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1 2 Conceitos da Obesidade • Acúmulo excessivo de gordura corporal; • Excesso de gordura corporal relacionado à massa magra ou massa livre de gordura – 20% nos homens e 30% nas mulheres; • Desordem metabólica e nutricional crônica, caracterizada pelo excesso de tecido adiposo, apresentando sérias consequências para a saúde (DCV, DM2, câncer); • Condição complexa e multifatorial, desenvolvida a partir da interação entre componentes genéticos e ambientais, apresentando elevados índices de morbidade e mortalidade. Globesidade 3 3,4 milhões de adultos morrem a cada ano como consequência do excesso de peso ou obesidade - WHO 4 Visão Antiga: Ingestão de alimentos Gasto energético Ganho de peso 5 Tecido Adiposo Órgão Endócrino Capaz de produzir grande variedade de moléculas biologicamente ativas – ações metabólicas. Adipocinas: peptídeos bioativos que agem em nível local e sistêmico (efeito endócrino). Receptores: alvo de sinais aferentes hormonais tradicionais e neurais. Estoque e liberação de energia + maquinário metabólico-molecular que permite a comunicação entre órgãos – Sistema nervoso central (SNC). O Tecido Adiposo (TA) branco corresponde à grande maioria da gordura existente no indivíduo adulto e é responsável, principalmente, pela homeostase energética e ação endócrina. O TA marrom está associado com a queima de energia para termogênese e regulação da temperatura corporal. 6 Adipogênese O aumento da massa adiposa que ocorre na obesidade é determinada pelo aumento do tamanho do adipócito (hipertrofia) e/ou do seu número (hiperplasia). As alterações ocorrem em resposta à lipólise ou lipogênese. Incorporação ou liberação de lipídeos – estado nutricional do indivíduo, gasto energético, influência hormonal, atividade enzimática. Adipócitos muito grandes tornam-se lipolíticos – Ácidos graxos livres (AGL) no plasma – lipotoxicidade. Adipócitos expressam receptores para vários hormônios, citocinas e fatores de crescimento – adipocinas – comunicação entre órgãos e tecidos – músculo esquelético, endotélio vascular e SNC. Hipertrofia do adipócito = desregulação da função endócrina = processos patológicos. Quando em excesso, leva à hiperplasia e obesidade. Inicia antes do nascimento. Puberdade e 40-45 anos = período de maior ativação. DIFERENÇAS MORFOLÓGICAS PPAR-gama (Receptor gama ativado por proliferadores de peroxissomos) + PTNAS ligantes ao amplificador CCAAT (citosina- citosina-adenosina-adenosina-timidina) = fatores de transcrição adipogênicos = promovem cadeia de crescimento à qual se sucede diferenciação terminal dos adipócitos. 7 Leptina A leptina é um hormônio polipeptídico. Os adipócitos são a principal fonte de leptina, e seus níveis circulantes estão diretamente correlacionados com a massa de tecido adiposo. O controle do peso corporal por meio da regulação central do consumo alimentar e do gasto energético é a principal função da leptina. A leptina e seus receptores apresentam similaridades funcionais e estruturais com citocinas da família IL-6, e a leptina parece ter uma ação na resposta inflamatória.·. Descoberta da Leptina – TA passou a ser reconhecido como órgão endócrino. Substâncias bioativas: ingestão alimentar; metabolismo energético, termogênese, função neuroendócrina; angiogênese; reprodução; resposta imunológica; função cardiovascular. As substâncias produzidas pelo TA são conhecidas como adipocinas e incluem citocinas, peptídeos e hormônios. 8 9 10 ANOREXÍGENOS LEPTINA SEROTONINA NORIPENIFRINA INSULINA CCK PYY OREXÍGENOS ENDORFINAS CORTISOL GRELINA 11 Adipocinas secretadas pelo tecido adiposo Adipocina Função/Efeito Leptina Sinaliza para o SNC – estoques corporais de gordura; Regula apetite e gasto energético. Inibe lipogênese e aumenta lipólise. Adiponectina Ação anti-inflamatória e antiaterogênica; Sensibiliza a ação da insulina. TNF-alfa Interfere na sinalização da insulina. Possível causa de resistência à insulina na obesidade; Lipolítica; Aumenta gasto energético. 12 IL-6 Ação pró-inflamatória. Reduz a sensibilidade à insulina. PAI-1 Inibe o sistema fibrinolítico. Angiotensinogênio Regula a pressão sanguínea e homeostase hidroeletrolítica. Adipsina Estimula armazenamento de TG no adipócito. Prostaglandinas Papel regulador na inflamação, ovulação, menstruação. MIF Ação pró-inflamatória e imunorregulação. TGF-beta Regula proliferação, apoptose, diferenciação. Adipocinas envolvidas no processo inflamatório da obesidade Adipocinas Obesidade Efeito Leptina Aumentado Aumento de citocinas; resistência à leptina; desregulação de ingestão alimentar. Adiponectina Reduzido Ação anti-inflamatória; Melhora à sensibilidade à insulina. Resistina Aumentado Resistência à insulina. PCR Aumentado Risco de DM2. IL-6 Aumentado Resistência à insulina. Estimula produção de PCR. TNF-alfa MCP-1 Aumentado Reduz captação de glicose. Propriedades aterogênicas. Resistência à insulina. Grelina A grelina é produzida no intestino, nos rins, na placenta, na hipófise, no hipotálamo e, principalmente no estômago. O aumento na secreção desse hormônio parece estar relacionado à obesidade, mas obesos, em geral, apresentam baixas 13 concentrações de grelina quando comparados aos indivíduos normais. A grelina regula a ingestão alimentar, mecanismo de recompensa, além de ser moduladora do estresse e combater o envelhecimento. • Hormônio peptídico – 28 aminoácidos; • Produzido no estômago e em menor quantidade no TGI, rins, hipotálamo; • Atividade orexígena, atua no metabolismo da glicose, diminui o gasto energético, acelera o esvaziamento gástrico; • Jejum prolongado e hipoglicemia – níveis elevados; • Pós-prandial – níveis reduzidos; • Aumenta a expressão do gene NPY e inibe a Leptina; • Obesos não apresentam queda nos níveis após refeições, o que pode estar associado com a obesidade. PYY O PYY é um anorexígeno, responsável pela inibição do apetite e importante para o término da refeição, inibindo a atividade dos neurônios NPY/AgRP e estimulando POMC/CART no núcleo arqueado do hipotálamo. • Hormônio peptídico intestinal; • Ação no hipotálamo = SACIEDADE; • Obesos apresentam níveis de jejum e pós-prandiais baixos quando comparados com não obesos; • Deficiência pode contribuir para a obesidade. GLP-1 O GLP-1 é secretado e liberado pelas células L do intestino, juntamente com o PYY e a OXM. O GLP-1 exerce seus efeitos por ligação ao receptor de GLP-1, uma proteína G ligadaa adenilato ciclase (Glp1r) que é expresso nas células pancreáticas, rins, pulmões, cérebro, trato digestivo e coração. 14 Sua secreção é estimulada por nutrientes, como glicose e lipídios no lúmen intestinal, e em proporção ao valor calórico, iniciada 5 a 10 minutos após a ingestão da refeição, antes mesmo de qualquer contato dos nutrientes com as células L. • Peptídeo semelhante ao Glucagon-1; • Aumenta após refeições, principalmente quando o alimento atinge as porções mais distais do intestino; • Efeito sacietógeno; • Aumenta a secreção de insulina; • Secreção de GLP-1 está diminuída em obesos. PRÁTICA CLÍNICA – PRESCRIÇÃO MÉDICA DA LIRAGLUTIDA – ANÁLAGO DO GLP-1 = prescrição por endócrino – paciente sente menos fome. 15 Ambiente obesogênico Fatores neuroendócrinos O peso corporal é regulado por uma rede de hormônios complexa e neuropeptídios, que estão sob controle dos núcleos hipotalâmicos. Essa rede de vias neuroquímicas interconectadas do hipotálamo e do núcleo do trato solitário, além dos sinais periféricos emitidos pelo tecido adiposo e pelo trato gastrointestinal é responsável pelo controle da ingestão alimentar e do peso corporal e parece estar diretamente envolvida na base genética da obesidade. • Síndrome do Ovário Policístico (SOP); • Síndrome de Cushing; • Hipotireoidismo; • Deficiência de GH; • Lesão Hipotalâmica; Dieta Atual Estilo de vida Estresse e sedentarismo Toxinas Disruptores endócrinos 16 • Hiperinsulinemia; • Síndrome Genética – Pradder –Willi; • Disruptores Endócrinos. Disruptores endócrinos As intervenções de mudança no estilo de vida, aliando uma alimentação mais saudável (rica em alimentos integrais e fitoquímicos e baixa carga glicêmica) a pratica de exercícios físicos e ao controle do estresse, compõe uma das condutas mais adotadas para a redução de peso corporal. Assim, não são raros os casos de pacientes que não respondem satisfatoriamente a essas intervenções. Desde a revolução industrial a população mundial tem sido exposta ao aumento exponencial na produção de diversos compostos químicos. Além disso, evidências científicas sugerem que a exposição a certas toxinas que mimetizam a ação dos hormônios pode afetar a saúde de diferentes maneiras, contribuindo para o desenvolvimento de obesidade em humanos e animais. Disruptores endócrinos Suplementos adicionados às rações de animais Bisfenol A Pesticidas Drogas e produtos farmacêuticos Cosméticos com fitalatos 17 Fatores genéticos Obesidade em vários membros da família Herança genética 18 40 - 70% do fenótipo associado à obesidade Caráter hereditário 30 genes envolvidos na obesidade: Gene da leptina (LEP); Receptor de leptina (LEPR). Pais obesos 50 a 70% de probabilidade dos filhos serem obesos. Influência genética Alterações no apetite ou gasto energético. 19 Taxa metabólica diária Idade: A partir dos 30 anos, redução de 10% a cada década (TMB) – taxa metabólica basal. Depressão: Adipocinas inflamatórias e peptídeos que regulam o balanço energético. Reduz atividade do SNS – reduz TMB. Exercício – aumento do gasto energético. Fracionamento de refeições - maior será a energia dispensada para manter o TGI ativo. 20 Medicamentos Fatores sociais/psicológicos • Estado Civil; • Globalização; • Urbanização; • Acesso à serviços de saúde; • Acesso às informações; • Ansiedade; • Choques emocionais; • Frustrações emocionais; • Superproteção dos pais; • Depressão; • Transtorno Bipolar. Privação do sono e obesidade • Antidepressivos tricíclicos; • Antipsicóticos; • Corticoides; • Progesterona; • Insulina; • Sulfonilureias; • Lítio. PRIVAÇÃO DO SONO 21 Aumento do apetite e ingestão alimentar, resistência à insulina, diabetes e obesidade. Baixo GE Aumento de orexina e grelina Aumento de cortisol noturno e redução de GH Aumetno do SNS Cortisol noturno De GH 22 Conduta nutricional na obesidade Estrutura do consultório Atendimento ao paciente obeso Quatro princípios do Empowerment: • Dar “poder” ao paciente – ter confiança, dar liberdade e autonomia ao paciente – transformar erros em aprendizado; • Motivar o paciente; • Desenvolvimento: aprendizado constante através de retornos que utilizem novas estratégias de ação; • Liderança: paciente ser seu próprio líder e responsável pela tomada de decisões em sua rotina alimentar. 23 Compromisso com a mudança: • Determinação de metas; • Análise de opções de mudanças; • Montagem do plano. Estratégias: • Fazer perguntas abertas; • Escutar reflexivamente; • Encorajar; • Resumir; • Incentivar a expressão de afirmações auto motivacionais. Pré-ponderação Ponderação Determinação Ação Manutenção Saída permanente Recaída 24 Benefícios do status atual Custos do status atual Custos da mudança Benefícios da mudança AÇÃO 25 Perfil bioquímico do obeso Causa das deficiências nutricionais na obesidade: • ↑ densidade energética; • ↓ densidade nutricional; • ↑ adiposidade armazenamento e disponibilidade nutrientes; • Vitaminas lipossolúveis e antioxidantes. Micronutrientes deficientes: • Vitaminas A, C, D, B12, Ácido Fólico, Tiamina; • Ferro, cálcio, selênio, zinco, magnésio. 26 Classificação da Obesidade Obesidade ≥30Kg/m2 Obesidade Grau 1 30 a 34,9 Kg/m2 Obesidade Grau 2 35 a 39,9 Kg/m2 Obesidade Grau 3, mórbido ou com obesidade grave >40 Kg/m2 Obesidade Grau 4 ou super-obesos 50 e 59,9 Kg/m2 Obesidade Grau 5 ou super super-obesos >60 Kg/m2 Conduta na obesidade: Como deve ser? Meta-inflamação: inflamação relacionada à obesidade – associada à adiposidade. Microbiota Intestinal; Correção de carências nutricionais; Plano alimentar e Fitoterápicos. 27 Microbiota intestinal na obesidade O intestino é o maio órgão endócrino do nosso organismo. Embora já se conheça de longa data o papel que os hormônios sintetizados no trato gastrintestinal exercem sobre o mesmo, hoje há grandes evidências comprobatórias de que o intestino também é responsável pelo comportamento alimentar.28 Fator novo associado à obesidade Dois filos: Bacteroidetes; Firmicutes. Estudos recentes Últimos 8 anos 60 espécies de bactérias ocupam a microbiota Maior número de bactérias está no intestino grosso (10 na 12 bact./ml). 29 A microbiota de indivíduos obesos, “consegue extrair mais energia e promove o aumento do depósito de gordura”. Obesidade: menor diversidade e menor número de bactérias. Estudo pioneiro: Camundongos Germ free Ratos-controle (normais) 30 Voluntários adultos, sobrepeso e obesidade, alteração glicêmica. Probiótico = redução de peso corporal, CA e CQ. Placebo Probiótico 31 32 Prebióticos Substâncias alimentares não digeridas pelo TGI humano, que nutrem MO do intestino. Indicação de prebióticos tem efeitos no controle de ingestão alimentar. 21g de FOS Redução de peso, aumento PYY e redução de grelina. Conhecidos e utilizados: FOS; Inulina; Galacto-olissacarídeos; Lactulose; ZYAM. Redução de Medidas Abdominais Lactobacillus gasseri ---- 1 bilhão UFC Lactobacillus reuteri ---- 1 bilhão UFC Lactobacillus paracasei --- 1 bilhão UFC Bifidobacterium animalis ---- 1 bilhão UFC Administrar 1 dose pela manha e uma dose à noite. 33 Probióticos e Simbióticos Emagrecimento Lactobacillus plantarum ---- 1 bilhão UFC Lactobacillus reuteri ---- 1 bilhão UFC Lactobacillus paracasei --- 1 bilhão UFC Bifidobacterium breve ---- 1 bilhão UFC Administrar 1 dose pela manha e uma dose à noite. Probiótico Sacietógeno Lactobacillus plantarum --- 1 bilhão UFC Lactobacillus gasseri --- 1 bilhão UFC Lactobacillus reuteri --- 1 bilhão UFC Lactobacillus fermentum --- 1 bilhão UFC Bifidobacterium animalis --- 1 bilhão UFC Bifidobacterium breve ---- 1 bilhão UFC FOS --- 3 g Diluir 1 sachê em 50 ml de água fria ou gelada. Tomar 1 x ao dia, à noite. Polidextrose = AGCC; saciedade; aumenta absorção de cálcio e magnésio; supressão do gene COX-2 (marcador de câncer colorretal) - Costabile et al., 2012 34 Correção de carências nutricionais Causa das deficiências nutricionais na obesidade: • ↑ densidade energética; • ↓ densidade nutricional; • ↑ adiposidade armazenamento e disponibilidade nutrientes; • Vitaminas lipossolúveis e antioxidantes. Micronutrientes deficientes: • Vitaminas A, C, D, B12, Ácido Fólico, Tiamina; • Ferro, cálcio, selênio, zinco, magnésio. POR ISSO, É NECESSÁRIO ESTUDAR SUPLEMENTAÇÃO NA OBESIDADE! Suplementação “Devem conter um mínimo de 25% e até 100% da Ingestão Diária Recomendada (IDR) de vitaminas e/ ou minerais, na porção diária indicada pelo fabricante, não podendo substituir os alimentos, nem serem considerados como dieta exclusiva.” RELEMBRANDO... 35 O sucesso depende: A concentração e a forma química em que o composto é apresentado; A nutrição e a saúde do indivíduo que receberá o suplemento; A interação deste composto com outros elementos presentes no organismo. Micronutriente Valor desejado Observações Ácido Fólico >12 Prescrever com o complexo B (B6, B12). Marcador sensível – homocisteína. Vitamina B12 > 250 > 500 no obeso cirúrgico Muito importante corrigir no pré- operatório. IM = médico a cada 3 meses. Vitamina D 50-75 Cuidar com intoxicação – valores acima de 150ng/ml. Recomendar a exposição solar. Cálcio >8,5 mg/dL Melhor opção é o citrato de cálcio ou cálcio quelato. Ferro Ferritina >70 Fontes de Vitamina C aumentam a biodisponibilidade. Zinco >70 >90 – obeso cirúrgico Quando deficiente diminuir a forma ativa de folato. 