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Artigo Recursos Hidricos na construção civil

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Recursos Hídricos na Construção Civil
Economia de Recursos Hídricos em Canteiros de obras 
SEVERO, Ana Laura Guaitaneli¹ 
MORA, Bruna Regina¹ 
FARINA, Gabriela¹
GUIMARÃES, Jaqueline Amaral¹ 
Resumo
A população mundial se depara com o nível do consumo de agua potável superior a sua disponibilidade. Aliás, falar sobre disponibilidade de água não significa somente em quantidade, mas em sua qualidade para suprir as necessidades da população. O problema é que a qualidade da água está sendo perdida, que engloba um aumento nos custos de tratamento e acesso a esse recurso. Portanto o estudo teve como objetivo trabalhar a gestão da água em canteiros de obras de construção civil. Com a experiência estudada compreende que a água é um material fundamental para execução de obras e conclui-se que com uma boa gestão da água há benefícios econômicos e ambientais. A implantação de um sistema de coleta e armazenamento de águas pluviais pode ser útil e econômica. A água das chuvas pode ser reaproveitada em descargas, em serviços de limpeza da obra e, até mesmo, na cura do concreto. A água utilizada em lavatórios, chuveiros e bebedouros também pode ser reaproveitada após filtragem.
Palavras-chave: Reutilização, água da chuva, canteiro de obras. 
Abstract
The world population faces the level of water consumption exceeding ​​of its availability. In fact, talking about water availability does not mean only in quantity, but in its quality to supply the needs of the population. The problem is that water quality is being lost, which includes an increase in treatment costs and an increase in the costs of access to this resource. Therefore, the study aimed to work on water management in construction. With the experience studied, water is a fundamental material for the execution of works and it is concluded that with good water management there are economic and environmental benefits. The implementation of a rainwater collection and storage system can be useful and economical. Rainwater can be reused in discharges, in cleaning services, and even in curing concrete. The water used in wash basins, showers and drinking fountains can also be reused after filtration.
Keywords: Reuse, Rainwater, Construction. 
1. Introdução 
Desenvolvimento sustentável é aquele capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as futuras gerações, ou seja, desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. (REPORT, 1987)
Os recursos naturais são elementos da natureza úteis ao ser humano para a sua sobrevivência, conforto e desenvolvimento de diversas atividades. E o recurso natural essencial para a nossa vida é a água, pois, sem ela em quantidade e qualidade adequadas, não é apenas o desenvolvimento econômico-social e a nossa rotina que ficam comprometidos, mas também a nossa própria sobrevivência. Só existimos porque há água na Terra. Por isso, a disponibilidade desse recurso é uma das principais questões socioambientais do mundo atual.
Segundo Clarke e King (2005), a Terra dispõe de aproximadamente 1,39 bilhão de quilômetros cúbicos de água. Apenas 3% de todos os recursos hídricos existentes no planeta são de água doce própria para consumo. Segundo informações do Censo Demográfico do IBGE de 2010, o Brasil possui a maior reserva mundial de água potável, com cerca de 12% do montante total.
O abastecimento de água doce do planeta está em risco, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU, 2015). Conforme dados do Relatório da ONU sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos de 2015, se a população não mudar o uso, o gerenciamento e compartilhamento do recurso, este poderá não ser suficiente para suprir as necessidades da população mundial. "Se a média de consumo global não diminuir, o cotidiano da população pode ser afetado drasticamente, inclusive no Brasil", diz Tundisi.
A Engenharia Civil utiliza a água em quase todos os serviços, sendo como componentes ou ferramentas. A construção civil utiliza a água como componente, principalmente, na confecção do concreto, argamassa e na umidificação do solo em compactação dos aterros. Dados do Worldwatch Institute (2011) mostram que este setor responde por 40% do consumo mundial de energia e por 16% da água utilizada no mundo. Segundo Neto (2005), para a confecção de um metro cúbico de concreto, se gasta em média 160 a 200 litros de água, e ainda na compactação de um metro cúbico de aterro podem ser consumidos até 300 litros de água. 
Este breve relato sobre a disponibilidade e o consumo de água na construção, comprova a relevância de estudar formas de gestão da água. Neste sentido, o objetivo dessa pesquisa foi trabalhar a gestão da água em obras de construção civil, com intuito de buscar um melhor entendimento do consumo de água nos canteiros de obras, e a fim de propor alternativas necessárias, principalmente, para redução desse grande consumo de água potável em obras.
