Buscar

Homeopatia - Módulo 04

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

AN02FREV001/REV 4.0 
 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
HOMEOPATIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
HOMEOPATIA 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO IV 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 83 
 
 
MÓDULO IV 
 
 
24 BIOTERÁPICOS 
 
 
Bioterápicos, de acordo com o Manual de Normas Técnicas da Associação 
Brasileira de Farmacêuticos Homeopatas, são “produtos não quimicamente definidos 
(secreções, excreções fisiológicas ou patológicas, certos produtos de origem 
microbiana e alérgenos) que servem de matéria-prima para as preparações 
bioterápicas de uso homeopático”. Estes medicamentos podem ser classificados em 
duas grandes categorias: 
 
 
24.1 BIOTERÁPICOS DE ESTOQUE 
 
 
 Códex - soros, vacinas, toxinas e anatoxinas, inscritos na Farmacopeia 
Francesa, preparada por laboratórios especializados (Instituto Pasteur 
francês ou Mérieux). 
 Ex: BCG, Staphylo Toxinum, Tuberculinum. 
 Simples - Obtidas a partir de “vacinas estoques” constituídas por culturas 
microbianas puras, lisadas e atenuadas em determinadas condições. Ex: 
Colibacillinum, Influenzinum, Streptococcinum. 
 Complexos - definidos pelo seu modo de obtenção (secreções ou 
excreções patológicas) ou seu modo de preparação. Ex. Luesinum, 
Psorinum, nosódios intestinais Bach-Paterson. 
 Ingleses (Nosódios Intestinais de Bach-Paterson). 
 Bioterápicos Dr. Roberto Costa - (nosódios vivos Roberto Costa) - São 
preparados com micro-organismos vivos, na escala decimal, usando 
como diluente cloreto de sódio 0,9%. A solução de partida é uma 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 84 
suspensão contendo três bilhões de micro-organismos por ml, em 
solução. Até a D 11 as diluições são feitas em solução fisiológica 0,9%. 
Da D12 em diante, as diluições são feitas em solução hidroalcoólicas 
50%. Para cada diluição são dadas 50 sucussões. 
 
 
24.2 ISOTERÁPICOS 
 
 
1. Isoterápicos ou heteroisoterápicos são preparados a partir de substâncias 
exógenas (alérgenos, toxinas ou medicamentos), tudo que de alguma forma 
“sensibilize” o paciente. Estão nessa categoria todos os alérgenos, pólens, poeiras, 
pelos, solventes, medicamentos alopáticos, alimentos, etc. 
2. Autoisoterápicos ou endógenos (autonosódios) - são preparados a partir 
de excreções ou secreções obtidas do próprio doente (sangue, urina, escamas, 
fezes, pus, etc). Antigamente eram camadas de nosódios. 
 
Prescrição 
 
Poderá ser solicitado por médicos, veterinários e dentistas. No receituário 
deve constar material que deve ser ou foi coletado (dinamização e forma 
farmacêutica desejada). Como as farmácias não estão preparadas para a realização 
de coletas de materiais veterinários, seria interessante conversar com a (o) 
farmacêutica (o) responsável de uma farmácia homeopática e se informar sobre o 
modo de coleta e conservação. 
Nunca se esquecer de avisar se o material for de doença infectocontagiosa, 
com mais ênfase ainda se for uma zoonose. O FORMOL não é ideal, devendo ser 
evitado, melhor são água/álcool/glicerina, soro fisiológico ou álcool 96°. O material 
tem prazo de validade, é interessante consultar a farmácia. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 85 
 
Exemplos 
 
• Aviare (sinonímia: Tuberculinum aviarium) - produto obtido a partir de culturas 
de mycobacterium tuberculosis, variedade aviare, sem adição de 
antissépticos. 
Bioterápicos ditos “Códex” 
 
• Diphtericum - soro antidiftérico proveniente de animais imunizados com toxina 
ou com anatoxina diftérica. 
• D.T.T.A.B. - toxina diftérica diluída, obtida dissolvendo-se o líquido da cultura 
do bacilo diftérico recentemente preparado e filtrado em filtro de porcelana, 
com solução isotônica de cloreto de sódio. 
• Gonotoxinum - vacina antigonogócica constituída por uma suspensão de 
bactérias provenientes de culturas de “gonococos” mortos por aquecimento, 
em solução isotônica de cloreto de sódio. 
• Staphylo Toxinum - preparado a partir de anatoxina estafilocócica descrita no 
“Códex”. 
• Tuberculinum - tuberculina bruta obtida a partir de culturas de espécies de 
Mycobacterium tuberculosis de origem humana e bovina. Antiga 
denominação: T.K. 
• Vaccinotoxinum - vacina antivariólica preparada a partir de fragmentos 
epidérmicos recolhidos por raspagem de uma erupção cutânea de varíola em 
uma novilha inoculada, após cinco dias com o vírus da varíola. 
 
