características: 
I - nome da companhia emitente; 
II - número de ordem, local e data de emissão; 
III - denominação "Certificado de Recebíveis Imobiliários"; 
IV - forma escritural; 
LEI Nº 9.514, DE 20 DE NOVEMBRO DE 1997 
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V - nome do titular; 
VI - valor nominal; 
VII - data de pagamento ou, se emitido para pagamento parcelado, discriminaçãodos valores e das datas de pagamento das diversas parcelas; 
VIII - taxa de juros, fixa ou flutuante, e datas de sua exigibilidade, admitida a 
capitalização; 
IX - cláusula de reajuste, observada a legislação pertinente; 
X - lugar de pagamento; 
XI - identificação do Termo de Securitização de Créditos que lhe tenha dado origem. 
§ 1º O registro e a negociação do CRI far-se-ão por meio de sistemas centralizados 
de custódia e liquidação financeira de títulos privados. 
§ 2º O CRI poderá ter, conforme dispuser o Termo de Securitização de Créditos, 
garantia flutuante, que lhe assegurará privilégio geral sobre o ativo da companhia 
securitizadora, mas não impedirá a negociação dos bens que compõem esse ativo. 
SEÇÃO V 
Da Securitização de Créditos Imobiliários 
Art. 8º A securitização de créditos imobiliários é a operação pela qual tais créditos 
são expressamente vinculados à emissão de uma série de títulos de crédito, 
mediante Termo de Securitização de Créditos, lavrado por uma companhia 
securitizadora, do qual constarão os seguintes elementos: 
I - a identificação do devedor e o valor nominal de cada crédito que lastreie a 
emissão, com a individuação do imóvel a que esteja vinculado e a indicação do 
Cartório de Registro de Imóveis em que esteja registrado e respectiva matrícula, 
bem como a indicação do ato pelo qual o crédito foi cedido; (Redação dada pela Lei 
nº 10.931, de 2004) 
II - a identificação dos títulos emitidos; 
III - a constituição de outras garantias de resgate dos títulos da série emitida, se for 
o caso. 
Parágrafo único. Será permitida a securitização de créditos oriundos da alienação de 
unidades em edificação sob regime de incorporação nos moldes da Lei nº 4.591, de 
16 de dezembro de 1964. 
LEI Nº 9.514, DE 20 DE NOVEMBRO DE 1997 
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SEÇÃO VI 
Do Regime Fiduciário 
Art. 9º A companhia securitizadora poderá instituir regime fiduciário sobre créditos 
imobiliários, a fim de lastrear a emissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários, 
sendo agente fiduciário uma instituição financeira ou companhia autorizada para 
esse fim pelo BACEN e beneficiários os adquirentes dos títulos lastreados nos 
recebíveis objeto desse regime. 
Art. 10. O regime fiduciário será instituído mediante declaração unilateral da 
companhia securitizadora no contexto do Termo de Securitização de Créditos, que, 
além de conter os elementos de que trata o art. 8º, submeter-se-á às seguintes 
condições: 
I - a constituição do regime fiduciário sobre os créditos que lastreiem a emissão; 
II - a constituição de patrimônio separado, integrado pela totalidade dos créditos 
submetidos ao regime fiduciário que lastreiem a emissão; 
III - a afetação dos créditos como lastro da emissão da respectiva série de títulos; 
IV - a nomeação do agente fiduciário, com a definição de seus deveres, 
responsabilidades e remuneração, bem como as hipóteses, condições e forma de sua 
destituição ou substituição e as demais condições de sua atuação; 
V - a forma de liquidação do patrimônio separado. 
Parágrafo único. O Termo de Securitização de Créditos, em que seja instituído o 
regime fiduciário, será averbado nos Registros de Imóveis em que estejam 
matriculados os respectivos imóveis. 
Art. 11. Os créditos objeto do regime fiduciário: 
I - constituem patrimônio separado, que não se confunde com o da companhia 
securitizadora; 
II - manter-se-ão apartados do patrimônio da companhia securitizadora até que se 
complete o resgate de todos os títulos da série a que estejam afetados; 
III - destinam-se exclusivamente à liquidação dos títulos a que estiverem afetados, 
bem como ao pagamento dos respectivos custos de administração e de obrigações 
fiscais; 
IV - estão isentos de qualquer ação ou execução pelos credores da companhia 
securitizadora; 
LEI Nº 9.514, DE 20 DE NOVEMBRO DE 1997 
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V - não são passíveis de constituição de garantias ou de excussão por quaisquer dos 
credores da companhia securitizadora, por mais privilegiados que sejam; 
VI - só responderão pelas obrigações inerentes aos títulos a ele afetados. 
§ 1º No Termo de Securitização de Créditos, poderá ser conferido aos beneficiários e 
demais credores do patrimônio separado, se este se tornar insuficiente, o direito de 
haverem seus créditos contra o patrimônio da companhia securitizadora. 
§ 2º Uma vez assegurado o direito de que trata o parágrafo anterior, a companhia 
securitizadora, sempre que se verificar insuficiência do patrimônio separado, 
promoverá a respectiva recomposição, mediante aditivo ao Termo de Securitização 
de Créditos, nele incluindo outros créditos imobiliários, com observância dos 
requisitos previstos nesta seção. 
§ 3º A realização dos direitos dos beneficiários limitar-se-á aos créditos imobiliários 
integrantes do patrimônio separado, salvo se tiverem sido constituídas garantias 
adicionais por terceiros. 
Art. 12. Instituído o regime fiduciário, incumbirá à companhia securitizadora 
administrar cada patrimônio separado, manter registros contábeis independentes em 
relação a cada um deles e elaborar e publicar as respectivas demonstrações 
financeiras. 
