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Introdução e Finanças Empresariais - Unidade 3

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Introdução a 
finanças empresariais
Gilson Rogério Marcomini e 
Cymara A. de Jesus Marcomini
Sumário
CAPÍTULO 3 – Análises Financeiras ..................................................................................05
Introdução ....................................................................................................................05
3.1 Administração de Capital de Giro ..............................................................................05
3.1.1 A contabilidade oficial e gerencial .....................................................................05
3.1.2 O capital de giro.............................................................................................10
3.2 Análise Vertical e Horizontal ......................................................................................13
3.2.1 A análise horizontal .........................................................................................13
3.2.2 Análise vertical ................................................................................................14
3.3 Índices de Liquidez ...................................................................................................17
3.3.1 Índices de liquidez ...........................................................................................17
Síntese ..........................................................................................................................27
Referências Bibliográficas ................................................................................................28
03
Capítulo 3 
05
Introdução
Você consegue perceber que o gestor financeiro sempre precisa controlar tudo que acontece na 
organização? Você acha que isso é difícil de ser feito? Quais ferramentas são adequadas e quais 
não ajudam no controle financeiro?
No contexto da gestão financeira, as organizações precisam estar controlando as suas ações, 
visto que todo o processo é desencadeado em atitudes de planejamento e controle financeiro.
Desse modo, as análises financeiras aparecem como ferramentas essenciais para que as organi-
zações possam fazer o devido controle de suas finanças, podendo corrigir os aspectos que não 
estão adequados com o planejamento, ou então, que necessitem ser direcionados para outra 
tomada de decisão, sempre visando o alcance dos objetivos.
Para isso, são utilizados alguns indicadores, como a análise vertical e horizontal, os índices de 
liquidez e a correta gestão do capital de giro.
Assim, este capítulo irá descrever e interpretar as principais análises financeiras desenvolvidas 
nas organizações, expondo como tais análises são realizadas.
3.1 Administração de Capital de Giro
O capital de giro é um recurso financeiro que necessita ser gerenciado de forma profissional, 
pois impacta diretamente os resultados esperados pela empresa. Segundo Assaf Neto (2012, p. 
582), “[...] o conceito de capital de giro identifica os recursos que giram várias vezes em deter-
minado período”. 
Você consegue apontar para que serve o capital de giro? Por que ele recebe esse nome? Como 
se usa o capital de giro nas finanças da empresa?
São justamente esses os assuntos que serão abordados neste tópico, detalhando a concepção do 
capital de giro e a sua forma de atuação e de cálculo. Por fim, falaremos sobre a forma de se 
realizar uma correta e adequada gestão do capital de giro.
3.1.1 A contabilidade oficial e gerencial
Para abordar a questão do capital de giro, é preciso descrever alguns aspectos relacionados à 
contabilidade, pois várias ações das operações de capital de giro envolvem aspectos conceituais 
dessa ciência.
Dessa forma, a contabilidade analisa algumas funções que são decisivas para que a empresa 
alcance seus objetivos, principalmente no tocante ao fato de a contabilidade registrar todos os 
acontecimentos no âmbito da empresa que envolvem as finanças, fornecendo diversas informa-
ções que são importantes para a tomada de decisão. 
Análises Financeiras
06 Laureate- International Universities
Introdução a finanças empresariais
Assim, a contabilidade é uma ferramenta que expõe aos diversos atores do contexto empresarial 
as ações, os fatos e as modificações que ocorrem no patrimônio da organização em função das 
diversas atividades realizadas no mercado em que a empresa atua. 
Dessa maneira, podemos dizer que a contabilidade interpreta os três tipos de componentes que 
podem modificar o patrimônio das organizações, que são os bens, os direitos e as obrigações 
(HOJI, 2014).
Os bens são todos os recursos controlados pela entidade que possuem substância física, repre-
sentam tudo que pode ser avaliado economicamente e que satisfaça necessidades humanas, sen-
do classificados em tangíveis e intangíveis. Entre eles estão todos os equipamentos, as máquinas, 
os produtos, as embalagens, as construções, os veículos, entre outros. Os bens tangíveis são as 
máquinas, os veículos, os equipamentos etc.; enquanto os bens intangíveis são aqueles classifi-
cados de forma subjetiva, como as marcas, as patentes, os serviços prestados etc.
Os direitos são valores a serem recebidos de terceiros, por vendas a prazo ou valores de pro-
priedade da entidade que se encontram em posse de terceiros, com a diferença de que ainda 
não são bens, sendo apenas utilizados em determinado período de tempo, como cheques pré-
-datados, duplicatas a receber, entre outras possibilidades. 
As obrigações são todos os compromissos financeiros que uma empresa tem para com seus 
fornecedores e outros atores, como o governo, os clientes etc. As respectivas obrigações men-
cionadas precisam ser pagas no processo empresarial de determinada organização para que 
ela consiga alcançar seus objetivos. Após essa pequena introdução, iremos expor como os com-
ponentes do patrimônio das Entidades são tratados no escopo da contabilidade, pois todos os 
elementos que podem modificar o patrimônio da empresa são objetos de estudo dessa ciência. 
É importante salientar que os bens e direitos são classificados como ativos enquanto todas as 
obrigações são chamadas de passivo.
Outro componente essencial nessa análise é o patrimônio líquido (que em contabilidade repre-
senta o interesse residual dos sócios), constituído por alguns componentes específicos no contex-
to contábil, como o capital subscrito (que é o capital que inicia a empresa), os lucros e prejuízos 
acumulados, as reservas de capital, entre outros. 
Outra característica importante em relação ao contexto da contabilidade é que o resultado final 
de uma apuração contábil e os valores totais dos ativos necessitam ser iguais aos valores totais 
do passivo somados aos valores totais do patrimônio líquido, como demonstrado na equação 
fundamental da contabilidade vista na figura a seguir.
Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido
Figura 1 – Classificação contábil (ativo permanente) e subclassificação (investimentos).
Fonte: Elaborada pelo autor, baseada em Assaf Neto, 2012.
