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Semiótica e a Classificação dos Signos

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Semiótica
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Elvair Grossi
Revisão Textual:
Profa. Ms. Fátima Furlan
Classificação dos signos
• As dez classes dos signos na concepção Peirceana
• As dez classes dos signos
 · Analisar as relações entre signos e seus objetos, verificar aquilo que 
o signo representa e compreender os níveis interpretativos do signo.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Nesta unidade, abordaremos os estudos das 10 classes dos signos que se 
constituem num estudo detalhado do signo consigo mesmo, do signo com 
seu objeto e do signo com seu interpretante. O estudo deste conteúdo 
permite compreender que tudo converge em direção à ação do signo, cuja 
mobilidade e trajetória se estrutura numa ampla linha de representações que 
são sistematizadas, por meio de uma lógica, constatando assim, a relação 
de signos e entre signos. Portanto, para que você possa se apropriar desse 
conhecimento, é necessário que você leia com muita atenção todo o conteúdo 
dessa unidade, os materiais complementares, assista aos vídeos indicados e 
procure conhecer as referências bibliográficas. Recomendamos a pesquisa 
de mais fontes que, seguramente, irão contribuir para sua formação, melhor 
desempenho e mais aprendizado. 
ORIENTAÇÕES
Classificação dos signos
UNIDADE Classificação dos signos
Contextualização
Esta unidade permite, seguramente, refletir sobre o movimento das linguagens, 
dos sistemas e dos processos de comunicação, fazendo perceber que há uma 
alternância a cada dia, a cada momento. Produzindo significativas modificações de 
acordo com os fatos se constituem e se apresentam, refletindo assim, diretamente 
e em larga escala, nos processos culturais, éticos, filosóficos etc., instaurando, com 
isso, uma nova visão e uma nova forma de representação de mundo. Atualmente, 
para entender o metabolismo das linguagens e dos processos e sistemas sígnicos, 
é preciso reconhecer e identificar as representações, como a semiótica de Peirce 
nos ensinou. Entretanto, é indispensável considerar uma virtude dos signos, que 
é a capacidade de ser e representar uma unidade, mas ao mesmo tempo ser e 
representar uma multiplicidade polissêmica. As 66 classes dos signos que foram 
reduzidas para as mais relevantes, as 10 classes, comprovam que o momento 
atual da comunicação inalada nas mais diversas áreas, nos mais variados sistemas 
sociais e todos os processos de representação é de pura volatilidade. Os sistemas 
sígnicos, como a escrita, o cinema, o rádio, a televisão, a informática (computador) 
etc. são combustíveis para instabilizar os processos de representação sígnicas. Com 
isso, a cultura, as instituições, organizações etc. são afetadas pelas instabilidades 
produzidas por esses sistemas. Para testar essa afirmação, não é necessário muito 
esforço, pois no passado os nossos sistemas de reprodução do conhecimento 
tratavam os sistemas de comunicação e de representação como estanques. 
Ou seja, um exemplo esclarecedor foram as nossas escolas, universidades etc., em 
que cada disciplina era um sistema de comunicação, de representação, totalmente 
isolado dos demais. Por exemplo, a geografia não poderia ser compartilhada com 
a história ou com a matemática, pois havia divisas. A semiótica, por alinhar um 
diálogo interativo e intersemiótico das linguagens, do mundo das representações, 
nos fornece uma visão abarcadora e complementar, em que as bases de um processo 
de linguagem, modulado inteiramente pelos signos, são formadas por processos 
de integração e interação. Entretanto, para ter uma visão clara desses processos e 
entender esses movimentos, é preciso assimilar o módulo operante da classificação 
das 10 classes dos signos desenvolvido nesta unidade.
6
7
As dez classes dos signos 
na concepção Peirceana
Para estudar as dez classes dos signos, é importante ter uma prévia bem apurada 
das relações entre signos, objetos e interpretantes, principalmente ter a noção 
clara entre uma linguagem e outra, o que significa dizer entre um texto e outro, 
reconhecendo cada sintaxe e sabendo decodificar os códigos presentes, como, por 
exemplo, no texto da fotografia, da música, da dança, da matemática, da biologia, 
da filosofia, das artes etc. Ou seja, é preciso ter uma capacidade para ler e entender 
o mundo icônico, o mundo das representações, onde os signos são a matéria viva, 
como afirma Santaella (1995, p. 11), “tudo depende de signos e onde houver vida, 
haverá signos”. 
Por exemplo, sabemos que qualquer que seja o evento comunicativo ele é sempre 
constituído por textos e, consequentemente, todo texto é constituído por signos, 
logo a nossa vida está sob uma forte influência de textos articulados por signos. 