Parágrafo único. A totalidade do patrimônio da companhia securitizadora 
responderá pelos prejuízos que esta causar por descumprimento de disposição legal 
ou regulamentar, por negligência ou administração temerária ou, ainda, por desvio 
da finalidade do patrimônio separado. 
Art. 13. Ao agente fiduciário são conferidos poderes gerais de representação da 
comunhão dos beneficiários, inclusive os de receber e dar quitação, incumbindo-lhe: 
I - zelar pela proteção dos direitos e interesses dos beneficiários, acompanhando a 
atuação da companhia securitizadora na administração do patrimônio separado; 
II - adotar as medidas judiciais ou extrajudiciais necessárias à defesa dos interesses 
dos beneficiários, bem como à realização dos créditos afetados ao patrimônio 
separado, caso a companhia securitizadora não o faça; 
III - exercer, na hipótese de insolvência da companhia securitizadora, a 
administração do patrimônio separado; 
IV - promover, na forma em que dispuser o Termo de Securitização de Créditos, a 
liquidação do patrimônio separado; 
V- executar os demais encargos que lhe forem atribuídos no Termo de Securitização 
de Créditos. 
§ 1º O agente fiduciário responderá pelos prejuízos que causar por descumprimento 
de disposição legal ou regulamentar, por negligência ou administração temerária. 
LEI Nº 9.514, DE 20 DE NOVEMBRO DE 1997 
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§ 2º Aplicam-se ao agente fiduciário os mesmos requisitos e incompatibilidades 
impostos pelo art. 66 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. 
Art. 14. A insuficiência dos bens do patrimônio separado não dará causa à 
declaração de sua quebra, cabendo, nessa hipótese, ao agente fiduciário convocar 
assembléia geral dos beneficiários para deliberar sobre as normas de administração 
ou liquidação do patrimônio separado. 
§ 1º Na hipótese de que trata este artigo, a assembléia geral estará legitimada a 
adotar qualquer medida pertinente à administração ou liquidação do patrimônio 
separado, inclusive a transferência dos bens e direitos dele integrantes para outra 
entidade que opere no SFI, a forma de liquidação do patrimônio e a nomeação do 
liquidante. 
§ 2º A assembléia geral, convocada mediante edital publicado por três vezes, com 
antecedência de vinte dias, em jornal de grande circulação na praça em que tiver 
sido feita a emissão dos títulos, instalar-se-á, em primeira convocação, com a 
presença de beneficiários que representem, pelo menos, dois terços do valor global 
dos títulos e, em segunda convocação, com qualquer número, sendo válidas as 
deliberações tomadas pela maioria absoluta desse capital. 
Art. 15. No casode insolvência da companhia securitizadora, o agente fiduciário 
assumirá imediatamente a custódia e administração dos créditos imobiliários 
integrantes do patrimônio separado e convocará a assembléia geral dos beneficiários 
para deliberar sobre a forma de administração, observados os requisitos 
estabelecidos no § 2º do art. 14. 
Parágrafo único. A insolvência da companhia securitizadora não afetará os 
patrimônios separados que tenha constituído. 
Art. 16. Extinguir-se-á o regime fiduciário de que trata esta seção pelo implemento 
das condições a que esteja submetido, na conformidade do Termo de Securitização 
de Créditos que o tenha instituído. 
§ 1º Uma vez satisfeitos os créditos dos beneficiários e extinto o regime fiduciário, o 
Agente Fiduciário fornecerá, no prazo de três dias úteis, à companhia 
securitizadora, termo de quitação, que servirá para baixa, nos competentes 
Registros de Imóveis, da averbação que tenha instituído o regime fiduciário. 
§ 2º A baixa de que trata o parágrafo anterior importará na reintegração ao 
patrimônio comum da companhia securitizadora dos recebíveis imobiliários que 
sobejarem. 
§ 3o Os emolumentos devidos aos Cartórios de Registros de Imóveis para 
cancelamento do regime fiduciário e das garantias reais existentes serão cobrados 
como ato único. (Incluído pela Lei nº 10.931, de 2004) 
SEÇÃO VII 
Das Garantias 
Art. 17. As operações de financiamento imobiliário em geral poderão ser garantidas 
por: 
I - hipoteca; 
LEI Nº 9.514, DE 20 DE NOVEMBRO DE 1997 
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II - cessão fiduciária de direitos creditórios decorrentes de contratos de alienação de 
imóveis; 
III - caução de direitos creditórios ou aquisitivos decorrentes de contratos de venda 
ou promessa de venda de imóveis; 
IV - alienação fiduciária de coisa imóvel. 
§ 1º As garantias a que se referem os incisos II, III e IV deste artigo constituem 
direito real sobre os respectivos objetos. 
§ 2º Aplicam-se à caução dos direitos creditórios a que se refere o inciso III deste 
artigo as disposições dos arts. 789 a 795 do Código Civil. 
§ 3º As operações do SFI que envolvam locação poderão ser garantidas 
suplementarmente por anticrese. 
Art. 18. O contrato de cessão fiduciária em garantia opera a transferência ao credor 
da titularidade dos créditos cedidos, até a liquidação da dívida garantida, e conterá, 
além de outros elementos, os seguintes: 
I - o total da dívida ou sua estimativa; 
II - o local, a data e a forma de pagamento; 
III - a taxa de juros; 
IV - a identificação dos direitos creditórios objeto da cessão fiduciária. 