Além disso, também é necessário dizer que em cada um dos grupos maiores da contabilidade 
(ativo, passivo e patrimônio líquido) existem outros componentes que influenciam a formação 
desses grupos (ASSAF NETO; LIMA, 2010). Acompanhe.
1. Ativo Circulante: corresponde ao componente do ativo que é utilizado no curto prazo, 
podendo ser subdividido em ativo circulante disponível (o caixa da empresa, as contas 
07
em bancos, por exemplo), realizável em curto prazo (que compreende os direitos que a 
empresa irá receber no curto prazo, como duplicatas e cheques pré-datados) e estoques 
(os produtos armazenados). A Lei nº 6.404/76, em seu artigo 179, expõe que no ativo 
circulante as contas existentes devem ser as “[...] disponibilidades, os direitos realizáveis 
no curso do exercício social subsequente e as aplicações de recursos em despesas do 
exercício seguinte”.2. Ativo Realizável a Longo Prazo: esse subgrupo compreende todos os direitos da empresa 
no médio e longo prazo, como duplicatas a receber com mais de um ano de prazo. 
3. Ativo Permanente: grupo de contas que englobavam recursos aplicados em todos 
os bens ou direitos de permanência duradoura, destinados ao funcionamento normal 
da sociedade e do seu empreendimento, assim como os direitos exercidos com essa 
finalidade. O Ativo Permanente era composto de subgrupos: Investimentos, Imobilizado, 
Intangível e Diferido. A partir de 04/12/2008, tal terminologia foi extinta pela MP nº 
449/2008, passando a integrar o Ativo Não Circulante.
Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/glossario.htm>. Acesso em: 
29 jun. 2015.
Do mesmo modo, o passivo também possui alguns constituintes, que são classificados em:
1. Passivo Circulante: é formado por todas as obrigações de curto prazo; 
2. Passivo Exigível a Longo Prazo: representa todas as obrigações de longo prazo, por 
exemplo, os empréstimos bancários e os financiamentos. 
Por fim, o patrimônio líquido pode ser subdividido em: 
1. Capital Social: que compreende o valor subscrito, principalmente;
2. Lucro ou Prejuízo Acumulado: corresponde às contas que registram os resultados 
acumulados pela organização ao longo dos anos. 
Figura 2 – A contabilidade adota os critérios de ativo e passivo para desencadear os seus relatórios.
Fonte: Shutterstock, 2015.
08 Laureate- International Universities
Introdução a finanças empresariais
Desse modo, a contabilidade utiliza essa nomenclatura para poder elaborar algumas ferramentas 
que são utilizadas pelas organizações como subsídios para a tomada de decisões gerenciais. 
Assim, os gestores conseguem verificar aspectos financeiros da organização, podendo decidir 
qual atitude seguir para atingir os seus objetivos. Essas ferramentas gerenciais são chamadas de 
demonstrações contábeis.
As demonstrações contábeis ou financeiras são uma representação monetária estruturada da po-
sição patrimonial e financeira em determinada data e das transações realizadas por uma entida-
de no período findo nessa data (PORTAL DE CONTABILIDADE.COM. Acesso em: 30 jun. 2015). 
Elas possibilitam a análise das informações necessárias para que se possa fazer os devidos estudos 
econômicos, financeiros e contábeis, de forma a visualizar a situação patrimonial da empresa. 
Os principais demonstrativos contábeis utilizados pelas organizações são o Balanço Patrimo-
nial e o Demonstrativo do Resultado do Exercício (HOJI, 2014). Balanço Patrimonial é a de-
monstração contábil destinada a evidenciar, qualitativa e quantitativamente, numa determinada 
data, a posição patrimonial e financeira da Entidade (PORTAL DE CONTABILIDADE.COM. Aces-
so em: 30 jun. 2015). O documento é elaborado ao longo do ano corrente, apontando todas 
as atividades empresariais que são desenvolvidas e que afetam o patrimônio da empresa (ASSAF 
NETO, 2012). Veja um exemplo na tabela seguinte. 
GERDAU S.A.
BALANÇO PATRIMONIAL 
 R$ mil 
 30/09/2006 31/12/2006
ATIVO CIRCULANTE 
Caixa e equivalentes de caixa 1.766.484 1.070.524
Aplicações financeiras 4.228.424 5.308.765 
Contas a receber de clientes 2.706.860 2.842.568
Estoques 4.828.052 5.052.865
Créditos tributários 451.972 527.420
Pagamentos antecipados 104.558 84.014
Ganhos não realizados com derivativos 1.678 5.687
Outras contas a receber 174.189 192.113
 14.262.217 15.083.956
ATIVO NÃO CIRCULANTE 
Créditos tributários 230.479 449.590
Imposto de renda/contribuição social diferidos 929.689 903.209
Ganhos não realizados com derivativos 9.999 14.160
Pagamentos antecipados 58.005 56.570
Depósitos judiciais 162.750 168.145
Outras contas a receber 294.877 257.900
09
Intangível - 45.381
Imobilizado 12.998.228 13.373.543
TOTAL 15.536.921 16.578.593
TOTAL DO ATIVO 29.799.138 31.662.549
PASSIVO CIRCULANTE 
Fornecedores 2.290.601 2.413.949
Empréstimos e financiamentos 2.283.784 2.274.523
Debêntures 3.137 2.932
Impostos e contribuições sociais a recolher 486.133 465.724
Salários a pagar 352.815 379.301
Outras contas a pagar 500.231 466.843
TOTAL 5.917.338 6.191.420
PASSIVO NÃO CIRCULANTE 
Empréstimos e financiamentos 5.717.795 6.671.456
Debêntures 962.442 929.024
Imposto de renda/contribuição social diferidos 2.000.345 1.900.151
Outras contas a pagar 531.307 603.284
TOTAL 9.781.268 10.668.667
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Capital social 7.810.453 7.810.453
Ações em tesouraria -109.983 -109.609
Reserva legal 15.063 159.109
Lucros Acumulados 2.479.982 2.835.623
Ajustes cumulativos de conversão para moeda 
estrangeira
-187.165 -257.699
TOTAL 10.008.350 10.437.877
PARTICIPAÇÕES MINORITÁRIAS 4.092.182 4.364.585
TOTAL DO PASSIVO 29.799.138 31.662.549
Tabela 1 – Balanço Patrimonial da empresa Gerdau S/A em 2006
Fonte: Elaborada pelo autor, baseada em <www.gerdau.com.br/updatetool/DownloadCenter/_fls/_.../1543_1.
xls>, 2015.
O Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE) é uma ferramenta complementar ao Balanço Patri-
monial que descreve o resultado final da empresa, expondo se tal resultado foi positivo ou negativo. 
A Demonstração do Resultado do Exercício tem como objetivo principal apresentar de forma 
vertical resumida o resultado apurado em relação ao conjunto de operações realizadas em de-
terminado período, normalmente doze meses.
Na determinação da apuração do resultado do exercício, serão computados em obediência ao 
princípio da competência (PORTAL DE CONTABILIDADE.COM. Acesso em: 30 jun. 2015):
10 Laureate- International Universities
Introdução a finanças empresariais
a) as receitas e os rendimentos ganhados no período, independentemente de sua realização 
em moeda; e
b) os custos, as despesas, os encargos e as perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a 
essas receitas e esses rendimentos.
Acompanhe, a seguir, um exemplo de tal demonstrativo:
Demonstração do Resultado 31/12/2014
Receita de Venda de Bens e/ou Serviços R$ 2.314.916.770
Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos -R$ 1.931.282.010
Resultado Bruto R$ 383.634.760
Despesas/Receitas Operacionais -R$ 110.462.380
Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos R$ 273.172.380
Resultado Financeiro -R$ 90.019.200
Receitas Financeiras R$ 10.610.490
Despesas Financeiras -R$ 93.241.000
Resultado Antes dos Tributos sobre o Lucro R$ 100.522.670
Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro -R$ 34.177.708
Lucro/Prejuízo Consolidado do Período R$ 66.344.962
Tabela 2 – Exemplo de um Demonstrativo do Resultado do Exercício
Fonte: Elaborada pelo autor, baseada em Assaf Neto, 2012.
Vicenzo Mazi foi seguidor de Fábio Bésta, grande estudioso da contabilidade. Mazi, 
que foi professor de contabilidade, nasceu na Itália e foi quem definiu o conceito de 
patrimônio pela primeira vez, no ano de 1923. Tornou-se o principal nome da escola 
da contabilidade chamada de “patrimonialista”, que defende a contabilidade através 
do estudo das alterações no patrimônio das organizações.
VOCÊ O CONHECE?
3.1.2 O capital de giro
O capital de giro corresponde a determinado valor financeiro que a organização precisa dis-
ponibilizar para conseguir cobrir a lacuna existente entre o ciclo operacional e o ciclo de caixa.
Isso acontece, geralmente, por não serem iguais os tempos de encerramento desses ciclos, fato 
que desencadeia uma lacuna no caixa da empresa que precisa ser coberto com algum recurso, 
que é o capital de giro. 
O tempo de ciclo operacional e de caixa de cada empresa é diferente e flexível, dependendo 
de suas características, mas quando a empresa faz a compra de materiais de seus fornecedores, 
ela irá ter de pagar por esses produtos em um prazo previamente estipulado. Se esse tempo for 
11
inferior ao tempo necessário para produção,vendas e recebimento dos clientes, a empresa fica 
sem recursos financeiros para poder pagar os fornecedores. 
É nessa lacuna entre a data de vencimento das obrigações com os fornecedores e a data em que 
a empresa recebe de seus clientes que entra o capital de giro.
Figura 3 – O capital de giro é essencial para os negócios empresariais.
Fonte: Shutterstock, 2015.
No entanto, pode acontecer outra situação, que diz respeito ao valor do capital de giro neces-
sário para a empresa cobrir essa lacuna, pois, além da cobertura do tempo, é preciso que o 
empresário perceba quanto de recursos financeiros irá precisar para conseguir manter o seu 
negócio e alcançar os seus objetivos.
Isso é feito através de ferramentas contábeis que disponibilizam algumas análises que permitem 
saber quanto de capital de giro é preciso em cada momento.
Desse modo, temos duas fórmulas para tal cálculo, como podemos ver a seguir:
Figura 4 – Fórmula para cálculo do capital de giro.
Fonte: Elaborada pelo autor, baseada em Assaf Neto, 2012.
12 Laureate- International Universities
Introdução a finanças empresariais
Desse modo, pode-se calcular o valor do capital de giro utilizando-se os valores do Ativo Circu-
lante (AC) subtraído dos valores do Passivo Circulante (PC), ou então pode-se obter o valor do 
capital de giro pela adição do Passivo Não Circulante com o Patrimônio Líquido e, desse total, 
subtrai-se os valores do Ativo Não Circulante (ANC).
Como forma de exemplificar esse cálculo, veja a tabela a seguir.
EXEMPLO DE CÁLCULO DO CAPITAL DE GIRO
ATIVO PASSIVO e PL
AC 180.000 PC 150.000
ANC 120.000 PNC 50.000
PL 100.000
TOTAL 300.000 TOTAL 300.000
CCL = AC – PC = $ 180.000 – $ 150.000 = $ 30.000
 
CGL = (PNC + PL) – ANC = ($ 50.000 + $ 100.000) – $ 120.000
 = $ 30.000
Tabela 3 – Exemplo de cálculo do capital de giro em uma empresa
Fonte: Elaborada pelo autor, baseada em Assaf Neto, 2012.
Pode-se perceber que são fornecidos alguns valores do Balanço Patrimonial da empresa, como 
os valores do Ativo Circulante (AC) e Ativo Não Circulante (ANC), bem como os valores do Pas-
sivo Circulante (PC), Passivo Não Circulante (PNC) e o Patrimônio Líquido (PL).
Ao aplicarmos a primeira fórmula, que considera os valores do Ativo Circulante (AC) e do Passivo 
Circulante (PC), vemos que o Ativo Circulante (AC) é igual a R$180.000 e o Passivo Circulante 
(PC) é igual a R$150.000, pelo qual, ao fazermos a aplicação na fórmula, encontramos o valor 
de R$30.000, que corresponde ao capital de giro nesse momento de análise da empresa.