• Colibacilinum - lisado obtido a partir de culturas de Escherichia coli, sem 
adição de antissépticos. 
Bioterápicos simples 
 
• Eberthinum - lisado a partir de culturas de Salmonella typhi, sem adição de 
antisséptico. 
• Enterococcinum - lisado obtido a partir de culturas de Streptococcus faecalis, 
sem adição de antisséptico. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 86 
• Paratyphoidinum B - lisado obtido a partir de culturas de Salmonella paratyphi 
B sem adição de antisséptico. 
• Staphylococcinum - lisado obtido a partir de culturas de Staphylococcus 
aureus, sem adição de antisséptico. 
• Streptococcinum - lisado obtido a partir de culturas de Streptococcus 
detoxicados, sem adição de antisséptico. 
 
• Anthracinum - preparado a partir de um lisado de fígado de coelho infectado 
por carbúnculo (Bacillus anthracis). 
Bioterápicos complexos 
 
• Luesinum - lisado de serosidades treponêmicas de cancros duros, preparados 
sem adição de antissépticos. Antiga denominação: Syphilinum. 
• Medorrhinum - lisado de secreções uretrais blenorrágicas colhidas antes de 
tratamento por antibióticos ou sulfamidas. 
• Pertussinum - lisado de expectoração de doentes com coqueluche, colhidas 
antes de qualquer tratamento. 
• Psorinum - lisado de serosidade de lesões de sarna, colhida de doentes sem 
tratamento prévio. 
 
• Bacilo de Morgan (Proteus morgani) Bacilo gram-negativo, móvel, anaeróbio 
facultativo, isolado de fezes de crianças com diarreia estival; ele seria 
responsável pela diarreia. 
Bioterápicos ingleses 
 
• Dysentery-Co ou B. dysenteriae (Shigella dysenteriae) - Bacilo gram-negativo 
imóvel, anaeróbico facultativo, agente da disenteria bacilar à qual só o 
homem e o macaco são sensíveis. 
• B. Gaertner (Samonella enteritidis) - S. enteritidis é um sorotipo de 
Salmonella, frequente nos animais, que provoca intoxicações alimentares no 
homem. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 87 
• Sycotic-Co ou Sycoccus-Paterson (Streptococcus faecalis) - estreptococo 
ovoide, alongado, não hemolítico, isolado de matérias fecais do homem e dos 
animais. 
• Bacillus nº 10 - não há correspondente na nomenclatura bacteriológica. 
Preparado pela Farmácia Nélson, de Londres, sem mais informações. 
 
 
25 GMP - GOOD MANUFACTURE PRACTICES - BOAS NORMAS DE 
FABRICAÇÃO 
 
 
Seguindo proposta de implantação de GMP em uma farmácia homeopática, 
apresentamos a seguir diversas considerações relacionadas à coleta e preparo de 
isoterápicos. 
 
 
25.1 QUANTO ÀS INSTALAÇÕES 
 
 
A sala de bioterápicos, além de dar maior comodidade aos pacientes, deve 
conter os equipamentos e vidraria específicos à área, para que não surjam 
problemas de contaminação (tanto microbiana, quando for o caso, quanto 
homeopático). 
 
 
25.2 QUANTO À PRESCRIÇÃO E COLETA 
 
 
O uso de autoisoterápicos deverá ser feito somente com prescrição ou 
autorização do médico. Na farmácia homeopática a coleta e/ou recebimento de 
material deverá ser efetuada pelo farmacêutico ou por um técnico treinado por este. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV4.0 
 88 
O material coletado para a preparação do bioterápico tem um tempo de 
validade limitado e variável de acordo com a sua origem, para ser dinamizado. Com 
o objetivo de otimizar este trabalho, devemos preestabelecer horários para este fim. 
 
 
25.3 QUANTO À VIDRARIA UTILIZADA NO PREPARO DE AUTOISOTERÁPICOS 
 
 
A vidraria utilizada nas três primeiras dinamizações é totalmente desprezada 
e a utilizada nas dinamizações subsequentes deve ser submetida a cuidados 
especiais de esterilização. 
 
 
25.4 QUANTO À ESTOCAGEM DE MATRIZES 
 
 
As matrizes obtidas de material coletado de pacientes são preservadas 
durante um ano e agrupadas por mês de coleta. Este procedimento deve ser 
adotado para os casos em que o médico necessite repetir a potência ou queira 
elevá-la, sem expor o paciente à necessidade de uma nova coleta e aos custos 
inerentes à fase inicial de obtenção do bioterápico. 
 