2. Referencial Teórico 
O conceito de desenvolvimento sustentável foi reconhecido internacionalmente em 1972, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, Suécia. A comunidade internacional adotou a ideia de que o desenvolvimento socioeconômico e o meio ambiente, até então tratados como questões separadas, ambos podem ser trabalhados em conjunto para melhoria dos mesmos. (ONU, 1972) 
Em 1983, é estabelecida a Comissão Mundial das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, foi de investigar as preocupações levantadas nas décadas anteriores acerca dos graves e negativos impactos das atividades humanas sobre o planeta, e como os padrões de crescimento e desenvolvimento poderiam se tornar insustentáveis caso os limites dos recursos naturais não fossem respeitados. (ONU, 1983)
A escassez dos recursos hídricos e a sua utilização de forma desordenada estão entre as principais preocupações dos líderes internacionais desde o início da década de 1990, sendo seu principal manifesto o Capítulo 18 da Agenda 21, estabelecida durante a Eco-92, realizada no Rio de Janeiro. (CNUMAD, 1992)
O problema está a se acelerar. Segundo o World Bank (2002), no planeta, mais de um bilhão de pessoas não têm acesso adequado à água e 1,7 bilhão não têm condições sanitárias mínimas. Supõe-se que em poucos anos a escassez de água seja o principal limitador da produção agrícola, como já concorre com as demandas industrial e urbana pelo uso da água.
Segundo previsões do Programa Ambiental das Nações Unidas, caso os hábitos de desperdício e degradação dos recursos hídricos não se modifiquem até 2025 dois terços da população mundial estarão vivendo em condições de escassez de água (UNEP, 2002). De acordo com o relatório trienal divulgado em 2009 pela UNESCO, em 2025, cerca de três bilhões de pessoa, mais da metade da população mundial, sofrerão com a escassez de água, caso continuar o crescendo a demanda do uso desse recurso.
 A percepção da escassez faz com que a água passe a ser considerado um recurso natural com valor econômico, estratégico e social, essencial à existência e ao bem-estar do homem e também à manutenção dos ecossistemas. A água é um bem de toda a sociedade. Seu uso inadequado, aliado à crescente demanda do recurso, vem preocupando especialistas e autoridades no assunto.
De maneira geral, a água não é vista e nem tratada como material de construção, tanto que nas composições de custos dos serviços de engenharia não se inclui o item água. Segundo Neto (2005), água é usada em quase todos os serviços de engenharia, às vezes como componente e outras como ferramenta. Entra como componentes nos concretos e argamassas e na compactação dos aterros e como ferramenta nos trabalhos de limpeza, resfriamento e cura do concreto.
É comum encontrar um grande consumo de água em obras de construção civil, bem como na fabricação de seus materiais. Esse grande consumo é devido ao fato de a água possuir duas principais funções: a de dissolução e a do transporte de vários tipos de materiais, por se tratar de um bem naturalcom renovação apenas com a precipitação, dependente de vários fatores climáticos, cuidados com esse recurso é de extrema importância. (SILVA, 2011)
De acordo com o comitê temático da água do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS, 2009), a construção civil é responsável por exorbitante parte do consumo de água potável no mundo. Em áreas urbanizadas chega a ser de cerca de 50% da água potável fornecida à região, podendo chegar a 84% como ocorre na cidade de Vitória (ES). O uso adequado de fontes alternativas de água em substituição à água potável pode ajudar a reduzir esse valor em 30% a 40% colaborando para a mitigação dos impactos causados pela construção civil no meio ambiente.
Os canteiros de obras no Brasil consomem muita água, porque o setor não tem a cultura de construção seca, estrutura metálica e placas de gesso acantonado. Ao contrário, os sistemas construtivos mais empregados no país, concreto, alvenaria assentada com argamassa e revestimento argamassada, usam muita água. A crise hídrica pode contribuir para a mudança dessa cultura. Muitas construtoras têm nos procurado para obter um desempenho ambiental mais elevado e, ao mesmo tempo, encontrar meios para reduzir seu custo de construção. (MELHADO, 2015)
Outro fato válido de ser destacado é que no Brasil o prazo médio nas obras de edificações da construção civil é três vezes maior em relação às construções americanas e duas vezes o desperdício nas construções europeias (MELLO, 2009). São situações que chamam atenção e justificam a importância desse estudo.
