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Epidemiologia, História Natural e Prevenção de Doenças 29 í I ! I / ! I I I ; j dos, transformam-se em sintomas. É o está- gio chamado de clínico, iniciado ao ser atin- gida uma massa crítica de alterações funcio- nais no organismo acometido. A evolução da doença encaminha-se então para um desenlace; a doença pode passar ao período ele cura, evoluir para a cronicidade, ou pro- •.• gredir para a invalidez ou para a morte (FiEÇ 2-lB e C). ."----. Cronicidadc A evolução clínica da doença pode progre- dir até o estado de cronicidade ou conduzir o doente a um dado nível de incapacidade física por tempo variável. Pode também produzir lesões que serão, no futuro, uma porta aberta para novas doenças. Do estado crônico, com incapacidade temporária para desempenho de alguma atividade específi- ca, a doença pode evoluir para a invalidez permanente ou para a morte. Em outros casos, para a cura. PREVENÇÃO Winslow, citado por Leavel & Clark (1976), define: "Saúde pública é a ciência e a arte de evitar doenças, prolongar a vida e desen- volver a saúde física e mental e a eficiência, através de esforços organizados da comuni- dade para o saneamento do meio ambiente, o controle de infecções na comunidade, a organização de serviços médicos e pararné- dicos para o diagnóstico precoce e o trata- mento preventivo de doenças, e. o aperfei- çoamento da máquina social, que irá asse- gurar a cada indivíduo, dentro da comuni- dade, um padrão de vida adequado à manu- tenção da saúde." Aprofundando a definição formulada por Winslow, comparando-a com o pensamento de outros autores e com definições dadas a termos correlatos, isolando e analisando os conceitos embutidos em cada um de seus termos fundamentais, somos levados a con- siderar a saúde pública como uma tecnolo- gia, mais do que como uma ciência, isto é, adaptando Winslow, saúde pública é técnica e é arte. Por outro lado, parece-nos que saúde pública e epidemiologia são indissociáveis quanto a seus objetivos sociais e quanto à sua prática, sendo a epidemíologia o instru- mento privilegiado para orientar a atuação da saúde pública. Se a saúde pública é a fa- ce tecnológica, a epidemiologia será a face científica. A saúde pública intervém bus- cando evitar doenças, prolongar a vida e ,desenvolver a saúde física e mental e a efi- ciência. A epidemiologia persegue a obser- vação exata, a interpretação correta, a ex- plicação racional e a sistematização cientí- fica dos eventos de saúde-doença em nível coletivo, orientando, portanto, as ações de intervenção. . A prática da saúde pública, ao contrário, apesar de assentar grande parte de suas decisões sobre o conhecimento epidemioló- gico, não deixa de ser uma prática de inter- venção social planejada e, como tal, uma parte ponderável de suas ações é resultan- te de decisões pessoais ou colegiadas, é limitada pela estrutura socioeconômica então vigente e é determinada por uma multiplicidade de fatores não-científicos, entre os quais se alinham a ideologia, a de- cisão política, as conveniências contingen- tes, o nível de autoridade de pessoas ou de grupos, a experiência de vida de seus agen- tes e a falta ou presença de bom senso. Assim considerada a Saúde Pública, seus pressupostos e a sua prática podem e devem ser externamente e internamente criticados, ponderados e até mesmo contes- tados a partir de pontos de vista - inclusive não-científicos - de caráter opinativo, filo- sófico, ideológico e científico e de vivências. A Epidemiologia é a ciência que estabe- lece ou indica e avalia os métodos e proces- sos usados pela saúde pública para preve- nir as doenças. Por outro lado, a saúde pública como te c- nologia pode ser inserida como parte em uma tecnologia mais abrangente, a medici- na preventiva. Esta última, se definida como a técnica e a arte de evitar doenças, prolongar a vida e desenvolver a saúde físi- ca e mental e a eficiência, deverá abranger também o componente preventivo da medi- cina individualizada (Fig. 2-3). Nessa figura, a medicina preventiva, abrangente, envolve a saúde pública e a medicina individual. Esta, a clínica, tem como ciência básica pri- mordial a patologia. O suporte científico da saúde pública é a epidemiologia. I, I. I.
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