 
25.5 QUANTO À DINAMIZAÇÃO 
 
 
Assim como com os medicamentos tradicionais, o processo de dinamização 
é hahnemanniano (CH), com opção de utilização do fluxo contínuo (FC ou C) para a 
obtenção de altas potências, a preço mais acessível para o paciente. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 89 
 
25.6 QUANTO À ORIENTAÇÃO AOS PACIENTES 
 
 
Os médicos deverão ter a seu dispor um folheto explicativo para os 
pacientes, sobre o procedimento de coleta. A orientação padronizada facilita o 
trabalho do médico e do farmacêutico, como também tranquiliza o paciente. 
 
 
25.7 QUANTO AO APOIO TÉCNICO-CENTÍFICO 
 
 
A farmácia homeopática deve contar com farmacêuticos sempre presentes 
para responder a qualquer solicitação especial que o médico necessite ou para 
casos específicos que exijam uma abordagem diferenciada. 
 
 
26 METODOLOGIA ESPECÍFICA 
 
 
Procedimento e recomendações nas coletas efetuadas na farmácia. 
 
 
26.1 NARIZ/GARGANTA 
 
 
Para a coleta de secreção de garganta deverão ser tomados os seguintes 
cuidados: 
 
• O paciente deverá estar em jejum de pelo menos 60 minutos, não 
devendo consumir balas, chicletes, doces, refrigerantes ou outros 
produtos que possam depositar resíduos ou corantes na secreção a ser 
coletada; 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 90 
 
• Se o paciente estiver fazendo uso de batom, este deverá ser retirado 
antes da coleta; 
• Caso o paciente esteja fazendo uso de medicamento alopático, notificar o 
médico. 
 
A coleta deve ser efetuada com material descartável e o produto 
acondicionado em frascos que contêm uma mistura de água/álcool/glicerina. Os 
frascos deverão ser identificados e protegidos da luz. Após a maceração e 
homogenização da solução, inicia-se dinamização até a potência prescrita. A coleta 
é feita com material descartável, por punção digital, mas pode-se optar pelo lóbulo 
da orelha ou calcanhar, caso seja necessário. 
Para a coleta de sangue deverão ser tomados os seguintes cuidados: 
 
• Jejum de 12 horas, caso o médico ache necessário. O tempo de jejum 
deverá ser especificado pelo médico no pedido; 
• Caso o paciente esteja fazendo uso de medicamentos alopáticos, notificar 
o médico; 
• O médico deverá comunicar, antecipadamente à farmácia, se o paciente é 
portador de alguma doença infectocontagiosa. Nestes casos, pedimos 
que a coleta seja efetuada em laboratórios de análises clínicas de 
confiança do médico. 
 
Obs: A coleta deve ser efetuada sem acréscimo de anticoagulante na 
seguinte proporção: 1 ml de sangue/ 9 ml de água destilada. 
 
 
26.2 SECRECÕES 
 
 
• De ouvido; 
• Ocular; 
• Purulentas. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 91 
Caso o paciente esteja utilizando algum medicamento alopático por via oral 
ou uso tópico, o médico deverá estar ciente. O material coletado é então 
armazenado em um frasco contendo água/álcool/glicerina, macerado e dinamizado. 
 
 
27 LESÕES CUTÂNEAS/MICOSES DE UNHAS 
 
 
O paciente deverá tomar banho só com sabonete neutro ou glicerinado 
durante os três dias que precedem a coleta. Não fazer também uso de pomadas ou 
cremes medicinais durante estes três dias. 
 
 
28 MATERIAIS NÃO COLETADOS NA FARMÁCIA 
 
 
28.1 SECREÇÃO VAGINAL 
 
 
A coleta deverá ser feita pelo médico ou laboratório de confiança do mesmo, 
em frascos fornecidos pela farmácia (solução de água/álcool/glicerina) ou em 
frascos adequados (limpos e esterilizados) com uma solução água/álcool em partes 
iguais. O material deverá ser entregue na farmácia no máximo três horas após a 
coleta. Caso isso seja impossível, e como não há conservante, o material deverá ser 
colocado na geladeira e ser entregue na manhã seguinte. 
 
 
28.2 URINA 
 
 
Coletar a primeira urina da manhã, tomando os seguintes cuidados: 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 92 
 
• Fazer a assepsia do local (lavagem com água e sabão); 
• Desprezar o primeiro jato da urina; 
• Coletar em frasco adequado (tipo coletor universal); 
• Destinar o material à farmácia no máximo três horas após a coleta. 
 
Caso o paciente esteja fazendo uso de medicamentos alopáticos, o médico 
deverá ser notificado. Dinamiza-se a solução até a potência desejada. A entrega do 
material deverá ser feita no mesmo dia da coleta, em frasco adequado (coletor de 
fezes ou coletor universal), até no máximo 3 horas após a coleta. Se isso não for 
possível, guardar em geladeira e entregar na manhã seguinte. O material deve ser 
identificado, solubilizado, macerado e dinamizado até a potência prescrita. 
 