Com o colapso dos reservatórios de água de São Paulo fez acender o sinal de alerta nos canteiros de obras. Preparando-se para um racionamento severo, um dos caminhos é se espelhar nas práticas dos empreendimentos que trabalham com certificações ambientais. A começar pelo monitoramento do consumo de água no canteiro de obras, que deveria ser uma prática corrente. (MELHADO, 2015)
A Construção Sustentável é um conceito moderno da Engenharia Civil que pode ser aplicado ao projeto de qualquer tipo de estrutura, indo desde pequenas casas populares até a construção de grandes prédios, como fábricas ou hospitais. Segundo ela, a ação pode ser feita por meio da quantificação do consumo por metro quadrado de construção ou de equipamentos mais sofisticados, responsáveis por fazer a medição de água setorizada. Na construção sustentável, os engenheiros civis e arquitetos procuram usar tecnologias ecológicas nas obras para preservar o meio ambiente e poupar os recursos naturais. (MELHADO, 2015)
Medalho (2015), afirma que, se levarmos em consideração todo o processo de produção, incluindo, por exemplo, componente água, esse entendimento poderá ser revisto. “E não se trata apenas da falta de água, mas do preço da água que tende a ser cada vez mais caro”, alerta e opina: “A construção civil no país não pode parar por conta da crise hídrica, o que precisamos é melhorar a nossa engenharia”.
Diante do cenário dos recursos hídricos, todos buscam uma forma de economizar e evitar desperdícios e na construção civil não é diferente. Segundo Freire (2015), o primeiro passo para alcançar a economia de água na obra é pensar na possibilidade de reutilização desse recurso para fins não potáveis. Armazenar a água utilizada em alguns processos pode ser uma boa saída. Além disso, estocar água da chuva para posterior uso é uma alternativa bastante viável.
Assim você tem água de qualidade para todos os fins da obra, menos de água potável, pois apesar da água ter uma qualidade muito boa, a legislação não permite o uso dessa água para consumo humano, mas para parte de limpeza de obra, concreto, massa ou para qualquer outra utilização nós utilizamos água oriunda de chuvas. (FREIRE, 2015)
Hoje em dia 90% dos nossos proprietários optam por este sistema, pois além de toda parte da consciência do uso da água, em casos onde é cobrado o consumo, financeiramente é muito mais viável utilizar água de chuva do que usar a água que vem da concessionária ou da captação do condomínio. Então a ideia é utilizar isso não só em todos os canteiros, como tentar mostrar para todos os proprietários que vale a pena utilizar esse sistema em todas as casas que tem essa possibilidade. (FREIRE, 2015)
Segundo Freire (2015), este simples sistema fez com que a construtora reduzisse o consumo de água para 20 metros cúbicos por mês. Materiais de construção “inteligentes”, como algumas argamassas e ferramentas que dispensam ou utilizam quantidade reduzida de água também ajudam. Equipamentos em geral, mesmo os alugados, tendem a baixar o consumo de recursos hídricos, desde que sejam modernos e estejam em boas condições de uso.
3. Metodologia
Referindo-se a base metodológica, a pesquisa possui uma abordagem exploratória, que permite maior familiaridade entre o pesquisador e o tema pesquisado, visto que este ainda é pouco conhecido, pouco explorado, e também possui pesquisa bibliográfica qualitativa, pois foi necessário obter as informações referentes a partir da coleta dos dados. Portanto através das pesquisas sobre o desperdício de água, o intuito do artigo é proporcionar economia de recursos hídricos em canteiros de obras da Construção Civil, por meio da utilização da coleta de água pluvial para fins não potáveis. 
Durante as etapas de buscas, em pesquisas bibliográficas de artigos científicos, livros especializados no tema da Construção Civil, em trabalhos acadêmicos de mestrados e doutorados, obteve-se informações sobre a economia de água nos canteiros de obras em relação as informações relacionadas nos mais diversos aspectos, como inovações, tecnologias e produtos, de forma a garantir um procedimento tecnicamente correto.