Do mesmo modo, ao aplicarmos a outra fórmula, podemos perceber que o valor do Passivo Não 
Circulante (PNC) é de R$50.000, o Patrimônio Líquido é de R$100.000 e o Ativo Não Circulante 
(ANC) é de R$120.000, pelo qual, ao aplicarmos a fórmula, obtemos o valor de R$30.000 como 
sendo o capital de giro.
O capital de giro é essencial para a gestão financeira das empresas, pois sempre haverá lacunas 
entre os pagamentos e os recebimentos. 
No entanto, existem alguns inconvenientes em relação a essa utilização, relacionados ao uso 
desse capital para financiar o giro, por exemplo, quando a empresa possui esses recursos dispo-
níveis em seu caixa e o utiliza para fazer o giro.
Nesse caso, o inconveniente é que esse capital poderia ser investido em outros projetos ou em 
investimentos no mercado financeiro, podendo gerar ganhos e retornos para a empresa, ao invés 
de estar sendo usado apenas para cobrir a lacuna do tempo entre o pagamento e o recebimento, 
não agregando nenhum valor financeiro adicional.
13
Do mesmo modo, outro problema acontece quando o capital de giro não é da empresa, ou seja, 
a empresa não possui os recursos necessários para fazer a cobertura da lacuna e precisa adquirir 
esses recursos de terceiros, realizando empréstimos que incorrem no pagamento de taxas e juros 
sobre esse capital emprestado. 
Essa atitude reduz os lucros da empresa, pois quando se busca algum capital no mercado o pa-
gamento de juros impacta diretamente o lucro da instituição. 
VIEIRA, M. V. Administração Estratégica do Capital de Giro. 2. ed. São Paulo: Atlas, 
2008.
O livro trabalha sobre o estudo da administração do capital de giro em organizações 
dentro do escopo das decisões estratégicas das organizações, contextualizando-se as 
decisões de longo prazo de investimento e de financiamento dessas organizações.
NÃO DEIXE DE LER...
3.2 Análise Vertical e Horizontal
Você consegue explicar o que é uma análise vertical ou horizontal? Como tais análises podem 
auxiliar a gestão financeira de uma organização?
A análise vertical e horizontal são muito utilizadas na gestão financeira, pois fornecem subsídios 
para a tomada de decisões empresariais no tocante ao alcance dos objetivos.
Compreender a elaboração delas e conseguir interpretar essas análises possibilita que as deci-
sões sejam tomadas de forma acertada e adequada.
É isso que apresentaremos a você neste tópico, descrevendo os procedimentos para a execução 
da análise vertical e horizontal. 
3.2.1 A análise horizontal
No contexto das análises financeiras, para conseguir interpretar os resultados produzidos e, as-
sim, tomar decisões que possibilitem o alcance dos objetivos financeiros desejados, duas análises 
se fazem necessárias: a análise horizontal e a análise vertical.
São duas ferramentas financeiras, que, como os nomes sugerem, analisam resultados financei-
ros, interpretando esses dados para auxiliar o processo de tomada de decisões. Ambas precisam 
de ferramentas da contabilidade, em especial o Balanço Patrimonial e o Demonstrativo do Resul-
tado do Exercício (ASSAF NETO, 2012).
A análise horizontal é desenvolvida através da comparação de resultados obtidos no Balanço 
Patrimonial em períodos de tempo diferentes, costumeiramente em períodos de dois anos con-
secutivos, tendo como objetivo visualizar as modificações que aconteceram no balanço de um 
ano para outro.
Para realizar esse tipo de análise, é preciso determinar que no primeiro ano da análise os valores 
ficam como marco zero, ou marco 100%. Então tem início a análise dos valores do ano seguinte, 
comparando cada conta com os valores do ano anterior, de forma a visualizar as alterações que 
14 Laureate- International Universities
Introdução a finanças empresariais
ocorreram, em índices percentuais, através da divisão dos valores do ano mais recente pelos do 
ano inicial. 
Esse valor percentual encontrado evidencia as alterações no Balanço Patrimonial. Para ilustrar 
essa explanação, acompanhe: 
31/12/X7 
(Em R$ mil) ÍNDICE (%) 
31/12/X8 
(Em R$ mil) ÍNDICE (%) 
ATIVO CIRCULANTE 1.522,80 100 1663,10 109
ATIVO NÃO CIRCULANTE 742,80 100 752,70 101
ATIVO TOTAL 1.856,60 100 2215,80 119
PASSIVO CIRCULANTE 886,20 100 1034,60 117
PASSIVO NÃO CIRCULANTE 318,50 100 344,70 108
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 779 100 798,20 102
Tabela 4 – Exemplo de análise horizontal
Fonte: Elaborada pelo autor, baseada em Assaf Neto, 2012.
Pode-se perceber que a análise em destaque está ocorrendo em apenas dois anos, respectiva-
mente em X7 e X8, e a empresa definiu o ano X7 como sendo o ano zero, com os valores desse 
ano considerados como 100%.
Desse modo, para fazer a análise horizontal, utilizamos os valores de cada conta do ano X8, 
dividindo eles pelos valores da mesma conta no ano X7. Assim, encontramos o valor percentual 
dessa operação.
Podemos ver na tabela que o valor do ativo circulante no ano X7 foi de R$1.522,80, enquanto 
que no ano X8 esse valor foi de R$1.663,10. Para desenvolver a análise horizontal nessa conta, é 
preciso dividir o valor de R$1.663,10 por R$1.522,80, o que resulta em 109, ou 9% de aumento 
no valor do ativo circulante. 
Temos então de repetir esse procedimento em todas as contas. Para fechar esse raciocínio, pode-
mos visualizaros valores do patrimônio líquido, que teve um crescimento da ordem de 2,0% do 
ano X7 para o ano X8, ou um índice de 102.
3.2.2 Análise vertical
Após a análise horizontal, agora vamos apresentar a você a análise vertical, que desempenha a 
mesma sistemática, mas fazendo uso do Demonstrativo do Resultado do Exercício. Essa análise 
pode ser feita através do Balanço Patrimonial também, mas via de regra, utiliza-se o DRE.