36 Vitamina D Vitamina D Secreção Hormonal Pele e Cabelos SNC Imunomodulação Saúde óssea Proliferação, diferenciação celular e apoptose Formas Ativas: vitamina D2 (ergocalciferol), vitamina D3 (colecalciferol), calcitriol (1,25-di-hidroxicolecalciferol). 37 Suplementação – VITAMINA D – Qual a relação com a obesidade? A meta-analysis of the relationship between vitamina D deficiency and obesity (Int J Clin Exp Med, 2015) Amostra: 15 estudos – 3867 pacientes – Deficiência da vitamina D associada com a obesidade. Suplementação de vitamina D e redução de problemas de saúde: Tuberculose, IAG, Osteoporose, Câncer, DM1, HAS. Weaver Evaluation, treatment and prevention of vitamin D deficiency: na Endocrine Society Clincal Practice Guideline (J Clin Endocrinol Metab, 2011) Benefícios em pacientes com DM2 ou risco de DM – mais estudos. Relation between prediagnostic 25-hydroxyvitamin D level and incidence of brest, colorectal and others cancers (J Photochem Photobiol B, 2010) 38 Quanto suplementar? Regra básica da International Osteoporosis Foundation: 30ng/mL (nível mínimo recomendado) Resultado do exame de 25 (OH) D ng/mL Resultado x 100 UI Dose diária de suplementação RELEMBRANDO... 39 As duas formas de vitamina D são a vitamina D3 (colecalciferol), formada na pele após a exposição solar, e a vitamina D2 (ergocalciferol), obtida pela irradiação de plantas e alimentos. A vitamina D3 é conhecida como a “vitamina do sol”. É formada no organismo pela ação dos raios ultravioleta (UV) sob a pele, via foto conversão da pró-vitamina D3 (7-de-hidrocolesterol) em pré-vitamina D3. A vitamina D3 é, então, convertida no fígado em 25-hidroxivitamina D3 [25(OH)D] que é a maior forma de vitamina D. Nos rins, é convertida em 1,25-di-hidroxivitamina D3 [1,25 (OH)2D], que é 10 vezes mais potente que a vitamina D3, e em 24,25-di-hidroxivitamina D3 [24,25(OH)2D], que parece exercer funções fisiológicas, as quais necessitam ser mais bem estudadas. Plano Alimentar A reeducação alimentar é o processo que envolve mudança de hábitos alimentares a partir de opções alimentares saudáveis, considerando suas preferências alimentares, intolerâncias/alergias, doenças associadas, além da sua rotina e necessidades de macro e micronutrientes. 40 Tão importante quanto o equilíbrio entre os nutrientes, estão receitas práticas e saborosas, ricas em alimentos com propriedades funcionais. Equilíbrio + mudança de hábitos + adequação na sua rotina resumem a REEDUCAÇÃO ALIMENTAR! "O que você come, é tão importante quanto aonde você come, com quem você come, de que forma você come.." (Adaptação do Livro Comida e Sociedade - Henrique Carneiro). Abordagem dietética Grau de obesidade % de peso acimado peso ideal Tratamento Suave 120% - 140% Levemente hipocalórica, modificações de conduta. Moderada 141% - 200% Moderadamente hipocalórica, modificações de conduta. Grave ou mórbida >200% Acentuadamente hipocalórica, modificações de conduta, cirurgia. Método Estimativo (Fórmula de bolso): 20 - 25kcal/dia. Distribuição de nutrientes Carboidratos 50% (baixo índice glicêmico) Proteínas 15 – 20% Lipídeos 25 – 30% (saturadas – até 7%, poli e monoinsaturadas – 10%) Fibras 20 a 30g Micronutrientes DRI’s - RDA 41 Porções 42 43 Mitos e verdades Estudo realizado na UNESP 44 A combinação de uma dieta baixa em calorias e o consumo de suco de laranja podem contribuir para a perda de peso e para a qualidade da dieta, melhorando a sensibilidade à insulina, perfil lipídico e proteína c reativa. Modular a insulina é fundamental • Cereais Integrais; • Zinco; • Selênio; • Cromo; • Magnésio; • Oleaginosas; • Cacau; • Chá verde; • Banana verde; • Oleaginosas; • Yacon; • Óleo de coco; • Vitamina D; • Ômega-3; • Canela; • Biotina; • Niacina; • Ácido alfa-lipóico. N = 78 indivíduos obesos 45 Low carb Tradução Conclusão: Reduzindo IG aumentou GFR. Reduzindo % de carboidrato amentando calorias derivadas de proteína e gordura, também aumenta GFR. Estudos futuros de IG poderiam examinar os efeitos a longo prazo do aumento de GFR nos marcadores de lesão renal e resultados clínicos. 46 Fitoterápicos na obesidade Tradução Os triglicerídeos séricos, insulina, E-seletina solúvel e a molécula de adesão intracelular-1 diminuíram (P<0,1) a partir da linha de base na 3ª semana e este efeito foi mantido na 6ª semana. Em conclusão, estes resultados demonstram que indivíduos submetidos a terapia com estatina experimentam melhorias adicionais na saúde metabólica e vascular a partir de um CRD de 6s emanas, como evidenciado pelo aumento da sensibilidade da insulina, da função de resistência do vaso endotelial e redução da pressão arterial, triglicerídeos e moléculas de adesão. • Aumento do metabolismo/termogênicos; • Saciedade/Moderador de apetite; • Redução na absorção de carboidratos e gorduras/Redução do consumo de doces; • Polivalentes/Inflamação/Comorbidades associadas/Ansiedade. 47 SINETROL • Atividade lipolítica – 6 vezes maior do que o grupo controle; • Maior do que o guaraná; • 1.4g/dia de SINETROL; • Inibidor da cAMP-fosfodiesterase; • Redução de cAMP reduz a lipólise (por isso é importante ser um inibidor). Ação Biofenois de frutas (laranja vermelha, toranja e citrus) – Atividade Lipolítica. Recomendação 700 a 1000mg, 2x/dia, 1 cápsula pela manhã e a outra na refeição principal. Pacientes com HAS = Cuidar. Não mastigar ou macerar a cps. 48 Conclusão: Melhora dos parâmetros metabólicos. Não houve catabolismo muscular. Estudo piloto, Duplo-cego Homens com sobrepeso 900mg/dia de Sinetrol. Estudo randomizado, duplo-cego Placebo Sinetrol 49 Conclusão: Redução de gordura abdominal, redução do estado inflamatório oxidativo. MODULIP GC® PEPTÍDEO capaz de potencializar a resposta do Fator de Crescimento Neural (NGF). - Neuro- Senescência. - Ação do cortisol na inervação simpática. - Diferenciação da inervação neuronal em nível adipocitário. - Lipólise. 900mg/dia de Sinetrol. 12 semanas 50 Além de antioxidante, é lipolítico. Ação Recomendação Redução de Colesterol. Até 200mg/dia – 2x/dia. 51 Green coffee • Sempre prescrever EXTRATO PADRONIZADO EM 45% de ácido clorogênico; • PADRONIZAÇÃO: eficácia e segurança; • Ação na glicose-6-fosfato; • Reduz até 7% da absorção de glicose; • 200 mg/dia, divididos em 2x. • Extrato do café verde padronizado em 45% de ácido clorogênico; • Nome científico: Coffea robusta; • Parte utilizada: Fruto imaturo; • Princípios Ativos: cafeína, taninos, flavonoides, ácido clorogênico; • Redução na gordura corporal; • Aumento da atividade da enzima responsável pela oxidação de gordura hepática; • Efeito hipotensor; • Estimulante do SNC; • Contraindicações: arritmias, cardiopatias graves, insônia. Posologia: 100 a 200 mg/dia de extrato. Meta-análise = 2160 artigos = efeito positivo na perda de peso. 52 EGCG – Epigalatocatequina galato • Flavonoide antioxidante natural; • Aumenta o oxidação de gordura em repouso; • Inibe a catecol-O-metiltransferase (COMT), enzima responsável pela degradação da noripenefrina; • O aumento do efeito da noripenefrina potencializa a oxidação de gorduras pela ativação da termogênese. Dose: 50-300mg/dia. 53 CAPSIATE (Pimenta doce) Compulsão alimentar: EGCG --- 120 mg Zembrin --- 8 mg Posologia: 1 cps 30 min antes do almoço e do jantar. Termogênese: EGCG ---- 150 mg Capsiate --- 3 mg Citrus aurantium --- 300 mg Posologia: 1 cps antes do CM e almoço. 54 Posologia: 6-9mg/dia. Efeito colateral: Sudorese e aumento da diurese. Contraindicação: Não consta. Indicação: Tem propriedades analgésicas e energéticas; Reduz a formação de coágulos no sangue e é vasodilatadora; Capsaicina adicionada à dieta pode reduzir o desejo de comer. 