 
29 CÁLCULO RENAL/PÓ DE CASA/MEDICAMENTO ALOPÁTICO 
 
 
A entrega do material deverá ser feita em frascos apropriados (limpos e 
esterilizados). Após a trituração e solubilização do material, efetua-se a 
dinamização. 
 
 
30 NÓDULO DE MAMA/PÓLIPOS NASAIS/AMÍGDALAS E OUTROS 
 
 
A coleta deverá ser feita em frascos adequados (limpos e esterilizados), 
contendo uma solução glicerinada, soro fisiológico ou álcool 96ºGL. Obs: o formol 
deve ser evitado. O material deverá ser entregue à farmácia no mesmo dia da coleta 
ou então colocado em refrigerador para ser entregue na manhã seguinte. Após a 
identificação e trituração, efetua-se a dinamização. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 93 
 
31 CULTURAS MICROBIANAS (PLACAS, SOLUÇÕES BACTERIANAS E 
OUTROS) 
 
 
O material deverá ser encaminhado à farmácia no dia em que foi entregue 
ao paciente pelo laboratório, ou então conservado em geladeira e encaminhado na 
manhã seguinte. Após a solubilização, efetua-se a dinamização. OBS: Em caso de 
dúvida ou maiores esclarecimentos, entre em contacto com o farmacêutico. 
 
 
32 MIASMAS 
 
 
Se para curar era somente necessário achar o medicamento mais similar 
possível, de que valeria uma “multidão de conceitos imprecisos e filosóficos” 
durante o ato terapêutico, perguntavam-se atônitos os médicos homeopatas 
que entravam na homeopatia, vindos da escola médica clássica. Aliás, este 
é um quadro relativamente atual quando observamos que ainda hoje a 
formação médica clássica não dota os médicos de uma compreensão 
correta de organismo. Estudamos uma parte do complexo funcionamento 
corporal, compreendemos segmentos da patologia humana por meio do 
estudo de órgãos, pesquisamos a etiopatologia das enfermidades de forma 
fragmentada e jamais ensinada a debruçar sobre a imagem do misterioso 
organismo dinâmico – com suas maravilhosas intercorrelações, ritmos e 
sinergismos – para realmente pensar sobre aqueles que deveriam ser os 
fundamentos da arte médica: saúde e vida. De certa forma os miasmas e as 
oscilações desencadeadas pelas patogenesias sobre os sujeitos permitem 
que os estudos destas potencialidades vitais ocorram na prática 
(ROSENBAUM, Paulo, 1996). 
 
 
Quanto aos autores que escreveram sobre a teoria miasmática, alguns 
relacionam miasmas aos problemas morais da humanidade, outros a distúrbios 
fisiopatológicos, outros se limitaram a relacioná-la com a Energia Vital. A questão 
miasma ainda se ressente de definições mais claras e abrangentes do próprio termo 
Miasma, de psora,suscetibilidade, predisposição. Tudo que se relaciona ao termo 
diz respeito à gênese das doenças e do adoecer, e de como o ser reage a isso. 
Poder-se-ia dizer que é onde mais se evidenciam e se usam as diferenças e as 
semelhanças entre os seres. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 94 
 
33 MARCADORES MIASMÁTICOS 
 
 
A presente listagem de marcadores miasmáticos (sintomas, intencionalidade 
ou qualidade de sintomas que identificam os miasmas) proposta para identificação 
do miasma predominante, quando da análise dos casos clínicos, surgiu ao 
estudarem-se comparativamente os autores mencionados. Não se constitui 
novidade, mas seu objetivo é operacionalizar o miasma no dia a dia da clínica da 
similitude. Não concordamos que marcadores miasmáticos não existem, usando 
como justificativa o fato de serem todos sintomas trimiasmáticos, com predominância 
de um determinado miasma. 
Argumentamos que se aceita a existência do miasmático, este deverá ter 
seus marcadores, sob o risco de não serem identificados. Como poderemos 
diferenciar humanos de animais ou vegetais se não temos os elementos que os 
identifiquem como tais? Poucos são os marcadores comuns a todos os autores; 
ateremos, pois, àqueles que são consensuais, independentemente do construtivismo 
que os tente justificar. 
São poucos os comuns, mas existem, e se utilizados na clínica serão de 
grande valia para a compreensão das patogenesias, para o diagnóstico 
medicamentoso, para a orientação preventiva dos pacientes e também para o 
prognóstico, pois além das proposições observacionais de Hering e as prognósticas 
de Kent, teremos também, para orientação do clínico, a variação ou atenuação das 
modalidades miasmáticas que acompanham os sintomas, a tão comentada evolução 
miasmática. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 95 
 
