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Sursis e Livramento Condicional

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Das penas: aplicação, 
sursis e livramento condicional
Alexandre Reis de Carvalho
Das penas principais e acessórias
A partir do Título V do CPM encontram-se as normas gerais referentes às 
espécies de pena (principais e acessórias), bem como para o cálculo e a apli-
cação destas.
Existem inúmeras teorias acerca da pena, as quais podem ser resumidas 
em três: absolutas (ou da retribuição), relativa (ou utilitária) e eclética (mista 
ou conciliatória). O legislador penal militar inspirou-se na teoria mista, que 
resulta da combinação da absoluta e relativa, ou seja, a pena é castigo (retri-
buição) e prevenção (intimidação).
Portanto, pena pode ser conceituado como a “sanção imposta pelo 
Estado, através da ação penal, ao criminoso, cuja finalidade é a retribuição 
ao delito perpetrado e a prevenção a novos crimes.”1
Penas principais
Diversamente do Código Penal comum, as penas principais (art. 55) pre-
vistas no CPM são: a) pena de morte; b) reclusão; c) detenção; d) prisão; e) im-
pedimento; f ) suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função; 
g) reforma.
Assim, as penas principais podem ser classificadas2 em: penal corporal (de 
morte), privativas de liberdade (reclusão, detenção e prisão), penas restritivas 
de liberdade (impedimento) e as restritivas de direitos (suspensão do exercício 
do posto, graduação, cargo ou função e, ainda, reforma).
A pena de morte (art. 56) é prevista somente em tempo de guerra (art. 5.º, 
XLVII, letra “a”, CRFB) e é executada por fuzilamento, nos termos do artigos 
707 e 708 do Código de Processo Penal Militar.
1 NUCI, Guilherme de 
Souza. Manual de Direito 
Penal – Parte geral e Parte 
Especial. 4. ed. 2. tir. São 
Paulo: Editora Revista dos 
Tribunais, 2008, p. 368.
2 SARAIVA, Alexandre José 
de Barros Leal. Op. Cit., pp. 
116/7.
39Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
40
Das penas: aplicação, sursis e livramento condicional
A sentença definitiva de condenação à morte deve ser comunicada, logo 
que passe em julgado, ao Presidente da República, e não pode ser executada 
senão depois de sete dias após a comunicação. A finalidade da mencionada 
comunicação é oportunizar ao presidente da República a concessão de even-
tual indulto ou comutação de pena, prerrogativa prevista no artigo 84, XII, da 
CRFB. Contudo, se a pena (sentença condenatória definitiva) é imposta em 
zona de operações de guerra, pode ser imediatamente executada, quando o 
exigir o interesse da ordem e da disciplina militares (art. 57).
Quando cominada a pena de morte como grau máximo e a de reclusão 
como grau mínimo, aquela corresponde, para o efeito de graduação, à de re-
clusão por 30 (trinta) anos (art. 81, §1.º). No caso de tentativa, a pena de morte 
corresponde, igualmente, à de reclusão por 30 (trinta) anos (art. 81, §2.º).
Pena de reclusão e detenção – O CPM não lhes diferenciou as caracte-
rísticas, estabelecendo tão somente os máximos e mínimos genéricos para 
cada uma dessas sanções. Assim, o mínimo da pena de reclusão é de um ano, 
e o máximo de trinta anos; o mínimo da pena de detenção é de trinta dias, e 
o máximo de dez anos (art. 58). Note-se que o mínimo da pena de detenção 
é de 30 (trinta) dias e não 01 (um) mês, como adotado no CPB.
A fixação desses limites se faz necessária no CPM, uma vez que vários 
tipos penais contemplam apenas o limite máximo da pena. Por exemplo, no 
crime de ameaça (art. 223) o legislador estabeleceu a seguinte pena: “deten-
ção, até 6 (seis) meses, se o fato não constitui crime mais grave.” Portanto, o 
limite mínimo da pena de detenção estabelecida para o delito de ameaça 
será de 30 (trinta) dias, nos temo do artigo 58, 2.ª parte.
A pena de prisão (art. 59) prevista no CPM é aplicada somente ao militar 
da ativa (art. 22) e por meio de conversão contida expressamente na senten-
ça condenatória, nos seguintes casos: a) o agente, ao tempo da sentença, 
deve ser militar da ativa (art. 22); b) a pena privativa de liberdade (detenção 
ou reclusão) imposta não pode ser superior a 02 (dois) anos; e c) não ser apli-
cável (cabível) a suspensão condicional da execução da pena (sursis).
