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1 Contabilidade Publica Aula 00

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NOÇÕES DE CONTABILIDADE PÚBLICA 
TEORIA E EXERCÍCIOS – TCE-RJ 
PROF.: DEUSVALDO CARVALHO E MARCIO CECCATO 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
1 
AULA 00 - CONTABILIDADE PÚBLICA 
CONCEITO, OBJETO, OBJETIVO, REGIME, CAMPO DE APLICAÇÃO E 
PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE 
Caro concurseiro! 
Prazer em estar iniciando este trabalho contigo nestas aulas para seu 
sucesso no concurso do Tribunal de Contas do Estado do Rio de 
Janeiro. 
Importante esclarecer que este curso será ministrado por dois 
professores: Deusvaldo Carvalho e Marcio Ceccato. 
Acabamos de lançar um livro em conjunto pela Ed. Campus Elsevier 
(www.elsevier.com.br): Manual Completo de Contabilidade Pública – 
Teoria Descomplicada. 
Trata-se de uma obra bastante completa e abrangente, com mais de 
900 páginas e cerca de 750 questões de concursos, todas resolvidas 
e comentadas. 
Em virtude dessa parceria bem sucedida, estaremos juntos aqui 
também para garantir seu sucesso neste concurso. 
Segue nossa apresentação resumida: 
DEUSVALDO CARVALHO 
Graduado e Pós-Graduado em Ciências Contábeis; 
Atualmente ocupo o Cargo de Perito Criminal Federal – 
Departamento de Polícia Federal – ES; 
Professor na Academia Nacional da Polícia Federal, FGV/RJ e em 
NOÇÕES DE CONTABILIDADE PÚBLICA 
TEORIA E EXERCÍCIOS – TCE-RJ 
PROF.: DEUSVALDO CARVALHO E MARCIO CECCATO 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
2 
diversos cursos preparatórios para concursos em BH, Teresina, 
Campo Grande – MS, Vitória – ES etc. 
Cargos ocupados: 
Auditor Fiscal da atual Receita Federal do Brasil; 
Professor Efetivo – UFMS/UFES 
Controlador de Recursos Públicos – Tribunal de Contas do Estado do 
Espírito Santo. 
 