55 MOROSIL - LARANJA VERMELHA MORO Pigmentos antocianinas (antioxidante), vitamina C, flavonoides e ácidos hidroxicinâmicos. Com atividade antioxidante, capaz de modificar o metabolismo dos adipócitos. Nome científico: Citrus sinensis. Estudos têm mostrado, a partir de exames histológicos, redução no tamanho dos adipócitos. Redução de gordura abdominal. Posologia:Recomendação de 200 a 250mg – 2x/dia. 56 Ágar-ágar Nome científico: Prunus spinosa. Parte utilizada: inteira. Hidrocoloide extraído de diversos gêneros e espécies de algas marinhas da classe Rodophyta. Possui função de carboidrato estrutural na parede celular. Expande-se e absorve uma quantidade de água, formando um gel não absorvível, não fermentável. Possui P, Fe, K, Cl, I. 57 Indicação: Laxativo suave; saciedade, fonte natural de colágeno vegetal Contraindicações: Risco de aspiração, obstrução intestinal. Cuidar com diabéticos Efeitos colaterais: Potencial redução de absorção de vitaminas e minerais. Deve ser consumida com o estômago vazio para minimizar esse risco. Posologia: Pó (extrato de Ágar) = 0,5 a 1g – 2x/dia, antes das refeições, juntamente com 2 copos de água. Saffrin® Flor de Crocus sativus L. Compulsão alimentar, pacientes com hábito de “beliscar” – relacionado com melhora da ansiedade e humor. Neuronal = redução de NO, TNF alfa, interleucinas – neuroproteção. Redução de cortisol. Recomendação = Dose máxima 1,5g/dia. Efeitos colaterais: Náuseas, Vômitos, Diarreia. Contraindicação: hipersensibilidade; gravidez; lactação. Açafrão 58 Redução de peso: Crocins = susbstância responsável pela cor (carotenoide) – inibe a recaptação de serotonina, reduzindo apetite e sensação de fome. DOSE RECOMENDADA: 90mg, 2x-dia (tarde e noite). Saciedade: Saffrin® ---------------------- 88,25 mg Base para Iogurte qsp -- 1 sachê Administrar 2 sachês ao dia. Contraindicação: hipersensibilidade; gravidez; lactação. 59 SACIEDADE E POTENCIAL ANTIOXIDANTE: REDUÇÃO NA ABSORÇÃO DE LIP E CHO FASEOLAMINA: FEIJÃO - BRANCO Nome científico: Phaseolus vulgaris CASEOLAMINA: Família das Leguminosas Nome científico: Cassia nomame 60 Posologia Caseolamina: 600 mg a 1g /dia, divididos entre as refeições principais. Posologia Faseolamina: 250 a 1000mg/dia. Tomar 1 ou 2 doses 30 min antes da ingestão de alimentos ricos em amido. Garcinia cambogia: Faseolamina Caseolamina Inibidores enzimáticos: amilase e lipase. Pode causar diarreia ou fezes oleosas. Faseolamina ------ 250-500mg Caseolamina ------250-500mg Manipular em cápsulas 2 cápsulas/dia, antes do almoço e jantar Obs: Pode ser feita em base de chocolate. 61 Gymnema Sylvestris: Redução do consumo de doces Ação inibição da adenosina trifosfato = redução de Acetil CoA. Aumento da produção de insulina, além de retardar a absorção de glicose. Ácidos gimnémicos = se ligam nos receptores das papilas gustativas e receptores intestinais. Diabetes mellitus. Garcinia cambogia Ácido hidroxicítrico (casca da fruto) Limitação de carbonos para síntese de colesterol e gordura. Supressão de AG novos, glicogênio hepático, aumento da serotonina Perda ponderal, redução da gordura abdominal. Gymnema Sylvestre Ação: homeostase da glicose. 62 Aumento da secreção e atividade insulínica = redução dos níveis de glicose sérica. Perda ponderal; diabetes mellitus. CONTRAINDICAÇÕES: Paciente com hipersensibilidade aos compostos + Gravidez e Lactação. Reações adversas: Hipoglicemia (CUIDAR COM DIABÉTICOS). Doses elevadas: Reações GI + dermatites. Suplemento Dose Garcinia cambogia Recomendação: Extrato seco – 50 a 500 mg – Até 3x/dia. Estudos: 1000 mg/dia. Gymnema Sylvestre Recomendação: Extrato seco – 50 a 500 mg – 3x/dia. Picolinato de Cromo Recomendação: Estudos: 200-300mcg 30-50mcg + AF = bons resultados. Picolinato de Cromo Ação: metabolismo de CHO. Redução do consumo de doces: Cromo (picolinato) ------- 100mcg Excipiente qsp ----------- 1 cápsula Tomar 1 cápsula ao dia. 1 hora antes da principal refeição ou período de mais fome. Redução do consumo de doces: Garcinia cambogia ------- 400mg Gymnema --------------------- 150 mg Manipular em cápsulas. Ingerir 1 dose 30 min antes do almoço e jantar. Dar preferência ao horário de maior compulsão. Essa fórmula pode ser associada com 2 tabletes/dia de 35mcg de picolinato de cromo 63 ANTIOXIDANTE – BIO-ARTC® • Laboratório: Biotec; • Bioenergizante – compostos provenientes das profundezas do mar ártico; • “Energizantes celulares” – ricos em arginina; • Indicação: Efeito contra o estresse celular; • Promove melhora do metabolismo celular; • Combate os danos causados pelos radicais livres; • Posologia: 100mg, 2x/dia. Diferencial: QUELAGEM. Não contém Glúten. Tabletes: 35 mcg. 2 cápsulas (500mg) – 2x/ dia – 30 a 60 minutos antes das refeições. Spray de Gymnema sylvestris ---- 60 ml Sabor a escolher. Posologia: Borrifar 2x sobre a língua quando sentir vontade de comer doces. 64 CHÁ BRANCO – Camellia sinensis Poderoso antioxidante (Polifenóis) – Aumentam a atividade antioxidante em até 50%. Lipolítico = estimula a secreção de adrenalina e liberação de AG. Melhora a eficiência das enzimas para desintoxicação do fígado. • Posologia: De 125 a 500mg/dia, antes das refeições. • Efeitos colaterais: Altas doses levam à intoxicação, com comprometimento do centro respiratório e cardíaco. Pode gerar insônia. • Contraindicação: Pacientes com super-sensibilidade; infecções crônico- progressivas, hipertensos, cardiopatas, crianças, gestantes, lactantes. NOVIDADE: • Parte utilizada: Folha. • Princípios ativos: Proteínas, glicídios, ácido ascórbico, vitaminas do complexo B, polifenóis, flavonas, cafeína. 65 Chá branco – temperatura elevada - prolongado. Chá verde – prolongado. Chá preto – temperatura quente - curta. Menor atividade antioxidante! Dente-de-leão • Diurético (folhas) – HAS, retenção de líquidos; • Desintoxicante (raíz) = elimina toxinas de infecções, de constipação, osteoartrites, gota; • DM, obesidade, colesterol; • Posologia: Infusão (folhas): 500 ml/dia; Tintura (raíz): 0,5 colher diluída em 100 ml de água, 3x/dia OU extrato seco = 250 a 1000 mg/dia (3-4 vezes ao dia); • Efeitos colaterais: Dermatite; • Contraindicação: Não tomar durante a gravidez. ALTILIX® • Extraído a partir das folhas da Cynara cardunculus (alcachofra); • Coloração amarelo claro – devido ao método de extração aquoso (decocção) – garantindo a pureza do ativo; • Possui 10-12% de ácido clorogênico, 2-4% de luteolina-7-glucosídeo e cinarina (10x mais); • Ação antioxidante (inibição dos danos celulares causados por tetracloreto de carbono) + Inibição da formação dos precursores de colesterol e inibição da HMG-CoA redutase + Aumento da produção e excreção da bile + Aumento do fluxo da bile para o duodeno. • Dose recomendada: 100 a 200 mg/dia. No Nordeste, é conhecida como “esperança”. Nome científico: Taraxacum officinale.Parte utilizada: Folhas e raíz. 66 ID – Alg® • Nome científico: Ascophyllum nodosum; • Extrato de Alga Marinha; • Mecanismo de ação: Inibição das duas principais enzimas digestivas (Amilase e Lipase) + Aumento do metabolismo termogênico e redução de gordura; • Dose recomendada: 200 mg antes das duas principais refeições; • Não deve ser utilizado por pessoas com problemas na tireoide ou alérgicas ao iodo. Ácido Clorogênico Luteolina-7-G NRF-2 Resposta ATX Biogênese Mitocondrial Oxidação de AG 67 Griffonia simplicifolia • Posologia: 50 a 150mg – 2x/dia – De manhã, ao acordar e à noite, antes de dormir. • Efeitos colaterais: Podem ocorrer sintomas alérgicos, náusea ou vômito. • Contraindicação: Não pode ser utilizado junto com bebidas alcoólicas ou medicamentos antidepressivos. Magnolia • Nome científico: Magnolia officinalis • Parte utilizada: Casca • Princípios Ativos: Magnolídeo, alfa-pineno, ácido caféico, canfeno, magnocurarina, magnolol, quercetina, salicifolina • Ansiolítico, sedativo, reduz os níveis de cortisol • Efeitos adversos: Hipotensão • Dosagem: Extrato seco padronizado em 2% de magnolídeos = 150 a 400mg/dia em associação ou monoterapia. Pode ser prescrito de forma SUBLINGUAL! RÁPIDA ABSORÇÃO! 