Dessa forma, a análise vertical é realizada com um comparativo entre os resultados de cada 
item do DRE, ou do BP, em cada ano que se deseja analisar, sempre definindo o primeiro item 
do demonstrativo como sendo o valor de marco zero, ou seja, o item Receita Líquida de Vendas 
é nomeado como marco zero.
Para realizar essa análise, é preciso utilizar cada componente do Demonstrativo do Resultado do 
Exercício dividido pelo valor da Receita de Vendas. Assim, encontramos um valor percentual que 
é o índice correspondente para cada um dos itens analisados (ASSAF NETO, 2012).
15
Dessa forma, adota-se um termo de referência, como o ativo total ou o valor das receitas, e 
divide-se os demais termos por esse, encontrando-se o percentual relativo a cada um desses 
itens, podendo-se, assim, analisar a participação de cada conta no contexto total da análise.
Para um melhor entendimento, acompanhe a tabela seguinte.
31/12/X8 (Em R$ mil) ÍNDICE (%)
Receita de Vendas R$ 3.544,67 100
Custo dos Produtos Vendidos R$ 1.557,89 44%
Resultado Bruto R$ 1.986,78 56%
Despesas Operacionais R$ 899,76 25%
Outras Receitas Operacionais R$ 213,10 6%
Despesas Financeiras R$ 1.003,21 28%
Resultado Antes dos Impostos R$ 296,91 8%
Provisão para IR e CSLL R$ 100,95 3%
Resultado Líquido R$ 195,96 6%
Tabela 5 – Exemplo de cálculo de análise vertical
Fonte: Elaborada pelo autor, baseada em Assaf Neto, 2012.
Podemos ver que a receita líquida de vendas foi de R$3.544,67 e o custo dos produtos vendidos 
foi de R$1.557,89. Podemos então concluir que a relação entre o custo dos produtos vendidos e 
a receita líquida de vendas foi de 44,0%, obtida pela divisão dos valores dessa conta. 
Os índices obtidos nessa análise representam a participação de cada componente do DRE em 
relação às vendas da empresa, o que serve como parâmetro para a tomada de decisões dos 
gestores das organizações.
O valor percentual encontrado representa a alteração no Balanço Patrimonial em cada conta do 
Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido e, assim, pode-se concluir o que mudou na empresa. 
Continuando a análise, podemos ver que o valor do resultado bruto foi de R$1.986,78, que, 
quando dividido pela receita de vendas de R$3.544,67, apresenta o valor de 56%, ou seja, o 
resultado bruto corresponde a 56% da receita de vendas da empresa no ano X8.
Repetimos então esse procedimento em cada item até chegarmos ao resultado líquido, que é de 
R$195,96, que dividido pelo valor das receitas de vendas de R$3.544,67 apresenta o índice de 
6%, ou seja, o resultado líquido foi de 6% do total das vendas da empresa nesse ano.
Outro exemplo é exposto pela tabela a seguir.
16 Laureate- International Universities
Introdução a finanças empresariais
EXEMPLO DE ANÁLISE HORIZONTAL
31/12/x7 Índice 31/12/x8 Índice
Ativo Circulante R$ 1.919,60 100 R$ 2.192,00 114,19
Ativo Não Circulante R$805,76 100 R$987,55 122,56
Ativo Total R$ 2.725,36 100 R$ 3.179,55 116,67
Passivo Circulante R$ 1.051,71 100 R$ 1.147,58 109,12
Passivo Não Circulante R$373,77 100 R$395,69 105,86
Passivo Total R$ 1.425,48 100 R$ 1.543,27 108,26
Tabela 6 – Outro exemplo de análise horizontal
Fonte: Elaborada pelo autor, baseada em Assaf Neto, 2012.
Podemos perceber que a análise em destaque apresenta os dados referentes aos anos X7 e X8, 
tendo a empresa definido o ano X7 como sendo o ano do marco zero. 
Para elaborarmos a análise horizontal, precisamos dividir os valores de cada conta do ano X8 
pelos valores do ano X7. Assim, podemos obter o índice percentual que caracteriza essa análise 
entre os dois anos do período estudado.
É possível verificar que o valor do Ativo Circulante no ano X7 foi de R$1.919,60 e no ano X8 
de R$2.192,00. Realizando o cálculo da análise horizontal, ou seja, dividindo R$2.192,00 por 
R$1.919,60, o que dá o resultado de 114,19 ou 14,19% de aumento no valor do Ativo Circu-
lante, chegamos à conclusão de que o Ativo Circulante da empresa teve um crescimento do ano 
X7 para o ano X8 de 14,19%. 
Realizando a análise em todas as demais contas, chegamos ao índice do Passivo Total, que é de 
108,26, ou 8,26% (através da divisão do valor de R$1.543,27 por R$1.425,48).
A tabela a seguir apresenta um exemplo de análise vertical. Acompanhe.
EXEMPLO DE ANÁLISE VERTICAL
 31/12/x8 Índice (%)
Receita Líquida de Vendas R$ 6.708,45 100
Custo dos Produtos Vendidos R$ 1.851,10 28%
Resultado Bruto R$ 4.857,35 72%
Despesas Operacionais R$ 2.885,00 43%
Receitas Financeiras R$ 112,60 2,0%
Outras Receitas Operacionais R$ 136,90 2,0%
Despesas Financeiras R$ 254,80 4,0%
Resultado Antes dos Impostos R$ 1.967,05 29%
Provisão para IR e CSLL R$ 668,80 10%
Resultado Líquido do Exercício R$ 1.298,25 19%
Tabela 7 – Outro exemplo de análise vertical
Fonte: Elaborada pelo autor, baseada em Assaf Neto, 2012.
17
É possível perceber que a receita líquida de vendas foi de R$6.708,45 e o custo dos produtos 
vendidos foi de R$1.851,10. Calculando o índice entre esses valores, concluímos que a relação 
entre o custo dos produtos vendidos e a receita líquida de vendas foi de 27,59%. 
Continuando esses cálculos em todos os demais itens, chegamos ao valor do resultado líquido do 
exercício, que foi de 19,35%, ou seja, o valor líquido produzido pela empresa representou quase 
20% do total das receitas líquidas de vendas no ano X8.