Art. 19. Ao credor fiduciário compete o direito de: 
I - conservar e recuperar a posse dos títulos representativos dos créditos cedidos, 
contra qualquer detentor, inclusive o próprio cedente; 
II - promover a intimação dos devedores que não paguem ao cedente, enquanto 
durar a cessão fiduciária; 
III - usar das ações, recursos e execuções, judiciais e extrajudiciais, para receber os 
créditos cedidos e exercer os demais direitos conferidos ao cedente no contrato de 
alienação do imóvel; 
IV - receber diretamente dos devedores os créditos cedidos fiduciariamente. 
§ 1º As importâncias recebidas na forma do inciso IV deste artigo, depois de 
deduzidas as despesas de cobrança e de administração, serão creditadas ao devedor 
cedente, na operação objeto da cessão fiduciária, até final liquidação da dívida e 
encargos, responsabilizando-se o credor fiduciário perante o cedente, como 
depositário, pelo que receber além do que este lhe devia. 
LEI Nº 9.514, DE 20 DE NOVEMBRO DE 1997 
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§ 2º Se as importâncias recebidas, a que se refere o parágrafo anterior, não 
bastarem para o pagamento integral da dívida e seus encargos, bem como das 
despesas de cobrança e de administração daqueles créditos, o devedor continuará 
obrigado a resgatar o saldo remanescente nas condições convencionadas no 
contrato. 
Art. 20. Na hipótese de falência do devedor cedente e se não tiver havido a tradição 
dos títulos representativos dos créditos cedidos fiduciariamente, ficará assegurada 
ao cessionário fiduciário a restituição na forma da legislação pertinente. 
Parágrafo único. Efetivada a restituição, prosseguirá o cessionário fiduciário no 
exercício de seus direitos na forma do disposto nesta seção. 
Art. 21. São suscetíveis de caução, desde que transmissíveis, os direitos aquisitivos 
sobre imóvel, ainda que em construção. 
§ 1º O instrumento da caução, a que se refere este artigo, indicará o valor do débito 
e dos encargos e identificará o imóvel cujos direitos aquisitivos são caucionados. 
§ 2º Referindo-se a caução a direitos aquisitivos de promessa de compra e venda 
cujo preço ainda não tenha sido integralizado, poderá o credor caucionário, 
sobrevindo a mora do promissário comprador, promover a execução do seu crédito 
ou efetivar, sob protesto, o pagamento do saldo da promessa. 
§ 3º Se, nos termos do disposto no parágrafo anterior, o credor efetuar o 
pagamento, o valor pago, com todos os seus acessórios e eventuais penalidades, 
será adicionado à dívida garantida pela caução, ressalvado ao credor o direito de 
executar desde logo o devedor, inclusive pela parcela da dívida assim acrescida. 
CAPÍTULO II 
DA ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE COISA IMÓVEL 
Art. 22. A alienação fiduciária regulada por esta Lei é o negócio jurídico pelo qual o 
devedor, ou fiduciante, com o escopo de garantia, contrata a transferência ao 
credor, ou fiduciário, da propriedade resolúvel de coisa imóvel. 
§ 1o A alienação fiduciária poderá ser contratada por pessoa física ou jurídica, não 
sendo privativa das entidades que operam no SFI, podendo ter como objeto, além da 
propriedade plena: (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 11.481, de 2007) 
I - bens enfitêuticos, hipótese em que será exigível o pagamento do laudêmio, se 
houver a consolidação do domínio útil no fiduciário; (Incluído pela Lei nº 11.481, de 
2007) 
II - o direito de uso especial para fins de moradia; (Incluído pela Lei nº 11.481, de 
2007) 
III - o direito real de uso, desde que suscetível de alienação; (Incluído pela Lei nº 
11.481, de 2007) 
LEI Nº 9.514, DE 20 DE NOVEMBRO DE 1997 
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IV - a propriedade superficiária. (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007) 
§ 2o Os direitos de garantia instituídos nas hipóteses dos incisos III e IV do § 1o deste 
artigo ficam limitados à duração da concessão ou direito de superfície, caso tenham 
sido transferidos por período determinado. (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007) 
Art. 23. Constitui-se a propriedade fiduciária de coisa imóvel mediante registro, no 
competente Registro de Imóveis, do contrato que lhe serve de título. 
Parágrafo único. Com a constituição da propriedade fiduciária, dá-se o 
desdobramento da posse, tornando-se o fiduciante possuidor direto e o fiduciário 
possuidor indireto da coisa imóvel. 
Art. 24. O contrato que serve de título ao negócio fiduciário conterá: 
I - o valor do principal da dívida; 
II - o prazo e as condições de reposição do empréstimo ou do crédito do fiduciário; 
III - a taxa de juros e os encargos incidentes; 
IV - a cláusula de constituição da propriedade fiduciária, com a descrição do imóvel 
objeto da alienação fiduciária e a indicação do título e modo de aquisição; 
V - a cláusula assegurando ao fiduciante, enquanto adimplente, a livre utilização, 
por sua conta e risco, do imóvel objeto da alienação fiduciária; 
VI - a indicação, para efeito de venda em público leilão, do valor do imóvel e dos 
critérios para a respectiva revisão; 
VII - a cláusula dispondo sobre os procedimentos de que trata o art. 27. 
Art. 25. Com o pagamento da dívida e seus encargos, resolve-se, nos termos deste 
artigo, a propriedade fiduciária do imóvel. 
§ 1º No prazode trinta dias, a contar da data de liquidação da dívida, o fiduciário 
fornecerá o respectivo termo de quitação ao fiduciante, sob pena de multa em favor 
deste, equivalente a meio por cento ao mês, ou fração, sobre o valor do contrato. 
§ 2º À vista do termo de quitação de que trata o parágrafo anterior, o oficial do 
competente Registro de Imóveis efetuará o cancelamento do registro da propriedade 
fiduciária. 