A mencionada norma penal prevê ainda que a pena prisão seja cumprida: 
I - pelo oficial, em recinto de estabelecimento militar; e II - pela praça, em 
estabelecimento penal militar, onde ficará separada de presos que estejam 
cumprindo pena disciplinar ou pena privativa de liberdade por tempo supe-
rior a dois anos.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
Das penas: aplicação, sursis e livramento condicional
41
Nos casos em que o militar (art. 22) for sentenciado a pena superior a 02 
(dois) anos será cumprida em penitenciária militar e, na falta dessa, em es-
tabelecimento prisional civil, ficando o recluso ou detento sujeito ao regime 
conforme a legislação penal comum, de cujos benefícios e concessões, 
também, poderá gozar. Romeiro3 defende que na falta de penitenciária mi-
litar, o militar da ativa deverá cumprir sua pena em estabelecimento militar, 
como prerrogativa decorrente do Estatuto dos Militares (art. 73, letra “c”, da 
Lei 6.880/80).
Quanto ao civil (art. 62), este cumpre a pena aplicada pela Justiça Militar, 
invariável o quantum, em estabelecimento prisional civil, ficando ele sujeito 
ao regime conforme a legislação penal comum. Todavia, o cumprimento da 
suspensão condicional da execução da pena, por não representar o efetivo 
cumprimento da pena, será realizado perante o juízo militar.
A pena de impedimento (art. 63) sujeita o condenado a permanecer no 
recinto da unidade, sem prejuízo da instrução militar. Tal pena foi criada pelo 
código vigente exclusivamente para o crime de insubmissão (art. 183). Trata-
-se de uma modalidade de condenação ex celam.
A pena de suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou 
função (art. 64) consiste em gênero de afastamento das atividades funcio-
nais, que pode se dar por meio da agregação, afastamento propriamente 
dito, licenciamento ou na disponibilidade do condenado, pelo tempo fixado 
na sentença. Todavia, tal afastamento funcional demanda o comparecimen-
to regular do condenado à sede do serviço. De qualquer modo, o período da 
suspensão (afastamento) não será computado como tempo de serviço, para 
qualquer efeito.
Interessante questão apresenta-se nos casos em que o condenado, 
quando proferida a sentença, já estiver na reserva, ou reformado ou apo-
sentado. Em tais situações, a pena de suspensão será convertida em pena de 
detenção, de três meses a um ano (art. 64, parágrafo único).
A pena de reforma4 (art. 65) sujeita o condenado (militar da ativa) à situa-
ção de inatividade. Para o oficial, tal pena pode ser aplicada cumulativamen-
te com a pena privativa de liberdade, como no caso do artigo 266, última 
parte, do CPM, que trata do delito de dano culposo.
3 Op. Cit., p. 171.
4 NEVES, Cícero Robson 
Coimbra. STREINFINGER, 
Marcello. Apontamento 
de Direito Penal Militar. 
Vol. 1. 2ª tir. São Paulo: Sa-
raiva, 2008, 216/7.
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Das penas: aplicação, sursis e livramento condicional
Não se deve confundir a reforma imposta em sentença penal condena-
tória com a reforma decorrente de sanção administrativa disciplinar, que é 
aplicada por autoridade militar.
Nos casos em que sobrevenha moléstia mental, o condenado já não será 
mais punido, porém tratado, passando a ser mantido em custódia em estabele-
cimento adequado, onde lhe seja assegurada custódia e tratamento5 (art. 66).
Não se deve confundir tal internação com a medida de segurança impos-
ta somente aos inimputáveis e semi-imputáveis (arts. 112 e 113 do CPM). 
Os manicômios judiciários foram extintos pela Leide Execução Penal, sendo 
substituídos pelos Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico.
Penas acessórias
O CPM contém a previsão da aplicação de penas acessórias, sistemati-
zação abandonada pelo Código Penal comum (CPB). Tais penas (acessórias) 
não surtem efeitos por si sós, porquanto acompanham a aplicação de uma 
sanção principal.
O artigo 98 estabelece como modalidades de penas acessórias: a perda 
de posto e patente; a indignidade para o oficialato; a incompatibilidade com 
o oficialato; a exclusão das Forças Armadas; a perda da função pública, ainda 
que eletiva; a inabilitação para o exercício de função pública; a suspensão do 
pátrio poder, tutela ou curatela; e a suspensão dos direitos políticos.
A perda de posto e patente (art. 99), grau hierárquico privativo dos Ofi-
ciais das Forças Armadas e das Polícias e Bombeiros Militares, resulta da con-
denação à pena privativa de liberdade por tempo superior a 02 (dois) anos, e 
importa a perda das condecorações.
