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RESUMO AULA 01 A 06 PSICOLOGIA NAS ORGANIZAÇÕES

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Myers (2006), Davidoff (2006), Vergara (2007), Milkovich & Boudreau (2006), Regato (2008) e Bergamini (2010) são consensuais em apontar a psicologia como a ciência do comportamento.
Estudar o comportamento significa observá-lo em seu curso, o que envolve inúmeras variáveis. Isto confere para os próprios estudantes uma série de aprendizados.
Na Antiguidade filósofos como Platão (387 a.C.) e Aristóteles (335 a.C) eram instigados pelas atitudes, crenças, diferenças de comportamento, capacidade criativa e a loucura.
Ao grego Aristóteles foi creditada a paternidade da psicologia pré-científica.
O senso comum discute fenômenos observados, tomando-se como foco explicações populares e, portanto, não produzidas por pesquisas científicas.
A Psicologia explica questões relativas à conduta de todos os animais (inclusive a de animais inferiores, para fins de estudo) baseada em preceitos produzidos a partir de pesquisa.
Bergamini (2005) acrescenta que todos são convincentes ao defenderem seus pontos de vista na análise de outros e cita Rogers (1952):
“Não estamos muito dispostos a aceitar informações contrárias aos nossos preconceitos e crenças pessoais.”
A psicologia é uma ciência que oferece subsídios para melhor entender a natureza humana e, consequentemente, a sua conduta. Mas ela não oferece 100% de controle sobre os eventos porque, como toda ciência, ela trabalha com probabilidades.
Lewin admitia que o sujeito só poderia estar bem no espaço de trabalho se não o percebesse como hostil e, para que isso não acontecesse, o ambiente deveria propiciar, além das condições mínimas à produção, um clima positivo – de amistosidade.
A necessidade confirmada de aplicação de conceitos da psicologia nos meios grupais fez surgir a Psicologia Organizacional. (ROBBINS, 2001)
São exemplos de aplicação da Psicologia no trabalho:
• Recrutamento e seleção;
• Treinamento e desenvolvimento;
• Avaliação de desempenho;
• Pesquisa de clima organizacional;
• Administração de conflitos;
• Etc.
AULA 02 
Zanelli (2008) as define as organizações como sistemas orientados, em essência, para o alcance de objetivos comuns, citando exemplos: família, fábricas, escritórios de serviços, hospitais, escolas, organizações militares, igrejas, sindicatos etc.
Chiavenato (2000) acrescenta que as organizações existem para que possamos satisfazer necessidades que não satisfazemos sozinhos.  
A necessidade de compreensão do comportamento nos grupos fez crescer as pesquisas sobre interação e fez surgir a psicologia organizacional.
Regato (2008) define a psicologia organizacional como subárea da psicologia que estuda especificamente o comportamento resultante das esferas organizacionais.             
A Qualidade e interação no trabalho depende:
• Da compatibilidade e complementaridade – que segundo Bergamini (2005) se refere à habilidade que as pessoas têm de desenvolverem umas às outras conforme sua personalidade ou estilo;
De crenças e valores compartilhados
Da percepção que as pessoas tem de si, dos outros e do trabalho
Da satisfação das necessidades interpessoais viáveis no grupo.
Muchinsky divide a área da psicologia organizacional em 06 subspecialidades: 
Psicologia Pessoal – Comportamento Organizacional – Ergonomia – Aconselhamento de Carreira e Vocacional – Desenvolvimento Organizacional – Relações industriais.
muchinsky (2004) cita três tipos de equipes, portanto, de grupos que trabalham para o sucesso organizacional. Equipes de solução de problemas; Equipes de criação; Equipes táticas.
para que o trabalho em equipe tenha maior rendimento em um ambiente sem conflitos. Precisa –se de crenças e valores compartilhados.  
Para Schutz (1978), existem três necessidades interpessoais que se manifestam em comportamentos e sentimentos para com outras pessoas e estão arraigadas em nosso auto-conceito, quais sejam: inclusão, controle e afeição.
A inclusão refere-se a sentimentos quanto a ser importante, ter significado ou mérito.
O controle relaciona-se a sentimentos de competência (inteligência, aparência, praticabilidade e habilidade para enfrentar o mundo).
A afeição está relacionada com o fato de uma pessoa sentir-se amada, isto é, de sentir que, se for revelada a totalidade de sua essência pessoal, será vista como plena de amor.
AULA 3 
Aspectos importantes da personalidade que devem ser observados: 
Estrutura dinâmica e portanto mutável
Sofre influência de condições variáveis, que são percebidas de modo subjetivo, isto é pessoal.