Entre outros, fui aprovado nos seguintes concursos: 
1º. Lugar - Auditor do Estado de Mato Grosso; 
1º. Lugar - Professor efetivo da UFMS; 
2º. Lugar – Auditor Fiscal no ES; 
2º. Lugar - Analista do TRF 4ª região - Florianópolis; 
2º. Lugar - Analista TRE/AC; 
4º. Lugar - AFC – CGU; 
6º. Lugar – TRF 3ª Região – São Paulo; 
6º. Lugar - Auditor Substituto de Conselheiro TCE/PI; 
7º. Lugar - Auditor Substituto de Conselheiro TCE/ES; 
7º. Lugar – Controlador de Recursos Públicos TCE/ES; 
8º. Lugar - Auditor Substituto de Conselheiro TCM/CE; 
51º. Lugar - Perito Criminal Federal – DPF/MJ. 
Obras editadas: 
Orçamento e Contabilidade Pública – 5ª Edição/2010 – Editora 
Campus – Série provas e concursos; 
LRF – Doutrina e Jurisprudência – 1ª Edição – Editora Campus – 
Série provas e concursos/2009; 
Manual Completo de Contabilidade Pública, Editora Campus – 
NOÇÕES DE CONTABILIDADE PÚBLICA 
TEORIA E EXERCÍCIOS – TCE-RJ 
PROF.: DEUSVALDO CARVALHO E MARCIO CECCATO 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
3 
Série Provas e Concursos, mais de 750 questões de concursos 
(CESPE, ESAF e FCC) todas resolvidas e comentadas. 
AFO e Orçamento Público na CF e LRF, Editora Campus – Série 
Questões, 1ª ed. 2011. 
MARCIO CECCATO 
Graduado em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do 
Espírito Santo 
Pós-Graduado em Gestão Industrial pela FDV/Findes 
Servidor público federal há aproximadamente 6 anos. 
Atualmente ocupo o cargo de Analista Judiciário – Especialidade 
Contabilidade, no TRT 17ª Região. 
Últimos concursos prestados: 
1º Lugar - Analista Judiciário – esp. Contabilidade, TRT 17ª Região 
10º Lugar – Perito Criminal Especial – Polícia Civil do ES 
Obras editadas: 
Manual Completo de Contabilidade Pública, Editora Campus – 
Série Provas e Concursos, mais de 750 questões de concursos 
(CESPE, ESAF e FCC) todas resolvidas e comentadas. 
Nossa programação de aulas ficará assim: 
NOÇÕES DE CONTABILIDADE PÚBLICA: 
AULA CONTEÚDO 
00 
Contabilidade Pública: conceito, objeto e campo de aplicação. 
Regimes contábeis: regime de caixa, regime de competência e 
regime misto. 
Interpretação dos Princípios de Contabilidade sob a perspectiva 
do Setor Público (Apêndice II da Resolução CFC nº 750/1993, 
aprovado pela Resolução CFC nº 1.111/2007, alterada pela 
Resolução CFC nº 1.367/2011); 
01 
Receita pública (conteúdo extra). 
Atribuições econômicas do Estado: funções alocativa, distributiva 
NOÇÕES DE CONTABILIDADE PÚBLICA 
TEORIA E EXERCÍCIOS – TCE-RJ 
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4 
e estabilizadora. 
02 Despesa pública (conteúdo extra). 
03 
Sistemas Contábeis: orçamentário, financeiro, patrimonial e 
compensação. 
Noções gerais sobre Plano de Contas: características 
fundamentais e função das contas. 
04 
Noções gerais de Escrituração Contábil: lançamentos de abertura 
do exercício financeiro, lançamentos rotineiros durante o exercício 
financeiro e lançamentos de encerramento do exercício financeiro. 
05 
Demonstrativos e noções gerais de análise e apuração dos 
resultados: balancetes, balanço orçamentário e balanço 
financeiro. 
06 
Demonstrativos e noções gerais de análise e apuração dos 
resultados: balanço patrimonial e demonstração das variações 
patrimoniais. 
07 
Relatório Resumido da Execução Orçamentária e Relatório da 
Gestão Fiscal. 
Noções gerais das Normas Brasileiras de Contabilidade aplicada 
ao Setor Público (NBCT 16.1 a NBCT 16.11, aprovadas por 
Resoluções do Conselho Federal de Contabilidade) – resumo de 
conteúdo não abordado nas aulas anteriores. 
Importante! A Contabilidade Pública nacional sofreu importantes e 
significativas alterações de 2008 em diante. Tais modificações são 
oriundas da convergência com as Normas Internacionais de 
Contabilidade Aplicada ao Setor Público, processo esse que apenas 
se iniciou no Brasil. Muitas outras alterações ainda estão por vir. 
Dessa forma, em todas as nossas notas de aula serão abordados 
conteúdos de forma bastante atualizada, conforme as novas regras 
de Contabilidade Pública em vigor, de acordo, inclusive, com o novo 
manual de contabilidade pública da Secretaria do Tesouro Nacional - 
STN (4ª edição/2011) e outros instrumentos normativos do MPOG e 
CFC. 
Caro estudante, a conquista de uma das vagas depende 
praticamente de você: seu esforço, dedicação, planejamento, 
persistência, vontade de vencer e jamais desistir nos momentos 
difíceis. 
Você se decidiu pela conquista de uma das vagas? Caso a resposta 
seja SIM, por favor, seja bastante rigoroso com você mesmo, 
NOÇÕES DE CONTABILIDADE PÚBLICA 
TEORIA E EXERCÍCIOS – TCE-RJ 
PROF.: DEUSVALDO CARVALHO E MARCIO CECCATO 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
5 
cumpra rigorosamente seu planejamento de estudos, procure evitar 
contato com pessimistas e siga em frente à busca de seus objetivos. 
Nosso objetivo é “facilitar sua jornada de estudos”, ou seja, mostrar-
lhes o caminho mais curto para o aprendizado e, consequentemente, 
ajudá-lo a concretizar seus objetivos almejados. 
Dica! Não comece seus estudos “achando” ou “imaginando” que essa 
matéria é chata ou difícil. Isso é mito! Aprender Contabilidade Pública 
para fazer prova de concurso é simples e sem muita complicação. 
Importante! O conteúdo e a forma com que temos abordado nossas 
aulas têm sido mais do que suficiente para o candidato realizar 
excelentes provas. 
Procure focar basicamente nos conteúdos abordados. Repetimos! O 
conteúdo abordado em nossas aulas é suficiente para que você 
realize uma excelente prova, basta estudar razoavelmente a matéria 
e fazer bastantes exercícios. 
Ao estudar esta nota de aula, você estará garantindo acerto de 
algumas questões para sua classificação. Assim, comece a fazer a 
diferença desde já. 
É importante esclarecer: essa é só uma aula demonstrativa. É a 
oportunidade para o aluno conhecer a didática, metodologia e até 
mesmo o “humor” do professor. 
Essa metodologia de curso “virtual” proporciona ao aluno bom 
método de estudo, em especial, atravésde questionamentos no 
fórum de dúvidas e respectivas respostas, tanto dos seus quanto de 
colegas. 
Assim, você poderá tirar proveito deste método. Isso é importante e 
muitos candidatos obtiveram aprovação através dessa forma de 
ensino (interação com outros alunos). 
Sucesso em sua jornada! Bons estudos. 
Nesta aula abordaremos o seguinte conteúdo: 
AULA CONTEÚDO 
ZERO 
Conceito, objeto, objetivo, regime e campo de aplicação. 
Princípios de Contabilidade 
Sumário da aula: 
NOÇÕES DE CONTABILIDADE PÚBLICA 
TEORIA E EXERCÍCIOS – TCE-RJ 
PROF.: DEUSVALDO CARVALHO E MARCIO CECCATO 
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6 
1. CONCEITO DE CONTABILIDADE PÚBLICA 
2. REGISTRO DOS ATOS E FATOS 
3. OBJETIVO 
4. OBJETO: O PATRIMÔNIO PÚBLICO 
5. CAMPO DE APLICAÇÃO 
6. REGIME CONTÁBIL 
7. PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE 
8. QUESTÕES DE CONCURSOS 
1. CONCEITO DE CONTABILIDADE PÚBLICA 
O Conselho Federal de Contabilidade - CFC, através da NBC T 16.1, 
conceituou a contabilidade pública como o ramo da ciência contábil 
que aplica, no processo gerador de informações, os Princípios de 
Contabilidade e as normas contábeis direcionados ao controle 
patrimonial de entidades do setor público. 
O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público – MCASP, 4ª 
edição, Parte V, repete o mesmo conceito de contabilidade aplicada 
ao setor público do CFC. Observe: 
“A Contabilidade Aplicada ao Setor Público é o ramo da ciência 
contábil que aplica, no processo gerador de informações, os 
Princípios de Contabilidade e as normas contábeis direcionadas ao 
controle patrimonial das entidades do setor público”. 
Analisando o conceito acima, pode-se concluir que a contabilidade 
pública é o ramo da ciência contábil que aplica os conceitos, 
princípios e normas contábeis nos atos e fatos de gestão pública 
orçamentária, financeira, patrimonial, custos e de compensação, nos 
órgãos e entidades da administração pública direta e indireta 
abrangidas em seu campo de atuação, fornecendo informações úteis, 
tempestivas, compreensíveis e fidedignas aos seus usuários. 
A contabilidade pública possui caráter restritivo e conservador, e 
seus procedimentos são fundamentados estritamente em normativos 
legais. Assim, segue para análise alguns conceitos previstos pela 
legislação: 
NOÇÕES DE CONTABILIDADE PÚBLICA 
TEORIA E EXERCÍCIOS – TCE-RJ 
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7 
“A contabilidade pública estuda, registra, controla e demonstra o 
orçamento aprovado e acompanha a sua execução” (art. 78, do 
Decreto-Lei nº 200/67). 
“A contabilidade deverá apurar os custos dos serviços de forma a 
evidenciar os resultados da gestão” (art. 79, do Decreto-Lei nº 
200/67). 
“Os serviços de contabilidade serão organizados de forma a 
permitirem o acompanhamento da execução orçamentária, o 
conhecimento da composição patrimonial, a determinação dos 
custos dos serviços industriais, o levantamento dos balanços 
gerais a análise e interpretação dos resultados econômicos e 
financeiros” (art. 85, da Lei nº 4.320/64). 
“A Administração Pública manterá sistema de custos que permita a 
avaliação e o acompanhamento da gestão orçamentária, 
financeira e patrimonial.” (Art.50, §3º, LC.101/00). 
“A contabilidade evidenciará perante a Fazenda Pública a situação de 
todos quantos, de qualquer modo, arrecadem receitas, efetuem 
despesas, administrem ou guardem bens a ela pertencentes ou 
confiados” (art. 83, da Lei nº 4.320/64). 
2. REGISTRO DOS ATOS E FATOS 
A Contabilidade Pública deverá evidenciar os fatos administrativos 
ligados à administração orçamentária, financeira e patrimonial, como 
também os atos administrativos. Estes, constituídos por bens, 
valores, obrigações e situações que, imediata ou indiretamente, 
possam vir a afetar o patrimônio, serão registrados nas contas de 
compensação (artigos 89 e 105, § 5º, Lei 4.320/64). 
A padronização do registro contábil possibilitará aos usuários acesso 
a informações consistentes e confiáveis para a tomada de decisão. 
Esta uniformização deve abranger atos e fatos no âmbito do setor 
público dentre os quais se destaca a gestão do patrimônio público 
(Portaria STN nº 467/2009). 
Portanto, atenção! A contabilidade pública necessariamente 
registra e controla os atos e fatos administrativos (também 
conhecidos como atos e fatos contábeis), diferentemente da 
contabilidade privada, que controla necessariamente apenas os 
fatos administrativos. Assim, a contabilidade privada poderá efetuar 
controle dos atos que considerar relevantes. Essa diferença ainda 
persiste entre a contabilidade pública e a privada. 
NOÇÕES DE CONTABILIDADE PÚBLICA 
TEORIA E EXERCÍCIOS – TCE-RJ 
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8 
Em síntese: 
CONTABILIDADE PÚBLICA: 
DEVE controlar os ATOS administrativos; e 
DEVE controlar os FATOS administrativos. 
CONTABILIDADE PRIVADA (EMPRESARIAL): 
PODE controlar os ATOS administrativos; e 
DEVE controlar os FATOS administrativos 
Portanto, a contabilidade pública, além de registrar todos os fatos 
contábeis (modificativos, permutativos e mistos), registra também os 
atos contábeis praticados pelo gestor, que potencialmente poderão 
alterar qualitativa e quantitativamente o patrimônio. 
O que são atos potenciais? 
São os contratos, convênios, avais, planejamento orçamentário, 
previsão de receita e fixação da despesa, etc. São atos que, quando 
praticados pelo gestor e registrados pela contabilidade, não alteram 
o patrimônio, entretanto, futuramente poderão vir a afetá-lo. 
Conforme a doutrina majoritária, os atos e fatos contábeis são 
também denominados como atos e fatos administrativos. 
Entretanto, observa-se que normalmente as questões de concursos 
públicos utilizam a denominação de atos e fatos administrativos. 
Seguem exemplos de atos administrativos (atos contábeis): 
Exemplo 1: controle patrimonial – cessão de uso gratuito de bem: 
a) Em uma empresa privada essa cessão de uso não 
necessariamente será objeto de controle pela contabilidade. Poderá 
inclusive ser formalizada a cessão através de um contrato (termo de 
cessão), todavia, a contabilidade não necessariamente efetuará o 
registro dessa cessão. 
b) Em uma entidade pública, a contabilidade pública deverá 
registrar e controlar tal ato administrativo através das contas de 
compensação. 
Exemplo 2: controle orçamentário – previsão da receita anual: 
NOÇÕES DE CONTABILIDADE PÚBLICA 
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9 
a) A contabilidade privada não registra e controla o orçamento anual 
de uma empresa. O controle de faturamento previsto, despesas 
estimadas, etc., normalmente ocorre paralelo à contabilidade. 
b) Em um ente público a contabilidade pública deverá efetuar os 
registros de previsão da receita e fixação da despesa para 
determinado exercício financeiro, conforme autorizado pelo 
Legislativo através da Lei Orçamentária Anual. 
A contabilidade evidenciará perante a Fazenda Pública a situação de 
todos quantos, de qualquer modo, arrecadem receitas, efetuem 
despesas, administrem ou guardem bens a ela pertencentes ou 
confiados (art.83, lei nº 4.320/64). 
Lembre-se! A contabilidade pública deverá registrar os atos e fatos 
administrativos, diferentemente da contabilidade privada, que 
geralmente não registra os atos. A contabilidade privada poderá 
efetuar controle de atos que considerar relevantes. 
Foi cobrado em concurso! 
(CESPE – Analista/ANAC – 2009) Na contabilidade aplicada ao setor 
público, além do registro dos fatos referentes à execução 
orçamentária, exige-se a evidenciação dos fatos relativos à execução 
financeira e patrimonial. Desse modo, os fatos modificativossão 
levados à conta de resultado, e as informações contábeis permitem o 
conhecimento da composição patrimonial e dos resultados 
econômicos e financeiros de determinado exercício. 
Resolução 
Perfeito! A contabilidade pública registra os fatos relativos à 
execução orçamentária, financeira e patrimonial, de modo que 
possam ser prestadas informações da composição patrimonial e dos 
resultados econômicos e financeiros, ingressando os fatos 
modificativos para efeito de cálculos desses resultados. 
Apesar da questão não mencionar o registro dos atos contábeis, o 
texto não foi excludente afirmando, por exemplo, que “são 
registrados APENAS os fatos”. Afirmativa CERTA. 
 