Qual a diferença entre a análise horizontal e a análise vertical?
Existem várias diferenças entre as duas análises, e a análise vertical baseia-se nos valo-
res relativos de cada conta ou grupo de contas em relação a um número denominado 
de número de referência, que no caso do Balanço Patrimonial é o ativo total, e quando 
se falar em DRE, é a receita líquida. Nessa análise, trabalha-se todos os cálculos dentro 
do mesmo exercício social. Já a análise horizontal relaciona cada conta ou grupos de 
contas do balanço ou do DRE com sua equivalente em exercícios anteriores ou poste-
riores, dependo se ocorre uma análise encadeada ou anualizada.
NÓS QUEREMOS SABER!
3.3 Índices de Liquidez
Você já ouviu falar em liquidez? Os noticiários estão sempre falando em liquidez. Você consegue 
interpretar o que isso significa? Como os índices de liquidez afetam a tomada de decisão por 
parte dos gestores financeiros?
É possível afirmar que a interpretação dos índices de liquidez possibilitam um melhor resultado 
para as empresas, pois assim elas conseguem “enxergar” o seu desempenho de forma prática e 
rápida, podendo tomar decisões mais acertadas.
Assim, esse tópico pretende apresentar os principais aspectos da utilização de indicadores de 
liquidez, expondo as suas formas, os tipos e como se desenvolvem os cálculos e as análises dos 
resultados.
3.3.1 Índices de liquidez
A liquidez pode ser compreendida como sendo a capacidade de uma empresa em transformar 
seus ativos, sejam eles quais forem, em recursos financeiros que podem ser utilizados imedia-
tamente. Quanto maior essa facilidade, maior a liquidez do ativo (ASSAF NETO; LIMA, 2010). 
Isso significa que alguns ativos possuem maior liquidez, como o caixa e as contas em banco, que 
transformam os recursos financeiros quase que imediatamente, como também existem ativos de 
menor liquidez,como os imóveis e as aplicações financeiras fixas, que precisam de determinado 
tempo para trazer esses recursos financeiros. 
18 Laureate- International Universities
Introdução a finanças empresariais
Figura 5 – Os índices de liquidez possibilitam a correta tomada de de-
cisões financeira, agregando valor para a organização.
Fonte: Shutterstock, 2015.
Desse modo, no estudo de finanças é importante compreender como a empresa gerencia essa 
capacidade de transformação de seus ativos em recursos prontamente utilizáveis, ou seja, como 
a empresa consegue administrar a liquidez. Isso pode ser feito através da aplicação, elaboração 
e interpretação correta dos chamados índices de liquidez, que são índices que demonstram a 
capacidade da empresa em produzir capital no curto prazo, isto é, a capacidade de determinada 
empresa em obter dinheiro rapidamente, seja através de caixa, aplicações em bancos, estoques 
ou outros tipos de recursos físicos.
Acompanhe, na sequência, quais são esses índices.
a) ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE
É o índice que mostra o quanto a empresa dispõe de recursos financeiros a curto prazo, compa-
rando tais recursos com cada R$1,00 de dívidas no curto prazo que a instituição possui, ou seja, 
esse índice mostra quanto a empresa possui de recursos financeiros para utilização rápida em 
relação às suas obrigações de curto prazo (HOJI, 2014). 
Pode ser calculado pela seguinte fórmula:
LC = (AC – DA) / (PC)
Figura 6 – Fórmula para calcular o índice de liquidez corrente.
Fonte: Elaborada pelo autor, baseada em Assaf Neto, 2012.
19
Em que:
•	 LC: Liquidez Corrente;
•	 AC: Ativo Circulante;
•	 DA: Despesas Antecipadas;
•	 PC: Passivo Circulante.
b) ÍNDICE DE LIQUIDEZ SECA 
O índice de liquidez seca serve para demonstrar a capacidade de pagamento de obrigações no 
curto prazo, desconsiderando os valores que estão provisionados nos estoques, ou seja, mostra 
a capacidade de pagamentos de dívidas da empresa no curto prazo sem a necessidade de se 
utilizar os estoques, isto é, a empresa consegue sanar suas obrigações somente com valores fi-
nanceiros disponibilizados em caixa ou outras aplicações financeiras (ASSAF NETO, 2012). 
É possível calcular esse índice através da seguinte fórmula:
LS = (AC - DA - E) / (PC)
Figura 7 – Fórmula para cálculo do índice de liquidez seca.
Fonte: Elaborada pelo autor, baseada em Assaf Neto, 2012.
Em que:
•	 LS: Liquidez Seca;
•	 AC: Ativo Circulante;
•	 DA: Despesas Antecipadas;
•	 E: Estoques;
•	 PC: Passivo Circulante.
c) ÍNDICE DE LIQUIDEZ GERAL 
O índice de Liquidez Geral consegue demonstrar a capacidade de pagamento de uma empresa 
em longo prazo, ou seja, em períodos superiores a um ano, sendo esses compromissos auferidos 
através de empréstimos e financiamentos (ASSAF NETO, 2012).
É possível fazer o seu cálculo pela fórmula a seguir:
20 Laureate- International Universities
Introdução a finanças empresariais
LG = (AC + RLP) / (PC + ELP)
Figura 8 – Fórmula para calcular o índice de liquidez geral.
Fonte: Elaborada pelo autor, baseada em Assaf Neto, 2012.
Em que:
•	 LS: Liquidez Geral;
•	 AC: Ativo Circulante;
•	 RLP: Realizável a Longo Prazo;
•	 ELP: Exigível a Longo Prazo;
•	 PC: Passivo Circulante.
Agora, apresentaremos a você um exemplo de como se calcular e interpretar todos esses índices 
através do Balanço Patrimonial.
Assim, vamos utilizar o Balanço Patrimonial da Petrobrás, datado de 31 de dezembro de 2014, 
para calcularmos os índices de liquidez dessa empresa no ano de 2014.