§ 3º Nas hipóteses em que a quitação da dívida decorrer da portabilidade do 
financiamento para outra instituição financeira, não será emitido o termo de 
quitação de que trata este artigo, cabendo, quanto à alienação fiduciária, a mera 
averbação da sua transferência. (Incluído pela Lei nº 12.703, de 2012) 
Art. 26. Vencida e não paga, no todo ou em parte, a dívida e constituído em mora o 
fiduciante, consolidar-se-á, nos termos deste artigo, a propriedade do imóvel em 
nome do fiduciário. 
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§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, o fiduciante, ou seu representante legal ou 
procurador regularmente constituído, será intimado, a requerimento do fiduciário, 
pelo oficial do competente Registro de Imóveis, a satisfazer, no prazo de quinze 
dias, a prestação vencida e as que se vencerem até a data do pagamento, os juros 
convencionais, as penalidades e os demais encargos contratuais, os encargos legais, 
inclusive tributos, as contribuições condominiais imputáveis ao imóvel, além das 
despesas de cobrança e de intimação. 
§ 2º O contrato definirá o prazo de carência após o qual será expedida a intimação. 
§ 3º A intimação far-se-á pessoalmente ao fiduciante, ou ao seu representante legal 
ou ao procurador regularmente constituído, podendo ser promovida, por solicitação 
do oficial do Registro de Imóveis, por oficial de Registro de Títulos e Documentos da 
comarca da situação do imóvel ou do domicílio de quem deva recebê-la, ou pelo 
correio, com aviso de recebimento. 
§ 4º Quando o fiduciante, ou seu representante legal ou procurador regularmente 
constituído se encontrar em outro local, incerto e não sabido, o oficial certificará o 
fato, cabendo, então, ao oficial do competente Registro de Imóveis promover a 
intimação por edital, publicado por três dias, pelo menos, em um dos jornais de 
maior circulação local ou noutro de comarca de fácil acesso, se no local não houver 
imprensa diária. 
§ 5º Purgada a mora no Registro de Imóveis, convalescerá o contrato de alienação 
fiduciária. 
§ 6º O oficial do Registro de Imóveis, nos três dias seguintes à purgação da mora, 
entregará ao fiduciário as importâncias recebidas, deduzidas as despesas de 
cobrança e de intimação. 
§ 7o Decorrido o prazo de que trata o § 1o sem a purgação da mora, o oficial do 
competente Registro de Imóveis, certificando esse fato, promoverá a averbação, na 
matrícula do imóvel, da consolidação da propriedade em nome do fiduciário, à vista 
da prova do pagamento por este, do imposto de transmissão inter vivos e, se for o 
caso, do laudêmio. (Redação dada pela Lei nº 10.931, de 2004) 
§ 8o O fiduciante pode, com a anuência do fiduciário, dar seu direito eventual ao 
imóvel em pagamento da dívida, dispensados os procedimentos previstos no art. 27. 
(Incluído pela Lei nº 10.931, de 2004) 
Art. 27. Uma vez consolidada a propriedade em seu nome, o fiduciário, no prazo de 
trinta dias, contados da data do registro de que trata o § 7º do artigo anterior, 
promoverá público leilão para a alienação do imóvel. 
§ 1º Se, no primeiro público leilão, o maior lance oferecido for inferior ao valor do 
imóvel, estipulado na forma do inciso VI do art. 24, será realizado o segundo leilão, 
nos quinze dias seguintes. 
§ 2º No segundo leilão, será aceito o maior lance oferecido, desde que igual ou 
superior ao valor da dívida, das despesas, dos prêmios de seguro, dos encargos 
legais, inclusive tributos, e das contribuições condominiais. 
LEI Nº 9.514, DE 20 DE NOVEMBRO DE 1997 
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§ 3º Para os fins do disposto neste artigo, entende-se por: 
I - dívida: o saldo devedor da operação de alienação fiduciária, na data do leilão, 
nele incluídos os juros convencionais, as penalidades e os demais encargos 
contratuais; 
II - despesas: a soma das importâncias correspondentes aos encargos e custas de 
intimação e as necessárias à realização do público leilão, nestas compreendidas as 
relativas aos anúncios e à comissão do leiloeiro. 
§ 4º Nos cinco dias que se seguirem à venda do imóvel no leilão, o credor entregará ao 
devedor a importância que sobejar, considerando-se nela compreendido o valor da 
indenização de benfeitorias, depois de deduzidos os valores da dívida e das despesas e 
encargos de que tratam os §§ 2º e 3º, fato esse que importará em recíproca quitação, 
não se aplicando o disposto na parte final do art. 516 do Código Civil. 
§ 5º Se, no segundo leilão, o maior lance oferecido não for igual ou superior ao valor 
referido no § 2º, considerar-se-á extinta a dívida e exonerado o credor da obrigação 
de que trata o § 4º. 
§ 6º Na hipótese de que trata o parágrafo anterior, o credor, no prazo de cinco dias 
a contar da data do segundo leilão, dará ao devedor quitação da dívida, mediante 
termo próprio. 