3. OBJETIVO 
O objetivo da Contabilidade Pública é fornecer informações confiáveis 
sobre o patrimônio da entidade pública, analisando e controlando não 
apenas o aspecto material do patrimônio, mas também sob a ótica 
NOÇÕES DE CONTABILIDADE PÚBLICA 
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financeira e econômica, acompanhando inclusive a execução do 
orçamento público (Lei Orçamentária Anual), demonstrando as 
mutações ocorridas e os resultados obtidos em determinado período. 
A Resolução CFC nº 1.128/08, que aprova a NBC T 16.1, 
didaticamente expõe que o objetivo da Contabilidade Aplicada ao 
Setor Público é fornecer aos usuários informações sobre os 
resultados alcançados e os aspectos de natureza orçamentária, 
econômica, financeira e física do patrimônio da entidade do setor 
público e suas mutações, em apoio ao processo de tomada de 
decisão, para a adequada prestação de contas e o necessário suporte 
para a instrumentalização do controle social. 
Cabe ressaltar que a função social da Contabilidade Aplicada ao Setor 
Público deve refletir, sistematicamente, o ciclo da administração 
pública para evidenciar informações necessárias à tomada de 
decisões, à prestação de contas e à instrumentalização do controle 
social. 
Dessa forma, a contabilidade pública tem como objetivo fornecer 
informações adequadas sobre o patrimônio público para: 
Tomada de decisões, tendo como clientes da informação os 
gestores públicos; 
Prestação de contas dos recursos públicos, sendo os clientes da 
informação os órgãos de controle do estado (tribunais de conta, 
controladorias ou auditorias internas, etc.); 
Instrumentalização do controle social, propiciando que a sociedade 
organizada interfira e exija melhor administração do patrimônio 
público. 
4. OBJETO: O PATRIMÔNIO PÚBLICO 
Conforme estabelece o Princípio da Entidade, o objeto da 
Contabilidade é o patrimônio, aquele de determinada entidade que 
esteja sob a análise e estudo, formado por bens, direitos e 
obrigações. 
Seguindo o conceito matriz, o objeto da contabilidade pública é o 
patrimônio público, também formado pelos bens, direitos e 
obrigações, públicos ou da fazenda pública. 
CONTABILIDADE OBJETO 
Contabilidade (privada) Patrimônio 
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11 
Contabilidade Pública Patrimônio Público 
Atenção! Não confundir o OBJETO com o OBJETIVO da Contabilidade 
Pública. 
CONTABILIDADE PÚBLICA 
OBJETO: o patrimônio público. 
OBJETIVO: fornecer informações confiáveis sobre o patrimônio da 
entidade pública, analisando e controlando não apenas o aspecto 
material do patrimônio, mas também sob a ótica financeira e 
econômica, acompanhando inclusive a execução do orçamento 
público (Lei Orçamentária Anual), demonstrando as mutações 
ocorridas e os resultados obtidos em determinado período. 
Novidade! A doutrina entende que o objeto da contabilidade pública 
é o “patrimônio e o orçamento público”. Porém, a STN e o Conselho 
Federal de Contabilidade - CFC informam que o objeto é apenas “o 
patrimônio público”. 
O CFC foi explícito ao informar em sua normatização recente que o 
objeto da contabilidade pública é apenas o patrimônio público. 
Resolução CFC nº 1.128/08, aprova a NBC T 16.1 – Conceituação, 
Objeto e Campo de Aplicação: 
5. O objeto da Contabilidade Aplicada ao Setor Público é o 
patrimônio público. 
Portanto, atenção! Para fins de concurso, considere que o objeto 
da contabilidade pública é apenas o patrimônio público. 
O objeto da Contabilidade Pública é o patrimônio público e a NBC T 
16.2 informa seu conceito e estrutura: 
PATRIMÔNIO PÚBLICO 
3. Patrimônio Público é o conjunto de direitos e bens, tangíveis ou 
intangíveis, onerados ou não, adquiridos, formados, produzidos, 
recebidos, mantidos ou utilizados pelas entidades do setor público, que 
seja portador ou represente um fluxo de benefícios, presente ou futuro, 
inerente à prestação de serviços públicos ou à exploração econômica por 
entidades do setor público e suas obrigações. 
CLASSIFICAÇÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO SOB O ENFOQUE 
CONTÁBIL 
NOÇÕES DE CONTABILIDADE PÚBLICA 
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12 
4. O patrimônio público é estruturado em três grupos: 
(a) Ativos são recursos controlados pela entidade como resultado de 
eventos passados e do qual se espera que resultem para a entidade 
benefícios econômicos futuros ou potencial de serviços; 
(b) Passivos são obrigações presentes da entidade, derivadas de eventos 
passados, cujos pagamentos se esperam que resultem para a entidade 
saídas de recursos capazes de gerar benefícios econômicos ou potencial de 
serviços; 
(c) Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos da entidade depois de 
deduzidos todos seus passivos. 
O objeto da contabilidade pública é apenas o patrimônio público, e 
este é formado por bens, direitos e obrigações, todavia, há exceção. 
Dizer que no objeto da contabilidade pública esta incluído todo e 
qualquer patrimônio público não é verdade. Como para quase toda 
regra existe exceção, aqui não poderia ser diferente. A exceção está 
nos bens públicos de uso comum do povo. 
Observe como o Código Civil conceitua bens públicos - Código 
Civil (Lei nº 10.406/02): 
CAPÍTULO III 
Dos Bens Públicos 
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas 
jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja 
qual for a pessoa a que pertencerem. 
Art. 99. São bens públicos: 
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas 
e praças; 
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço 
ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou 
municipal, inclusive os de suas autarquias; 
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de 
direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma 
dessas entidades. 
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se 
dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a 
que se tenha dado estrutura de direito privado. 
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial 
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13 
são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que 
a lei determinar. 
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as 
exigências da lei. 
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião. 
Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, 
conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração 
pertencerem. 
(grifo nosso) 
Os bens de uso comum ou bens do domínio público são os de 
uso indistinto das pessoas, como os rios, mares, praias,estradas, 
ruas e praças. Observe que os bens de uso comum do povo 
enumerados no inciso I do art. 99 são apenas exemplificativos. 
Enfim, todos os locais abertos à utilização pública adquirem esse 
caráter de comunidade, de uso coletivo, de fruição própria do povo. 
Sob esse aspecto pode o domínio público definir-se como a forma 
mais completa da participação de um bem na atividade de 
administração pública. 
Os bens de uso especial são os de propriedade do estado e que se 
destinam especialmente à execução dos serviços públicos e, por isso 
mesmo, são considerados instrumentos desses. Constituem o 
aparelhamento administrativo, tais como os edifícios das repartições 
públicas, os terrenos aplicados aos serviços públicos, os veículos da 
administração, os matadouros, os mercados e outras serventias que 
o Estado põe à disposição do público, mas com destinação especial. 
Os bens dominiais ou bens dominicais ou bens do patrimônio 
fiscal ou bens do patrimônio disponível, são aqueles que, 
embora integrando o domínio público como os demais, deles diferem 
pela possibilidade sempre presente de serem utilizados em qualquer 
fim ou, mesmo, alienados pela administração pública, se assim o 
desejar. Daí por que recebem também a denominação de bens 
patrimoniais disponíveis ou de bens do patrimônio fiscal. Tais bens 
integram o patrimônio do Estado como objeto de direito pessoal ou 
real, isto é, sobre eles a Administração exerce poderes de 
proprietário, segundo os preceitos de direito constitucional e 
administrativo. 
Novidade! Os bens públicos de uso comum do povo nunca foram 
objeto de registro pela contabilidade pública (nenhum deles). 
Todavia, a partir de 2011, aqueles que absorveram ou absorvem 
NOÇÕES DE CONTABILIDADE PÚBLICA 
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14 
recursos públicos, ou aqueles eventualmente recebidos em doação, 
deverão ser objeto de registro contábil. 
Resolução CFC nº 1.137/08, que aprova a NBC T 16.10 – Avaliação e 
Mensuração de Ativos e Passivos em Entidades do Setor Público: 
30. Os bens de uso comum que absorveram ou absorvem recursos 
públicos, ou aqueles eventualmente recebidos em doação, devem 
ser incluídos no ativo não circulante da entidade responsável pela 
sua administração ou controle, estejam, ou não, afetos a sua 
atividade operacional. 
31. A mensuração dos bens de uso comum será efetuada, sempre 
que possível, ao valor de aquisição ou ao valor de produção e 
construção. 
Dica! Alterações recentes nos normativos legais são normalmente 
muito exigidas em concursos públicos. Fique atento! 
A utilização do termo “absorveram” indica que o bem já foi adquirido, 
produzido ou construído, e “absorvem” especifica que o bem ainda 
está em fase de aquisição (parcelada), produção ou construção. Não 
há que se fazer confusão quanto às despesas ordinárias de 
manutenção. Não há dúvida de que tais despesas não deverão ser 
agregadas ao valor desses bens. 
Portanto, quanto aos bens de uso comum, haverá registro 
obrigatório daqueles que absorveram ou absorvem recursos públicos, 
ou aqueles eventualmente recebidos em doação. 
Exemplo 1 - Os rios, mares e praias são bens de uso comum que 
NÃO são objeto da contabilidade pública, ou seja, NÃO são 
registrados contabilmente nos entes que possuem o seu domínio. 
Não foram gastos recursos públicos para aquisição, produção ou 
construção de tais bens. 
Exemplo 2 - As estradas, viadutos, praças e pontes, são bens de 
uso comum que são objeto da contabilidade pública, ou seja, são 
registrados contabilmente nos entes que possuem o seu domínio. 
Foram, ou estão sendo, empregados recursos públicos para 
aquisição, produção ou construção de tais bens. 
Novidade! Na 4ª edição do MCASP (Parte II, pg.66) a STN passou a 
segregar os bens de uso comum do povo em duas classes de ativos, 
conforme segue: 
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15 
Ativos de Infraestrutura: tais como redes rodoviárias, sistemas de 
esgoto, sistemas de abastecimento de água e energia e rede de 
comunicação, estão abrangidos na definição de ativos imobilizados. 
Para serem classificados como ativos de infraestrutura, os mesmos 
deverão ser partes de um sistema ou de uma rede, especializados 
por natureza e não possuírem usos alternativos. O reconhecimento e 
a mensuração desses ativos são obrigatórios e seguem os mesmos 
critérios utilizados para os ativos imobilizados. 
Bens do Patrimônio Cultural: são aqueles assim chamados devido 
a sua significância histórica, cultural ou ambiental, tais como 
monumentos e prédios históricos, sítios arqueológicos, áreas de 
conservação e reservas naturais. Estes ativos raramente são 
mantidos para gerar entradas de caixa e pode haver obstáculos 
legais ou sociais para usá-los em tais propósitos. O reconhecimento e 
a mensuração de “bens do patrimônio cultural” são facultativos e 
podem seguir critérios diferentes dos utilizados para os ativos 
imobilizados. 
Lembre-se! Os bens públicos de uso comum do povo nunca foram 
objeto de registro pela contabilidade pública (nenhum deles). 
Todavia, a partir de 2011, aqueles que absorveram ou absorvem 
recursos públicos, ou aqueles eventualmente recebidos em doação, 
deverão ser objeto de registro contábil. 
 