 Analisando os materiais e componentes existentes no mercado com relação à coleta de água pluvial, pode ser projetado um captador de água pluvial. 
O tema foi escolhido para ser estudado, com objetivo de propor alternativas para minimizar o usa da água em canteiros de obras em virtude da escassez de recursos hídricos no mundo, e por ter grande desperdício dentro da Construção Civil.
4. Resultado
A escassez levantou um alerta para a sociedade com relação à necessidade de conservar a água disponível no planeta. Neste sentido, o setor da construção civil pode contribuir para o consumo mais consciente de água, por meio do desenvolvimento e implantação de sistemas de aproveitamento e reuso que permitem a economia, em cerca de 30%, dos recursos hídricos. (CIMINIO, 2002)
O aproveitamento da água pluvial é prática comum em canteiros sustentáveis, deveria ser aplicado em todos, pois essa prática é indicada desde que tenha um funcionário responsável para cuidar do tratamento dessa água. (MEDALHO, 2015) 
Na intenção de orientar o setor sobre o tema, o Sinduscon/SP participou, em conjunto com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e a Agência Nacional de Águas (ANA), da elaboração do Manual de conservação e reuso da água em edificações. O documento, publicado em 2005, está sendo relançado, com atualizações. “Ele já vinha sendo aplicado pelas construtoras, mas a crise hídrica proporcionou uma oportunidade para sua republicação”, informa Vasconcellos (2007).
De acordo com Vasconcellos (2007), os resultados desse trabalho têm sido satisfatórios. Já percebemos que na fase da elaboração dos projetos e planejamento da execução da obra estão sendo incorporadas ações que permitirão a redução do consumo, observa, destacando a reutilização da água de lavagem de rodas de caminhões na saída das obras e a captação da água de chuva para uso na limpeza dos canteiros como medidas já adotadas pelas empresas. Algumas obras monitoram a qualidade da água das fontes alternativas, o que permite a utilização controlada nos processos construtivos. 
Sendo assim, alguns sistemas e produtos existentes no mercado colaboram com a redução do consumo de água tratada, conforme informações da AcquaBrasilis (2007) e da Inovatech (2007).
• Sistema de águas pluviais - A água coletada é direcionada para reservatórios, atravésde calhas e condutores verticais. Em residências, é possível usar filtros verticais (introduzidos ao longo dos condutores), para separar resíduos grosseiros e partículas que venham carregadas com a chuva. Há também filtros mais sofisticados, automáticos ou não, por onde a água passará após ser sugada do reservatório, antes de ser encaminhada aos pontos de consumo. Em ambos os casos, a água da chuva deverá passar sempre por filtragem e sistema de desinfecção antes de ser consumida.
• Sistema de águas de reuso - Pode funcionar com esgoto bruto ou com a chamada água cinza, de lavatórios, chuveiros e lavagem de roupa. Tubulações independentes coletam as águas, após o uso, e as direcionam a uma central de tratamento (geralmente no ponto mais baixo da edificação). Após tratamento e desinfecção, a água é devolvida a reservatórios que a distribuem para os pontos de consumo. 
Em paralelo ao desenvolvimento dos empreendimentos com sustentabilidade, durante a obra, as construtoras também estão utilizando os processos de reutilização da água para evitar o desperdício do recurso nos canteiros de obra, como por exemplo, o armazenamento da água da chuva para reabastecer as caixas de água, construção a seco e contratação de caminhões pipas.