§ 7o Se o imóvel estiver locado, a locação poderá ser denunciada com o prazo de 
trinta dias para desocupação, salvo se tiver havido aquiescência por escrito do 
fiduciário, devendo a denúncia ser realizada no prazo de noventa dias a contar da 
data da consolidação da propriedade no fiduciário, devendo essa condição constar 
expressamente em cláusula contratual específica, destacando-se das demais por sua 
apresentação gráfica. (Incluído pela Lei nº 10.931, de 2004) 
§ 8o Responde o fiduciante pelo pagamento dos impostos, taxas, contribuições 
condominiais e quaisquer outros encargos que recaiam ou venham a recair sobre o 
imóvel, cuja posse tenha sido transferida para o fiduciário, nos termos deste artigo, 
até a data em que o fiduciário vier a ser imitido na posse. (Incluído pela Lei nº 
10.931, de 2004) 
Art. 28. A cessão do crédito objeto da alienação fiduciária implicará a transferência, 
ao cessionário, de todos os direitos e obrigações inerentes à propriedade fiduciária 
em garantia. 
Art. 29. O fiduciante, com anuência expressa do fiduciário, poderá transmitir os 
direitos de que seja titular sobre o imóvel objeto da alienação fiduciária em 
garantia, assumindo o adquirente as respectivas obrigações. 
Art. 30. É assegurada ao fiduciário, seu cessionário ou sucessores, inclusive o 
adquirente do imóvel por força do público leilão de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 
27, a reintegração na posse do imóvel, que será concedida liminarmente, para 
desocupação em sessenta dias, desde que comprovada, na forma do disposto no art. 
26, a consolidação da propriedade em seu nome. 
Art. 31. O fiador ou terceiro interessado que pagar a dívida ficará sub-rogado, de 
pleno direito, no crédito e na propriedade fiduciária. 
Art. 32. Na hipótese de insolvência do fiduciante, fica assegurada ao fiduciário a 
restituição do imóvel alienado fiduciariamente, na forma da legislação pertinente. 
Art. 33. Aplicam-se à propriedade fiduciária, no que couber, as disposições dos arts. 
647 e 648 do Código Civil. 
LEI Nº 9.514, DE 20 DE NOVEMBRO DE 1997 
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CAPÍTULO III 
DISPOSIÇÕES GERAIS E FINAIS 
Art. 34. Os contratos relativos ao financiamento imobiliário em geral poderão 
estipular que litígios ou controvérsias entre as partes sejam dirimidos mediante 
arbitragem, nos termos do disposto na Lei nº 9.307, de 24 de setembro de 1996. 
Art. 35. Nas cessões de crédito a que aludem os arts. 3º, 18 e 28, é dispensada a 
notificação do devedor. 
Art. 36. Nos contratos de venda de imóveis a prazo, inclusive alienação fiduciária, 
de arrendamentomercantil de imóveis, de financiamento imobiliário em geral e nos 
títulos de que tratam os arts. 6º, 7º e 8º, admitir-se-á, respeitada a legislação 
pertinente, a estipulação de cláusula de reajuste e das condições e critérios de sua 
aplicação. 
Art. 37. Às operações de arrendamento mercantil de imóveis não se aplica a 
legislação pertinente à locação de imóveis residenciais, não residenciais ou 
comerciais. 
Art. 37-A. O fiduciante pagará ao fiduciário, ou a quem vier a sucedê-lo, a título de 
taxa de ocupação do imóvel, por mês ou fração, valor correspondente a um por 
cento do valor a que se refere o inciso VI do art. 24, computado e exigível desde a 
data da alienação em leilão até a data em que o fiduciário, ou seus sucessores, vier 
a ser imitido na posse do imóvel. (Incluído pela Lei nº 10.931, de 2004) 
Art. 37-B. Será considerada ineficaz, e sem qualquer efeito perante o fiduciário ou 
seus sucessores, a contratação ou a prorrogação de locação de imóvel alienado 
fiduciariamente por prazo superior a um ano sem concordância por escrito do 
fiduciário. (Incluído pela Lei nº 10.931, de 2004) 
Art. 38. Os atos e contratos referidos nesta Lei ou resultantes da sua aplicação, 
mesmo aqueles que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de 
direitos reais sobre imóveis, poderão ser celebrados por escritura pública ou por 
instrumento particular com efeitos de escritura pública. (Redação dada pela Lei nº 
11.076, de 2004) 
Art. 39. Às operações de financiamento imobiliário em geral a que se refere esta 
Lei: 
I - não se aplicam as disposições da Lei nº 4.380, de 21 de agosto de 1964, e as 
demais disposições legais referentes ao Sistema Financeiro da Habitação - SFH; 
II - aplicam-se as disposições dos arts. 29 a 41 do Decreto-lei nº 70, de 21 de 
novembro de 1966. 
Art. 40. Os incisos I e II do art. 167 da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973, 
passam a vigorar acrescidos, respectivamente, dos seguintes itens: 
LEI Nº 9.514, DE 20 DE NOVEMBRO DE 1997 
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"Art. 167. 
I - 
35) da alienação fiduciária em garantia de coisa imóvel. 
II - 
17) do Termo de Securitização de créditos imobiliários, quando submetidos a regime 
fiduciário." 
Art. 41. O Ministro de Estado da Fazenda poderá expedir as instruções que se 
fizerem necessárias à execução do disposto nesta Lei. 
Art. 42. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Brasília, 20 de novembro de 1997; 176º da Independência e 109º da República. 
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO 
Pedro Malan 
Antonio Kandir. 
Este texto não substitui o publicado no DOU de 21.11.1997 e retificado no DOU de 
24.11.1997 
LEI Nº 9.514, DE 20 DE NOVEMBRO DE 1997 
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LEI Nº 9.973, DE 29 DE MAIO DE 2000 
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LEI Nº 9.973, DE 29 DE MAIO DE 2000 
 
LEI Nº 9.973, DE 29 DE MAIO DE 2000 
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LEI Nº 9.973, DE 29 DE MAIO DE 2000 
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LEI No 9.973, DE 29 DE MAIO DE 2000. 