Resumindo o tópico – Objeto da Contabilidade Pública: 
O objeto da Contabilidade Pública é o patrimônio público, o qual é 
constituído de bens, direitos e obrigações, públicos ou da fazenda pública; 
Há exceção! Nem todos os bens públicos estão inseridos nesse objeto. 
Os bens de uso comum do povo não eram registrados pela contabilidade 
pública; 
Mas isso mudou! Os bens de uso comum que absorveram ou absorvem 
recursos públicos, ou aqueles eventualmente recebidos em doação, 
deverão ser contabilizados pela União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios, a partir do exercício financeiro de 2011. 
5. CAMPO DE APLICAÇÃO 
O campo de aplicação informa quem deverá aplicar as regras da 
contabilidade pública. Quais pessoas, físicas ou jurídicas, de direito 
público ou privado, da administração pública direta ou indireta, que 
deverão utilizar as especificidades da contabilidade pública, ao invés 
da contabilidade privada (geral ou empresarial). 
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16 
A priori, tende-se a inferir que a contabilidade pública será aplicada 
em toda a administração pública, e apenas nela. Entretanto, ambas 
as suposições estão incorretas. 
Eis o esquema da estrutura organizacional administrativa do estado e 
qual ramo da Ciência Contábil que é utilizado: 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
DIRETA 
União; 
Estados; 
DF; 
Municípios. 
CONTABILIDADE 
PÚBLICA 
INDIRETA 
Autarquias; 
Fundações Públicas. 
Empresas Públicas; * 
Sociedades de Economia Mista. * 
CONTABILIDADE 
PRIVADA 
* Há exceção. 
Não há dúvida de que a contabilidade pública é aplicada para todos 
da administração pública direta, sem exceção. 
Os entes da administração pública direta são constituídos 
administrativamente pelos órgãos dos poderes Executivo, Legislativo 
e Judiciário. Exemplos: Departamento de Polícia Federal, Assembléia 
Legislativa do Estado do Acre, Supremo Tribunal Federal, Comando 
da Marinha do Brasil, Prefeitura Municipal de Vitória, etc. 
As entidades da administração pública indireta possuem 
personalidade jurídica e patrimônio próprios, sendo vinculadas a 
órgãos da administração direta. São responsáveis por atividades ou 
negócios que o governo julga ser melhor ou necessita que sua 
execução seja de forma descentralizada. 
Autarquia: desempenhaserviço público de forma descentralizada; 
patrimônio inicial formado pela transferência de bens do ente 
criador; personalidade jurídica de direito público. Exemplos: INCRA 
– Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária e INSS – 
Instituto Nacional do Seguro Social; 
Fundação pública: criadas pela personificação do patrimônio 
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público; podem ter personalidade jurídica de direito público ou 
privado; desenvolvem atividades de caráter social; natureza não 
lucrativa. Exemplos: IBGE – Fundação Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística, Fundação Biblioteca Nacional; 
Empresa pública: explora atividade econômica ou executa serviço 
público; capital exclusivamente público (100%); pode assumir 
qualquer forma jurídica (S/A, Ltda., etc.); personalidade jurídica de 
direito privado. Exemplos: Caixa Econômica Federal e Correios - 
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos; 
Sociedade de economia mista: explora atividade econômica ou 
executa serviço público; capital público e privado (misto); assume 
apenas a forma de sociedade anônima; personalidade jurídica de 
direito privado. Exemplos: Banco do Brasil S/A e Petrobrás - 
Petróleo Brasileiro S/A. 
As autarquias e fundações públicas, sem exceção, devem aplicar as 
normas da contabilidade pública. 
Importante! A fundação pública, seja ela de direito público ou 
privado, deve aplicar as normas da Contabilidade Pública, desde que 
recebam recursos públicos para o custeio de suas atividades. 
O Governo Federal tem normalmente criado suas fundações públicas 
sob a natureza jurídica de direito privado. 
Observe que são entidades distintas: 
As fundações privadas são constituídas com patrimônio privado; 
As fundações públicas de direito privado são constituídas com 
patrimônio público. 
Quanto às empresas públicas e sociedades de economia mista, por 
serem empresas com personalidade jurídica de direito privado que 
exercem atividade econômica e objetivam lucro, a regra é que tais 
entidades devem aplicar a contabilidade privada, todavia, há 
exceções. 
Se a empresa pública ou sociedade de economia mista for 
enquadrada como “empresa estatal dependente”, então também 
deverá aplicar as regras da contabilidade pública. 
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/00), no inciso III do art. 2º, 
conceitua como empresa estatal dependente a empresa 
controlada que receba do ente controlador recursos financeiros para 
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pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de 
capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento 
de participação acionária. 
Empresa Controlada: sociedade cuja maioria do capital social com 
direito a voto (ações ordinárias) pertença a ente da federação 
(União, Estados, DF e Municípios). Tal controle pode ocorrer de 
forma direta ou indireta. 
Controle direto: ocorre quando o investidor (poder público) possui 
em seu próprio nome mais de 50% do capital social com direito a 
voto (ações ordinárias). 
Controle indireto: quando o investidor (poder público) exerce o 
controle através de outra empresa, sendo que esta também é 
controlada pelo estado. 
Exemplo: 
 
 
PODER PÚBLICO 
 
 
 70% ON 10% 
ON 
 
 
 SOCIEDADE DE 
ECONOMIA 
MISTA “A” 
 SOCIEDADE DE 
ECONOMIA 
MISTA “B” 
 