68 PHELODENDRON • Nome científico: Phellodendron. • Parte utilizada: Cascas. • Princípios Ativos: Berberina, Flavonóide, Quercetina. • Ansiolítico, reduz tensão musculares, melhora do humor. • Efeitos adversos: Hipotensão. • Dosagem: Extrato seco padronizado em 97% de berberina = 500 a 1000 mg/dia isolado ou em associação. Tratamento da Obesidade Convencional Alternativo Mudança hábitos de vida e alimentação Farmacológico Cirúrgico 69 Cirurgia Bariátrica e Metabólica “Conjunto de técnicas com respaldo científico destinada ao tratamento da obesidade e das doenças associadas ao excesso de gordura corporal ou agravadas por ele. O conceito metabólico foi incorporado há cerca de 6 anos pela importância que a cirurgia adquiriu no tratamento das comorbidades como HAS e DM”. Especialidade vinculada à Cirurgia do Aparelho Digestivo e Cirurgia Geral; Programas específicos para a formação de profissionais nessa área. 2014 - 88 mil procedimentos; 10% do total pelo SUS; 2015 – 93.5 mil cirurgias. Indicação do Tratamento Cirúrgico da Obesidade IMC > 40kg/m2 com tratamento clínico prévio insatisfatório de, pelo menos, dois anos; IMC > 35 kg/m2 e presença de comorbidades que ameacem a vida, como diabetes mellitus, apnéia do sono, hipertensão arterial, dislipidemia, doenças cardiovasculares (doença arterial coronariana, infarto agudo do miocárdio, angina, insuficiência cardíaca congestiva, cardiomiopatia dilatada), fibrilação arterial, acidente vascular cerebral, cor pulonale, síndrome de hipoventilação, asma grave não controlada, osteoartrose, hérnias discais, refluxo gastroesofágico com indicação cirúrgica, Cirurgia Bariátrica é conhecida como área de atuação. Brasil – 2º país em cirurgias realizadas. 70 colecistopatia calculosa, pancreatites agudas de repetição, esteatose hepática, incontinência urinária de esforço na mulher, infertilidade masculina e feminina, disfunção erétil, síndrome dos ovários policísticos, veias varicosas, doença hemorroidária, hipertensão intracraniana idiopática, estigmatização social e depressão, desde que comprovado tratamento clínico prévio insatisfatório durante dois anos. Idade: superior a 18 anos. PROCEDIMENTOS RECONHECIDOS • ENDOSCÓPICOS; • CIRÚRGICOS NÃO DERIVATIVOS; • CIRÚRGICOS DERIVATIVOS. Melhora nos parâmetros metabólicos, HbA1c, glicemia de jejum; Diretriz Internacional (2016) – Cirurgia metabólica como opção para pacientes diabéticos com IMC entre 30 Kg/m2 e 35 Kg/m2. BGYR Gastrectomia vertical ou Sleeve Banda gástrica ajustável Duodenal Switch 71 VIDEOLAPAROSCOPIA X ABERTA NOVA TÉCNICA CIRÚRGIA?! Cirurgia de interposição ileal associada à gastrectomia vertical. POLÊMICA: Remissão do DM2; Quais as justificativas? A GV exclui o fundo gástrico, reduzindo a quantidade de secreção de GRELINA. Grelina – estimula hormônios hiperglicimiantes como glucagon, catecolaminas e cortisol. Supressão da Adiponectina. Bloqueio da sinalização hepática da insulina, inibindo sua secreção. Interposição ileal – aumento do GLP e PYY. Exposição precoce do alimento no íleo interposto, aumentando a produção desses hormônios. Estudos inicias – não determinou desnutrição. 72 Equipe multidisciplinar Orientação e apoio para mudança de hábitos, dietoterapia, acompanhamento psicológico, prescrição de atividade física e, se necessário, farmacoterapia, realizado na Atenção Básica e/ou Atenção Ambulatorial Especializada e/ou Rede de Assistência de Saúde Complementar seguindo protocolos clínicos Equipe Multiprofissional. Cirurgião com formação específica + endocrinologista + psiquiatra + nutrólogo + nutricionista + psicólogo. Adicionais: cardiologista + pneumologista. Hospitalar: anestesiologia + enfermagem + fisioterapia. ATUAÇÃO DO NUTRICIONISTA • Pré e pós-operatório; • Avaliação Nutricional Completa; • Observar a perda ponderal; • Identificar “barreiras” para uma menor perda ponderal ao longo de PO ou aquelas que podem gerar complicações; • Estabelecer um plano nutricional; • Realizar aconselhamento nutricional – Mudança de hábitos; • Identificar deficiências nutricionais; • Corrigir as deficiências nutricionais – alimentação + suplementação. PRÉ-OPERATÓRIO Intervenção Nutricional Recomendação: • Avaliação nutricional de todos os pacientes ; Estabelecimento de plano dietético/Orientações. • ↓ 10% PI no Pré-operatório ↓ risco cirúrgico, redução de complicações, redução do tempo de internamento, melhor controle da PA. 73 POSIÇÃO AMBS – 2011: Posição contrária – Poucos estudos que comprovam o real benefício – Prolongamento do sofrimento? Paciente deve ser avaliado – necessidades individuais. Avaliação Nutricional Dados dietéticos - R24h, QFA, Registro Alimentar, alergias e intolerâncias, bebida alcoólica, óleo/açúcar, preferências; Dados antropométricos – Peso, Altura, IMC, CQ,CA, CP, Composição corporal – BIA; SGI – Hábito intestinal; HMA – comorbidades/med.; HMP – tratamentos de insucesso; HMF – história familiar; Exame físico – edema; Exames bioquímicos; Diagnóstico nutricional – IMC. Circunferência do Pescoço • Avaliar risco cardiovascular; • Região do pescoço é responsável pela liberação de uma grande quantidade de ácidos graxos livres, principalmente em obesos; • Relação com Apnéia do Sono; • Valor de Referência: < 35 cm ?; • Novo valor de referência pela ABESO (2016). 74 Circunferência abdominal Reflete melhor a gordura corporal do que a RCQ. Associação com a gordura corporal total. Distribuição da gordura corporalANDRÓIDE – Gordura se distribui no abdômen. GINÓIDE – Gordura se distribui nas regiões das coxas, ancas e nádegas. 75 Composição corporal – BIA 76 Exames bioquímicos Hemograma Albumina Glicemia Ácido Fólico Eletrólitos Vit. B6 Perfil Lipídico Vit. B12 Ureia Ferro Creatinina Ferritina Ácido Úrico Cálcio Proteínas totais Vit. D Zinco Magnésio Cobre Vit. A - PCR, HOMA, HbA1, TGO, TGP. 77 Causa das deficiências nutricionais na obesidade: • ↑ densidade energética; • ↓ densidade nutricional; • ↑ adiposidade armazenamento e disponibilidade. Acompanhamento nutricional - Pré - operatório A mudança de hábito alimentar precisa iniciar no período pré-operatório – Alterações simples e práticas: comer devagar, mastigar bem os alimentos, comer sentado à mesa, aprender a fazer compras no supermercado. Esclarecer o papel do hábito alimentar adequado e a importância dos nutrientes no estado nutricional e qualidade de vida. Conscientização de que a cirurgia não é o fim dos problemas. É o início de uma vida nova. O emagrecimento é um processo. 78 • Atendimento individual pré/retorno; • Grupos de educação nutricional: 1. Sistema digestivo; 2. Modelo do prato; 3. Rótulos e informações nutricionais de alimentos embalados; 4. Compras no mercado; 5. Pós-operatório, com entrega de cartilha com orientações nutricionais. 79 Modelo do prato saudável: OUTRAS CONSIDERAÇÕES... • Mastigação; • Fracionamento da dieta – 6 refeições / dia; • Estimular algum membro da família a participar da consulta no Pré-Operatório. Importância de Monitorar o Comportamento Alimentar: • Belisco x Fracionamento; • Compulsão; • Sentimentos no Registro Alimentar; • Como comeu? Qual o sentimento antes e após a refeição? Quanto tempo durou a refeição (Mastigação)? AVALIAÇÃO ALIMENTAR QUALITATIVA PRÉ-OPERATÓRIA 1 – FRACIONAMENTO; 2 - CONSUMO DE VEGETAIS; 3 - CONSUMO DE FRUTAS; 4 - CONSUMO DE REFRIGERANTE OU SUCO ARTIFICIAL; 5 - CONSUMO DE AÇÚCAR; 6 - CONSUMO DE ALIMENTOS INTEGRAIS; 7 - CONSUMO DE LEITE SEMI OU DESNATADO; 8 - QUALIDADE DO ALMOÇO; 9 - QUALIDADE DO JANTAR; 80 10- DENTIÇÃO; 11 – MASTIGAÇÃO; 12 - PERDA PONDERAL; 13 – INGESTA HIDRICA. MODELO ENCAMINHAMENTO AOS GRUPOS PRE-OP PARECER NUTRICIONAL – LAUDO DE LIBERAÇÃO • Identificação do paciente; • HMA (classificação da obesidade, comorbidades, medicamentos); • HMP – tratamentos anteriores; • Data de início de acompanhamento no serviço; • Avaliação antropométrica (início e fim – perda ponderal); • Mudanças de hábitos alimentares; CLASSIFICAÇÃO FINAL: < 50 pontos: alimentação de má qualidade > 50 a 80 pontos: alimentação precisando melhorias (APTO PARA O GRUPO?) > 81 a 130 pontos: alimentação de boa qualidade Declaro, para os devidos fins que, Nome do paciente realiza acompanhamento nutricional desde ___/___/____, esteve presente em XXX consultas, com boa adesão às orientações nutricionais. Atingiu pontuação 85 no escore de AVALIAÇÃO ALIMENTAR QUALITATIVA PRÉ-OPERATÓRIA, portanto considero APTO pela NUTRIÇÃO para ingresso no grupo de preparo pré-operatório de cirurgia bariátrica. Cidade, data. Carimbo e assinatura. 