 Psora Sycose Syphilis 
Ansiedade 
inquietude 
variabilidade 
alternância 
hiperatividade 
pouco ordenada 
Mental 
Desconfiança 
obsessividade 
egoísmo 
egocentrismo 
constante 
planejador 
ordenado 
atividade ordenada 
Isolamento 
desinteresse 
apatia 
indiferença 
morte 
atividade 
desordenada 
inatividade 
Busca 
integração 
adaptação 
ser aceita defesa 
para adaptação 
 
Meio 
Manipula-o para 
usá-lo para seus 
propósitos 
defesas para vencer 
Isola-se do meio 
Teme Lei Burla imoral 
Transgride 
amoral 
anarquia 
falta de ordem 
Constrói 
não destrói 
variabilidade 
Ação 
Constrói para si 
destrói aos outros 
ordenada 
Destrói a si e aos 
outros 
desordenada 
Futuro Tempo Presente Passado 
Ativa Mente 
Dificuldade para 
falar e para lembrar 
nomes 
 
Hipersensíveis Sentidos Embotados 
 Pronome Eu Ninguém 
Religião Escape Ocupação Álcool drogas 
Agrava Horário - 6- 18 horas 
 18- 21 horas Agrava 
 21- 03 horas Agrava 
 03 - 06 horas Agrava 
Agrava Frio Extremo agrava 
Melhora Calor Melhora Extremo agrava 
Agrava Secura Melhora Melhora 
Melhora Umidade Agrava 
 Mar Agrava 
 Montanha 
 Ar livre Melhora 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 96 
 Vento Melhora 
 Tempestades 
 Sol Agrava 
Cheia agrava 
Lua 
Nova agrava 
Melhor Repouso 
Fisiológicas 
melhoram 
ex. transpiração, 
urina, fezes, 
menstruação. 
Eliminações 
Patológicas 
melhoram 
ex: catarros 
secreções 
purulentas 
aderentes 
Fisiológicas pioram 
secreções putridas, 
hemorrágicas. 
Insaciável Fome Variável Diminuída ou exagerada 
Doces, ácidos. Desejos alimentares 
Ácidos, 
estimulantes. Não sabe o que quer 
 Aversões alimentares Carne 
 Temperatura dos alimentos 
Comidas e bebidas 
quentes melhoram 
Deseja comidas e 
bebidas frias 
Alta Febre Alta paroxística Não alta insidiosa com prostração. 
Prurido Patológico 
Proliferação, 
acúmulo, 
hiperplasia. 
Ulcerações, 
destruição, 
assimetrias. 
 Secura Retenção hídrica 
 
Errático, superfície, 
mais funcional que 
lesional. 
Mais lesional que 
funcional 
Bem mais lesional 
que funcional 
 Descamação Catarros Sangramentos 
FONTE: Departamento de Homeopatia da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas / APH - 
Ciclo de Estudos sobre Miasmas - Campo Grande-MS - 1996 - Congresso Brasileiro de Homeopatia. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 97 
 
34 PROGNÓSTICO CLÍNICO DINÂMICO 
 
 
PRÓ = antes + GNOSIS = reconhecer. Ou seja, é a arte de predizer o 
progresso e o fim da enfermidade (Dr. Maffei - médico patologista). 
É, na verdade, um conjunto de observações que homeopatas clássicos 
fizeram correlacionando a primeira prescrição do medicamento, o que se deve 
esperar de evolução do caso com o estado do paciente. Utilíssimos, mas que 
exigem boa observação de seus pacientes e um melhor relato nos animais. Diferem 
do prognóstico em outras terapêuticas pelo fato de que, embora o clínico não saiba 
com certeza o que esperar de reação do paciente depois que o medicamento é 
dado, sabe o que fazer com os resultados desta medicação nele. 
Pode produzir uma falsa sensação de insegurança ao clínico, mas com 
certeza dá a ele um campo de ação muito maior, já que mesmo em casos 
clinicamente incuráveis há a possibilidade de melhoria das condições do paciente. 
 
I. Funcional = manifestações sensoriais, alterações bioquímicas; 
II. Lesional Leve = alterações em órgãos e tecidos não vitais; 
III. Lesional grave = alterações em órgãos e tecidos vitais; 
IV. Incurável = alterações tão graves e profundas em órgãos e tecidos vitais 
(incluindo alterações mentais) que são irreversíveis. 
 
Sempre lembrar que incurável é a lesão e não o ser que está sendo 
tratado. E isto significa que mesmo em um paciente incurável o uso de um 
medicamento bem elegido é útil. E ainda segundo Elizalde, no caso de ser dado o 
simillimum: 
 
I. Funcional = melhora os sintomas mentais, gerais e funcionais com sensação 
subjetiva de bem-estar geral. Ocorre, portanto, uma melhora suave, progressiva e 
sem agravações. 
 