Pois, conforme Santaella, (1995), considerando qualquer que seja o tipo, ordem ou 
espécie, tanto no universo biossociológico da humanidade, dos animais, e também 
no mundo das máquinas, até qualquer outro mundo que possamos imaginar no 
qual ocorram processos comunicativos, não há de modo algum comunicação, 
interação sem signos. 
Vivemos num mundo circunscrito e permeado por uma variedade de informações 
(textos) e, em alguns momentos, de forma simultânea. É preciso, para interagir com 
este universo, saber processar cada informação que, às vezes, aparece articulada em 
forma de textos verbais e não verbais. E, sendo a língua um fenômeno social, este 
texto, que é um recorte de um evento comunicativo, carrega em seu bojo diversas 
práticas sociais, como se fosse uma fotografia de um dado contexto, de um dado 
momento social. Representando, assim, um texto dentro de outro texto, ou seja, uma 
série de outros textos, deixando transparecer toda uma estrutura cultural, social etc. 
Neste caso, para articular todo esse engenhoso processo, a semiótica se apresenta 
como um instrumento capaz de dissecar cada fragmento desse universo. 
A semiótica provida dos recursos da primeiridade, segundidade, terceridade e 
da tricotomia e classes dos signos, possibilita abrir uma linha investigativa de toda 
cadeia enunciativa, mobilizando os mais variados sistemas semióticos para desvendar 
a noção de mundo. O que significa dizer que, por exemplo, os signos, num estado 
decantado, num texto qualquer, ou melhor, num evento comunicativo qualquer, são 
capazes de simular e se deixar revelar, para o sujeito interpretante, as façanhas de sua 
natureza. Pois lá, naquele texto, onde parece que os signos estão imobilizados, existe 
uma verdadeira arena onde os valores sociais, culturais, sociológicos, linguísticos, 
religiosos etc. refletem o interior de um dado sistema. 
Desse modo, para se ter uma compreensão das dez classes dos signos e 
incorporar um conhecimento mais integrado, é preciso demarcar algumas posições 
7
UNIDADE Classificação dos signos
determinantes a fim de assegurar a assimilação de determinados componentes 
estruturais da semiótica que são considerados a base de todo o entendimento. 
Vejamos. 
Para refletir sobre essas considerações, vamos observar e, ao mesmo tempo, 
explicitar algumas práticas, mobilizando conceitos pontuais da semiótica. Por 
exemplo, este texto é uma representação da cidade de São Paulo, praticamente no 
início do século XX, trata-se de um texto cuja sintaxe se constitui pela materialidade 
fotográfica. Vejamos: 
Figura 1. Rua XV de Novembro (1906) - Centro Financeiro e Comercial da cidade de São Paulo
Fonte: smdu.prefeitura.sp.gov.br
O texto em si apresenta, na sua constituição, na sua sintaxe, uma representação 
da realidade materializada de uma determinada época, neste caso, pelo recurso 
fotográfico. Há neste recorte fotográfico uma variedade de signos que se 
confrontam com inúmeros cruzamentos, em virtude de representar um momento 
sociopolítico e cultural. A análise aqui, baseada na percepção dos signos, ou 
melhor, do signo-objeto que não se configura no mundo real, nãose limita aos 
artefatos culturais ou a uma textualidade da materialidade em si. Mas, acima de tudo 
e com tudo isso, se configura numa cadeia em movimento, pois segundo Peirce 
(1980), o signo não é uma entidade palpável de caráter físico, mas uma entidade 
abstrata. Cujo movimento “circular” redunda num momento representado pela 
fotografia que se instala em um signo-interpretante, resultado das várias semioses 
na construção de um significado, que, ao mesmo tempo, remete ao seu objeto, 
produzindo assim uma cadeia de várias interações. 
Nessa representação da cidade de São Paulo, atribuída ao ano de 1906, rua 
XV de Novembro, num primeiro momento, chama a atenção do intérprete, por 
denotar de imediato a sensação da qualidade, algo que há na sua constituição, uma 
variação nas tonalidades causadas pela pigmentação do claro/escuro, o que define 
e dá visibilidade à imagem em si. Essa materialidade, pigmentação e tonalidade, 
responsável pelo fato de ressaltar uma imagem, são elementos da ação de uma 
primeiridade, o que irá configurar um quali-signo, uma vez em que há formas 
e cores se amalgamando. A qualidade do texto, apresentando pessoas, veículos, 
8
9
prédios, características de um espaço urbano em ascensão, remetem ao sin-signo, 
sendo que a representação da foto, no seu campo de representação de forma 
geral, onde realmente temos a ideia de que se trata de uma São Paulo de 1906, 
caracteriza um legi-signo. Dessa forma, é possível perceber que um texto permite 
investigar e explorar muito além do limite de constituição. Por exemplo, ao verificar 
a mobilidade dos signos nesta sintaxe fotográfica, podemos conjecturar que a 
cidade, naquela época marcada pelo ciclo do café, denota uma pomposa riqueza 
em virtude de uma boa relação como o sistema financeiro, impulsionada pelo café, 
signo que alavancou o progresso e trouxe divisas internacionais, tornando, assim, a 
cidade de São Paulo num grande centro cosmopolita. Essa associação assinala um 
signo de possibilidades, trata-se de uma hipótese interpretativa, trata-se, portanto, 
de um rema. 