Todavia, a Constituição Federal de 1988, mantendo histórica tradição po-
lítica, dispôs no artigo 142, §3.º, VI, que o oficial das Forças Armadas (e das 
Polícias e Bombeiros Militares – artigo 42, §1.º, da CRFB) só perderá o posto 
e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por 
decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de 
tribunal especial, em tempo de guerra.
O inciso VII do mencionado artigo 142, §3.º, estabelece que o oficial con-
denado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade superior a 
02 (dois) anos, por sentença transitada em julgado, será submetido ao julga-
mento previsto no inciso anterior.
5 ASSIS, Jorge Cesár de. 
Comentários ao Código 
Penal Militar – Parte 
geral. Vol. 1. 5. ed. Curitiba: 
Juruá, 2004, p. 148.
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Das penas: aplicação, sursis e livramento condicional
43
De acordo com a Constituição Federal, a pena acessória de perda de 
posto e patente, bem como de indignidade ou incompatibilidade para com 
o oficialato não pode ser aplicada acessoriamente, devendo ser aplicada em 
procedimento específico perante o Superior Tribunal Militar, nos casos de 
oficiais das Forças Armadas, e nos Tribunais de Justiça (ou Tribunais de Justi-
ça Militar) dos Estados e Distrito Federal.
A indignidade para o oficialato (art. 100) decorre da condenação, inva-
riável a pena aplicável, nos crimes de traição, espionagem ou covardia, ou 
em qualquer dos definidos nos artigos 161, 235, 240, 242, 243, 244, 245, 251, 
252, 303, 304, 311 e 312.
Contudo, como já comentado, a vigente ordem constitucional esvaziou o 
presente comando normativo, que perdeu a natureza de pena acessória.
A mesma limitação (não recepção constitucional) ocorre com a pena 
acessória de incompatibilidade com o oficialato (art. 101), à qual estaria 
submetido o oficial condenado nos crimes dos artigos 141 e 142.
A condenação da praça à pena privativa de liberdade, por tempo superior 
a 02 (dois) anos, importa sua exclusão das Forças Armadas (art. 102). Aqui 
cabe uma importante distinção entre a aplicação dessa norma para as praças 
da Forças Armadas e das Polícias e Bombeiros Militares.
Ocorre que a EC 45/2004 modificou a redação do artigo 125, que trata da 
competência das Justiças Militares dos Estados, de modo que compete ao Tri-
bunal de Justiça Militar (ou de Justiça) do Estado ou do Distrito Federal decidir 
sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças.
Portanto, a praça das Forças Armadas pode ser condenada à pena acessó-
ria de perda da graduação por decisão do Conselho de Justiça (1.ª instância 
da Justiça Militar da União). De outra banda, a praça das Polícias e Bombeiros 
Militares não se sujeita a tal pena acessória, pois somente poderão perder a 
graduação em procedimento específico perante os Tribunais de Justiça Mili-
tar (ou de Justiça), consoante novo mandamento constitucional contido no 
artigo 125, §4.º, última parte.
A perda da função pública é imposta, de forma automática (art. 107), ao 
assemelhado ou o civil que for condenado à pena privativa de liberdade por 
crime cometido com abuso de poder ou violação de dever inerente à função 
pública; ou ainda, condenado, por outro crime, à pena privativa de liberdade 
por mais de 02 (dois) anos.
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Das penas: aplicação, sursis e livramento condicional
A inabilitação para o exercício de função pública (art. 104), pelo prazo 
de 02 (dois) até 20 (vinte) anos aplica-se ao condenado à reclusão por mais de 
04 (quatro) anos, em virtude de crime praticado com abuso de poder ou vio-
lação do dever militar ou inerente à função pública.
Ao condenado à pena privativa de liberdade por mais de 02 (dois) anos, 
seja qual for o crime praticado, será imposta a pena acessória de suspensão 
do exercício do pátrio poder, tutela ou curatela (art. 105), enquanto durar 
a execução da pena, ou da medida de segurança imposta em substituição 
(art. 113). No parágrafo único do art. 105 há a previsão de que tal medida 
possa ser decretada durante a fase processual, o que abre uma grande discri-
cionariedade ao Estado-Juiz, mesmo porque a pena acessória poderá durar 
mais tempo do que a principal.
Romeiro6 assevera que “o assunto extrapola a limitada jurisdição constitu-
cional da Justiça Militar, cabendo tal matéria à solução do juízo civil”. Note-se 
que no CPB (art. 92, II) a suspensão do pátrio poder decorre de o crime ter 
sido praticado por ascendente contra descendente.
