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Tópico III Sistema de Garantias de Direitos Parte 1 PDF

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O conteúdo deste tópico foi retirado do artigo “O sistema de garantia dos direitos de crianças e 
adolescentes” de Graça Gadelha, Eliane Bispo e Fernando Luz. 
 
O texto possui adaptações realizadas por Daniela de Macedo B.R.T. de Sousa, para a adequação 
do material à temática proposta. 
 
 
 
Parte 1 
 
Introdução ao Sistema de Garantia de Direitos 
As vigorosas disposições contidas na Constituição Federal de 1988 e no Estatuto da 
Criança e do Adolescente (ECA), aprovado em 1990, estabeleceram uma nova configuração do 
ponto de vista jurídico em relação aos direitos da infância, da adolescência e da juventude no 
Brasil. 
A primeira parte do ECA, que vai do artigo 1º até o artigo 85, traz uma síntese de toda a 
sua essencialidade e riqueza, quando aponta caminhos (as políticas de garantia de direitos) como 
deveres da sociedade, do Estado e da família. Esses dispositivos propõem e detalham os deveres 
de instituições e atores em relação ao tratamento a ser dispensado a crianças e adolescentes no 
país. 
É importante destacar que os deveres estão vinculados a uma tríplice responsabilidade, 
conforme determina o artigo 227 da Constituição Federal. 
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente 
e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, 
ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à 
convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, 
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda 
Constitucional nº 65, de 2010). 
 
 
 
Conforme estudamos no início deste curso, esse conjunto de direitos deriva de normativas 
internacionais, principalmente da Convenção Internacional dos Direitos da Criança, promulgada 
em 1989, que a Constituição de 1988, de forma antecipada, cuidou de incorporar como lições 
cidadãs. 
Com a vigência do ECA, impõe-se uma forma de compreender e agir em relação a 
crianças e adolescentes sustentada pela inovadora concepção da Doutrina da Proteção Integral. 
Essa doutrina estabelece um novo paradigma nos campos jurídico e social, ao criar 
vínculos normativos que asseguram a efetividade dos direitos públicos subjetivos dessa 
população. 
Embora possa parecer uma reunião de conceitos com fortes características de natureza 
subjetiva, a Doutrina da Proteção Integral impõe que seja afirmada a concepção de 
responsabilidade ante as violações praticadas contra crianças e adolescentes. 
Utilizando-se uma proposta didática desenvolvida pelo professor Antônio Carlos Gomes da 
Costa, é possível compreender a dimensão da promoção de direitos trabalhando-os a partir de 
três macro conceitos: o direito à sobrevivência, o direito ao desenvolvimento e o direito à 
integridade. 
O direito à sobrevivência, o direito ao desenvolvimento e o direito à integridade, traduzidos, 
refletem, em diferentes momentos, o estabelecido pelo artigo 227 da Constituição e pelo artigo 4º 
do ECA 
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente 
e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, 
ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à 
convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, 
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda 
Constitucional nº 65, de 2010) 
 
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder 
público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à 
vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à 
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência 
familiar e comunitária. 
 
 vida, saúde e alimentação são consideradas como direito à sobrevivência; 
 educação, cultura, profissionalização e lazer são definidos como direito ao desenvolvimento 
pessoal e social; 
 liberdade, respeito e dignidade se enquadram como direito à integridade física, psicológica e 
moral. 
 
 
 
Ao se agrupar os três macro conceitos, é possível construir todas as possibilidades de 
reconhecimento dos direitos de crianças e adolescentes relacionados a uma perspectiva de 
desenvolvimento humano. 
Importante chamar atenção especial quando as violações ocorrem no campo da 
sexualidade. 
Nesse caso, a questão deve ser reportada especificamente ao direito à integridade física, 
psicológica e moral. 
E para que crianças e adolescentes tenham efetivo acesso aos direitos fundamentais, 
impõe colocar à disposição desse segmento um bem estruturado Sistema de Garantia de 
Direitos (SGD). 
O ECA reconhece que a criança e o adolescente são vulneráveis e que merecem a 
proteção integral do Estado, da família e da sociedade. 
É importante observar que, ao eleger essas três grandes figuras, o ECA impõe a cada uma 
delas obrigações e responsabilidades: 
- à família, a obrigação de criar e de educar; 
- à sociedade, a obrigação de zelar por todas essas crianças e adolescentes; e 
- ao Estado, a competência de executar e promover políticas públicas capazes de garantir 
o atendimento dos direitos assegurados por lei. 
Tratar do Sistema de Garantias de Direitos (SGD) à luz do ECA significa, portanto, 
assegurar que direitos fundamentais relacionados a crianças e adolescentes sejam efetivamente 
operacionalizados por instituições e/ou atores que integram o referido sistema.

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