81 • Participação nas consultas e grupos; • Conscientização; • Orientação da dieta pré e pós-operatório; • Presença de cuidador na orientação dietética; • Data e carimbo do Nutricionista Responsável. TERMO DE CONSENTIMENTO • Deve abranger: explicação do que é a cirurgia, seus riscos e benefícios, necessidade e períodos de acompanhamento, complicações nutricionais; • Assinatura do paciente e um familiar; • Assinatura da equipe multidisciplinar. Em cada serviço Termo de consentimento Eu, ____________________________________________________________, li o texto acima e declaro ter compreendido o que está escrito e o que foi explicado oralmente pela minha nutricionista,________________________. Entendi os riscos e possíveis complicações nutricionais decorrentes da cirurgia bariátrica, caso não realize o acompanhamento nutricional. Eu concordo em cooperar com a nutricionista responsável pelo meu tratamento até minha recuperação completa, fazendo a minha parte. Devo aceitar e seguir todas as orientações que forem dadas oralmente ou por escrito, pois se eu não cooperar, poderei comprometer o trabalho do profissional além de por em risco a minha qualidade de vida. Tive oportunidade de esclarecer todas as minhas dúvidas relacionadas com o acompanhamento nutricional, o qual irei me submeter voluntariamente, bem como estou ciente da importância da minha participação ativa nas escolhas alimentares para que possam ser evitados futuros problemas. Por esta razão autorizo a profissional citada acima a realizar os procedimentos necessários. 82 PRÉ - OPERATÓRIO A avaliação pré-operatória do nutricionista em candidatos à cirurgia para tratamento da obesidade tem como objetivos: Realizar o diagnóstico nutricional e, de acordo com os resultados, emitir parecer nutricional; Identificar e tratar possíveis deficiências nutricionais; Minimizar o risco cirúrgico, mediante redução do peso pré-operatório; Orientar a dieta para o período pós-operatório imediato. Segundo a SBCBM, o pré-operatório da cirurgia da obesidade consiste em um conjunto de condutas e cuidados a fim de se otimizarem a segurança e os resultados dos procedimentos. São considerados itens específicos a esses procedimentos a consulta pré-operatória e o parecer nutricional. Dois dias antes da cirurgia, é necessário preparar o intestino, através da ingestão de líquidos: • Água de coco; • Água; • Leite desnatado; • Suco de frutas naturais; • Chás claros; • Iogurte de frutas; • Sopas e vitaminas liquidificadas. O volume não tem restrição. Deve ser feito JEJUM de 12 horas antes da Cirurgia. 83 Recomenda-se que o paciente e seus familiares tenham amplo acesso às informações sobre os riscos, os benefícios e as opções de técnicas cirúrgicas, informações que devem ser fornecidas em consultas detalhadas com a equipe multidisciplinar ou mediante reunião preparatória com a equipe responsável. ACOMPANHAMENTO: INTRA - HOSPITALAR • JEJUM; • Liberação pelo cirurgião; • Mapa Diário de Dietas; • Dieta Líquida Restrita; • Volume adequado; • Fisioterapia. PÓS-OPERATÓRIO Técnica FASE 1 FASE 2 FASE 3 FASE 4 FASE 5 BGYR 2 4 16 31 90 GV 2 4 16 31 90 DS 2 3 9 31 34 SUPLEMENTAÇÃO: DIA 3 de PO – mastigável ou líquido. CONVERSAR COM O CIRURGIÃO. 84 Evolução da dieta DIETA LÍQUIDA RESTRITA • 30 a 50 ml de 30 em 30 minutos; • Todos os alimentos devem ser ingeridos sem adição de açúcar; • Água sem gás; • Chás clarossem adição de açúcar; • Água de coco; • Isotônicos; • Caldo de legumes e carne – peneirados; • Gelatina diet (estado líquido). DIETA LÍQUIDA COMPLETA • Suplemento proteico diluído em água; • Leite desnatado; • Sucos naturais coados; • Sopa de legumes e carne liquidificada e coada; • Iogurte zero gordura; • Iogurte natural desnatado; • Caldo de feijão batido e coado; • Na segunda semana, pode ser 100 ml por refeição. FASE 1 – LÍQUIDA RESTRITA – 50ml a cada 30 min FASE 2 – LÍQUIDA COMPLETA – 50 e 100 ml a cada 2 horas FASE 3 – PASTOSA – 100g a cada 2 horas FASE 4 – DIETA BRANDA FASE 5 – DIETA LIVRE 85 DIETA PASTOSA • Esta dieta é constituída por alimentos na forma de purês, mingaus e cremes. Volume = 2 a 3 colheres (sopa).; • Água sem gás, água de coco; • Suco de frutas e/ou de vegetais; Chá natural, café com adoçante; • Leite desnatado, iogurte de frutas diet e light ou natural desnatado; • Requeijão Light; • Papinha de frutas, amassadas com garfo; • Verduras e legumes na forma de purês amassadas com garfo ou nas sopas (podem estar liquidificados); • Feijão e lentilha liquidificados ou amassados; • Ovo cozido. Peixe cozido. Frango e carne podem ser batidos no liquidificador e acrescentados à sopa ou à papinha de vegetais; • Papinha de leite com pão de forma sem casca; • Polenta cremosa com carne liquidificada; • Mingau de farinha de aveia. HORÁRIO ALIMENTO QUANTIDADE 8h Mingau de aveia com papa de frutas 100 ml 10h Iogurte de pêssego fresco sem açúcar 100 ml 12h Purê de aipim, abobrinha e frango (Temperar com um fio de óleo, cebola, sal e temperos naturais, bater tudo no liquificador) 50g de frango + ½ pedaço pequeno de aipim cozido + 1 col. sopa de abobrinha cozida. 15h Vitamina de mamão, maçã e laranja 100 ml 86 18h Lentilha com cenoura (Temperar com um fio de óleo, cebola, sal e temperos naturais, bater tudo no liquificador) 100g 20h Gengibre e água de coco 100ml DIETA BRANDA • A consistência dos alimentos é abrandada, tomando o cuidado para não ingerir vegetais crus e frutas com casca; • Todos os já citados anteriormente; • Frutas raspadinhas ou cozidas; • Hortaliças cozidas; • Carnes (boi, frango ou peixe) sem gordura moídas ou desfiadas. Caso não tolere você deve liquidificar e acrescentar à sopa. Clara de ovo cozida; • Sopa sem liquidificar (com pedaços de vegetais e legumes); • Pães sem casca e bem macios; • Cereais sem açúcar diluídos com leite desnatado; • Queijos cremosos light (sem gordura); • Tome corretamente o SUPLEMENTO ALIMENTAR para evitar carências nutricionais! • Pode-se iniciar com o arroz e hortaliças cruas a partir do 45º dia do pós- operatório. 87 HORÁRIO ALIMENTO QUANTIDADE 8h Leite desnatado com café solúvel e adoçante Pão de leite sem casca com queijo cremoso light 100 ml 1 fatia 10h Fruta macia ou cozida amassada + Linhaça moída (1 colher de chá) ½ unidade 12h Batata cozida em pedaço Feijão sem amassar Carne Moída ou frango ensopado ou ovo cozido Legumes cozidos 1 colher de sopa 1 colher de sopa 2 colheres de sopa 1 colher de sopa 15h Iogurte light/desnatado/zero gordura ou 1 polenguinho light 150ml 1 unidade 18h Polenta cozida Lentilha cozida Frango desfiado com quiabo 1 colher de sopa 1 colher de sopa 100g ou 3 colheres de sopa 88 DIETA LIVRE Dieta Normal, fase final e de independência alimentar. Observar a tolerância aos alimentos crus, que deverão ser introduzidos gradativamente de acordo com a sua aceitação. Não deixe de ingerir em torno de 2000 ml/dia de líquidos entre as refeições, em pequenos goles. HORÁRIO ALIMENTO QUANTIDADE 8h Leite desnatado com café solúvel e adoçante Pão integral com mix de fibras Mamão 100ml 1 colher (sopa) 1 fatia fina 10h Fruta 1 unidade media 12h Carboidrato (ver tabela) Proteína (ver na tabela) 1 pires de salada (folhas) + 1 a 3 colheres (sopa) de legumes cozidos 1 opção 1 opção 15h Barra de Cereais ou Fruta 1 unidade 18h Seguir as recomendações do almoço. 