A suspensão dos direitos políticos (art. 106), ou seja, o direito de votar e 
ser votado, será imposta durante a execução da pena privativa de liberdade 
ou da medida de segurança imposta em substituição, ou enquanto perdurar 
a inabilitação para função pública. Tal suspensão é prevista, igualmente, no 
art. 15, III, da CRFB, o que afasta a necessidade de constar expressamente na 
sentença condenatória.
A imposição da pena acessória (art. 107) deve constar expressamente 
da sentença, salvo nos casos dos arts. 99 (perda do posto e patente – vide 
art. 142, §3.º, VI e VII, da CRFB), 103, II (perda da função pública decorrente da 
condenação à pena privativa de liberdade superior a 02 anos) e 106 (suspen-
são dos direito políticos – ver art. 15, III, da CRFB).
Da aplicação da pena – limites, atenuantes 
e agravantes genéricas, pena-base, concurso 
de crimes e crime continuado
Aplicação da pena7 é o método judicial de discricionariedade vinculada 
visando à suficiência para prevenção e reprovação da infração penal. O juiz, 
dentro dos limites estabelecidos pelo legislador (mínimo e máximo, abstra-
6 Op. cit., p. 231-232.
7 NUCCI, Guilherme de 
Souza. Op. cit., p. 428.
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Das penas: aplicação, sursis e livramento condicional
45
tamente, fixados no tipo penal incriminador), deve eleger o quantum ideal, 
valendo-se do seu livre convencimento (discricionariedade), embora com a 
devida fundamentação de seu raciocínio (juridicamente vinculada). Trata-se 
da fiel aplicação dos princípios constitucionais da individualização da pena e 
fundamentação das decisões judiciais. Portanto, as sentenças penais devem 
conter motivação completa e transparente (art. 93, IX, CRFB).
No Direito Penal Militar, a aplicação da pena pelo juiz é realizada em 03 (três) 
fases sequenciais (sistema trifásico). Assim, além de conferir lógica à operação, 
permite que cada fase do cálculo da pena seja explicada, conhecida e, quando 
necessário, questionada pela parte insatisfeita (sucumbência recursal).
A primeira fase do cálculo da pena no Direito Penal Militar é a fixação da 
pena-base,prevista nos artigos 69 e 77, sob a rubrica fixação da pena priva-
tiva de liberdade, embora tal dispositivo também se aplique para as penas 
não privativas de liberdade (v. g., suspensão do exercício do posto, de seis 
meses a dois anos, ou reforma, como pena previsto no artigo 204, que trata 
do exercício de comércio por oficial).
Os dados aludidos no mencionado artigo 69 são denominados na doutri-
na como circunstâncias judiciais porque o seu reconhecimento é deixado ao 
poder discricionário (devidamente fundamentado) do juiz. Nesta primeira 
fase, a pena-base não pode ultrapassar o mínimo nem o máximo abstrata-
mente estabelecidos no preceito secundário do tipo penal incriminador (art. 
69, §2.º). Note-se que o CPM não faz menção à interferência do papel da 
vítima na conduta do agente, nessa primeira fase, como previsto no CP.
Na segunda fase de dosimetria da pena, o juiz deve verificar se tem aplica-
ção ao caso alguma das circunstâncias legais de aumento (agravantes) ou di-
minuição (atenuantes) da pena-base. Circunstâncias legais são elementos que 
se agregam à descrição legal do fato-crime sem modificar-lhe a substância, 
resultando na modificação do grau da sanção (reprovabilidade) a ser imposta.
São circunstâncias que sempre agravam a pena, 
Art. 70. São circunstâncias que sempre agravam pena, quando não integrantes ou 
qualificativas do crime: 
I - a reincidência; 
II - ter o agente cometido o crime: 
a) por motivo fútil ou torpe; 
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro 
crime; 
c) depois de embriagar-se, salvo se a embriaguez decorre de caso fortuito, engano ou 
força maior; 
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46
Das penas: aplicação, sursis e livramento condicional
d) à traição, de emboscada, com surpresa, ou mediante outro recurso insidioso que 
dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima; 
e) com o emprego de veneno, asfixia, tortura, fogo, explosivo, ou qualquer outro meio 
dissimulado ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum; 
f ) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge; 
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou 
profissão; 
h) contra criança, velho ou enfermo; 
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, encalhe, alagamento, inundação, ou qualquer 
calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido; 
l) estando de serviço; 
m) com emprego de arma, material ou instrumento de serviço, para esse fim procurado; 
n) em auditório da Justiça Militar ou local onde tenha sede a sua administração; o) em país 
estrangeiro.