O Balanço Patrimonial da Petrobrás é mostrado na tabela a seguir. Acompanhe:
BALANÇO PATRIMONIAL PETROBRÁS S/A 31/12/2014
Ativo Total 793.374.949
Ativo Circulante 135.023.010
Caixa e Equivalentes de Caixa 44.239.000
Aplicações Financeiras 24.763.001
Contas a Receber 21.167.000
Estoques 30.457.000
Ativos Biológicos 0
Tributos a Recuperar 10.123.000
Despesas Antecipadas 0
Outros Ativos Circulantes 4.274.000
Ativo Realizável a Longo Prazo 50.104.001
Aplicações Financeiras Avaliadas a Valor Justo 6.000
Aplicações Financeiras Avaliadas ao Custo Amortizado 284.000
Contas a Receber 14.441.000
21
BALANÇO PATRIMONIAL PETROBRÁS S/A 31/12/2014
Tributos Diferidos 13.318.000
Outros Ativos Não Circulantes 22.055.000
Investimentos 15.282.000
Imobilizado 580.990.009
Intangível 11.975.999
Passivo Total 793.374.949
Passivo Circulante 82.659.000
Obrigações Sociais e Trabalhistas 5.489.000
Fornecedores 25.924.000
Obrigações Fiscais 657.000
Empréstimos e Financiamentos 31.565.001
Outros 16.909.000
Provisões 2.115.000
Passivo Não Circulante 399.993.995
Empréstimos e Financiamentos 319.470.010
Tributos Diferidos 8.052.000
Provisões 72.472.003
Participação dos Acionistas Não Controladores 1.874.000
Patrimônio Líquido 308.847.970
Capital Social Realizado 205.431.996
Reservas de Capital -646.000
Reservas de Lucros 149.015.003
Lucros/Prejuízos Acumulados -21.577.001
Outros Resultados Abrangentes -23.375.999
Tabela 8 – Exemplo de Balanço Patrimonial da empresa Petrobrás S/A - 2014
Fonte: Elaborada pelo autor, baseada em: <http://www.fundamentus.com.br/balancos.
php?papel=petr4&tipo=1>.
NÃO DEIXE DE VER...
Enron - Os Mais Espertos da Sala - 2005.
O filme mostra a grande fraude contábil que caracterizou um dos maiores escândalos 
financeiros dos últimos anos na empresa Enron S/A, nos Estados Unidos. Através da 
manipulação dos resultados dos balanços financeiros e contábeis, os diretores da em-
presa conseguiam vantagens, que os tornaram milionários. No entanto, a fraude foi 
descoberta e a empresa veio à falência, deixando uma enorme dívida e milhares de 
pessoas desempregadas.
22 Laureate- International Universities
Introdução a finanças empresariais
Para começar, vamos calcular o índice de liquidez corrente, que é obtido pela fórmula:
LC = (AC - DA) / (PC)
Figura 9 – Fórmula para calcular o índice de liquidez corrente.
Fonte: Elaborada pelo autor, baseada em Assaf Neto, 2012.
Assim, é preciso verificar no Balanço Patrimonial quais são os valores do Ativo Circulante (AC), 
das Despesas Antecipadas (DA) e do Passivo Circulante (PC) para então aplicar esses valores na 
fórmula, encontrando o valor do índice.
Figura 10 – Fórmula para calcular a liquidez corrente.
Fonte: Elaborada pelo autor, baseada em Assaf Neto, 2012.
Desse modo, podemos visualizar no Balanço Patrimonial que o Ativo Circulante é de 
R$135.023.010, a empresa não possui Despesas Antecipadas e o Passivo Circulante é de 
R$82.659.000. 
Então, aplicando a fórmula temos o valor de R$135.023.010 dividido por R$82.659.000, o 
que gera um resultado de 1,633494, que é o índice de liquidez corrente da empresa no ano de 
2014.
Isso significa que a empresa consegue R$1,63 disponível em recursos financeiros para cada 
R$1,00 que possui em obrigações, ou seja, a empresa consegue pagar seus compromissos finan-
ceiros e ainda possui uma sobra de R$0,63 para cada R$1,00 devido.
Agora, o passo seguinte é calcular o índice de liquidez seca, que é obtido pela fórmula:
23
LS = (AC - DA - E) / (PC)
Figura 11 – Fórmula para calcular o índice de liquidez seca.
Fonte: Elaborada pelo autor, baseada em Assaf Neto, 2012.
Para isso, é preciso verificar no Balanço Patrimonial quais são os valores do Ativo Circulante 
(AC), das Despesas Antecipadas (DA), do Passivo Circulante (PC) e do valor dos Estoques (E) para 
então aplicarmos esses valores na fórmula, encontrando o valor do índice.
Figura 12 – Fórmula para calcular o índice de liquidez seca.
Fonte: Elaborada pelo autor, baseada em Assaf Neto, 2012.
Desse modo, pode-se visualizar no Balanço Patrimonial que o Ativo Circulante é de R$135.023.010, 
a empresa não possui Despesas Antecipadas, o Passivo Circulante é de R$82.659.000e o valor 
dos Estoques é de R$30.457.000. 
Assim, ao aplicarmos na fórmula, temos o valor de R$135.023.010 menos o Valor dos Estoques, 
que é de R$30.457.000. Então dividimos o resultado obtido por R$82.659.000, o que gera um 
resultado de 1,265029, que é o Índice de Liquidez seca da empresa no ano de 2014.
Isso significa que a empresa consegue R$1,26 disponível em recursos financeiros para cada 
R$1,00 que possui em obrigações, já descontando todos os estoques, ou seja, a empresa con-
segue pagar seus compromissos financeiros, possui uma sobra de R$0,26 para cada R$1,00 
devido e não precisa comercializar os seus estoques para poder pagar algum tipo de obrigação.
Isso mostra que a empresa possui liquidez em caixa ou em aplicações financeiras e não precisa 
se desfazer de seus estoques para cumprir os seus compromissos financeiros.
a) ÍNDICE DE LIQUIDEZ GERAL 
Agora, o passo seguinte é calcular o Índice de Liquidez Geral, que é obtido pela fórmula:
24 Laureate- International Universities
Introdução a finanças empresariais
LG = (AC + RLP) / (PC + ELP)
Figura 13 – Fórmula para calcular o Índice de Liquidez Geral.
Fonte: Elaborada pelo autor, baseada em Assaf Neto, 2012.