 60% ON 
 CONTROLE DIRETO CONTROLE 
INDIRETO 
 
ON = Ações Ordinárias. 
O gráfico acima demonstra que: 
1. O poder público possui 70% das ações com direito a voto da 
Sociedade de Economia Mista “A”. Controle direto do Poder Público 
sobre “A”. 
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19 
2. A Sociedade de Economia Mista “A” possui 60% das ações com 
direito a voto da Sociedade de Economia Mista “B”. Controle direto 
de “A” sobre “B”. 
3. O Poder Público controla indiretamente a Sociedade de Economia 
Mista “B”, através de “A”. Ou seja, o Poder Público possui 52% do 
total das ações com direito a voto: 70% x 60% = 42% 
indiretamente, através de “A”, mais 10% em seu próprio nome. 
Empresa estatal dependente: empresa controlada que receba do 
ente controlador recursos financeiros para pagamento de despesas 
com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no 
último caso, aqueles provenientes de aumento de participação 
acionária. 
Assim, a empresa pública e a sociedade de economia mista serão 
classificadas como “empresa estatal dependente” apenas se o seu 
ente controlador estiver lhe entregando recursos financeiros para 
pagamento de: 
Despesas com pessoal (salários, abonos, etc.), ou 
Custeio em geral (despesas com manutenção de equipamentos, material 
de consumo, energia elétrica, etc.), ou 
Despesas de capital (aquisição de bens de capital: veículos, máquinas e 
equipamentos, imóveis, etc.). 
Os recursos financeiros entregues à controlada pelo ente controlador, 
com o objetivo de aumentar sua participação acionária, não são 
considerados como pagamento de despesas de capital daquela (letra 
“c” acima), independente do destino que vier a ser dado a esses 
recursos recebidos. Dessa forma, o ente controlador poderá remeter 
recursos financeiros à controlada, com o pretexto de aumentar sua 
participação acionária, e ela não será enquadrada como empresa 
estatal dependente. 
Foi cobrado em concurso! 
(ESAF – APOF/SEFAZ-SP – 2009, adaptada). Ainda sobre a 
Responsabilidade Fiscal da gestão pública, enquadra-se no conceito 
de empresa estatal dependente a sociedade de economia mista 
estadual que captar os recursos necessários ao seu custeio da venda 
de mercadorias e serviços ao ente controlador. 
Resolução 
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20 
A sociedade de economia mista que efetue venda de mercadorias e 
serviços ao seu ente controlador, captando assim recursos 
financeiros através de suas atividades empresariais ordinárias, não 
está enquadrada no conceito de estatal dependente. Nessa situação, 
o ente controlador não está cobrindo as despesas da estatal, mas 
apenas realizando uma transação comercial de compra venda. 
Afirmativa ERRADA. 
Lembre-se! A contabilidade pública é aplicada, sem exceção, para 
todos os entes da administração pública direta (União, Estados, DF e 
Municípios), como também para as autarquias e fundações públicas. 
Quanto às empresas públicas e sociedades de economia mista, a 
regra é que apliquem a contabilidade privada, todavia, sendo 
classificadas como empresa estatal dependente, elas também 
deverão aplicar integralmente as normas de contabilidade pública. 
Exemplo 1: A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – 
EMBRAPA é um bom exemplo de empresa pública que recebe 
recursos do orçamento geral da União para custeio de suas 
atividades, sendo, portanto, enquadrada como empresa estatal 
dependente, pois é dependente dos recursos estatais, devendo 
cumprir as normas da contabilidade pública; 
Exemplo 2: A Caixa Econômica Federal – CEF é a empresa pública 
que não participa do orçamento geral da União, seja para custeio de 
pessoal, material de consumo, aquisição de bens de capital, etc. 
Portanto, não é dependente dos recursos públicos e não segue as 
normas da contabilidade pública, mas sim, da contabilidade privada. 
Para conclusão do estudo do campo de aplicação, segue a definição 
do CFC. A NBC T 16.1 define o campo de aplicação,das normas e 
técnicas próprias da Contabilidade Aplicada ao Setor Público, como o 
espaço de atuação do profissional de Contabilidade que demanda 
estudo, interpretação, identificação, mensuração, avaliação, registro, 
controle e evidenciação de fenômenos contábeis, decorrentes de 
variações patrimoniais em: 
(a) entidades do setor público (órgãos, fundos e pessoas jurídicas 
de direito público ou que, possuindo personalidade jurídica de direito 
privado, recebam, guardem, movimentem, gerenciem ou apliquem 
dinheiros, bens e valores públicos, na execução de suas atividades. 
Equiparam-se, para efeito contábil, as pessoas físicas que recebam 
subvenção, benefício, ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão 
público); e 
(b) ou de entidades que recebam, guardem, movimentem, 
gerenciem ou apliquem recursos públicos, na execução de suas 
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21 
atividades, no tocante aos aspectos contábeis da prestação de 
contas. 
Após conceituar o “campo de aplicação” e “entidades do setor 
público”, a NBC T 16.1 expõe finalmente: 
CAMPO DE APLICAÇÃO 
7. O campo de aplicação da Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
abrange todas as entidades do setor público. 
8. As entidades abrangidas pelo campo de aplicação devem observar 
as normas e as técnicas próprias da Contabilidade Aplicada ao Setor 
Público, considerando-se o seguinte escopo: 
(a) integralmente, as entidades governamentais, os serviços sociais e 
os conselhos profissionais; 
(b) parcialmente, as demais entidades do setor público, para garantir 
procedimentos suficientes de prestação de contas e instrumentalização do 
controle social. 
São pontos contidos nos conceitos acima até agora não 
analisados: 
Aplicação da contabilidade pública integralmente pelos serviços sociais 
Aplicação da contabilidade pública integralmente pelos conselhos 
profissionais; 
Aplicação da contabilidade pública de maneira parcial, apenas para fins de 
prestação de contas; 
Pessoas físicas que recebam subvenção, benefício, ou incentivo, fiscal ou 
creditício, de órgão público; 
Análise dos conceitos acima: 
1. Aplicação da Contabilidade Pública integralmente pelos 
serviços sociais: 
Os serviços sociais, conhecidos como “sistema S” (SEBRAE, SENAI, 
SESI, SESC, SEST, etc.) são pessoas jurídicas de direito privado. Não 
fazem parte da administração pública (direta ou indireta), atuam 
como colaboradores do poder público e prestam serviços à 
sociedade, realizando atividades de interesse público, motivo pelo 
qual são destinatários de recursos públicos. 
Suas receitas são oriundas de contribuições sociais e dos serviços 
prestados de consultorias, assessorias, etc. Em virtude de serem 
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22 
financiados com recursos do estado (tributos), os serviços sociais 
devem aplicar integralmente as regras da contabilidade pública. 
2. Aplicação da Contabilidade Pública integralmente pelos 
conselhos profissionais: 
Os conselhos profissionais, federais ou regionais (CFC, OAB, CFM, 
etc.), são autarquias tidas como atípicas, pois defendem os 
interesses privados de determinado grupo, da respectiva categoria 
que representam, mas também são entidades de interesse público, 
na medida em que fiscalizam e normatizam o exercício profissional 
da categoria, possibilitando, assim, que sejam financiadas por 
contribuições instituídas pelo estado. 
Diante da singularidade desse grupo de autarquias e da controvérsia 
jurisprudencial existente acerca de sua natureza jurídica, que o CFC 
foi explícito quanto à obrigatoriedade da aplicação das regras de 
contabilidade pública para os conselhos profissionais, assim como 
fazem as demais autarquias, a exemplo do INSS. 
3. Aplicação da Contabilidade Pública de maneira parcial, 
apenas para fins de prestação de contas: 
Aquele que receba pontualmente recursos públicos para aplicação em 
determinados projetos, deverá utilizar as regras de contabilidade 
pública de maneira parcial, ou seja, apenas para registro e posterior 
prestação de contas desses recursos específicos. 
Portanto, uma entidade privada que receba recursos públicos nessa 
situação (para aplicação em determinados projetos específicos) 
deverá manter as normas da contabilidade privada como padrão de 
registro e análise de seu patrimônio, utilizando-se das regras da 
contabilidade pública apenas para registro e prestação de contas dos 
valores públicos recebidos. 
Importante! A utilização parcial da contabilidade pública vale 
inclusive para as empresas públicas e sociedades de economia mista, 
a menos que elas estejam enquadradas como “empresa estatal 
dependente”, situação em que deverão aplicar as normas de 
contabilidade pública de maneira integral, para todos os atos e fatos, 
conforme já estudado. 
4. Pessoas físicas que recebam subvenção, benefício, ou 
incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público: 
As pessoas físicas que recebam subvenção, benefício, ou incentivo, 
fiscal ou creditício, de órgão público equiparam-se, para efeito 
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23 
contábil, a entidades do setor público (órgãos, fundos e pessoas 
jurídicas de direito público ou que, possuindo personalidade jurídica 
de direito privado, recebam, guardem, movimentem, gerenciem ou 
apliquem dinheiros, bens e valores públicos, na execução de suas 
atividades). 
Conceitos: 
Subvenção: Do latim, subventio (socorrer, ajudar). 
Refere-se a auxílio ou a ajuda pecuniária que se dá a alguém ou a alguma 
instituição, no sentido de protegê-los, ou para que realizem ou cumpram 
os seus objetivos. 
Juridicamente, a subvenção não tem o caráter nem de paga nem de 
compensação. É mera contribuição pecuniária destinada a auxílio ou em 