Cabe lembrar que o CPM (art. 53, §2.º) contém as agravantes do concurso 
de agentes.
As circunstâncias genéricas propriamente militares são: “l) estando de ser-
viço;” “m) com emprego de arma, material ou instrumento de serviço, para 
esse fim procurado;” “n) em auditório da Justiça Militar ou local onde tenha 
sede a sua administração;” e “o) em país estrangeiro”. As demais agravantes 
possuem semelhante correspondência no CP.
Outra particularidade do CPM, contida no parágrafo único do artigo 70, 
decorre da lógica de que as circunstâncias contidas nas letras “l”, “m” e “o” só 
são aplicáveis ao agente militar (art. 22), bem como a embriaguez (letra “c”), 
salvo no caso de embriaguez preordenada, que se aplica a todos os agentes, 
tal como previsto no artigo 61, letra “l”, II, do CPB.
Igualmente ao CP, a reincidência (art. 70, I, e art. 71) possui natureza tem-
porária, ou seja, deixa de ser considerada após o transcurso de 5 (cinco) anos, 
contados a partir da data de cumprimento da pena ou de extinção desta. 
Para o CPM, os crimes comuns e os militares, com sentença condenatória 
transitada em julgada, serão computados para fins de reincidência, excetu-
ando-se tão somente os anistiados.
São circunstâncias que sempre atenuam a pena: 
Art. 72. [...]
I - ser o agente menor de vinte e um ou maior de setenta anos; 
II - ser meritório seu comportamento anterior; 
III - ter o agente: 
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral; 
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Das penas: aplicação, sursis e livramento condicional
47
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe 
ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano; 
c) cometido o crime sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da 
vítima; 
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime, ignorada ou 
imputada a outrem; 
e) sofrido tratamento com rigor não permitido em lei.
A circunstância atenuante propriamente militar está contida no inciso: “II 
- ser meritório seu comportamento anterior”. Para muitos, o crime não passa 
de um fenômeno acidental, inábil para apagar ou anular o passado pessoal, 
familiar, social e profissional do agente. Na profissão das armas, os aspectos 
pessoais, familiares e sociais refletem, ainda que indiretamente, na carreira 
do militar, o que proporciona a validade e fácil aferição dessa atenuante.
Outra particularidade do CPM, bastante criticada quanto a sua constitu-
cionalidade, refere-se à faculdade excepcional de o juiz não aplicar (embora 
seja reconhecida) as atenuantes genéricas, nos casos em que for cominada a 
pena máxima de morte (parágrafo único, art. 72).
Quantum da agravação ou atenuação (art. 73) – Quando a lei determi-
nar a agravação ou atenuação da pena sem mencionar o quantum, deve o 
juiz fixá-lo entre 1/5 (um quinto) e 1/3 (um terço), guardados os limites da 
pena cominada (abstratamente) ao crime.
Na terceira (e última) fase de dosimetria da pena, o juiz deve aferir a exis-
tência de causas especiais de aumento (majorantes) ou de diminuição (mi-
norantes), previstas na parte geral (arts. 30, parágrafo único, e 49) e na espe-
cial (arts. 240, §§1.º e 2.º) do Código Penal Militar.
É sobre a pena-base (circunstâncias judiciais do art. 69) já aumentada ou 
diminuída das circunstâncias legais (arts. 70 e 72) que incidem finalmente as 
causas de especial aumento ou diminuição de pena, tornando-a definitiva.
Note-se que na terceira fase, não fica o juiz adstrito aos limites da pena 
cominada ao crime (art. 73), senão apenas aos da espécie de pena aplicável 
(art. 58).
O artigo 78 do CPM trata da figura do criminoso habitual ou por tendên-
cia, figuras jurídicas que não foram recepcionadas pela Constituição Federal, 
pois previu o legislador a aplicação de pena de tempo indeterminado, bem 
como abre espaço para exagerada discricionariedade do julgador. Ademais, 
tal norma nunca foi aplicada no Direito Militar.
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48
Das penas: aplicação, sursis e livramento condicional
Concurso de crimes (art. 79) – formal e material – “quando o agente, me-
diante uma só (concurso formal) ou mais de uma ação ou omissão (concurso 
material), pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, as penas privativas de 
liberdade devem ser unificadas. Se as penas são da mesma espécie, a pena 
única é a soma de todas; se, de espécies diferentes, a pena única e a mais grave, 
mas com aumento correspondente à metade do tempo das menos graves, 
ressalvado o disposto no art. 58.” Tal regra difere da prevista no CP para o con-
curso formal.