Nunca está concluída
Teoria Behaviorista e da Aprendizagem
Baseia-se na formação da conduta conforme a apresentação de estímulos ambientais. Considera essencialmente os condicionamentos. Estes podem ser:
Operantes – condutas formadas a partir da apresentação proposital de estímulos que valham como prêmio ou punição.
Os operantes são trabalhados na nossa educação e para o adestramento de animais inferiores.
A Teoria de Traços
Usados para a descrição de pessoas há milhares de anos, definidos como padrões habituais de conduta.
Jung  - propõe em sua teoria os traços de Introversão X Extroversão, admitindo que um deles é o dominante.
A alternância desses dois aspectos depende do estado emocional e do meio no qual a pessoa está inserida.
Allport - defende a ideia de que fazemos inferências pessoais a partir da observação da aparência física das pessoas.  Estabelecemos traços comuns às mesmas como preditores de comportamento (estereótipos). 
Exemplos: 
Pessoas com testa larga ou que usam óculos são mais inteligentes;       
Pessoas de cabelo claro têm qualidades positivas;
Mulheres mais velhas são maternais;
Representantes de raça e regiões específicas também tendem a ser rotuladas conforme a cultura local.
Os traços derivados da pesquisa de Cattell são considerados dimensões básicas da conduta. 
Alguns deles são:
Reservado X Expansivo;
Menos inteligente X Mais inteligente;
Afetado por sentimentos X Emocionalmente estável;
Submisso X Dominante; 
Sério X Descontraído.
A Teoria Psicanalítica de Freud
A partir de 1895, Freud apresentou conceitos que causaram bastante agito à comunidade científica, estando entre eles:
• Inconsciente; ( são conteúdos aos quais não temos acesso pela memória, materiais arcaicos de nossas vidas)
• Histeria de conversão; Caracteriza a conversão no corpo físico de sintomas sem causa patológica.
• Recalque; mecanismo de defesa do ego que permite barrar de nossa memória, mecanismos que gerem dor psíquica que resulte em muito desconforto.
• Trauma; Refere-se a qualquer experiência vivenciada com desconforto pela pessoa 
• Psicanálise.   É a linha de tratamento para distúrbios, de ordem neuróticas e outras patológicas
O Id é o componente nato dos indivíduos, ou seja, as pessoas nascem com ele. Consiste nos desejos, vontades e pulsões primitivas, formado principalmente pelos instintos e desejos orgânicos pelo prazer. A partir do Id se desenvolvem as outras partes que compõem a personalidade humana: Ego e Superego.
O Ego surge a partir da interação do ser humano com a sua realidade, adequando os seus instintos primitivos (o Id) com o ambiente em que vive. O Ego é o mecanismo responsável pelo equilíbrio da psique, procurando regular os impulsos do Id, ao mesmo tempo que tenta satisfazê-los de modo menos imediatista e mais realista. Graças ao Ego a pessoa consegue manter a sanidade da sua personalidade. O Ego começa a se desenvolver já nos primeiros anos de vida do indivíduo.
O Superego se desenvolve a partir do Ego e consiste na representação dos ideais e valores morais e culturais do indivíduo. O Superego atua como um “conselheiro” para o Ego, alertando-o sobre o que é ou não moralmente aceito, de acordo com os princípios que foram absorvidos pela pessoa ao longo de sua vida.
Rogers foi um grande crítico de instituições de ensino, admitindo que estas formam comportamentos nos indivíduos, pela via do condicionamento, que não são genuínos.
Influenciou métodos de ensino, psicoterapias e empresas (nos treinamentos e na administraçãode pessoas).
Os três pilares de sua teoria são: 
• A consideração positiva incondicional (amor pelas pessoas, independente de como são); 
• A empatia (conseguir se colocar no lugar do outro) e 
• A congruência (relacionada à figura do terapeuta que deve possuir o perfil empático e de amor incondicional, de modo a lidar com os pacientes com naturalidade).
Decidir envolve três momentos de desgaste psíquico:
Período pré-decisório (o sujeito avalia prós e contras das alternativas a escolher);
Período decisório (período de maior tensão em que o sujeito define uma das alternativas como escolha);
Período pós-decisório (a alternativa escolhida é creditada como a mais acertada, reduzindo o nível de tensão. Algumas vezes o sujeito reavalia a escolha e se arrepende, sendo necessário, então, reposicionar-se quando isso é possível).
Rowe & Boulgarides (1992) observam a existência de modelos decisórios distintos, sendo eles:
- Racionais (em que prevalece a análise sobre aspectos conceituais e da natureza das alternativas a escolher);
- Intuitivos (que se baseia mais na experiência pessoal de quem decide). 