 
Dispõe sobre o sistema de armazenagem dos 
produtos agropecuários. 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu 
sanciono a seguinte Lei: 
Art. 1o As atividades de armazenagem de produtos agropecuários, seus derivados, 
subprodutos e resíduos de valor econômico ficam sujeitas às disposições desta Lei. 
Art. 2o O Ministério da Agricultura e do Abastecimento criará sistema de 
certificação, estabelecendo condições técnicas e operacionais, assim como a 
documentação pertinente, para qualificação dos armazéns destinados à atividade de 
guarda e conservação de produtos agropecuários. 
Parágrafo único. Serão arquivados na Junta Comercial o termo de nomeação de fiel 
e o regulamento interno do armazém. 
Art. 3o O contrato de depósito conterá, obrigatoriamente, entre outras cláusulas, o 
objeto, o prazo de armazenagem, o preço e a forma de remuneração pelos serviços 
prestados, os direitos e as obrigações do depositante e do depositário, a capacidade 
de expedição e a compensação financeira por diferença de qualidade e quantidade. 
§ 1o O prazo de armazenagem, o preço dos serviços prestados e as demais condições 
contratuais serão fixados por livre acordo entre as partes. 
§ 2o Durante o prazo de vigência de contrato com o Poder Público para fins da 
política de estoques, bem como nos casos de contratos para a guarda de produtos 
decorrentes de operações de comercialização que envolvam gastos do Tesouro 
Nacional, a título de subvenções de preços, o Ministério da Agricultura e do 
Abastecimento manterá disponível, na rede Internet, extratos dos contratos 
correspondentes contendo as informações previstas no caput deste artigo. 
Art. 5o Os critérios de preferência para a admissão de produtos e para a prestação 
de outros serviços nas unidades armazenadoras deverão constar do regulamento 
interno do armazém. 
Art. 6o O depositário é responsável pela guarda, conservação, pronta e fiel entrega 
dos produtos que tiver recebido em depósito. 
§ 1o O depositário responderá por culpa ou dolo de seus empregados ou prepostos, 
pelos furtos, roubos e sinistros ocorridos com os produtos depositados, bem como 
pelos danos decorrentes de seu manuseio inadequado, na forma da legislação 
específica. 
LEI Nº 9.973, DE 29 DE MAIO DE 2000 
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§ 2o O presidente, o diretor e o sócio-gerente da empresa privada, ou o equivalente, 
no caso de cooperativas, assim como o titular de firma individual, assumirão 
solidariamente com o fiel responsabilidade integral pelas mercadorias recebidas em 
depósito. 
§ 3o O depositário e o depositante poderão definir, de comum acordo, a constituição 
de garantias, as quais deverão estar registradas no contrato de depósito ou no 
Certificado de Depósito Agropecuário - CDA.(Redação dada pela Lei nº 11.076, de 
2004) 
§ 4o A indenização devida em decorrência dos casos previstos no § 1o será definida na 
regulamentação desta Lei. 
§ 5o O depositário não é obrigado a se responsabilizar pela natureza, pelo tipo, pela 
qualidade e pelo estado de conservação dos produtos contidos em invólucros que 
impossibilitem sua inspeção, ficando sob inteira responsabilidade do depositante a 
autenticidade das especificações indicadas. 
§ 6o Fica obrigado o depositário a celebrar contrato de seguro com a finalidade de 
garantir, a favor do depositante, os produtos armazenados contra incêndio, 
inundação e quaisquer intempéries que os destruam ou deteriorem. 
§ 7o O disposto no § 3o deste artigo não se aplica à relação entre cooperativa e seus 
associados de que trata o art. 83 da Lei no 5.764, de 16 de dezembro de 
1971. (Incluído pela Lei nº 11.076, de 2004) 
Art. 7o Poderão ser recebidos em depósito e guardados a granel no mesmo silo ou 
célula produtos de diferentes depositantes, desde que sejam da mesma espécie, 
classe comercial e qualidade. 
Parágrafo único. Na hipótese de que trata este artigo, o depositário poderá restituir 
o produto depositado ou outro, respeitadas as especificações previstas no caput. 
Art. 8o A prestação de serviços de armazenagem de que trata esta Lei não impede o 
depositário da prática de comércio de produtos da mesma espécie daqueles 
usualmente recebidos em depósito. 
Art. 9o O depositário tem direito de retenção sobre os produtos depositados, até o 
limite dos valores correspondentes, para garantia do pagamento de: 
I – armazenagem e demais despesas tarifárias; 
II – adiantamentos feitos com fretes, seguros e demais despesas e serviços, desde 
que devidamente autorizados, por escrito, pelo depositante; e 
LEI Nº 9.973, DE 29 DE MAIO DE 2000 
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III – comissões, custos de cobrança e outros encargos, relativos a operação com 
mercadoriasdepositadas. 
§ 1o O direito de retenção poderá ser oposto à massa falida do devedor. 
§ 2o O direito de retenção não poderá ser exercido quando existir débito perante o 
depositante, decorrente de contrato de depósito, em montante igual ou superior ao 
dos créditos relativos aos serviços prestados. 
Art. 10. O depositário é obrigado: 
I – a prestar informações, quando autorizado pelo depositante, sobre a emissão de 
títulos representativos do produto em fase de venda e sobre a existência de débitos 
que possam onerar o produto; e 
II – a encaminhar informações ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento, na 
forma e periodicidade que este regulamentar. 
Art. 11. O Ministério da Agricultura e do Abastecimento, diretamente, ou por 
intermédio dos seus conveniados, terá livre acesso aos armazéns para verificação da 
existência do produto e suas condições de armazenagem. 