Assim, para os casos em que o agente mediante uma só ação (ou omissão) 
produz mais de um resultado, há o cúmulo de eventos criminosos (idênticos 
ou não) e, consequentemente, há o concurso de crimes, o que a doutrina 
denomina de concurso formal de crimes.
Nos casos em que o agente mediante mais de uma só ação (ou omissão) 
produz multiplicidadede resultados, há também o cúmulo de eventos crimi-
nosos (idênticos ou não) e, consequentemente, há o concurso de crimes, o 
que a doutrina denomina de concurso material de crimes.
Tanto para os casos de concurso material ou formal de crimes, o CPM esta-
beleceu regra idêntica de apenação, qual seja, a unificação (soma) das penas 
se forem da mesma espécie (reclusão, detenção, suspensão do exercício do 
posto, graduação, função etc.), adotando-se o critério do cúmulo material 
(ou real); ou quando diversa as espécies da pena, deve ser aplicada a pena 
do crime mais grave, acrescida da metade do tempo das demais, adotando-
-se, nesse caso, o critério do cúmulo jurídico por exasperação, respeitado, 
sempre, o limite estabelecido no artigo 58.
Duas são as exceções para a apenação do concurso de crimes:
No caso de homicídio culposo com multiplicidade de vítimas decor- 
rente de uma só ação (art. 206,§2.º) e de lesão corporal culposa em multipli-
cidade de vítimas decorrente de uma só ação (art. 210, §2.º), a pena a ser apli-
cada é do respectivo delito acrescida de 1/6 (um sexto) até a 1/2 (metade).
No caso de concurso formal, a pena unificada (pela regra geral) pode ser dimi-
nuída de 1/6 (um sexto) a 1/4 (um quarto), nos termos do artigo 81, §1.º, do CPM.
Crime continuado (art. 80) – “Aplica-se a regra do artigo anterior, quando 
o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais 
crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de 
execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser considerados 
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Das penas: aplicação, sursis e livramento condicional
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como continuação do primeiro.” Tal regra também difere da prevista no CP, 
tanto na redação quanto na aplicação da pena.
No crime continuado, uma espécie de concurso material de crimes, a lei 
(penal comum e militar) presume, por medida de política criminal, a existên-
cia de um só crime (teoria da ficção).
Extrai-se da redação do artigo 80 que o CPM erigiu apenas critérios objeti-
vos para a configuração do crime continuado (teoria puramente objetiva), não 
exigindo unidade de dolo, unidade de resolução, unidade de desígnio (ele-
mentos subjetivos) à semelhança da redação adotada pelo artigo 71 do CPB.
A unidade de bem jurídico lesado não é exigida, exceção feita em se tra-
tando de bens jurídicos inerentes à pessoa (vida, integridade física, honra, 
liberdade), conforme o disposto no artigo 80, parágrafo único, verbis: “Não 
há crime continuado quando se trata de fatos ofensivos de bens jurídicos 
inerentes à pessoa, salvo se as ações ou omissões sucessivas são dirigidas 
contra a mesma vítima.”
Assim, não será continuado o estupro de mulheres diversas no mesmo dia 
ou em dias seguidos, salvo se tal reiteração ocorrer com a mesma vítima8.
Importante ressaltar que, em face de tão gritante disparidade de trata-
mento entre o direito penal comum e o militar vigente para o crime continu-
ado, a jurisprudência do STM, por forma equânime, vem aplicando a regra do 
CP (art. 71) para o crime continuado, aplicando a pena de um só dos crimes, 
com o aumento variável conforme o caso.
O limite imposto na unificação das penas encontra amparo no artigo 5.º, 
XLVII, letra “b”, da Constituição Federal. Observe que o legislador castrense 
estabeleceu que a pena unificada, no âmbito do Direito Penal Militar, não 
pode ultrapassar de 30 (trinta) anos, se é de reclusão, ou de 15 (quinze) anos, 
se é de detenção.
Da suspensão condicional da pena
A suspensão condicional da execução da pena (sursis) possui natureza (é 
medida) de Política Criminal. Segundo Romeiro9, o (sursis) é o ato pelo qual o 
juiz, condenando o delinquente à pena privativa de liberdade de curta dura-
ção (não superior a 02 anos, salvo as exceções expressamente previstas), sus-
pende a execução da mesma, a fim de impedir seus conhecidos e inevitáveis 
8 Exemplo de Jorge Al-
berto Romeiro. Op. cit., p. 