O que determina se a decisão será racional ou intuitiva é a situação e o próprio agente. 
A decisão pode ser um processo solitário ou grupal, existindo aspectos positivos e negativos para cada uma destas situações.
Robbins ( 1999) propõe de maneira bem clara: ¿ para nossos propósitos, você deve pensar em Personalidade como a soma total de maneiras pelas quais um indivíduo reage e interage com os outros. É descrita mais frequentemente em termos mensuráveis que uma pessoa exibe¿. Quem quer realmente conhecer a personalidade de alguém precisa levar em conta as variáveis que a compõem. 
 Segundo Regato (2008, p. 59) "os comportamentos são muito mais padrões repetidos do que espontâneos o que pode explicar, inclusive, a dificuldade do homem em lidar com situações novas, cujas respostas desconhece". 
AULA 4 
Weiten (2002, citado em BERGAMINI, 2005) afirma que as emoções são consideradas responsáveis pelos sentimentos e constituem um padrão da conduta de cada um. 
Bergamini (2005) observa que a emoção “caracteriza-se como uma função psíquica de difícil acesso” (p. 117), o que justifica a dificuldade de lidar com as emoções das pessoas no trato interpessoal.
Existem aspectos que influenciam o modo de manifestarmos as emoções, tais como:    
• Personalidade;
• Gênero;
• Cultura;
• Formação;
• Condicionamento;
• Estado de saúde;
• Etc.
Embora o estudo das emoções seja complexo, os estudiosos são consensuais em associá-las a três aspectos:
1 Cognitivo – que representa a percepção;
2 Fisiológico – marca as alterações ocorridas no organismo durante os estados de emoção (trabalho do SNA);
3 Comportamental – modo de manifestação das emoções.    
O que é Inteligência emocional:
Inteligência emocional é um conceito relacionado com a chamada "inteligência social", presente na psicologia e criado pelo psicólogo estadunidense Daniel Goleman. Um indivíduo emocionalmente inteligente é aquele que consegue identificar as suas emoções com mais facilidade.
Uma das grandes vantagens das pessoas com inteligência emocional é a capacidade de se automotivar e seguir em frente, mesmo diante de frustrações e desilusões.
Entre as características da inteligência emocional está a capacidade de controlar impulsos, canalizar emoções para situações adequadas, praticar a gratidão e motivar as pessoas, além de outras qualidades que possam ajudar a encorajar outros indivíduos.
Davidoff (2001) observa que todos estamos expostos a agentes estressores, estando estes no trabalho e/ou na nossa vida pessoal. Basta que a percepção de um estímulo seja estressante para que o mesmo se inicie.
Fases do estresse (DAVIDOFF, 2001):
• 1ª Reação de alarme: o sistema nervoso simpático e as glândulas suprarrenais mobilizam as forças defensivas do corpo, para resistir ao agente de estresse. Se este for prolongado, vai-se à segunda fase; 
• 2ª Resistência: O preço que o corpo “paga” para manter-se em vigilância durante um período e, por isso, os sistemas lentificam; 
• 3ª Exaustão: O corpo não pode resistir indefinidamente ao estresse e, por isso, mostra exaustão.
AULA 5 
Antes de planejar as técnicas para a execução do processo, é preciso montar o modelo do candidato ou “perfil profissiográfico”.
França (2008) define seleção de pessoas como: “escolha do(s) candidato(s) mais adequado(s) para a organização, dentre os candidatos recrutados, por meio de vários instrumentos de análise, avaliação e comparação de dados”. (p. 34)
Santos (1973) acrescenta que a escolha deve reunir expectativas e habilidades do(s) candidato(s) com expectativas e necessidades previstas para o(s) cargo(s).
Vários são os instrumentos utilizados para a seleção de pessoas, estando entre os mais comuns:      
  • As entrevistas;
• Os testes escritos;
• Testes de simulação de desempenho;
• Dinâmicas de grupo;
A seleção de pessoas deve atender ao perfil de candidato desejado pela organização para a(s) vaga(s) a ser preenchida(s). 
França (2005); Robbins (2005) e Chiavenato (2002) nomeiam este como perfil profissiográfico que, nas palavras de França, inclui “pré-requisitos, habilidades gerais e específicas e potencial de desempenho do candidato”. (p. 35)
Semple (1987) observa que, antes de começar a seleção de candidatos, devem ser construídos “bonecos” que representem o “candidato modelo” – um conceito de perfil para a vaga.
Os modelos envolvem escolaridade mínima exigida, conhecimentos específicos e traços de personalidade compatíveis com o desempenho da função.   
No mundo do trabalho, treinar significa preparar pessoas para executar as tarefas em demanda na sua função.