favor de uma pessoa, ou de uma instituição, para que se mantenha, ou 
para que execute os serviços ou obras pertinentes ao seu objeto social. 
Ao Estado, em regra, cabe o dever de subvencionar instituições que 
realizem serviços, ou obras de interesse público, o qual, para isso, dispõe 
em leis especiais, as normas que devem ser atendidas para a concessão, 
ou obtenção, de semelhantes auxílios, geralmente anuais. 
Exemplo: subvenção a concessionárias de energia elétrica (tarifa de ICMS 
diferenciada) para proteger consumidores de baixa renda. 
Benefício/Incentivo Fiscal: Consideram-se benefícios fiscais as 
medidas de caráter excepcional instituídas para tutela de interesses 
públicos extrafiscais. 
São exemplos de benefícios fiscais as isenções de impostos, as reduções 
de taxas, as deduções, etc. 
Atenção! Não são benefícios fiscais as situações de não sujeição 
tributária. Os benefícios fiscais podem ser temporários ou permanentes. 
Incentivo Creditício: Na prática funciona da seguinte forma: o governo 
financia e aplica parte de determinado imposto, que depois retorna para 
seus cofres. Essas facilidades garantem que as empresas mantenham 
seus empregados e possam se expandir. Teoricamente o governo recebe 
menos impostos, porém, na verdade ganha de outra forma, com a 
geração de novos postos de trabalho e a expansão das empresas. 
UNIDADE CONTÁBIL 
Por fim, a NBC T 16.1 informa ainda o conceito e classificações de 
“unidade contábil”, que nada mais é do que a delimitação do 
patrimônio público sob análise. 
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24 
A soma, agregação ou divisão de patrimônio de uma ou mais 
entidadesdo setor público resultará em novas unidades contábeis. 
Esse procedimento será utilizado nos seguintes casos: 
Registro dos atos e dos fatos que envolvem o patrimônio público ou suas 
parcelas, em atendimento à necessidade de controle e prestação de 
contas, de evidenciação e instrumentalização do controle social; 
Unificação de parcelas do patrimônio público vinculadas a unidades 
contábeis descentralizadas, para fins de controle e evidenciação dos seus 
resultados; 
Consolidação de entidades do setor público para fins de atendimento de 
exigências legais ou necessidades gerenciais. 
A Unidade Contábil é classificada em: 
Originária Representa o patrimônio das entidades do setor 
público na condição de pessoas jurídicas; 
Descentralizada Representa parcela do patrimônio de Unidade 
Contábil Originária; 
Unificada Representa a soma ou a agregação do patrimônio 
de duas ou mais Unidades Contábeis 
Descentralizadas; 
Consolidada Representa a soma ou a agregação do patrimônio 
de duas ou mais Unidades Contábeis Originárias. 
Foi cobrado em concurso! 
(CESPE – TRE/PA - 2007) Os tipos de entes a que se aplica a 
contabilidade pública incluem 
A) organizações da sociedade civil de interesse público. 
B) empresas públicas dependentes. 
C) sociedades de economia mista. 
D) associações beneficentes que tenham contratos com o poder 
público. 
E) fundações privadas de utilidade pública. 
Resolução 
a) Atenção para não confundir as Organizações da Sociedade Civil de 
Interesse Público com os serviços sociais (Sistema S). OSCIP é uma 
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25 
qualificação atribuída pelo Ministério da Justiça para associações ou 
fundações privadas e sem fins lucrativos, as quais aplicam a 
contabilidade privada. ERRADO. 
b) A contabilidade pública é aplicada para toda a administração 
direta, autarquias, fundações públicas e empresas estatais 
dependentes. CERTO. 
c) Empresas públicas e sociedades de economia mista aplicam as 
normas da contabilidade privada. ERRADO. 
d) Associações beneficentes são instituições privadas que devem 
aplicar as normas da contabilidade privada. O fato de manterem 
contrato com o poder público não altera tal disposição. ERRADO. 
e) Fundações privadas são instituições que devem aplicar as normas 
da contabilidade privada, independente de seu objetivo social. 
ERRADO. 
Opção B. 
Resumindo o tópico - Campo de aplicação: 
1- A contabilidade pública é aplicada integralmente para: 
Administração pública direta: União, Estados, DF e Municípios, seus 
órgãos e fundos especiais; 
Fundações públicas e autarquias (inclusive conselhos profissionais: CFC, 
CFM, etc.); 
Empresas públicas e sociedades de economia mista que se enquadrem no 
conceito de empresa estatal dependente; 
Serviços sociais (SESC, SESI, SEST, etc.); 
2- Pessoas físicas que recebam subvenção, benefício, ou incentivo, fiscal 
ou creditício, de órgão público equiparam-se, para efeito contábil, a 
entidades do setor público. 
3- A contabilidade pública é aplicada parcialmente (apenas para registro e 
posterior prestação de contas dos recursos públicos) para aqueles que 
recebam verbas públicas de maneira pontual, utilizadas em projetos 
específicos. 
4- A Unidade Contábil delimita o patrimônio público sob análise, podendo 
ser classificada em Originária, Descentralizada, Unificada e Consolidada. 
6. REGIME CONTÁBIL 
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26 
O regime aplicado à contabilidade informa quando, em que 
momento, deverão ser identificadas e reconhecidas as alterações 
ocorridas no patrimônio. Para fins de registro e gestão do patrimônio, 
existem dois regimes: regime de caixa e regime de competência. 
Caso se queira analisar as receitas e despesas tendo por base apenas 
o fluxo de caixa, ingresso e saída de dinheiro, deve-se aplicar o 
regime de caixa. 
Todavia, para que se tenha a perfeita avaliação de todo o patrimônio 
e suas mutações, analisando os atos e fatos não apenas pela simples 
movimentação financeira, mas também sob o aspecto econômico, 
deve-se aplicar o regime de competência, motivo pelo qual este é o 
regime utilizado na contabilidade, pública e privada. 
Regime de Competência- As receitas despesas devem ser 
incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, 
tendo por base o fato gerador, sempre simultaneamente quando se 
correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. 
Portanto, o Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da 
confrontação de receitas e de despesas correlatas. 
Foi cobrado em concurso! 
(CESPE – Contador/Min. Saúde – 2009) Uma indústria farmacêutica 
realiza somente vendas a prazo, que variam de 90 a 180 dias. Em 
setembro de 2008, essa indústria recebeu uma encomenda de um 
lote de medicamentos avaliada em R$ 600.000,00. A entrega foi 
realizada em novembro de 2008, quando começou a contar o prazo 
para o recebimento. Nessa situação, para registrar a transação de 
venda, a contabilidade deveria registrar a receita no valor de 
R$600.000,00, em novembro de 2008. 
Resolução 
Isso mesmo! Segundo o regime de competência, utilizado pela 
contabilidade, pública e privada, a receita deve ser reconhecida no 
momento da ocorrência do fato gerador, o qual aconteceu com a 
entrega da mercadoria, em novembro de 2008. Item CERTO. 
Fique atento! A emissão de nota fiscal não é fato gerador de 
receita, a qual somente ocorre com a entrega da mercadoria ou, no 
caso de serviços, com a prestação do serviço. 
Regime de Caixa- Considera incorridas as receitas e despesas com 
a simples movimentação financeira, ou seja, o que for recebido ou 
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27 
pago, mesmo que se trate de receitas e despesa referentes a 
exercícios anteriores. 
Repetindo! O regime contábil aplicado ao setor público é o da 
competência. 
Foi cobrado em concurso! 
(FCC – Contador/TRE/MS 2007) A entidade Iporanga apura seu 
resultado pelo regime contábil de caixa. Considerando as receitas e 
despesas abaixo, o resultado em 20X5 é: 
Em R$ 
Receita de 20X4 recebida em 20X5 25.000 
Receita de 20X5 recebida em 20X5 20.000 
Despesa de 20X5 paga em 20X5 15.000 
Despesa de 20X4 paga em 20X5 5.000 
a) R$ 40.000 
b) R$ 30.000 
c) R$ 25.000 
d) R$ 15.000 
d) R$ 5.000 
Resolução 
Segundo o regime de caixa, as receitas e despesas são consideradas 
quando recebidas ou pagas, mesmo que o fato gerador ocorra em 
outro momento. 
Cálculo 1 – regime de caixa em 20X5 (solicitado na questão): 
Total de receitas recebidas em 20X5 45.000 
(-) Total de despesas pagas em 20X5 (20.000) 
= Resultado em 20X5 pelo regime de caixa 25.000 
Essa é a resposta da questão, R$25.000. Todavia, vamos aproveitar 
e calcular qual seria o resultado aplicando o regime de competência 
utilizado pela contabilidade pública. 
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Cálculo 2 – regime de competência em 20X5: 
Receita de 20X5 20.000 
(-) Despesa de 20X5 (15.000) 
= Resultado (regime de competência) em 20X5 5.000 
Pelo regime de competência, independe o recebimento ou 
pagamento, sendo consideradas as receitas e despesas pelo fato 
gerador. 
Conforme o cálculo 1, o resultado em 20X5 considerando o regime 
de caixa foi de R$ 25.000, opção C. 
Vale a pena frisar que para a contabilidade pública, assim como 
ocorre com a contabilidadeprivada, aplica-se o regime de 
competência na análise patrimonial, em função do Princípio de 
Contabilidade de Competência (art. 9º, Resolução CFC nº 750/93). 
A Resolução CFC nº 1.111/07, que aprova o Apêndice II da 
Resolução CFC nº. 750/93, Interpretação dos Princípios de 
Contabilidade sob a Perspectiva do Setor Público, observa que o 
Princípio da Competência é aquele que reconhece as transações e 
os eventos na ocorrência dos respectivos fatos geradores, 
independentemente do seu pagamento ou recebimento, aplicando-
se integralmente ao Setor Público. 
Ressalte-se ainda que os atos e os fatos que afetam o patrimônio 
público devem ser contabilizados por competência, e os seus efeitos 
devem ser evidenciados nas demonstrações contábeis do exercício 