192-193.
9 Op. cit., p. 199. 
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Das penas: aplicação, sursis e livramento condicional
males, ficando o sentenciado em liberdade, mediante certos pressupostos e 
condições.
Para alguns autores, tal instituto denota verdadeiro reconhecimento da 
pouca eficiência alcançada pelos objetivos pretendidos com a execução 
da pena privativa de liberdade.
A suspensão condicional da pena aplica-se somente às penas privativas 
de liberdades, que poderão ser suspensas pelo período de 2 (dois) a 6 (seis) 
anos, denominado pela doutrina como período de prova.
O sursis constitui-se em verdadeiro direito público subjetivo do condena-
do, desde que este preencha os requisitos seguintes:
I - o sentenciado não haja sofrido no país ou no estrangeiro, condenação 
irrecorrível por outro crime a pena privativa da liberdade, salvo o dis-
posto no §1.º do art. 71 (que trata da temporariedade da reincidência);
II - os seus antecedentes e personalidade, os motivos e as circunstâncias 
do crime, bem como sua conduta posterior, autorizem a presunção de 
que não tornará a delinquir.
As condições para o cumprimento do sursis estão divididas em obrigató-
rias (art. 608, §2.º c/c art. 626 do CPPM) e facultativas ou judiciais (art. 85 do 
CPM c/c 608, caput, e §2.º, incisos I a IV, do CPPM).
O artigo 86 do CPM trata das hipóteses de revogação obrigatória e facul-
tativa do sursis, bem como da eventual prorrogação do prazo do período de 
prova. Por exemplo, o militar beneficiado com o sursis que vier a ser conde-
nado, em sentença irrecorrível, ou punido por infração disciplinar considera-
da grave terá a suspensão condicional da pena obrigatoriamente revogada 
(art. 86, caput, I e III, do CPM).
Exaurido o período de prova, sem que o sursis tenha sido revogado ou 
prorrogado, fica extinta a pena privativa de liberdade (art. 87).
Importante destacar os casos em que a suspensão condicional da pena 
não pode ser aplicada (art. 88):
 I - ao condenado por crime cometido em tempo de guerra;
 II - em tempo de paz:
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Das penas: aplicação, sursis e livramento condicional
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por crime contra a segurança nacional (não aplicável, de acordo �
com a vigente ordem constitucional que retirou da JMU tal compe-
tência jurisdicional), de aliciação e incitamento (arts. 154 a 156), de 
violência contra superior (art. 157), oficial de dia, de serviço ou de 
quarto, sentinela, vigia ou plantão (art. 158), de desrespeito a su-
perior (art. 160), de insubordinação (art. 163), ou de deserção (art. 
187);
pelos crimes previstos nos art � igos 160, 161 (desrespeito a símbolo 
nacional), 162 (despojamento desprezível), 235 (pederastia ou ou-
tro ato de libidinagem), 291 e seu parágrafo único, incs. I a IV (recei-
ta ilegal).
Se alguma dessas causas impeditivas do sursis não for conhecida do juiz 
ao tempo da prolação da sentença e da aplicação da suspensão condicional 
da pena, e esta vier a transitar em julgado, a doutrina10 e a jurisprudência (STJ. 
RHC 12.975/RS) têm firmado entendimento de que a concessão do sursis não 
poderá mais ser revogada, pois ocorreu o trânsito formal e material dessa 
sentença.
Note-se que enquanto alguns crimes graves, como tentativa de homicí-
dio, homicídio culposo e lesão corporal grave e gravíssima (dolosa), tráfico 
de entorpecentes e outros, comportam, tecnicamente, o sursis, alguns deli-
tos como a deserção (art. 187), receita ilegal (291) e pederastia ou outro ato 
de libidinagem não o comportam (art. 235), embora o máximo das penas 
cominadas sejam inferiores ou iguais a 02 (dois) anos.
Importante verificar que o artigo 617 do CPPM também contempla hipó-
teses de impedimentoda aplicação da suspensão condicional da execução da 
pena, acrescendo nesse rol os delitos de desacato (art. 298 a 300) e insub-
missão (art. 183). Contudo, a jurisprudência11 do STM tem se posicionado no 
sentido de que colidentes o CPM (art. 88, II, alíneas “a” e “b”) e o CPPM (art. 617, 
II, alínea “a”) em relação à aplicação do sursis deve prevalecer a situação mais 
favorável ao réu, ou seja, os delitos de desacato e insubmissão comportam a 
concessão do sursis. 
