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GESTÃO DE PESSOAS E COMPETÊNCIAS Estudo de Caso Equipe de Remo GPC

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MBA EM ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA
Fichamento de Estudo de Caso
Igor Amaral Coelho
Trabalho da disciplina Gestão de pessoas e competências
 Tutor: Prof. Norma Brandão
Salvador 
2017
Estudo de Caso: ESTUDO DE CASO EQUIPE DE REMO GPC
Referência: SNOOK, Scott; POLZER, Jefrey T.. A Guarnição de Remo do Exército: Harvard Business School, 406 – P01, 2004.
Tudo começou com uma situação enfrentada pelo treinador Preczewsli (ou treinador P.) nunca vista em nove anos neste esporte. Havia duas guarnições de barco, a do Varsity Junior (VJ) e a do Varsity (V). Na equipe do barco V foi selecionada com os oito melhores remadores e a do VJ com oito remadores do ranking mais baixo da equipe. Mesmo os componentes do V sendo os “melhores” do VJ estavam ganhando frequentemente os treinos. Mesmo o treinador P tentando várias formas de resolver a situação, nada adiantava. O Campeonato Nacional estava chegando e a ação mais radical naquele momento era reconhecer que a equipe do VJ era melhor e transferi-la para o barco V. Ele pensou até em dividir as equipes em cada barco e intervir no desempenho dos remadores do barco V, mas não sabia como faria isso.
O remo é primeiro esporte interuniversitário dos EUA, começou em 1852 com uma regata entre Harvard e Yale. A temporada de regatas de outono era composta por regatas chamadas de “Head” normalmente de 5,6 km. Essas regatas agrupavam de 20 a 60 guarnições remando com seus barcos contra o relógio. Depois que todas as guarnições completavam a regata, elas eram classificadas de acordo com os tempos obtidos, determinando o vencedor. 
Ser bem sucedido em guarnições de remo exigia uma combinação única de habilidades pessoais e coordenação em equipe. Um projeto de pesquisa com dezenas de técnicos desta modalidade esportiva indicaram os fatores que eles consideravam mais significativos para se obter o máximo desempenho. 
Na pesquisa era mencionada a importância de mais de duzentas variáveis relacionadas com o remo “simples”, no qual cada membro da guarnição utiliza apenas um remo. Na amostra havia treinadores de vários níveis, desde iniciantes a mestres com mais de quatro anos de experiência. Estas respostas poderiam ser subdivididas em quatro categorias distintas relativas a questões de força e condicionamento, técnica de remar, fatores psicológicos e de organização de um programa. O nível de experiência dos treinadores contava muito para a importância atribuída a essas categorias. Os técnicos mais novos e intermediários consideraram um grande número de variáveis (chegando às vezes até cem) como sendo altamente importantes, ao passo que os técnicos mais experientes se concentraram em um número menor de variáveis, entre 11 e 20. Os técnicos iniciantes focavam na técnica, os técnicos intermediários no condicionamento; os técnicos mestres destacaram as variáveis psicológicas como de maior importância para o sucesso das guarnições.
Para medir a força e a resistência individual o treinador usava o “ergômetro” ou erg, de remar que media o trabalho realizado em uma distância ou período de cada remador. Este aparelho simulava a técnica de remar, mas eliminava a instabilidade de remar em um barco de competição, isolava os membros da guarnição. Todos eram testados constantemente durante o ano entre si e contra seus próprios resultados. Os testes eram também comparados com resultados de anos anteriores e com outras equipes de outras máquinas com precisão de um décimo de segundo de 2.000 metros.
Os exercícios de levantamento de peso auxiliavam no erg. O de banco de supino, exercícios para pernas, entre outros, davam aos técnicos outros parâmetros do progresso dos competidores durante o período.
O trabalho em equipe é de extrema importância, pois as remadas dos atletas precisam ser sincronizadas sem recompensa individual. Nenhum membro pode tentar remar mais que o outro porque o ritmo do barco poderia reduzir. Precisa haver uma sincronia de todos e para isso a concentração é primordial. Todos os membros do corpo de um remador têm que estar em perfeita harmonia, caso contrário tudo estará perdido. As remadas devem estar em equilíbrio e não podem desacelerar. Com o Centro de gravidade acima do barco qualquer movimento fora das remadas poderia fazer o barco pender de um lado para o outro e o remo bater na água. A maior dificuldade é permanecer sincronizado. Por várias vezes é muito difícil dar 200 remadas perfeitas, mas os melhores remadores se destacavam por adaptarem bem às remadas dessincronizadas e instáveis. O importante é acreditar que quem tivesse feito o erro corrigisse sua próxima remada e recuperasse a velocidade e o equilíbrio.
A confiança estava no psicológico de cada membro da equipe. Todos contribuíam com o esforço físico, mas a desconcentração era um efeito dominó e afetava os movimentos de todos os remadores. 