Quando falamos em sistema de reuso de água, pensamos que é algo bem complicado ou bem complexo. Mas podemos ver que é muito mais simples do que a gente imagina a água da chuva simplesmente cai na calha e através de um cano abastece a caixa d’água. (FREIRE, 2015)
A água captada e armazenada passa ainda por um processo de tratamento através de uma bomba que faz cloração e filtragem. Com isso você tem água de qualidade para todos os fins da obra, menos de água potável, pois apesar da água ter uma qualidade muito boa, a legislação não permite o uso dessa água para consumo humano, mas para parte de limpeza de obra, concreto, massa ou para qualquer outra utilização nós utilizamos água oriunda de chuvas. (FREIRE, 2015)
Este simples sistema fez com que a construtora reduzisse o consumo de água para 20 metros cúbicos por mês. O sistema também será implantado na residência após o término da obra. As caixas d’água ficaram enterradas e as calhadas terão vazão ainda maior, pois o telhado para captação passará de 100 para 600 metros quadrados. O custo para implantação deste sistema no projeto é de aproximadamente 15 mil reais, mas garante que em poucos meses esse investimento é pago com a própria economia. (FREIRE, 2015)
Desde 2012, a construtora Esser utiliza procedimentos para o uso racional da água que implicam na redução de consumo nos canteiros de obras. As empresas estão revendo seus procedimentos, tendo em vista o uso sustentável e os próprios requisitos da norma (ISO 14001– regra internacional para redução de impacto ambiental) e das certificações que ampliam a preocupação já existente. (COUSO, 2012)
Couso (2012) conta que a empresa reduziu em 30% o consumo de água nas construções desde 2012. Para tanto, investiu menos de 1% do custo total da obra. Hoje, temos 15 construções em andamento e 90% delas têm certificação 14001. E até o final de 2015 todas estarão certificadas e que as ações tomadas pela construtora “vieram para ficar”, pois estão ligadas ao processo construtivo. (COUSO, 2012)
Entre as medidas adotadas, Couso (2012) destaca:
- Captação: A água da chuva é captada, armazenada e utilizada para a limpeza e para usos que não sejam diretos.
- Compra: Para lavagem das áreas e para teste de estanqueidade em paredes a empresa utiliza água de reuso comprada.
- Redutor e temporizador: A construtora utiliza redutores de pressão e arejadores nas torneiras e de temporizador nos chuveiros das obras.
- Tambores: A água que sai dos lavatórios e também das torneiras são armazenadas em tambores e reutilizadas nas descargas dos sanitários, na limpeza dos espaços em geral e lavagem de rodas e pneus.
- Lençol freático: A água do lençol freático é usada para o sistema construtivo.
- Conscientização: A construtora oferece treinamento para explicar sobre as medidas de consumo adotadas nas obras.
Uma das construtoras que têm sofrido com a estiagem em São Paulo é a MBigucci. A empresa decidiu programar no início de 2014 um sistema de captação de águas de chuva, que tem apresentado bons resultados até o momento. "Mesmo com pouca chuva, conseguimos captar, em seis meses, uma boa quantidade de água. É pouco, mas gera economia. Temos aproveitado essa água para lavar o canteiro, dar descarga e até para a cura do concreto", conta Bigucci (2014)
As ferramentas que a construtora tem utilizado são, basicamente, duas: captação da água do telhado por meio de calhas, que escoam a água para um reservatório, de onde é distribuída para as descargas e aproveitada na cura do concreto; e reuso da água dos lavatórios dos funcionários, que é filtrada e bombeada para uma caixa d'água elevada, sendo também utilizada nas descargas e cura do concreto. De acordo com o diretor, os custos de implantação dos sistemas não oneraram o orçamento da empresa. (BIGUCCI, 2014)
A MPD Engenharia também conseguiu implantar um sistema de armazenamento para aperfeiçoar o aproveitamento de água nas obras. "Foi instalado em todos os canteiros um sistema que bombeia água para os pavimentos, por meio de um circuito fechado com boias, ligado a recipientes plásticos de armazenagem, que são posicionados em determinados andares, previamente selecionados. Além disso, compramos água de reuso para as atividades de lavagem de pátios, limpeza de vestiários e refeitórios e descarga", explica Meyer (2014).
A construtora Tarjab tem investido em um sistema de reaproveitamento de água para lavar as rodas dos caminhões que chegam à obra. Com esse método, a água proveniente da lavagem é escoada por uma canaleta instalada em área rebaixada do pátio e conduzida até a tubulação que a escoa para três reservatórios, onde permanece em decantação. Na última caixa d'água, uma máquina a vácuo realiza a limpeza. "A água sai do terceiro reservatório mais limpa, sem os resíduos gerados na lavagem das rodas", afirma Domingues (2014).
