Defesa preliminar

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA 1ª VARA FEDERAL...
PROCESSO Nº
DEFESA PRÉVIA
 EDEVALDO, já devidamente qualificado nos autos, por intermédio do seu advogado, este que subscreve, vem respeitosamente na presença de Vossa Excelência apresentar DEFESA PRÉVIA, com base no artigo 55 da Lei 11.343/06, pelos motivos de fato e de direito que passa a expor:
DOS FATOS
 No dia 10 de novembro de 2016, no bairro Aurora, Av. Boreal, foram encontradas onze pedras de substância descritas como crack no bolso da bermuda do acusado.
 Segundo depoimento da autoridade policial, o acusado estava no local citado e assim que avistou a viatura, agiu de forma suspeita e correu, sendo abordado em seguida pela composição. 
 Com ele foram encontradas onze pedras da substância suspeita, com aparência de crack, e noventa reais em espécie. 
 Diante da autoridade policial, o denunciado foi enfático ao dizer que é usuário, não comerciante de drogas e que na data do fato, havia comprado doze pedras para consumo próprio, sendo que uma porção ele já havia consumido. Disse ainda que a quantia de noventa reais seria para o pagamento da conta de luz daquela data. 
 Ora Excelência, o acusado é primário, tem bons antecedentes, é pai de família, cumpre suas obrigações eleitorais, é trabalhador, mas em 2015 teve a infelicidade de conhecer, experimentar e se viciar em crack, e apesar disso, continua trabalhando.
 Diante do exposto, passaremos a confirmar que a denuncia é infundada e deve ser integralmente rejeitada, pois falta justa causa para a ação penal como a seguir será demonstrado.
DAS PRELIMINARES
– Da incompetência do juízo:
 Sendo a conduta descrita na denúncia, de competência da Vara Criminal Estadual conforme Súmula 522 do Supremo Tribunal Federal ou do Juizado Especial Criminal, e esta não estando tipificada no artigo 109, CRFB/88, requer que seja reconhecida a incompetência, sendo os autos remetidos ao juízo competente.
– Da denúncia genérica:
 A denúncia oferecida pelo Procurador da Republica encontra-se em desarmonia aos preceitos do sistema processual penal conforme artigo 395, I, do Código de Processo Penal, uma vez que a mesma apresenta fatos descritos genericamente, inviabilizando a defesa e devendo assim ser rejeitada por se mostrar inepta.
– Da Ausência de Laudo pericial:
 O artigo 50, §1º da Lei 11.343/2006 e o artigo 158 do Código de Processo Penal, enfatiza a importância da realização de laudo pericial para demonstrar a natureza e a quantidade das substâncias apreendidas, não podendo estas ser supridas nem por confissão. Obrigação esta que não foi cumprida, pois não houve qualquer exame pericial que pudesse corroborar com a acusação, não restando assim outra opção senão a rejeição da denuncia por falta de justa causa para o exercício da ação penal nos moldes do artigo 395, III do CPP.
DO MÉRITO
 Diante do exposto, não resta dúvidas de que se trata de usuário que trazia consigo as substancias para consumo próprio, sendo passível de qualquer uma das penas impostas no Art.28, da Lei 11.343/06, e não de conduta descrita no Art. 33 da mesma Lei.
DO PEDIDO
 Diante do exposto requer a rejeição da denúncia com base nos Art.s 395, I, II e III do Código de Processo Penal e a desclassificação do Art. 33 para o Art. 28 da Lei 11.343/06, com a expedição de alvará.
 Nestes Termos,
 Pede deferimento.
 Local, 21 de dezembro de 2016.
 
 Assinatura do advogado.
 OAB (nº)/ UF.