20h Suchá de Abacaxi e Hortelã Iogurte desnatado 150ml 1 unidade 89 DIETA LIVRE Proteínas Carboidratos = 1 a 2 colheres de sopa Legumes Carne vermelha magra Peixes Sardinha / Atum Ovo (cozido, mexido) Frango Fígado Proteína de Soja Tofu Lombo de porco Arroz + feijão Mandioca Cará Inhame Batatas (doce, salsa, inglesa) Polenta Macarrão (cabelo de anjo) Brócolis Couve-flor Rúcula Repolho Couve / espinafre Berinjela Cenoura / beterraba 90 Recomendações Nutricionais Proteínas – 60-80g/d. Variação na literatura: 0.8 a 2.1g/kg ideal/dia. Módulos proteicos. Líquidos – 1800mL/d. DEFICIÊNCIA PROTEICA Em cirurgias restritivas, a deficiência não é comum. Em disabsortivas ou mistas, a ingestão poderá ser inferior a 50% das necessidades diárias. O consumo dietético é reduzido e os requerimentos proteicos aumentam devido ao catabolismo – principalmente no primeiros 30 dias. Reduzida ingestão contribui 91 para: perda de massa magra, queda de cabelos, enfraquecimento de unhas, comprometimento da imunidade. Cuidar com a digestibilidade da proteína = proteínas de origem animal têm 90 a 95% de digestibilidade. As proteínas de origem vegetal variam de 67% a 82%. Proteína dietética influencia o peso por: saciedade, termogênese, eficiência energética e composição corporal. SUPLEMENTAÇÃO PROTEICA Os suplementos proteicos devem ser avaliados quanto: • Aspectos nutricionais; • Sabor, textura; • Solubilidade, digestibilidade; • Nível de absorção e consumo. Preferencialmente isento de lactose e sacarose, com alta digestibilidade e hidrolisado = Whey protein. 92 Cada porção de 150ml (com 40g de pó) de FortiFit oferece: 21g de proteína de rápida absorção; 10,4g de aminoácidos essenciais; 5,8g de aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA) Leucina, Valina e Isoleucina (2:1:1) 1,1g de aminoácidos livres (adicionados à fórmula) Somente 150 kcal. INICIALMENTE: 2 colheres medida em 50 ml – 2 a 3 x/dia. Após terceira semana, 150 ml + 3 colheres medidas – até os 6 meses de PO. 93 94 95 LIPÍDEOS A redução no tempo do trânsito GI resulta na má absorção de vários nutrientes, não só pela exclusão do duodeno e jejuno, mas pelo contato reduzido do alimento com a borda em escova. Procedimentos restritivos = a absorção da gordura não está comprometida. BGYR = digestão de lipídeos ocorre de forma mais lenta pela ausência do contato das gorduras com o duodeno, prejudicando ação da CCK, hormônio necessário para liberação de lipases biliares e pancreáticas. Assim, há produção reduzida demicelas, o que pode resultar em esteatorréia e deficiência de A, D, E e K. Scopinaro e duodenal = os ácidos biliares e suco pancreático entram em contato com o bolo alimentar no canal ou alça comum com 50 cm de extensão, promovendo a digestão e absorção de macro e micronutrientes, sendo que 25% de proteínas e 72% 96 de gorduras deixam de ser absorvidas. A, D, E e K e zinco estão mais suscetíveis a deficiência. Estateatorréia, com flatos e fezes de odor fétido. Associação com desenvolvimento de doença óssea. Redução da absorção de vitamina D, com hipocalcemia, a qual está associada com o hiperparatireoidismo secundário. AGE • Ingestão após cirurgia: 3 a 5% do VET – ácidos linoleico e 0,5 a 1 % de AG alfa- linolênico. • Fontes: óleos vegetais poli-insaturados (linhaça, canola). • Óleo de peixe = w3. • Sintomas clínicos de deficiência: descamação e ressecamento da pele, queda de cabelo, deficiência do sistema imunológico, aumento da suscetibilidade a infecções, disfunções cardíacas, hepáticas, GI e neurológicas. Litíase renal Procedimentos disabsortivos provocam risco de hiperoxalúria e cálculos renais de oxalato. Menor ligação dos oxalatos a minerais no intestino delgado – maior absorção colônica de oxalato – maior excreção renal. Desidratação contribui para o agravamento do quadro. Tratamento = redução da ingestão alimentar de oxalatos, administração oral de citrato de potássio. Uso de probióticos = associação com redução de hiperoxalúria e formação de cálculos. Vitaminas e Minerais Suplementação 3 dia de PO. 30º - pode utilizar comprimidos Suplemento fórmula comercial ou manipulada • Ferro, vitamina B12, cálcio, vitamina D- Polivitamínico 97 Sucesso da suplementação: Fácil ingestão - mastigáveis ou líquidos. Nutrientes de absorção facilitada citratos e gluconatos - cálcio e ferro. Ingestão do suplemento concomitante a alguma refeição. 98 Deficiências Nutricionais Deficiência de micronutrientes Comum em obesos no Pré-OP; PO - Vitaminas A, D, C, B1, B12, B6, ácido fólico, Ca e Fe. Alopécia – deficiência de proteína, zinco e selênio Apresentado no Cosmetology and Trichology – international Conference, USA – Junho de 2015. Anemia Ataxia Fraqueza muscular Distúrbios neurológicos Alteração de eletrólitos Problemas dérmicos, capilares, visuais Edema, perda de massa magra, alopécia Queda de cabelo e cirurgia bariátrica: Qual a prevalência ao longo do primeiro ano de pós-operatório? 146 pacientes – RYGB – 1 ano de PO PERÍODO DE MAIOR INCIDÊNCIA 6 meses – 35,6% 99 Apresentado no Cosmetology and Trichology – international Conference, USA – Junho de 2015. VITAMINA B12 • Prevalência de deficiência de 36% a 70%; • Consumo alimentar – hidrólise péptica – liberação da Vitamina B12; • No duodeno, se liga ao FI (liberado pelas células parietais) – complexo “FI- vitB12” – absorvido no íleo terminal; • Deficiência: redução de alimentos fontes, acloridria, redução do FI; • Deficiência: anemia macrocítica e megaloblástica; Perfil nutricional de pacientes com queda de cabelo no sexto mês de pós-operatório de cirurgia bariátrica. 35 pacientes – RYGB – 1 ano de PO. IMC - 28,2 kg/m2 ± 3,6/ %PEP - 82,8% ± 26,5. Polivitamínico - 25 (71,4%)/ PTNA - 50,7g/dia ±12,4. 80% - Consumo inferior Kg/g ideal de PTNA. 100 • Sintomas neurológicos: parestesias, fraqueza, ataxia, perda de sentido, demência, lesão, alteração de humor; • Deficiência de folato e B12 – aumenta homocisteína sérica – DCV. VITAMINA B1 • Deficiência de B1 é muito comum, principalmente em paciente com episódios frequentes de êmese; • Êmese, além de sintomas neurológicos graves; • Redução dessa vitamina causa acidose láctica, redução do consumo de oxigênio e redução da atividade da transcetolase. Ocorre alteração da função mitocondrial, trazendo prejuízos ao metabolismo e redução das enzimas dependentes de B1, resultando em morte seletiva da célula neural; • Encefalopatia aguda ou crônica; • Wernicke-Korsakoff – oftalmoparesia, nistagmo, ataxia, confusão e danos da memória; • Os primeiros sintomas da neuropatia podem ser amenizados a partir da suplementação de 20-30mg/dia até o desaparecimento dos mesmos. • Se os sintomas persistirem ou já estiverem avançados: 50-100mg/dia de tiamina na forma intravenosa ou intramuscular - PRESCRIÇÃO MÉDICA. VITAMINA B9 • Menos frequente que deficiência de B12; • Deficiência pode chegar em 20% no final do primeiro ano e 45% após 2 anos de PO; • Deficiência de ácido fólico – ocorre pela redução do consumo de alimentos fontes e não pela decorrência da má absorção; • Sempre avaliar B12; • B12 é necessária na conversão de metilhidrofolato (forma inativa) em ácido tetrahidrofolato (forma ativa). 101 • A absorção pode ocorrer em todo o intestino devido a adaptação fisiológica da cirurgia; • Sintomas: anemia megaloblástica, apatia, fadiga, dor de cabeça, insônia, desordens psiquiátricas, tontura, diarreia, parestesia. SUPLEMENTO – COMPLEXO B Componentes Citoneurin drágea® Citoneurim IM® Tenavit comprimido® B1 100mg 100mg B6 200mg 100mg 4mg B12 50ug 1000ug 400ug B9 0,8 mg VITAMINA A, E, K Deficiência ocorre em técnicas disabsortivas em virtude da redução na absorção de gorduras (72%). Outros fatores: redução da ingestão de alimentos fontes de vitamina A, disfunção hepática, estresse oxidativo após procedimento cirúrgico. Deficiência de vitamina A: xerose da córnea, queratomalácia, retinopatia, perda visual. Deficiência de vitamina E: ataxia, sintomas neurológicos, neuropatia periférica. Deficiência de vitamina K: disfunções no processo de coagulação sanguínea – sangramento de nariz, manchas arroxeadas, hemorragia. 