Além de investir na economia nos canteiros, a construtora também trabalha na implantação, em uma de suas obras, de um sistema de aproveitamento de água de chuva. A água que cai no telhado será captada e levada para um condutor específico, que a encaminhará pela tubulação, com um sistema de pressurização, para algumas torneiras que ficarão espalhadas no pavimento térreo e no subsolo de garagem. A água será utilizada na lavagem do subsolo e também na rega de jardim externo. (Domingues, 2014)
A incorporadora Trisul desenvolveu um programa de racionamento de água. O abastecimento dos pavimentos é feito por meio de um sistema de bombas, que leva a água adquirida de caminhões-pipa por uma tubulação externa e alimenta torneiras conectadas a tambores. "Quando porventura um trabalhador esquece a torneira aberta, existe um extravaso que não permite que a água transborde do tambor, fazendo-a retornar para a caixa d'água inferior. Ou seja, há circulação constante e aproveitamento superior da água", explica Paraguassú (2014).
5. Conclusão
O uso irracional da água nas últimas décadas acarretou em uma decorrente preocupação sobre a existência da água de qualidade para as gerações futuras. Hoje em dia, torna-se inaceitável a utilização de água potável para fins onde é possível a utilização de água de qualidade inferior. Foi possível avaliar que o reaproveitamento do recurso hídrico e o uso da água pluvial, podem ser uma boa alternativa para minimizar um grande problema que a população pode enfrentar, ou seja, falta de água para as suas necessidades. 
Podemos concluir que o reaproveitamento da água representa uma alternativa eficiente e econômica no combate ao desperdício. A adoção desse sistema visa principalmente à economia de água potável, o que ajuda diretamente no retardamento da escassez da mesma, que para alguns pesquisadores já é uma certeza para o futuro. Neste sentido, vimos que, o setor da Construção Civil pode contribuirpara o consumo mais consciente de água, por meio do desenvolvimento e implantação de sistemas de aproveitamento da água que permitem a economia, em cerca de 30%, dos recursos hídricos.
Além das vantagens econômicas que a implantação deste sistema nos canteiros de obra pode trazer, existem as vantagens ao meio ambiente, pois toda a água captada ajuda a minimizar a ocorrência de enchentes e a falta de água, sem falar do consumo indevido de água tratada, a qual possui um custo relativamente elevado. 
As construtoras que estão realizando ou que já́ realizaram obras tem a consciência de que este novo método de utilização da água pluvial só́ irá trazer benefícios para sociedade. Os engenheiros contratados não só́ constroem reservatórios devido à futura obrigatoriedade por lei, o que já vem sendo discutido pelos governantes, como também acreditam que a consciente utilização da água manterá́ a disponibilidade deste bem no futuro.
6. Referencia
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Agência Nacional das Águas – ANA. A evolução da gestão dos recursos hídricos no Brasil, Edição comemorativa do dia mundial das águas. 2002. 64p
ANA – AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS E EMATER – MG. Água um recurso ameaçado. Minas Gerais, 2002.
CONSUMO SUSTENTÁVEL: Manual de educação. Brasília: Consumers International/ MMA/ MEC/ IDEC, 2005. 160 p.
CLARK R. e KING J. O Atlas da Água: mapeia recurso mais precioso do planeta. Ed. Publifolha. 2005. 128 p
ZAPELINI, M. B. Poder e Decisão na Gestão de Recursos Hídricos. 2012. 338 f. Tese (Pós-Graduação em Administração) – Universidade Federal da Bahia, Salvador. 2012.
Plano Nacional de Recursos Hídricos – Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, 2012.
Ministério do Meio Ambiente. Manual de Educação para o Consumo Sustentável. Brasília 2005. 162 p
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TUNDISI, J. G. Água no Século XXI - Enfrentando a Escassez. São Paulo - SP Ed. Rima. 2003. 248 p
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SILVA, G. S. Programas permanentes de uso racional da água em Campi Universitários: O Programa de uso racional da água da Universidade de São Paulo/ SP. 2004. Tese (Mestrado em Engenharia Civil) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo. 
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FELIX, Edilaine, Artigo de 2015 - Economia de água no canteiro de obras. Disponível em <http://economia.estadao.com.br/blogs/radar-imobiliario/economia-de-agua-no-canteiro-de-obras/> acesso 31 de maio de 2017.
MARIANE, Aline, Artigo de 2014 – Revista CONSTRUÇÃO MERCADO ed.161 – dezembro 2014, p.24-27.
 
¹ Estudante do primeiro período do curso de Engenharia Civil- CESUFOZ- Centro de Ensino Superior de Foz do Iguaçu- PR, 2017.

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