Desta forma, esse rápido percurso, que acreditamos ser de caráter pontual, 
tem por objetivo validar nossa fala, no início desta unidade, de que é preciso um 
olhar abrangente, integrado e processual para desvendar um caminho prático, na 
intenção de assimilar os conhecimentos da ciência semiótica. 
As dez classes dos signos 
As dez classes de signos propostas por Charles Sanders Peirce denotam a 
preocupação que o cientista teve na sutil relação de equivalência entre pensamentos 
e signos, principalmente, considerando a incorporação da lógica e da semiótica. 
Pois, ao analisar esse percurso, as dez classes, iremos constatar uma linha didática 
engenhosa e, ao mesmo tempo, hierárquica, cujo sistema aponta para uma importante 
chave lógica. Essa chave permite abrir todo um universo em que é possível desvendar 
o funcionamento de qualquer que seja a inferência. Pois, toda a ação mental pode 
ser entendida como uma construção de inferências, correspondendo a um sistema 
de raciocínio, a uma lógica que poderá ser provável e possível. Peirce, ao elaborar 
a lista das dez classes, procurou por uma sintaxe semiótica para constituir uma 
estrutura comum a todos os símbolos, que passam a expressar as relações de índice 
e ícone. O que vale dizer que todo o signo determina outro signo que interpreta o 
primeiro, sem bloquear as potencialidades do signo antecedente, a fim de continuar 
agindo como signo em várias cadeias de semiose. 
Para estudar as dez classes dos signos, é importante perceber a associação 
estabelecida por Peirce, pois estas resultam da combinação das noves categorias 
descritas pela três tricotomias, denominadas tricotomias tradicionais, vejamos de 
forma visual: 
SIGNO (REPRESENTAMEN) OBJETO ÍNDICE
PRIMEIRIDADE Quali-signo Ícone Rema
SECUNDIDADE Sin-signo Índice Dicente
TERCEIRIDADE Legi-signo Símbolo Argumento
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UNIDADE Classificação dos signos
Por outro lado, é possível verificar essa combinação de forma mais protocolar, 
com o auxílio da matemática, que permite situar as categorias a partir da 
consideração de que 33 = 27 combinações. Entretanto, o que confere, seria a 
relação da combinação possível entre os nove tipos de signos, descritos pelas três 
categorias, obtendo por fim 10 classes de signos. 
1º Classe
Quali-signo icônico remático
É uma classe que não poderá ser descrita nos fragmentos de suas partes, ou 
seja, é tudo aquilo de que a estrutura se compõe, é tudo em si mesma. Logo, 
funciona como signo em relação à primeiridade. Trata-se, conforme Peirce (1980), 
de uma qualidade tomada como um signo ou qualquer caráter que possa estar na 
categoria de uma unidade, podendo ser compartilhado por mais de um indivíduo. 
Por exemplo: as cores, manchas, texturas, aromas etc. Vejamos:
Figura 2. (Qualidade, sentimento) Qualidade de um azul, causando a impressão da vastidão do céu
Fonte: Adaptado de iStock/Getty Images
Nota-se que o quali-signo (qualidade de signo) só poderá denotar o objeto, 
em função de um impulso de similaridade comum, neste caso o quali-signo 
necessariamente é um ícone, por representar uma simples possibilidade. 
2º Classe
Sin-signo icônico remático
É uma classe que se constitui como um signo de pura semelhança, de qualquer 
que seja o objeto que se assemelhe, por isso é um ícone. É também um signo que 
se constitui pela experiência, indicando algo que não está presente, fazendo com 
que se possa determinar a ideia do objeto, por isso, pode ser compreendido como 
um signo de essência, neste caso, um rema. O sin-signo (signo singular/único) 
envolve um ou mais quali-signos. Por exemplo:
10
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Figura 3. A “rosa” é singular, tem semelhança com o objeto “rosa”, é um ícone. 
Portanto, “rosa” representa as demais rosas.
