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O Olho Humano

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O Olho Humano
A visão, nos vertebrados em geral, é sensível aos comprimentos de onda da radiação magnética (luz, ultravioleta, infravermelhos, raios X e raios gama). O olho humano, como um órgão fotorreceptor, também é sensível á luz e percebe as cores, as formas, o movimento e o espaço.
Podemos fazer uma analogia entre as estrutura óptica de um olho e a de uma máquina fotográfica. Como uma máquina fotográfica o olho humano apresenta um conjunto de lentes (a córnea, o humor aquoso, o cristalino e o humor vítreo), que são responsáveis pela focalização da luz no filme fotográfico, o qual no olho pode ser comparado à retina, região onde se forma a imagem. Como uma máquina fotográfica o olho humano tem também um diafragma, a íris, que controla a quantidade de luz que entra no mesmo.
 
 
 
A Refração Da Luz Através Do Olho 
Quando a luz incide na córnea, uma estrutura curva, clara e transparente, os raios luminosos são refratados devido a curvatura desta estrutura, bem como, a diferença entre o índice de refração da mesma e o do ar. Em seguida a luz atravessa o humor aquoso, um fluído claro e quase incolor, que mantém a pressão do olho em 15mmHa. O humor aquoso fornece nutrientes à córnea e ao cristalino. Tendo atravessado este fluído a luz penetra na pupila, espaço delimitado pela íris (diafragma) e que tem seu tamanho controlado pela mesma. A íris tem cor azul, verde, castanho ou cinza. Esta estrutura é formada por músculos circulares e radiais, que se distendem ou se contraem aumentando ou diminuindo o tamanho da pupila. A sua principal função é controlar a quantidade de luz que vai penetrar no cristalino, atravessar o humor vítreo e sensibilizar a retina. O diâmetro de uma pupila pode variar de 1,5mm à 8mm.
Em seguida a luz atinge o cristalino (lente). Esta estrutura é responsável pelo terço restante da focalização da luz na retina. O cristalino apresenta uma curvatura maior na sua porção posterior do que na anterior. Tal estrutura é formada por muitas fibras transparentes envolvidas por uma membrana clara e elástica. A forma do cristalino é controlada por ligamentos suspensores que ligam o cristalino aos músculos ciliares.
Em seguida a luz atravessa o humor vítreo, substância clara e gelatinosa, que preenche todo o espaço entre o cristalino e a retina. O humor vítreo mantém a luz no mesmo curso estabelecido pelo cristalino, já que o seu índice de refração é muito semelhante ao deste último.
A Sensibilização Da Retina
Tendo atravessado o humor vítreo a luz finalmente atinge a retina, cor-de-rosa e com uma espessura média de 0,5mm. É uma região ricamente vascularizada, contendo uma rede de fibras nervosas. A retina forra quase toda a superfície interna do olho. Quando os raios luminosos atingem a retina a imagem luminosa é convertida em impulsos elétricos nervosos, que serão enviados ao cérebro, onde serão processados. A luz quando chega na retina sensibiliza os fotorreceptores, causando uma reação fotoquímica nestes e originando um potencial de ação. Existem dois tipos de fotorreceptores na retina: os cones e os bastonetes. 
Os cones, em número de 6,5 milhões, aproximadamente, em cada olho, são estruturas bulbiformes, responsáveis pela visão detalhada à luz do dia. Esses fotorreceptores estão mais concentrados na região central da retina, que leva o nome de fóvea. Os cones, de acordo com testes psicológicos, seriam sensíveis também às cores primárias: azul, verde e vermelho. As cores intermediárias seriam uma interpretação do cérebro, pela combinação de respostas dos diversos tipos de cones. Assim, a luz amarela estimularia os cones sensíveis ao verde e ao vermelho de maneira semelhante, o que faz com que o cérebro interprete a cor como amarelo. A falta de cones específicos para determinada cor primária, leva ao daltonismo.
Os bastonetes, como o nome já diz, tem a forma de bastões delgados. Tais fotorreceptores cobrem quase toda a retina. Existem cerca de 120 milhões de bastonetes em cada olho. Eles são estimulados com mais eficiência pela luz fraca e são poucos sensíveis às cores.
Quando a luz atravessa o cristalino, a imagem que se forma na retina é reduzida e invertida, da mesma maneira que a objetiva de uma máquina fotográfica. 
 
Storer & Usinger - Zoologia geral
 
A Focalização Da Imagem
Quando a forma do cristalino é alterada este pode se tornar mais convexo, o que aumenta o seu poder de focalização. Este processo é chamado de acomodação. O olho pode focalizar objetos em determinada posição de cada vez. A acomodação se processa de maneira quase instantânea. Quando os músculos ciliares se encontram relaxados o cristalino fica mais achatado e o olho tem baixo poder de refração, focalizando apenas objetos que estão a grande distância. Para a focalização de objetos mais próximos os músculos ciliares tem que se contrair, fazendo com que o cristalino fique mais convexo, o que aumenta o poder de refração. Como já mencionado, a fóvea, depressão na região central da retina, é rica em cones. Para conseguir uma visão mais detalhada de determinado objeto, o globo ocular se move até que a imagem se mantenha nessa pequena depressão, cujo diâmetro é de mais ou menos 0,3mm. A visão no homem como em muitos mamíferos e algumas aves é binocular, ou seja, parte do campo visual dos dois olhos pode focalizar o mesmo objeto o que facilita a percepção de movimentos, quando o observador se afasta ou se aproxima do objeto e permite também calcular com precisão a distância de derminado objeto.
Defeitos Visuais Mais Comuns
Existem quatro defeitos mais comuns relacionados a visão: a miopia, a hipermetropia, o astigmatismo e a presbiopia.
A miopia decorre de uma córnea com curvatura exagerada ou mesmo de um globo ocular muito comprido. Assim ao se tentar focalizar objetos distantes a imagem destes será focalizada antes da retina. Uma lente divergente ou negativa pode corrigir este defeito fazendo com que os raios lumonoso ao incidirem no cristalino sejam focalizados na retina.
Na hipermetropia o globo ocular é excessivamente curto. Objetos que estão próximos são focalizados atrás da retina. Com uma lente convergente ou positiva é possível corrigir este problema. este tipo de lente converge os raios luminosos, compensando a distância insuficiente entre o cristalino e a retina.
Na presbiopia ocorre que o cristalino vai ficando menos flexível com o passar dos anos. Desta maneira a sua capacidade de acomodação fica reduzida. O efeito é o mesmo que o da hipermetropia, ou seja, a pessoa não enxerga bem a pequenas distâncias. Uma lente convergente corrige este problema.
No astigmatismo ocorre a formação de uma imagem distorcida ou borrada, ou mesmo de ambas, na retina. Isto é devido a uma forma irregular da retina ou a uma curvatura irregular da córnea. A correção deste defeito se dá por meio de uma lente cilíndrica cuja convergência é maior numa dada direção do que em outra.

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