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Processos de esquecimento e de distorções de memória

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Processos de esquecimento e de distorções de memória
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Por que costumamos esquecer rapidamente determinadas informações que temos acesso?
Que processos interferem no processo de aquisição e armazenamento de informações?
Por que, após anos de armazenamento de nossas experiências, perdemos o acesso à elas?
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A Teoria da Interferência
A Teoria da Interferência refere-se à visão de que o esquecimento ocorre porque a recordação de certas palavras interfere com as de outras.
Existem dois tipos de interferência:
Interferência Proativa: quanto o material interferente atua antes e não após o aprendizado da matéria a ser lembrada; o conhecimento anterior e suas expectativas exercem efeito na recordação.
Interferência Retroativa (ou inibição retroativa): é causada por uma atividade que ocorre após o aprendizado, mas antes de sermos solicitados a lembrarmos daquilo.
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Recenticidade e primazia
O efeito da recenticidade refere-se a uma maior retenção de palavras/ informações próximas ao período final da aprendizagem.
O efeito da primazia refere-se à lembrança maior das informações/ palavras próximas ao início do período da aquisição.
Ex.: Numa lista de palavras, temos a tendência a lembrarmos as palavras iniciais (efeito da primazia), os as últimas (efeito da recenticidade).
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Teoria do declínio
Esta teoria afirma que as informações são esquecidas em razão do desaparecimento gradual, a não ser que algo seja feita para mantê-la.
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Tipos de distorções da Memória
Transciência – quando a memória desaparece rapidamente
Falta de atenção 
Bloqueio – quando a pessoa tem algo que sabe que deveria se lembrar mas não consegue naquele momento (efeito da ponta da língua)
Atribuição errônea – quando as pessoas não conseguem lembrar-se aonde leram ou ouviram algo, podendo até achar que ouviram ou leram algo que na realidade não aconteceu.
Sugestionabilidade - refere-se à suscetibilidade das pessoas à sugestão; caso lhes seja sugerido que viram algo, as pessoas podem pensar que se lembram de tê-lo visto.
Viés – quando a recordação de uma experiência passada é referenciada por uma experiência atual. Ex.: uma pessoa que sofre de dor crônica sofre uma predisposição a se lembrar da dor no passado, tenham ou não sentido-a.
Persistência - refere-se a lembrança persistente de fatos considerados importantes quando, no contexto maior não o são. Ex.: alguém com muitos sucessos, mas um fracasso importante, pode se lembrar melhor do fracasso do que dos vários sucessos.
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O déficit de memória
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A memória é a capacidade de registrar, manter e evocar as experiências e os fatos ocorridos.
A capacidade de memorizar relaciona-se intimamente com o nível de consciência com a atenção e com o interesse afetivo.
Relembrando...
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Fatores psicológicos do processo de memorização
O processo de fixação (engramação) depende de:
Nível de consciência e estado geral do organismo: o indivíduo deve estar desperto, não muito cansado, bem-nutrido e calmo;
Atenção global e capacidade de atenção concentrada sobre o conteúdo a ser fixado (capacidade de concentrar-se)
Sensopercepção preservada
Interesse e colorido emocional relacionado ao conteúdo mnêmico a ser fixado, assim como empenho do indivíduo de aprender (vontade e afetividade)
Conhecimento anterior
Capacidade de compreensão do conteúdo a ser fixado
Organização temporal das repetições
Canais sensoperceptivos envolvidos na percepção: quanto maior o número de canais sensoriais, mais eficaz a fixação (associação entre visão e audição.
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Evocação X Esquecimento
A Evocação é a capacidade de recuperar e atualizar os dados fixados.
Esquecimento é a denominação relativa à impossibilidade de evocar e recordar.
	Obs.1: O reconhecimento refere-se à capacidade de identificar o conteúdo mnêmico como lembrança e diferenciá-la da imaginação e de representações atuais.
	OBS. 2: Priming refere-se ao fenômeno de recordação a partir de fragmentos do conteúdo mnêmico. Ou seja, são dicas evocadoras de lembranças mais amplas.