102 ZINCO E SELÊNIO O zinco depende da absorção de gordura. Além disso, após a CB pode haver intolerância à alimentos fontes e redução desse micronutriente devido a redução do ácido clorídrico (indispensável para tornar o mineral ativo). Deficiência: manifestações cutâneas, queda de cabelo, declínio dos níveis de fosfatase alcalina e síndrome nefrótica. A administração de zinco aumenta os linfócitos, com aumento de IL-2, Interferon- gama e redução de IL-10, melhorando o sistema imunológico e o quadro de inflamação Alimentos fontes: Ostra, carne bovina, feijão, nozes, castanhas, semente de gergelim, espinafre. • Redução de até 58% nos níveis após CB; • Cardiomiopatia dilatada está associada à deficiência de selênio; • O selênio participa da conversão de T4 em T3. A glândula tireoide é o órgão que apresenta maiores concentrações desse mineral, mesmo em situações de deficiência; Suplementação: pool do mineral com ativação de linfócitos e glutationa peroxidade. Há melhora do sistema imunológico: aumento do interferon-gama e proliferação de células T e aumento de células T auxiliares. Alimentos fonte: gema do ovo, frango cozido, arroz, carne bovina cozida, oleaginosas. FERRO Fisiopatologia da deficiência: • Ingestão reduzida de ferro heme; • Redução da produção de ácido clorídrico (férrico para ferroso); • Redução da superfície absortiva por exclusão de segmentos do intestino delgado. A deficiênciase apresentam em 15 a 60% dos pacientes durante 2 anos de BGYR Independente da suplementação com altas doses, a deficiência ocorre devido a alteração na absorção. Deficiência de 50% em mulheres com fluxo menstrual intenso. 103 CÁLCIO Fisiopatologia da deficiência: • Redução da ingestão e má intolerância aos produtos fontes; • Deficiência da lactase; • Altera a forma de absorção. O cálcio é absorvido por meio de transporte ativo que ocorre predominantemente no duodeno e jejuno proximal. Em caso de técnicas disabsortivas – o mecanismo de absorção passa a ser por difusão passiva, localizada no íleo e jejuno distal. Citrato de Cálcio é melhor absorvido do que carbonato de cálcio. Deficiência de cálcio interfere na homeostase da VITAMINA D. Redução da DMO: • Hiperparatireoidismo secundário; • Baixa ingestão de cálcio; • Má absorção de cálcio e vitamina D; • Redução dos níveis de estrógeno; • Redução da leptina e da grelina; • Aumento da concentração de adiponectina. 104 Evidências atuais apontam para redução da DMO no primeiro ano de BGYR, estabilizando ao longo do tempo. SLEEVE Redução de DMO em mulheres submetidas à cirurgia durante 6 e 12 meses de PO. SLEEVE N=42. Aumento da DMO no primeiro e segundo ano de PO. Correlação positiva com vitamina D. Banda Gástrica Gastrectomia Vertical BGYR 105 Anemia Monitorar: Folato, B12 e Fluxo menstrual. Se for insuficiente, realizar a suplementação. Deficiência de Zinco, Cobre, Selênio, Cálcio. Suplementar conforme resultado do exame. Prescrever suplementos com 65 mg de ferro elementar. A terapia com ferro intravenoso é somente sob prescrição médica. Suplementos específicos Derivação biliopancreática Dueodenal Switch 106 EXAMES BIOQUÍMICOS Nutriente Marcador Valor Exames adicionais Proteína Albumina Proteína total 4 a 6 g/dL 6 a 8 g/dL Pré-albumina DEXA Cálcio Cálcio iônico 4,48 a 4,96 mg/dL Fosfatase Alcalina PTH DEXA Magnésio Magnésio sérico 1,5 a 2,0 mg/dL Magnésio urinário Vitamina B1 Tiamina sérica 10 a 64µg/L Tiamina fosfato Vitamina B12 B12 sérica 156 a 672 pmol/L Homocisteína Ácido fólico Ácido fólico sérico 4 a 20 nmol Homoscisteína 107 Vitamina A Vitamina A sérica 1,05 a 2,80μmol/L Retinol Proteína carreadora de retinol Vitamina D 25 (OH) vitamina D >30ng/mL Fosfatase Alcalina PTH DEXA Vitamina K Aumento do tempo de protrombina < 1,2nmol Vitamina K Ferro Ferritina <30μg/L % saturação de transferrina EXAMES BIOQUÍMICOS - PERIODICIDADE Nut Pré-op 3M 6M 12M 18M 24M Anual B1 Todas Todas Todas Todas Todas Todas B12 Todas Todas Todas Todas Todas Todas Vit A Todas BGYR DBP/DS BGYR DBP/DS BGYR DBP/DS BGYR DBP/DS Vit D Todas Todas Todas Todas Todas Vit K Todas BGYR DBP/DS BGYR DBP/DS BGYR DBP/DS Ferro Todas BGYR DBP/DS BGYR DBP/DS Todas BGYR DBP/DS Todas Todas 108 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL • Dados dietéticos - R24h, QFA, Registro Alimentar, alergias e intolerâncias, bebida alcoólica, óleo/açúcar, preferências, mastigação fracionamento; • Dados antropométricos – Peso, Altura, IMC, CQ,CA, %PEP; • Composição corporal – DEXA, BIA; • SGI – Hábito intestinal, náuseas, Êmese, dumping; • HMA – remissão de comorbidades; • Exame físico – edema. Percentual de perda de MM após 2 anos de BYGR: • Obesos mórbidos: 10,9; • Superobesos: 13,2. Exames bioquímicos Diagnóstico Nutricional Excesso de Peso (EP) = Peso pré – PI %PEP = (Peso pré-op - PA/Peso pré-op - PI) x100 109 Avaliação Antropométrica no Pós-Operatório Avaliação da eficácia da Cirurgia: S >40-75% PEP; ↓ 20-30% Peso Inicial; IMC<35kg/m2; ↓ tecido adiposo e muscular. Peso, altura, IMC, CQ, CP, EP, %PEP: PI = Valor de Referência IMC = 25 kg/m2 PREVISÃO DA PERDA DE PESO NO PO: Mês % Previsão 1º mês 15 a 20% Previsão 2º mês 25 a 30% Previsão 3º mês 30 a 40% Previsão 6º mês 45 a 55% Previsão 9º mês 55 a 65% Previsão 12º mês 65 a 85% Exemplo: Peso inicial: 130kg, altura: 1,65m, IMC: 47,7kg/m²; Peso “normal”: 68kg (o cálculo foi 1,65 x 1,65 x 25); Excesso de peso: 62kg (o cálculo foi 130Kg - 68kg). Excesso de Peso (EP) = Peso pré – PI %PEP = (Peso pré-op - PA/Peso pré-op - PI) x 100 110 Previsão de redução de peso no 1º ano Pós-operatório: Mês % KG Previsão 1º mês 15 a 20% 121- 118kg Previsão 2º mês 25 a 30% 114,5-111,5Kg Previsão 3º mês 30 a 40% 111,5-105kg Previsão 6º mês 45 a 55% 102-96kg Previsão 9º mês 55 a 65% 96-90kg Previsão 12º mês 65 a 85% 90-78kg Intolerâncias Alimentares - Sinais e Sintomas Gelatinização incompleta da amilopectina, dificuldade da ação da amilase. Mudança na produção da PEPSINA OSMOLARIDADE Doces e Gordura Carnes Arroz 111 Digestão dos Macronutrientes Tolerância depende: Grau de complexidade do nutriente – Fibras; Local no trato digestivo em que os nutrientes se encontram. Osmolaridade: Síndrome de Dumping SINTOMAS: • Imediatos - 10 a 60 minutos; • Tardios - 2 a 3 horas. Monossacarídeos Dissacarídeos Efeito osmótico Hiperosmolar >350mOsm/kg; Hipoosmolar/Isoosmolar 280-350mOsm/kg. LIBERAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS VASOATIVAS ASTENIA, TAQUICARDIA, PALPITAÇÃO HIPOGLICEMIA TARDIA 112 ESCORE DE SIGSTAD, 1970 PONTUAÇÃO FINAL: <7: Não-dumper; >7: Dumper. 113 USO DE PROBIÓTICOS NO PÓS-OPERATÓRIO Reganho de peso Mais da metade dos pacientes reganham 20-50% do peso perdido em 10 anos; Alteração hormônios neuroendócrinos: ↓ Leptina ↑ PYY, enteroglucagon e GLP1. 114 AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL • Publicações com métodos de avaliação em obesos – Escassos; • Obesos graves – alterações nos compartimentos corporais; • Tamanho e peso máximo suportado por equipamentos; • Água corporal total – mais recomendados; • Aumento da água corporal total – Dificuldade; • Perda de peso saudável – gordura, preservando a MM; • Músculo esquelético – Metabolicamente Ativo – GER; • Perda de MM – redução da TMB – reganho – deficiência de proteica. 115 • BGYR – 60% do excesso de peso inicial – 80% nos primeiros 6 meses; • Maior parte de MM se perde nesse período; • Características pré-operatórias e técnica cirúrgica; • Superobesos maior perda de MM; • Duodenal Switch maior perda de MM; • Previsão de perda máxima de MM = 35% (19% da perda de peso total); • Ritmo de perda, sexo, idade, qualidade da alimentação, suplementação, duração e intensidade da AF; • Consumo maior que 1g/kg de peso ideal – preservação da MM após o BGYR. IMC ???? Variação
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