A exaustão física ou um colapso poderia fazê-lo sentir que era impossível chegar à final. Nunca um remador poderia parar nem se quer por uma remada, pois o “momentum” da equipe seria quebrado. Esta pequena parada poderia produzir uma grande carga nos outros remadores. Se ao contrário, na ansiedade de chegar mais rápido um remador aumentasse a velocidade da remada também aumentaria as chances de falha. Em resumo ganhar uma regata exige dos remadores luta para não atingir seu limite físico e ao mesmo tempo o mínimo possível de erros técnicos de cada remada. A confiança que o companheiro de equipe se corrigirá é essencial. O treinador P. às vezes exercitava seus competidores a remarem com os olhos fechados para treinarem a coordenação das remandas ou o chamado de “swing” que é uma atividade sem esforço onde o participante sente-se em êxtase.
A equipe estava ansiosa pelo início da temporada depois de muito treinamento inclusive na antiga Vila Olímpica de remo de 1996, em Atlanta remando em barcos selecionados aleatoriamente para a concentração em técnica e adaptabilidade. Também liam artigos sobre o esporte e biografias sobre remadores. À tarde o treinador realizou várias “disputas por carrinho” para a seleção dos remadores do barco V. Este tipo de disputa fornecia informações sobre as habilidades de cada remador e da equipe em barcos na água. Este processo era muito utilizado na seleção da equipe olímpica. A princípio era dividido o grupo em dois barcos de quatro pessoas cada, para uma disputa em águas calmas, se houvesse uma vitória por 10 metros, isso era registrado. Depois um membro de cada barco trocava de lugar e havia uma nova disputa, se houvesse vitória por 15 metros, também havia um registro que o remador “X” do barco A era 25 metros melhor que o remador “Y” que trocou de lugar. A diferença das disputas poderia ser atribuída aos remadores que eram trocados de lugar. O remador nunca sabia que momento seria trocado de barco, portanto seria provável que ele estaria sempre motivado a ter um bom desempenho. Eram feitas todas as combinações possíveis com resultados muito próximos. Se houvesse alguma dúvida sobre alguma algum resultado, este era repetido para evitar qualquer engano. Todas estas disputas deram ao treinador uma aferição decrescente das capacidades dos competidores. Na disputa pelos carrinhos dois indivíduos com alta resistência foram para o barco VJ, um se concentrava no desempenho pessoal e atrapalhou sua equipe, criticava os colegas e não se esforçava o suficiente na água. O outro tinha uma técnica abaixo do esperado na água.
No primeiro treino dos remadores no rio Hudson o VJ venceu o V. na regata de treino e não foi só desta vez. No início o treinador estranhou e depois com a frequência de derrotas do V. pelo VJ as coisas ficaram mais complicadas. Observando as remadas das equipes o treinador percebeu que as do V. eram mais lentas e nada do que tinha sido analisado diria que isso aconteceria. Então foi feita uma experiência de disputa com dois membros de cada equipe e nestas disputas o barco V ganhava,independente das duplas envolvidas na disputa. Mais uma vez toda a análise inicial se confirmava. O problema era quando os oito remadores de cada barco se juntavam para a disputa.
Novas análises foram feitas do ponto de vista físico e comportamental. Mesmo o assistente do treinador contribuiu com critérios subjetivos sobre comentários feitos pelo treinador e os remadores. Após a nova análise e a confirmação da habilidade técnica e condicionamento físico dos remadores do barco V. nenhum destes se classificou como líder e alguns não tinham o “espírito” de equipe. Já no VJ todos eram muito unidos. Então o treinador começou a considerar os fatores psicológicos, pois tinha formação e doutorado em psicologia, conhecimento suficiente para iniciar a análise. Mesmo assim ele trouxe um profissional especializado em aumentar o desempenho individual e de equipes para complementar o estudo.
Mesmo com o condicionamento físico dos remadores bem melhor que no ano anterior, o treinador marcou um encontro da equipe com o responsável pelo condicionamento, apelidado pelos competidores de “satã”, devido às sessões “pesadas” de exercícios. Nesta reunião ia ser informado sobre um plano mais severo de exercícios físicos para aprimorar a resistência e a força dos envolvidos.
Com a chegada do campeonato os membros do VJ estavam mais entusiasmados do que os do V. Esta reação teve influência da troca de remadores do VJ para o V., pois estes se sentiram valorizados por estarem no barco dos “melhores”. A reação foi inversa com os remadores do barco V., que se sentiram “rebaixados” e menosprezados. 
Com todas estas análises o treinador considerou algumas alternativas: 
Trocas das equipes dos barcos (a do V. para o VJ e vice-versa);
Fazer a troca de alguns remadores de cada barco; ou
Interceder no desempenho dos remadores do barco V. para a melhora do resultado.
Então foi marcada uma reunião com as equipes. No dia da reunião depois de mais uma disputa entre as equipes de remadores dos dois barcos com mais uma derrota do V. para o VJ, com a indignação dos derrotados e o entusiasmo dos vencedores, o treinador começou a reunião falando sobre como confiava em todos, mesmo sem esconder o desapontamento daquela situação. Falou dos critérios de avaliação e seleção das equipes e finalizou solicitando uma solução para os problemas.
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