O sucesso na prática do treinamento requer planejamento do ensino e das técnicas que serão utilizadas para o mesmo.
Chiavenato (2002) cita o treinamento como uma das etapas da educação profissional de colaboradores em seus centros de trabalho
São várias as informações que apontam a necessidade de treinamento nos setores de trabalho. Veja algumas delas:
• Chegada de novo(s) colaborador(es);
• Queda de produção ou da qualidade;
• Surgimento de novas técnicas que enriqueçam o trabalho ou otimize o tempo gasto normalmente;
• Erros frequentes na prática de uma função;
• Mau relacionamento entre os colaboradores;
• Má percepção da cultura organizacional e missão organizacional;
• Indicativos de baixa motivação (absenteísmo , dispersão, comportamento contraproducente etc.).
A educação é bem avaliada quando há mudança de conduta nos colaboradores e melhora de qualidade na produção. 
Empresas que investem com frequência em treinamento tendem a melhorar as condições de estima de colaboradores, que se percebem investidos e com viabilidades para promoções futuras.. 
AULA 6
Um agente de seleção, durante um processo seletivo, é naturalmente motivado a aprovar e reprovar pessoas para as vagas a serem preenchidas. Fora as características do perfil profissiográfico apresentado (traços avaliados como necessários para o bom desempenho de um cargo), podem ocorrer interferências no modo de o examinador preencher as vagas, especialmente se algum candidato possui alguma condição que ganhe o seu favoritismo. Neste caso, não haverá imparcialidade no processo seletivo.
A qualidade das interações estabelecidas entre os indivíduos depende da lente perceptiva que cada um faz do outro, da situação e até dos próprios papéis desempenhados.
Robbins (1999) afirma que o mundo, aquele observado pelas pessoas, é o que é verdadeiramente importante: a percepção das pessoas está sujeita a uma série de distorções e ilusões. Há situações em que a percepção é enormemente distorcida pela idealização (condição em que projetamos nas coisas e/ou pessoas o nosso desejo).
Efeito de halo - quando atribuímos uma característica boa ou ruim a alguém e tendemos a percebê-la nos baseando somente na primeira característica observada.
Ex.: Se alguém é um excelente comunicador, podemos inferir que seja excelente emtodos os outros aspectos.
Percepção seletiva - quando uma característica é atribuída a alguém, aumentando a probabilidade de que este seja percebido. Notoriedade.
 O efeito contraste ocorre quando as características de uma pessoa são contrastadas com as de outras encontradas logo em seguida, e essas tem uma graduação maior ou menor das mesmas características. A distorção perceptiva pode acontecer, quando alguém por exemplo, faz um discurso depois de outro palestrante brilhante. Tanto gerentes como funcionários precisam ter presente a possível distorção perceptiva que o efeito contraste pode criar no ambiente de trabalho.
Percepção selectiva - É a tendência de destacar os aspectos de uma situação, pessoa ou objecto que estejam em consistência com suas necessidades, valores ou atitudes. Tem impacto mais forte no estágio da atenção do processo perceptivo.
Efeito Halo - O efeito halo acontece quando um certo atributo de uma pessoa ou de uma situação é usado para formar uma impressão geral sobre a pessoa ou situação. Por exemplo, quando encontramos uma pessoa nova, um sorriso agradável pode nos dar uma primeira impressão positiva de uma pessoa calorosa, honesta. Desse modo, assim como no caso do estereótipo as diferenças individuais ficam ofuscadas.
Projeção - É a atribuição de características pessoais para outros indivíduos. É provável que ocorra no estágio de interpretação da percepção. Exemplo: quando gerentes presumem que as necessidades de seus subordinados são iguais as suas. A projeção pode ser controlada através de um alto grau de autoconscientização e empatia - a capacidade de ver uma situação como os outros a vêem.
No meio corporativo, nos processos de seleção e treinamento, a percepção é um processo que pode incorrer em erro por parte de seus agentes e dos candidatos/colaboradores. Entre os fatores geradores de erro mais comuns, por parte das organizações, estão:
• A escolha de métodos que não avaliam a contento as diferenças individuais, tanto no caso das avaliações para seleção quanto no dos métodos empregados para treinamento;
• O despreparo do avaliador para corrigir as distorções quando estas acontecem (BERGAMINI, 2005).
Ainda Bergamini (2005) e Robbins (2005), ambos são consensuais ao observarem que não existe “objetividade nos processos de avaliação de desempenho de pessoas”, o que pode incluir seleção e treinamento.
“O ser humano é essencialmente um ser subjetivo, emocional antes de racional e deixará sempre a sua marca pessoal em tudo o que faz”. (BERGAMINI, 2005, p. 114)

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