Para tal, é preciso verificar no Balanço Patrimonial quais são os valores do Ativo Circulante (AC), 
das Despesas Antecipadas (DA), do Passivo Circulante (PC), do Realizável a Longo Prazos (RLP) e 
do valor do Exigível a Longo Prazo (ELP) para então aplicarmos a fórmula, encontrando o valor 
do índice.
Figura 13 – Fórmula para calcular o Índice de Liquidez Geral.
Fonte: Elaborada pelo autor, baseada em Assaf Neto, 2012.
Desse modo, podemos visualizar no Balanço Patrimonial que o Ativo Circulante é de 
R$135.023.010, a empresa não possui despesas antecipadas e o Passivo Circulante é de 
R$82.659.000. Além disso, os valores do Realizável a Longo Prazos (RLP) é de R$50.104.001 e 
do valor do Exigível a Longo Prazos (ELP) é de R$31.565.001.
Ao aplicarmos a fórmula, temos o valor de R$135.023.010 mais o valor do Realizável a Longo 
Prazos (RLP), que é de R$50.104.001. Então, temos de dividir o resultado obtido pela soma 
entre o Passivo Circulante de R$82.659.000 e o valor do Exigível a Longo Prazos (ELP) de 
R$31.565.001.
O resultado da divisão dos dois valores obtidos é de 1,620736, que é o Índice de Liquidez Geral 
da empresa no ano de 2014.
Isso significa que a empresa consegue R$1,62 disponível em recursos financeiros para cada 
R$1,00 que possui em obrigações, levando em conta todas as suas obrigações, tanto a curto 
quanto a longo prazo.
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Por que é importante calcular os Índices de Liquidez?
É importante conhecer os valores dos Índices de Liquidez pelo fato de que eles demons-
trarem qual o potencial da empresa em cumprir as suas obrigações financeiras, tanto 
a curto quanto a longo prazo, transformando os seus ativos em recursos financeiros. 
O ideal é que esses índices tenham valores maiores que 1,00, pois esses índices re-
presentam a quantidade de 1,00 de dívidas ou obrigações financeiras que a empresa 
necessita pagar. Se os índices forem inferiores a esse valor, isso significa que a empresa 
terá dificuldade para quitar suas obrigações.
NÓS QUEREMOS SABER!
Figura 15 – A correta elaboração e interpretação dos índices de liquidez possibili-
ta ganhos para a empresa, em função da adequada tomada de decisões.
Fonte: Shutterstock, 2015.
CASO
Uma empresa de prestação de serviços foi estudada a partir de Índices de Liquidez, com o intuito 
de verificar a situação financeira de tal instituição em relação à capacidade de utilizar seus re-
cursos para o cumprimento das obrigações. 
A partir dos dados do Balanço Patrimonial do Exercício, foram analisados os anos de 2008, 
2009 e 2010. Acompanhe os resultados a seguir.
26 Laureate- International Universities
Introdução a finanças empresariais
Índices 2008 2009 2010
Liquidez Geral (LG) 1,19 1,67 1,21
Liquidez Corrente (LC) 1,89 1,71 1,22
Liquidez Seca (LS) 1,89 1,71 1,22
Tabela 9 – Resultados da análise dos Índices de Liquidez
Fonte: <http://sites.unifra.br/Portals/36/Sociais/2009/02%20AN%C3%81LISE%20POR%20MEIO...pdf>. Acesso 
em: 7 jun. 2015.
Os resultados da análise mostram que a organização possui uma situação favorável em relação 
à sua capacidade de saldar suas obrigações a curto e longo prazo nos três anos avaliados.
Análise de Balanços - Análise da Liquidez e do Endividamento, Análise do Giro, Renta-
bilidade e Alavancagem Financeira, de Sérgio de Iudícibus, reúne um conjunto de ca-
racterísticas que o diferenciam dos que adotam as tradicionais abordagens da análise 
de balanços. Inicialmente, preocupa-se em fixar claramente uma série de princípios 
contábeis e em definir as bases e estruturas dos sistemas contábeis para fundamentar 
mais solidamente os subsequentes trabalhos de análise que serão desenvolvidos. Edi-
tora Atlas, 10a edição, 2009.
NÃO DEIXE DE LER...
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Síntese
•	 O Capital de Giro é um valor financeiro que a organização utiliza para cobrir a lacuna 
existente entre o Ciclo Operacional e o Ciclo de Caixa.
•	 Para poder elaborar a análise correta e os devidos cálculos do Capital de Giro, é preciso 
conhecer as definições e os conceitos da contabilidade.
•	 A Análise Vertical e a Análise Horizontal são muito utilizadas na gestão financeira, pois 
possibilitam subsídios para a tomada de decisões empresariais no tocante ao alcance dos 
objetivos.
•	 A Análise Horizontal é desenvolvida através da comparação de resultados obtidos no 
Balanço Patrimonial e na demonstração de resultado em períodos de tempo diferentes, 
tendo como objetivo visualizar as modificações que aconteceram no balanço de um ano 
para outro.
•	 Da mesma forma observada na análise horizontal, utiliza-se também o balanço patrimonial 
e da demonstração de resultados para compreender a participação de cada componente 
dessa ferramenta no contexto das receitas da empresa. 
•	 A liquidez é entendida como a capacidade de uma empresa em transformar seus ativos 
em recursos financeiros que podem ser utilizados imediatamente. Eis o entendimento 
essencial desse índice: quanto “maior, melhor”. 
Síntese
28 Laureate- International Universities
Referências
ASSAF NETO, A. Finanças Corporativas e Valor. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
______; LIMA, F. G. Fundamentos de Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 2010.
HOJI, M. Administração Financeira e Orçamentária.11. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
CHING, H. Y.; MARQUES, F.; PRADO, L. Contabilidade e Finanças para não especialistas. 
3. ed. São Paulo: Pearson, 2010.
GROPPELLI, A. A.; NIKBAKHT, E. Administração Financeira. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
MATHIAS, W. F.; GOMES, J. M.: Matemática Financeira com mais de 600 exercícios resol-
vidos e propostos. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
Bibliográficas

Outros materiais