financeiro com o qual se relacionam, complementarmente ao 
registro orçamentário das receitas e das despesas públicas. 
A Secretaria do Tesouro Nacional, congruente com o entendimento 
do CFC, ratificou a aplicação integral do regime de competência para 
a contabilidade pública, através da Portaria Conjunta STN/SOF nº 
3/2008, cujo caput do artigo 6º informa que a despesa e a receita 
deverão ser reconhecidas pelo regime de competência 
patrimonial, visando conduzir a contabilidade do setor público 
brasileiro aos padrões internacionais e ampliar a transparência sobre 
as contas. 
Novidade! A aplicação do regime de competência para a 
contabilidade pública somente foi efetivado a partir do exercício de 
2009, em virtude da Portaria Conjunta STN/SOF nº 3/2008. 
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Até o ano de 2008 utilizava-se o regime misto, em virtude da 
interpretação doutrinária até então alcançada para o art. 35 da Lei 
4.320/64, abaixo transcrito. 
Denominava-se regime misto, pois eram aplicados os dois regimes: 
regime de caixa para as receitas e competência para as despesas. 
Lei 4.320/64: 
Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro: 
I - as receitas nele arrecadadas; 
II - as despesas nele legalmente empenhadas. 
Observe como era cobrado em concursos! 
(ESAF – ACE/TCU – 2006) De acordo com o que dispõe o art. 35 da 
Lei n. 4.320/64, conclui-se que o regime contábil adotado pela 
Contabilidade Pública em nosso País é 
a) misto, sendo de caixa para as receitas e de competência para as 
despesas. 
b) de competência, para receitas e despesas. 
c) misto, sendo de competência para as receitas e de caixa para as 
receitas. 
d) de caixa, para receitas e despesas. 
e) misto, sendo de caixa para as receitas e despesas correntes, e de 
competência para as receitas e despesas de capital. 
Resolução 
O gabarito final divulgado pela ESAF foi letra “A”, em virtude da 
interpretação do texto legal naquela época. Mas atualmente aplica-se 
o regime de competência para as receitas e despesas na 
contabilidade pública. 
O regime misto era o entendimento dominante e de fato assim eram 
registradas as receitas e despesas na contabilidade pública aplicada, 
em todos os entes da Federação: União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios. 
Todavia, a STN e o CFC, objetivando a padronização e aplicação 
integral dos Princípios de Contabilidade e a convergência com as 
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Normas Internacionais de Contabilidade, editaram as normas 
reguladoras acima citadas para esse efeito. Dessa forma, como 
qualquer outro ramo da Ciência Contábil, a contabilidade pública 
deve aplicar o princípio da competência em sua integralidade, ou 
seja, tanto para a receita quanto para a despesa. 
Atenção! Atualmente, segundo entendimento da STN, a regra 
contida no artigo 35 da lei 4.310/64 refere-se ao regime 
orçamentário e não ao regime contábil. 
De fato o artigo 35 da lei 4.320/64 está inserido na parte do texto 
legal que disciplina regras orçamentárias e financeiras, ou seja, 
trata-se de uma regra de austeridade fiscal para fins de execução e 
controle do orçamento público. 
Assim, sob o enfoque orçamentário, para fins de administração 
financeira e orçamentária, acompanhamento da arrecadação das 
receitas e autorização para execução de despesas e liberação de 
recursos financeiros, o administrador público deve observar as 
receitas efetivamente arrecadadas e não pela ocorrência do fato 
gerador. Já as despesas, seguindo a prudência fiscal, consideram-se 
realizadas no empenho (etapa de sua execução), momento ainda 
anterior ao do pagamento, conforme informa o art.35 da lei 
4.320/64. 
O empenho é a primeira fase de execução da despesa. É o momento 
em que o estado reserva recursos orçamentários, já prevendo que 
futuramente terá que cumprir com sua obrigação financeira de 
pagamento. Tal assunto será detalhadamente estudado no Capítulo 
3, Despesa Pública. 
Lembre-se! A contabilidade pública, que objetiva o controle e 
avaliação dos elementos patrimoniais e suas alterações, utiliza desde 
2009 o regime de competência integralmente, ou seja, tanto para as 
receitas como para as despesas. Receitas e despesas públicas devem 
ser reconhecidas e registradas pela contabilidade no momento da 
ocorrência de seu fato gerador. 
Conforme mencionado, o art.35 da lei 4.320/64 está inserido na 
parte do texto legal que disciplina regras orçamentárias e 
financeiras. A contabilidade pública somente é tratada no Título IX, 
artigo 83 e seguintes, onde é informado claramente que as variações 
patrimoniais devem ser evidenciadas, sejam elas resultantes ou 
independentes da execução orçamentária (art. 100 e 104 da Lei 
4.320/64). 
Lei nº. 4.320/64, Título IX, Da Contabilidade: 
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Art. 85. Os serviços de contabilidade serão organizados de forma a 
permitirem o acompanhamento da execução orçamentária, o 
conhecimento da composição patrimonial, a determinação dos custos dos 
serviços industriais, o levantamento dos balanços gerais, a análise e a 
interpretação dos resultados econômicos e financeiros. 
Art. 89. A contabilidade evidenciará os fatos ligados à administração 
orçamentária, financeira, patrimonial e industrial. 
Art. 100. As alterações da situação líquida patrimonial, que abrangem os 
resultados da execução orçamentária, bem como as variações 
independentes dessa execução e as superveniências e insubsistências 
ativas e passivas, constituirão elementos da conta patrimonial. 
Art. 104. A Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as 
alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da 
execução orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do exercício. 
Interpretando as regras acima se observa que, além do registro dos 
fatos ligados à execução orçamentária, exige-se a evidenciação dos 
fatos ligados à administração financeira e patrimonial, de forma que 
os fatos modificativos (aumentativos ou diminutivos) sejam levados 
à conta de resultado e que as informações contábeis permitam o 
conhecimento da composição patrimonial e dos resultados 
econômicos e financeiros de determinado exercício. 
A contabilidade deve evidenciar, de forma tempestiva e oportuna, os 
fatos ligados à administração orçamentária, financeira e patrimonial, 
gerando informações que permitam o conhecimento da composição 
patrimonial e dos resultados econômicos e financeiros. 
Portanto, com o objetivo de evidenciar o impacto no patrimônio, 
deve haver o registro da receita e despesa em função do fato 
gerador, observando-se os Princípios da Competência e da 
Oportunidade. 
Resumindo o tópico – Regime Contábil: 
A contabilidade pública aplica o regimede competência 
integralmente, tanto para o reconhecimento da receita quanto para 
a despesa pública; 
Sob o enfoque orçamentário, ou seja, para fins de análise e 
acompanhamento da execução do orçamento anual e desembolso 
financeiro, objetivando prudência e austeridade fiscal, devem-se 
considerar as receitas apenas na arrecadação e as despesas no 
empenho (art.35, Lei 4.320/64); 
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Lembre-se! Existem exceções na aplicação do regime de 
competência na contabilidade pública. 
7. PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE 
O Conselho Federal de Contabilidade - CFC, através da NBC T 16.1, 
conceituou a contabilidade pública como o ramo da ciência contábil 
que aplica, no processo gerador de informações, os Princípios de 
Contabilidade e as normas contábeis direcionados ao controle 
patrimonial de entidades do setor público. 
São resoluções do CFC que tratam sobre os Princípios: 
Resolução CFC nº 750/93: consagra os Princípios de 
Contabilidade, que são de observância obrigatória no exercício da 
profissão contábil, constituindo condição de legitimidade das Normas 
Brasileiras de Contabilidade. 
Resolução CFC nº. 1.111/07: o apêndice II da Resolução CFC nº 
750/93, informa a adequada interpretação a ser alcançada para os 
Princípios de Contabilidade sob a perspectiva do setor público. 
7.1. PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE 
Os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas 
e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o 
entendimento predominante nos universos científico e profissional de 
nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais 
amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio das entidades 
(art. 2º, Resolução CFC n.º 750/93). 
Atenção! Atualmente são denominados apenas de “Princípios de 
Contabilidade” e não mais de “Princípios Fundamentais de 
Contabilidade”. 
Originalmente a Resolução CFC n.º 750/93 denominava os princípios 
contábeis de Princípios Fundamentais de Contabilidade. Todavia, a 
Resolução CFC n.º 1282/10 processou essa e outras alterações no 
conteúdo daquela resolução. 
Outra novidade! A atualização monetária não é mais considerada 
um princípio contábil, sendo revogada pela Resolução CFC n.º 
1.282/10. 
Apesar de não possuir mais a envergadura de um Princípio de 
Contabilidade, a atualização monetária continua sendo uma técnica 
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prevista no novo texto da Resolução CFC nº 750/93, todavia, agora 
inserida no contexto do Princípio do Registro pelo Valor Original. 
Portanto, agora existem apenas seis Princípios de Contabilidade: 
ENTIDADE; 
CONTINUIDADE; 
OPORTUNIDADE; 
REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL; 
COMPETÊNCIA; e 
PRUDÊNCIA. 
Abaixo texto da Resolução CFC nº 750/93 modificado pela Resolução 
CFC nº 1.282/10: 
Resolução CFC n.º 750/93 
Dispõe sobre os Princípios de Contabilidade (PC). (Redação dada pela 
Resolução CFC nº. 1.282/10) 
 