Art. 12. (VETADO) 
Art. 13. O depositário que praticar infração das disposições desta Lei ficará sujeito 
às penas de suspensão temporária ou de exclusão do sistema de certificação de 
armazéns, aplicáveis pelo Ministério da Agricultura e do Abastecimento, conforme 
dispuser o regulamento, além das demais cominações legais. 
Art. 14. O Poder Executivo regulamentará o disposto nesta Lei no prazo de noventa 
dias, contados da data de sua publicação. 
Art. 15. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Brasília, 29 de maio de 2000; 179o da Independência e 112o da República. 
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO 
Pedro Malan 
Marcus Vinicius Pratini de Moraes 
Alcides Lopes Tápias 
LEI Nº 9.973, DE 29 DE MAIO DE 2000 
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LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002 
43 www.pmka.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002 
(com exceção dos livros de família e sucessões) 
LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002 
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LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002 
45 www.pmka.com.br 
 
LEI No 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002. 
 
Institui o Código Civil. 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu 
sanciono a seguinte Lei: 
TÍTULO II 
Dos Direitos Reais 
CAPÍTULO ÚNICO 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
Art. 1.225. São direitos reais: 
I - a propriedade; 
II - a superfície; 
III - as servidões; 
IV - o usufruto; 
V - o uso; 
VI - a habitação; 
VII - o direito do promitente comprador do imóvel; 
VIII - o penhor; 
IX - a hipoteca; 
X - a anticrese. 
LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002 
46 www.pmka.com.br 
 
XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; (Incluído pela Lei nº 11.481, 
de 2007) 
XII - a concessão de direito real de uso. (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007) 
Art. 1.226. Os direitos reais sobre coisas móveis, quando constituídos, ou 
transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com a tradição. 
Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos 
entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos 
referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste Código. 
TÍTULO III 
Da Propriedade 
CAPÍTULO I 
DA PROPRIEDADE EM GERAL 
Seção I 
Disposições Preliminares 
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o 
direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. 
§ 1o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas 
finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de 
conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas 
naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como 
evitada a poluição do ar e das águas. 
§ 2o São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou 
utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem. 
§ 3o O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por 
necessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de requisição, em 
caso de perigo público iminente. 
§ 4o O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado 
consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco 
anos, de considerável número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em 
conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse 
social e econômico relevante. 
LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002 
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§ 5o No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização devida ao 
proprietário; pago o preço, valerá a sentença como título para o registro do imóvel 
em nome dos possuidores. 
Art. 1.229. A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e subsolo 
correspondentes, em altura e profundidade úteis ao seu exercício, não podendo o 
proprietário opor-se a atividades que sejam realizadas, por terceiros, a uma altura 
ou profundidade tais, que não tenha ele interesse legítimo em impedi-las. 
Art. 1.230. A propriedade do solo não abrange as jazidas, minas e demais recursos 
minerais, os potenciais de energia hidráulica, os monumentos arqueológicos e outros 
bens referidos por leis especiais. 
Parágrafo único. O proprietário do solo tem o direito de explorar os recursos 
minerais de emprego imediato na construção civil, desde que não submetidos a 
transformação industrial, obedecido o disposto em lei especial. 
Art. 1.231. A propriedade presume-se plena e exclusiva, até prova em contrário. 
Art. 1.232. Os frutos e mais produtos da coisa pertencem, ainda quando separados, 
ao seu proprietário, salvo se, por preceito jurídico especial, couberem a outrem. 
Seção II 
Da Descoberta 
Art. 1.233. Quem quer que ache coisa alheia perdida há de restituí-la ao dono ou 
legítimo possuidor. 
Parágrafo único. Não o conhecendo, o descobridor fará por encontrá-lo, e, se não o 
encontrar, entregará a coisa achada à autoridade competente. 
Art. 1.234. Aquele que restituir a coisa achada, nos termos do artigo antecedente, 
terá direito a uma recompensa não inferior a cinco por cento do seu valor, e à 
indenização pelas despesas que houver feito com a conservação e transporte da 
coisa, se o dono não preferir abandoná-la. 
Parágrafo único. Na determinação do montante da recompensa, considerar-se-á o 
esforço desenvolvido pelo descobridor para encontrar o dono, ou o legítimo 
possuidor, as possibilidades que teria este de encontrar a coisa e a situação 
econômica de ambos. 
Art. 1.235. O descobridor responde pelos prejuízos causados ao proprietário ou 
possuidor legítimo, quando tiver procedido com dolo. 
LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002 
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Art. 1.236. A autoridade competente dará conhecimento da descoberta através da 
imprensa e outros meios de informação, somente expedindo editais se o seu valor os 
comportar. 
Art. 1.237. Decorridos sessenta dias da divulgação da notícia pela imprensa, ou do 
edital, não se apresentando quem comprove a propriedade sobre a coisa, será esta 
vendida em hasta pública e, deduzidas do preço as despesas, mais a recompensa do 
descobridor, pertencerá o remanescente ao Município em cuja circunscrição se 
deparou o objeto perdido. 
Parágrafo único. Sendo de diminuto valor, poderá o Município abandonar a coisa em 
favor de quem a achou. 
CAPÍTULO II 
DA AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL 
Seção I 
Da Usucapião 
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir 
como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e 
boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá 
de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. 
Parágrafoúnico. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o 
possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado 
obras ou serviços de caráter produtivo. 
Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua 
como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural 
não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua 
família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. 
Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinqüenta 
metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a 
para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja 
proprietário de outro imóvel urbano ou rural. 
§ 1o O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à 
mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. 
§ 2o O direito previsto no parágrafo antecedente não será reconhecido ao mesmo 
possuidor mais de uma vez. 
LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002 
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Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem 
oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² 
(duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge 
ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua 
família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro 
imóvel urbano ou rural. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) 
§ 1o O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de 
uma vez. 
§ 2o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) 
Art. 1.241. Poderá o possuidor requerer ao juiz seja declarada adquirida, mediante 
usucapião, a propriedade imóvel. 
Parágrafo único. A declaração obtida na forma deste artigo constituirá título hábil 
para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. 
Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e 
incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos. 
Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver 
sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo 
cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem 
estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e 
econômico. 
Art. 1.243. O possuidor pode, para o fim de contar o tempo exigido pelos artigos 
antecedentes, acrescentar à sua posse a dos seus antecessores (art. 1.207), 
contanto que todas sejam contínuas, pacíficas e, nos casos do art. 1.242, com justo 
título e de boa-fé. 
Art. 1.244. Estende-se ao possuidor o disposto quanto ao devedor acerca das causas 
que obstam, suspendem ou interrompem a prescrição, as quais também se aplicam à 
usucapião. 
Seção II 
Da Aquisição pelo Registro do Título 
Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título 
translativo no Registro de Imóveis. 
§ 1o Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido 
como dono do imóvel. 
LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002 
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§ 2o Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de 
invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser 
havido como dono do imóvel. 
Art. 1.246. O registro é eficaz desde o momento em que se apresentar o título ao 
oficial do registro, e este o prenotar no protocolo. 
Art. 1.247. Se o teor do registro não exprimir a verdade, poderá o interessado 
reclamar que se retifique ou anule. 
Parágrafo único. Cancelado o registro, poderá o proprietário reivindicar o imóvel, 
independentemente da boa-fé ou do título do terceiro adquirente. 
Seção III 
Da Aquisição por Acessão 
Art. 1.248. A acessão pode dar-se: 
I - por formação de ilhas; 
II - por aluvião; 
III - por avulsão; 
IV - por abandono de álveo; 
V - por plantações ou construções. 
Subseção I 
Das Ilhas 
Art. 1.249. As ilhas que se formarem em correntes comuns ou particulares 
pertencem aos proprietários ribeirinhos fronteiros, observadas as regras seguintes: 
I - as que se formarem no meio do rio consideram-se acréscimos sobrevindos aos 
terrenos ribeirinhos fronteiros de ambas as margens, na proporção de suas testadas, 
até a linha que dividir o álveo em duas partes iguais; 
II - as que se formarem entre a referida linha e uma das margens consideram-se 
acréscimos aos terrenos ribeirinhos fronteiros desse mesmo lado; 
III - as que se formarem pelo desdobramento de um novo braço do rio continuam a 
pertencer aos proprietários dos terrenos à custa dos quais se constituíram. 
LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002 
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Subseção II 
Da Aluvião 
Art. 1.250. Os acréscimos formados, sucessiva e imperceptivelmente, por depósitos 
e aterros naturais ao longo das margens das correntes, ou pelo desvio das águas 
destas, pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem indenização. 
Parágrafo único. O terreno aluvial, que se formar em frente de prédios de 
proprietários diferentes, dividir-se-á entre eles, na proporção da testada de cada 
um sobre a antiga margem. 
Subseção III 
Da Avulsão 
Art. 1.251. Quando, por força natural violenta, uma porção de terra se destacar de 
um prédio e se juntar a outro, o dono deste adquirirá a propriedade do acréscimo, 
se indenizar o dono do primeiro ou, sem indenização, se, em um ano, ninguém 
houver reclamado. 
Parágrafo único. Recusando-se ao pagamento de indenização, o dono do prédio a 
que se juntou a porção de terra deverá aquiescer a que se remova a parte 
acrescida. 
Subseção IV 
Do Álveo Abandonado 
Art. 1.252. O álveo abandonado de corrente pertence aos proprietários ribeirinhos 
das duas margens, sem que tenham indenização os donos dos terrenos por onde as 
águas abrirem novo curso, entendendo-se que os prédios marginais se estendem até 
o meio do álveo. 
Subseção V 
Das Construções e Plantações 
Art. 1.253. Toda construção ou plantação existente em um terreno presume-se feita 
pelo proprietário e à sua custa, até que se prove o contrário. 
Art. 1.254. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno próprio com sementes, 
plantas ou materiais alheios, adquire a propriedade destes; mas fica obrigado a 
pagar-lhes o valor, além de responder por perdas e danos, se agiu de má-fé. 
LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002 
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Art. 1.255. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em 
proveito do proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu de boa-
fé, terá direito a indenização. 
Parágrafo único. Se a construção ou a plantação exceder consideravelmente o valor 
do terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do 
solo, mediante pagamento da indenização fixada judicialmente, se não houver 
acordo. 
Art. 1.256. Se de ambas as partes houve má-fé, adquirirá o proprietário as 
sementes, plantas e construções, devendo ressarcir o valor das acessões. 
Parágrafo único. Presume-se má-fé no proprietário, quando o trabalho de 
construção, ou lavoura, se fez em sua presença e sem impugnação sua. 
Art. 1.257. O disposto no artigo antecedente aplica-se ao caso de não pertencerem 
as sementes, plantas ou materiais a quem de boa-fé os empregou em solo alheio. 
Parágrafo único. O proprietário das sementes, plantas ou materiais poderá cobrar do 
proprietário do solo a indenização devida, quando não puder havê-la do plantador 
ou construtor. 
Art. 1.258. Se a construção, feita parcialmente em solo próprio, invade solo alheio 
em proporção não superior à vigésima parte deste, adquire o construtor de boa-fé a 
propriedade da parte do solo

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