Além das mencionadas diferenças, no CPM não estão contemplados o 
sursis etário (maior de 70 anos) e humanitário ou profilático (portador de en-
fermidade grave) previstos no artigo 77, §2.º do CPB.
10 ROMEIRO, Jorge Alber-
to. Op.cit., p. 205-207.
11 Apelação 46.359-3/CE, 
mencionada por Jorge 
Alberto Romeiro. Op.cit., 
p. 205.
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Das penas: aplicação, sursis e livramento condicional
Do livramento condicional
Igualmente ao sursis, o livramento condicional é instituto (medida) de Po-
lítica Criminal destinado a permitir a redução do tempo de permanência do 
condenado na prisão, mediante a concessão antecipada e provisória da liber-
dade ao condenado, quando houver sido efetivamente cumprida parcela da 
pena privativa de liberdade e preenchido determinados requisitos (objetivos 
e subjetivos) e a aceitação de certas condições impostas ao beneficiário.
Cabe lembrar que os condenados (e presos provisórios) da Justiça Militar, 
quando recolhidos em estabelecimento penal comum, encontram-se sub-
metidos exclusivamente à Lei de Execução Penal (Lei 7.210/84), que também 
estabelece regras para o livramento condicional.
O livramento condicional também se revela em direito público subjetivo 
do condenado (a pena de prisão ou detenção) por tempo igual ou superior a 
02 (dois) anos, desde que satisfeitas as condições previstas no art. 89, verbis:
Art. 89. [...]
I - tenha cumprido:
a) metade da pena, se primário;
b) dois terços, se reincidente;
II - tenha reparado, salvo impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pelo crime;
III - sua boa conduta durante a execução da pena, sua adaptação ao trabalho e às circuns-
tâncias atinentes a sua personalidade, ao meio social e à sua vida pregressa permitem 
supor que não voltará a delinquir.
Se o condenado for primário e menor de 21 (vinte e um) ou maior de 70 
(setenta anos), o tempo de cumprimento da pena pode ser reduzido a 1/3 
(um terço).
De outra sorte, em tempo de paz, o livramento condicional para os crimes 
contra a segurança externa do país (arts. 136 a 148), ou de revolta, motim 
(arts. 149 a 153), aliciação e incitamento (arts. 154 a 156), violência contra su-
perior ou militar de serviço (arts. 157 a 159), só será concedido após o cum-
primento de 2/3 (dois terços) da pena, atendidos o disposto no artigo 89 
(preâmbulo, números II e III e §§1.º e 2.º), igualando-os ao mesmo tempo de 
cumprimento exigido do condenado reincidente.
No caso de condenação por infrações penais em concurso, deve ter-se 
em conta a pena unificada.
As condições a serem impostas durante o cumprimento do livramento 
condicional estão previstas no artigo 90 do CPM c/c artigo 626 do CPPM.
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Das penas: aplicação, sursis e livramento condicional
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O artigo 93 do CPM trata das hipóteses de revogação obrigatória e fa-
cultativa do livramento condicional, bem como da eventual prorrogação do 
prazo do período de prova. A título de exemplo, o militar beneficiado com o 
livramento que vier a ser condenado, em sentença irrecorrível, ou punido por 
infração disciplinar considerada grave terá o livramento condicional obriga-
toriamente revogado (arts. 93, I e II, e §1.º, do CPM).
Por fim, importante destacar que, em tempo de guerra, não se concede o 
livramento condicional (art. 96).
Dicas de estudo
Identificar quais são as penas principais e acessórias previstas no Códi- �
go Penal Militar, as respectivas hipóteses de incidência e os seus des-
tinatários.
A partir do comando normativo contido no art � igo 142, §3.º, VI, da Cons-
tituição Federal, analisar como se dá a perda do posto e da patente do 
oficial das Forças Armadas, bem como a declaração de indignidade ou 
de incompatibilidade para com o oficialato.
Distinguir as agravantes e atenuantes adotadas no Código Penal Mili- �
tar das contidas no Código Penal comum.
Pesquisar na jurisprudência do Superior Tribunal Militar os motivos pe- �
los quais tem se admitido, no âmbito da Justiça Militar da União, a apli-
cação, por analogia, das regras de concurso formal e crime continuado 
previstas no Código Penal comum.
Identificar os critérios para a concessão da suspensão condicional da �
execução da pena (sursis) e do livramento condicional e as hipóteses 
de vedação, prorrogação ou revogação desses benefícios.
Referências
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