O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas 
atribuições legais e regimentais, 
CONSIDERANDO a necessidade de prover fundamentação apropriada para 
interpretação e aplicação das Normas Brasileiras de Contabilidade, 
(Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10) 
RESOLVE: 
 
CAPÍTULO I 
DOS PRINCÍPIOS E DE SUA OBSERVÂNCIA 
Art. 1º Constituem PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE (PC) os enunciados 
por esta Resolução. 
§ 1º A observância dos Princípios de Contabilidade é obrigatória no 
exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas 
Brasileiras de Contabilidade (NBC). 
§ 2º Na aplicação dos Princípios de Contabilidade há situações concretas e 
a essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais. 
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34 
(Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10) 
 
CAPÍTULO II 
DA CONCEITUAÇÃO, DA AMPLITUDE E DA ENUMERAÇÃO 
Art. 2º Os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas 
e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento 
predominante nos universos científico e profissional de nosso País. 
Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência 
social, cujo objeto é o patrimônio das entidades. (Redação dada pela 
Resolução CFC nº. 1.282/10) 
AArt. 3º São Princípios de Contabilidade: (Redação dada pela Resolução 
CFC nº. 1.282/10) 
o da ENTIDADE; 
o da CONTINUIDADE; 
o da OPORTUNIDADE; 
o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL; 
o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA; (Revogado pela Resolução CFC nº. 
1.282/10) 
o da COMPETÊNCIA; e 
VII) o da PRUDÊNCIA. 
 
SEÇÃO I 
O PRINCÍPIO DA ENTIDADE 
Art. 4º O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da 
Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da 
diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios 
existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto 
de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou 
finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o 
Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, 
no caso de sociedade ou instituição. 
Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca 
não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos 
não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza 
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econômico-contábil. 
 
SEÇÃO II 
O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE 
Art. 5º O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará 
em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos 
componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância. (Redação 
dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10) 
 
SEÇÃO III 
O PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE 
Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e 
apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações 
íntegras e tempestivas. 
Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na 
divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua 
relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e 
a confiabilidade da informação. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 
1.282/10) 
 
SEÇÃO IV 
O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL 
Art. 7º O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os 
componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos 
valores originais das transações, expressos em moeda nacional. 
§ 1º As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus 
distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas: 
I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a 
serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos 
recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os 
passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos 
em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em 
caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o 
passivo no curso normal das operações; e 
II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os 
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componentes patrimoniais,ativos e passivos, podem sofrer variações 
decorrentes dos seguintes fatores: 
a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou 
equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou 
ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das 
demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em 
caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários 
para liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações 
contábeis; 
b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou 
equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma 
forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e 
equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para 
liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da 
Entidade; 
c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado 
do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo 
item no curso normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos 
pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa 
que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das 
operações da Entidade; 
d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um 
passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma 
transação sem favorecimentos; e 
e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da 
moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante 
o ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes 
patrimoniais. 
§ 2º São resultantes da adoção da atualização monetária: 
I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não 
representa unidade constante em termos do poder aquisitivo; 
II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das 
transações originais, é necessário atualizar sua expressão formal em 
moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os 
valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, o do 
Patrimônio Líquido; e 
 III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão 
somente o ajustamento dos valores originais para determinada data, 
mediante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir 
a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período. 
(Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10) 
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37 
 
SEÇÃO V 
O PRINCÍPIO DA ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA 
Art. 8º (Revogado pela Resolução CFC nº. 1.282/10) 
 
SEÇÃO VI 
O PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA 
Art. 9º O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações 
e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, 
independentemente do recebimento ou pagamento. 
Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da 
confrontação de receitas e de despesas correlatas. (Redação dada pela 
Resolução CFC nº. 1.282/10) 
 
SEÇÃO VII 
O PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA 
Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor 
para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre 
que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das 
mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. 
Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo 
grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas 
em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não 
sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, 
atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação 
dos componentes patrimoniais. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 
1.282/10) 
Art. 11. A inobservância dos Princípios de Contabilidade constitui infração 
nas alíneas “c”, “d” e “e” do art. 27 do Decreto-Lei n.º 9.295, de 27 de 
maio de 1946 e, quando aplicável, ao Código de Ética Profissional do 
Contabilista. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10) 
Art. 12. Revogada a Resolução CFC n.º 530/81, esta Resolução entra em 
vigor a partir de 1º de janeiro de 1994. 
Brasília, 29 de dezembro de 1993. 
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38 
7.2. PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE SOB PERSPECTIVA DO 
SETOR PÚBLICO 
A Contabilidade Aplicada ao Setor Público constitui ramo da ciência 
contábil e deve observar os Princípios de Contabilidade, que 
representam a essência das doutrinas e teorias relativas a essa 
ciência, consoante o entendimento predominante nos universos 
científico e profissional do país. 
A Resolução CFC nº 1.111/07 aprovou o Apêndice II da Resolução 
CFC nº 750/93 – Interpretação dos Princípios de Contabilidade sob a 
Perspectiva do Setor Público – com o objetivo de um maior 
esclarecimento sobre o conteúdo e abrangência dos Princípios de 
Contabilidade sob a perspectiva do Setor Público. 
Resolução CFC nº 1.111/07 - Aprova o Apêndice II da Resolução CFC 
nº 750/93 sobre os Princípios de Contabilidade (alterada pela 
Resolução CFC nº 1.367, de 29/11/2011): 
INTERPRETAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE SOB A 
PERSPECTIVA DO SETOR PÚBLICO 
INTRODUÇÃO AO APÊNDICE 
O ponto de partida para qualquer área do conhecimento humano deve ser 
sempre os princípios que a sustentam. Esses princípios espelham a 
ideologia de determinado sistema, seus postulados básicos e seus fins. Vale 
dizer, os princípios são eleitos como fundamentos e qualificações essenciais 
da ordem que institui. 
Os princípios possuem o condão de declarar e consolidar os altos valores da 
vida humana e, por isso, são considerados pedras angulares e vigas-
mestras do sistema. 
Adicionalmente, as novas demandas sociais estão a exigir um novo padrão 
de informações geradas pela Contabilidade Pública, e que seus 
demonstrativos – item essencial das prestações de contas dos gestores 
públicos – devem ser elaborados de modo a facilitar, por parte dos seus 
usuários e por toda a sociedade, a adequada interpretação dos fenômenos 
patrimoniais do setor público, o acompanhamento do processo 
orçamentário, a análise dos resultados econômicos e o fluxo financeiro. 
PERSPECTIVA DO SETOR PÚBLICO PARA OS PRINCÍPIOS DE 
CONTABILIDADE 
Princípio da Entidade: 
O Princípio da Entidade se afirma, para o ente público, pela autonomia e 
responsabilização do patrimônio a ele pertencente. 
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A autonomia patrimonial tem origem na destinação social do patrimônio e a 
responsabilização pela obrigatoriedade da prestação de contas pelos 
agentes públicos. 
Princípio da Continuidade: 
No âmbito da entidade pública, a continuidade está vinculada ao estrito 
cumprimento da destinação social do seu patrimônio, ou seja, a 
continuidade da entidade se dá enquanto perdurar sua finalidade. 
Princípio da Oportunidade: 
O Princípio da Oportunidade é base indispensável à integridade e à 
fidedignidade dos processos de reconhecimento, mensuração e 
evidenciação da informação contábil, dos atos e dos fatos que afetam ou 
possam afetar o patrimônio da entidade pública, observadas as Normas 
Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao Setor Público. 
A integridade e a fidedignidade dizem respeito à necessidade de as 
variações serem reconhecidas na sua totalidade, independentemente do 
cumprimento das formalidades legais para sua ocorrência, visando ao 
completo atendimento da essência sobre a forma.

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