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A temporalidade das memórias
Memória imediata e de curtíssimo prazo: poucos segundos até 3 minutos
Memória recente ou de curto prazo: de poucos minutos até seis horas
Memória remota ou de longo prazo: de meses a anos
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A ocorrência do Esquecimento...
Esquecimento normal, fisiológico: ocorre por desinteresse do indivíduo ou por desuso da informação;
Esquecimento por repressão: conteúdo desagradável ou pouco importante para o indivíduo que pode ser recordado com esforço do próprio;
Recalque: conteúdos mnêmicos e emocionalmente insuportáveis, que são banidos da consciência e somente podem ser recuperados em circunstâncias especiais.
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A Lei de Ribot
Segundo esta Lei, nos indivíduos que sofrem uma lesão ou doença cerebral que interferem patologicamente nos processos de registro e recordação mnêmicos, o esquecimento segue a seguinte ordem:
O sujeito perde as lembranças e seus conteúdos na ordem e no sentido inverso que os adquiriu
Perde primeiro os elementos recentemente adquiridos e, depois, os elementos mais antigos
Perde primeiro os elementos mais complexos e depois os mais simples
Perde primeiro os elementos mais estranhos, menos habituais e depois os mais familiares
Primeiramente perde os conteúdos mais neutros, depois os elementos afetivos e, apenas no fim, perde os hábitos e os comportamentos costumeiros mais profundos enraizados no repertório comportamental e mental.
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As Alterações Patológicas da Memória
Alterações quantitativas:
Hipermnésias: refere-se a uma alteração do ritmo psíquico e não propriamente na memória; os elementos mnêmicos afluem rapidamente, ganhando em número e perdendo clareza e precisão.
Amnésias (ou hipomnésias): refere-se à perda de memória, seja a capacidade de fixar ou a capacidade de manter e evocar antigos conteúdos mnêmicos. 
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As Amnésias ...
Amnésia psicogênica: há perda de elementos mnêmicos focais os quais tem valor afetivo ou simbólico, como por exemplo um evento significativo da sua vida. Entretanto ele consegue se lembrar de tudo ao redor, do contexto.
Amnésia orgânica: Trata-se de amnésia menos seletiva. O esquecimento segue, em geral a Lei de Ribot.
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3) Amnésia Anterógrada: o indivíduo não consegue mais fixar elementos mnêmicos a partir do evento que lhe causou o dano cerebral.
4) Amnésia Retrógrada: o indivíduo perde a memória para fatos ocorridos antes do início da doença (ou trauma).
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B) Alterações qualitativas (paramnésias): envolvem uma deformação do processo de evocação de conteúdos mnêmicos previamente fixados. O indivíduo apresenta lembrança deformada que não corresponde à sensopercepção original.
	1. Ilusões mnêmicas – há o acréscimo de elementos falsos a um núcleo verdadeiro de memória. A lembrança adquire caráter fictício.
	2. Alucinações mnêmicas – são criações imaginativas com aparência de lembrança que não correspondem a nenhuma lembrança verdadeira.
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C) Fabulações – elementos da imaginação ou lembranças isoladas completam artificialmente as lacunas de memória. São imaginações que preenchem um vazio na memória. Podem ser produzidas ou induzidas pelo examinador (diferente daas ilusões e alucinações).
D) Criptomnésias – Falseamento da memória em que as lembranças aparecem como fatos novos ao paciente, que não as reconhece como lembrança, vivendo-as como uma descoberta.
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E) Lembranças Obsessivas – são também denominadas como ideias fixas que uma vez instaladas na consciência não conseguem ser repelidos voluntariamente pelo paciente, embora seja reconhecida como absurda e indesejável.
F) Agnosias (alterações de reconhecimento) – definidas como déficit do reconhecimento de estímulos sensoriais, objetos e fenômenos, que não podem ser explicadas por um déficit sensorial ou por perdas cognitivas globais.
	Ex.: O homem que confundiu sua mulher com um chapéu - prosopagnosia

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