II. Lesional Leve = agravação curta e forte, seguida de rápida melhoria. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 98 
 
III. Lesional Grave = agravação prolongada, seguida de lenta e segura melhoria. 
 
IV. Incurável = a deterioração energética chegou ao máximo, por isso a tentativa do 
organismo equilibrar-se foi levada às últimas possibilidades, não existindo nada para 
curar e, portanto, não há agravação, e se espera uma paliação com melhora dos 
sintomas idiossincrásicos (os próprios do doente) e morte em ataraxia (bem-estar). 
 
As 12 observações prognósticas de Kent são as situações que ocorrem após 
ter sido medicado pela primeira vez o paciente. Segundo Kent (1996), na lição XXXV 
de seu livro Filosofia Homeopática: 
 
Depois de feita a prescrição, o médico começa a observar. Todo o futuro do 
paciente pode depender das conclusões a que chega a partir destas 
observações, e de sua ação, o bem do paciente. Se não entende o 
significado do que vê, atuará de maneira equivocada, fará prescrições 
erradas, mudará os medicamentos, agirá, enfim, em detrimento do paciente. 
Não há um caminho a seguir e não é capaz de substituir a inteligência. 
 
E, ainda Kent, se conversarmos com muitos médicos a respeito das 
observações que se seguem à administração do medicamento, vocês descobrirão 
que a maioria deles não possui senão fantasias ou noções vagas quanto a esta 
questão, e não enxergam mais nada depois de feita a prescrição. Se o homeopata 
não for um observador cuidadoso, suas observações serão imprecisas e suas 
prescrições consequentemente também o serão. 
Presume-se que uma vez feita a prescrição, se ela for correta, atuará. Ao 
atuar, o remédio começa imediatamente a provocar mudanças no paciente que se 
manifestam por meio de sinais e sintomas. A natureza interna da doença se mostra 
ao médico através dos sintomas, que lhe permitem situar-se com a precisão dos 
ponteiros de um relógio. Este tempo de espreitar, esperar e observar necessita ser 
cumprido, para que ele possa julgar por meio das mudanças que surgem, o que 
deve e o que não deve fazer. 
É verdade que o homeopata,em vários casos, não permanece muito tempo 
em dúvida quanto ao que não fazer. Há sempre um indicador que lhe avisa o que 
não fazer. Se for um observador arguto e atento, verá este indicador em cada caso. 
Claro que se a prescrição não tiver correspondência com o caso, se for uma 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 99 
prescrição que não efetua nenhuma mudança, não demorará muito para ele saber o 
que fazer: muita paciência esperando por uma prescrição tola não passa de perda 
de tempo e isto também deveria ser levado em conta entre as observações. 
As observações que tem valor são realizadas após a administração de um 
remédio específico, suficientemente relacionadas com o caso, para provocar 
mudanças nos sintomas. As mudanças estão começando. Com que se parecem? O 
que significam? A que conduzem? Ao escutar o relato do paciente (no caso de 
veterinários, tanto o relato do proprietário, como sua própria observação), o médico 
precisa saber o que está acontecendo. 
Sabe-se que remédio está atuando pela mudança dos sintomas. O 
desaparecimento de sintomas, o aumento de sintomas, a melhoria de sintomas, a 
ordem dos sintomas, constituem mudanças provocadas pelo remédio, e estas 
mudanças devem ser estudadas. Uma das coisas mais comuns que os remédios 
fazem é agravar ou melhorar. 
 
I. Observação - Prolongada agravação seguida de aniquilamento final do paciente. 
O antipsórico era muito profundo e produziu uma destruição, a reação vital era 
impossível, pois era incurável. Também pode ter ocorrido que a potência era muito 
alta para a fraca reação. É recomendável a 30C ou 200C (Kent). Nestes casos, 
geralmente o paciente chegou tarde demais para ser tratada, sua energia não 
aguenta mais nem se manter, o que não impede de dar-lhe um remédio que lhe seja 
paliativo. Segundo Elizaldi e Roberts, deve-se medicar pelos sintomas mais atuais. 
Alguns estudiosos da Homeopatia dizem que nunca um remédio bem elegido 
poderia fazer mal. Outros, que se a dose não for suave o suficiente, a agravação 
pode até matar o paciente. Enquanto não se chega a um consenso, é interessante 
seguir a indicação de Kent de dosagens. Também há de se ter cuidado ao julgar 
incurável um caso que não o é, e que cai na observação seguinte. 
 
II. Observação - Longa agravação, mas seguida de lenta melhoria final. Indica 
paciente lesional grave em órgãos ou tecidos vitais, mas ainda com energia 
suficiente para se recompor. Podem durar meses e anos as agravações 
prolongadas. É necessária muita paciência, tanto do médico quanto do enfermo, 
para só repetir a dose quando voltarem os sintomas pelo qual se prescreveu. São 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 100 
casos em que a boa observação do veterinário é fundamental, para saber ver o que 
está acontecendo e não mudar o medicamento que está sendo dado, 
desnecessariamente. Neste tipo de caso as chances maiores de um tratamento dar 
certo é em proprietários homeopatizados, pois por conhecerem na prática como 
funciona a Homeopatia, terão mais paciência para esperar os resultados quando 
estes forem mais lentos. 
 
III. Observação - Agravação imediata, curta e forte, seguida de rápida melhoria do 
paciente. Sempre que virmos uma agravação que surge rapidamente, que é curta e 
mais ou menos intensa, verificaremos que a melhoria do paciente será duradoura. A 
melhoria será acentuada, pois a reação do organismo é vigorosa e não há nenhuma 
tendência para alterações estruturais em órgãos vitais. Qualquer alteração estrutural 
eventualmente presente estará em nível de superfície, em órgãos que não são vitais; 
haverá a formação de abscessos e frequentemente glândulas não essenciais 
poderão supurar em regiões que não implicam risco de vida para o paciente. Estas 
alterações orgânicas são do tipo superficial. Acontece quando o paciente é lesional 
leve. Preconiza-se não interferir a não ser que seja demasiadamente incômoda ao 
paciente ou ao proprietário (no nosso caso, é o proprietário quem menos suporta a 
agravação de seu animal). Em humanos, é a agravação que ocorre poucas horas 
após a tomada do medicamento, no caso das doenças agudas, ou durante os 
primeiros dias, em casos crônicos. No caso de veterinários, essa referência é um 
pouco complicada, porque cães e gatos têm um limiar à dor e ao desconforto da 
doença maior que os humanos. Então às vezes não observamos as agravações, 
mas mesmo assim conseguimos avaliar a sensação de bem-estar que vem com a 
melhoria da doença. 
 
IV. Observações - Ocorrem curas muito satisfatórias sem agravações. Nesta 
hipótese, o paciente tomou um medicamento bem escolhido e é um paciente só 
funcional, não existia doença orgânica e nem tendência para tal. Em curas que 
ocorrem sem qualquer agravação, sabemos que a potência é adequada e que o 
remédio é o remédio curativo, desde que os sintomas desapareçam e a saúde 
retorne de maneira ordenada. Ordenada, segundo Kent, significa que a cura deve 
seguir as suas leis. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 101 
 
V. observação - Primeiro melhora e em seguida ocorre agravação. Depois de dada 
a medicação, o paciente se sente muito bem, mais passado quatro a cinco dias ou 
uma semana, ele está pior do que estava antes de começar o tratamento. Segundo 
Kent, 1996 “não é raro nos casos graves, nos casos com uma grande quantidade de 
sintomas; mas diga-se o que se disser, a situação é desfavorável. Nesse caso, ou o 
remédio era só superficial e só podia agir como paliativo ou o paciente era incurável, 
apesar do remédio ser, de alguma forma, adequado”. Deve-se reavaliar o caso para 
se saber qual das duas situações está ocorrendo. De qualquer forma, se espera 
esse tipo de situação em doentes de lesionais graves a incuráveis. 
 
VI. Observação - Alívio demasiadamente curto dos sintomas. Quando isso ocorre, 
ou algo no dia a dia do paciente está atrapalhando a ação do medicamento ou as 
alterações nos órgãos são tão profundas que são incuráveis, ou ainda, estão se 
encaminhando para tal situação. 
 
VII. Observação - Melhoria total dos sintomas, sem haver, no entanto, alívio 
especial para o paciente. Existem condições físicas que fazem com que sua melhora 
vá até certo ponto. Defeitos congênitos, falta de algum órgão, lesões irreversíveis. 
Segundo Kent, 1996, “ele é paliativo neste caso e representa uma paliação 
conveniente pelos remédios homeopáticos”. Isto também significa que, mesmo que 
o corpo não possa mais se curar, a procura pelo medicamento mais adequado para 
o paciente deve ser feita, pois o alivia. 
 
VIII. Observação - Alguns pacientes reagem a todos os remédios que tomam, são 
os pacientes hipersensíveis. Para Kent, “são pacientes com tendência a histeria, 
superexcitados e hipersensíveis a todas as coisas. Diz-se que o paciente tem uma 
idiossincrasia a tudo e estes hipersensíveis são frequentemente incuráveis”. Não é 
uma situação que ocorra com assiduidade, mas são experimentadores natos em 
humanos, exatamente por reagirem a todas as substâncias que tenham contato, 
mostrando uma rica sintomatologia. Como hipótese, poderia dizer que pelo limiar 
alto que cães e gatos têm à dor e ao desconforto, seria mais improvável de se 
encontrar entre eles tipos hipersensíveis. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 102 
 
IX. Observação - Ação dos medicamentos sobre os experimentadores. Aqui Kent se 
referia a humanos que experimentam substâncias para se descobrir ou comprovar 
suas qualidades curativas. 
 
X. Observação - Novos sintomas que aparecem após a tomada do remédio. 
Segundo Hahnemann, nos § 179 do Organon, 6ª edição, “em casos mais frequentes, 
porém, o medicamento que então foi escolhido em primeiro lugar pode ser apenas 
em parte adequado, isto é, não exatamente adequado, pois não houve um número 
significativo de sintomas que orientasse a escolha acertada”. 
§ 180: É, então, que o medicamento, na verdade tão bem escolhido quanto possível, 
mas imperfeitamente homeopático pelos motivos já ponderados,em seu efeito 
contra a doença que lhe é apenas parcialmente semelhante – como no caso referido 
acima, em que a escassez de meios de cura homeopáticos torna por si só imperfeita 
a escolha – vai causar distúrbios secundários e diversos fenômenos de sua própria 
série de sintomas se misturam com o estado de saúde do doente, os quais, contudo, 
são, ao mesmo tempo, sintomas da própria doença, embora, até então, nunca ou 
raramente terem sido percebidos; surgirão ou desenvolverão intensamente 
fenômenos que o doente há pouco tempo antes absolutamente não percebia ou 
percebia apenas vagamente. 
§181: Não se objete que os distúrbios agora surgidos e os novos sintomas 
dessa doença ocorrem por conta do medicamento que acabou de ser usado. Tais 
distúrbios provêm dele*; são, porém, apenas certos sintomas cujo aparecimento 
dessa doença também já era capaz de produzir por si nesse organismo e que o 
medicamento – na qualidade de autoprodutos de sintomas semelhantes – somente 
atraiu e fez aparecer. Em uma palavra, tem-se que considerar tudo o que agora, 
seguramente, passou a ser a própria doença, como o verdadeiro estado atual e 
tratá-lo, futuramente, de acordo com ele. 
*Quando sua causa não foi um erro importante no regime de vida, uma 
paixão intensa ou um fenômeno tumultuoso no organismo, como o início ou a 
parada de regras, concepção, parto, etc. Enfim, segundo Kent (1996): 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 103 
 
Se um grande número de novos sintomas aparecer depois da administração 
de um remédio, a prescrição geralmente se mostrará desfavorável. De vez 
em quando o aparecimento de um novo sintoma representará simplesmente 
um sintoma antigo que ressurge, que o paciente não havia observado e 
pensa que é novo. Quanto maior a série de sintomas novos que aparece 
depois da administração de um remédio, tanto maior dúvida haverá quanto 
ao acerto da prescrição. 
 
Porém, duas situações podem estar ocorrendo: os sintomas que aparecem 
são sintomas do paciente, que o medicamento que está sendo dado deveria cobrir e 
não cobre. Deve-se, então, procurar um medicamento mais adequado, ou está 
sendo dada dose excessiva do medicamento e o paciente está mostrando sintomas 
do medicamento e não os dele. 
 
XI. Observação - Retorno de sintomas antigos. Segundo Kent, “uma doença é 
curável na exata proporção que retornam sintomas antigos que há longo tempo 
haviam desaparecido. Eles desapareceram simplesmente porque outros mais novos 
surgiram”. São as leis de cura se cumprindo. 
 
XII. Observação - Sintomas tomam a direção errada. Kent fala aqui de situações em 
que “logo o médico se dá conta de que houve um deslocamento da periferia para o 
centro e o remédio precisa ser imediatamente antidotado, porque senão se 
produzirão alterações estruturais na nova localização”. Estes são os casos de 
supressão: 
 
Há um grande perigo em se selecionar um remédio baseado unicamente 
nos sintomas externos, isto, é, em se escolher um remédio que só tenha 
correspondência com a pele, ignorando todos os demais sintomas que o 
paciente possa ter, ignorando a economia como um todo e o estado geral 
do paciente; porque é verdade que aquele remédio que só tem relação com 
a pele, pode conduzir para o interior a doença da pele, fazendo-a 
desaparecer, embora o próprio paciente não esteja curado. Tal paciente 
continuará doente até que aquela erupção retorne ou se localize em outro 
lugar. Ou seja, a doença se aprofunda (KENT, 1996). 
 
 
 
FIM DO MÓDULO IV 
	Prescrição
	Exemplos
	25.4 QUANTO À ESTOCAGEM DE MATRIZES
	25.5 QUANTO À DINAMIZAÇÃO
	26 METODOLOGIA ESPECÍFICA
	26.1 NARIZ/GARGANTA
	26.2 SECRECÕES
	28 MATERIAIS NÃO COLETADOS NA FARMÁCIA
	30 NÓDULO DE MAMA/PÓLIPOS NASAIS/AMÍGDALAS E OUTROS
	32 MIASMAS
	33 MARCADORES MIASMÁTICOS

Outros materiais