Fonte: Adaptado de iStock/Getty Images
É possível observar que a “rosa” denota, entre suas qualidades, a possibilidade 
de determinar a ideia do objeto “rosas” 
3º Classe
Sin-signo indicial remático
É uma classe em que toda a atenção se volta a um objeto determinado pela sua 
própria presença. Ou seja, é todo objeto da experiência direta que envolve um 
sin-signo icônico de tipo especial, pois leva a atenção do intérprete a focar para o 
próprio objeto denotado. Por exemplo: 
Figura 4. O interpretante irá dirigir a atenção ao objeto que 
causou a freada ríspida
Fonte: iStock/Getty Images
11
UNIDADE Classificação dos signos
 4º Classe
Sin-signo indicial dicente
É considerado qualquer objeto de experiência direta, na medida em que seja um 
signo, favorece informações sobre seu objeto. Só há possibilidades de se constituir 
na medida em que é afetado por seu objeto, portanto, é necessário um elemento 
indicador, por isso, envolve um sin-signo icônico para incorporar as informações 
de um sin-signo indicativo remático. Por exemplo: 
Figura 5. As árvores inclinadas indicam a ação e direção do vento
Fonte : Adaptado de iStock/Getty Images
Como o sin-signo é indicativo de um signo, então, ele traz informações de seu 
objeto, mas isso só pode ser verificado caso ele seja afetado por seu objeto, neste 
caso, as árvores foram afetadas pelo vento. 
5º Classe
Legi-signo icônico remático
É considerado como lei geral, pois, em virtude de incorporar em cada uma 
de suas modalidades uma qualidade estabelecida, faz dele um elemento capaz 
de despertar a ideia de um objeto semelhante. Na condição de ícone, pode ser 
considerado um rema, mas já na condição de um legi-signo, suas características 
são de regência. Por exemplo, um gráfico, em forma de pirâmide, que possibilita 
representar a evolução da faixa etária entre homens e mulheres no Brasil. 
VENTOS FORTES AÇÃO DO VENTO
12
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Vejamos: 
É uma convencionalidade, uma lei que se 
apresenta como signo de algo.
Fonte: IBGE, 2000
Qualquerdiagrama, gráfico, tabela representativa etc. Entretanto, deve-se 
desconsiderar sua individualidade e apenas considerar o gráfico na sua generalidade.
6º Classe
Legi-signo indicial remático
É considerado como qualquer tipo de lei geral e não depende de sua constituição. 
Normalmente, faz com que cada um de seus casos seja influenciado por seu objeto, 
atraindo a atenção para esse objeto. Por exemplo: 
Figura 6. Cada uma de suas réplicas será um sin-signo indicial remático . 
Está relacionado simbolicamente ao objeto.
Fonte: iStock/Getty Images
Vale dizer, tomando com base Santaella (1995, p. 176), “toda as palavras 
são legi-signos, e, por pertencerem ao sistema de uma língua, sempre altamente 
arbitrário e convencional, estão relacionadas simbolicamente aos seus objetos”. 
13
UNIDADE Classificação dos signos
7º Classe
Legi-signo indicial dicente
É considerado como uma lei cujos casos são afetados pele seu objeto, fazendo 
com que esse objeto possa dar uma informação, é um signo real, representa uma 
verdade. Por exemplo:
Figura 7. Sin-signo dicente, informação definida, real, concreta.
Fonte: iStock/Getty Images
Há o envolvimento do legi-signo icônico, conforme Santaella (1995), para 
poder significar a informação e um legi-signo indicativo remático a fim de denotar 
o aspecto material dessa informação. 
8º Classe
Legi-signo simbólico remático 
É considerado como um signo que possibilita manter uma relação com seu objeto 
pela associação de ideias gerais, produzindo um conceito geral, sendo a réplica 
interpretada como signo de um objeto que é um caso desse conceito. Por exemplo: 
Figura 8. O Legi-signo simbólico remático é um signo que representa 
seu objeto por meio de uma convenção.
Fonte: iStock/Getty Images
14
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Outro exemplo bastante esclarecedor vem da gramática, por exemplo, os 
substantivos comuns são considerados legi-signo simbólicos remáticos, precisa-
mente pelo fato de denotarem ideias abrangentes, ideias gerais, em virtude de 
uma convenção.
9º Classe
Legi-signo simbólico dicente 
É um signo ligado ao seu objeto por meio de uma convenção de ideias que, 
conforme Peirce (2008, p. 56), atua como um símbolo remático, afora o fato de 
que seu interpretante representa o símbolo dicente como sendo, com respeito ao 
que significa, realmente afetado por seu objeto, de tal modo que a existência ou lei 
que ele traz à mente deve ser realmente ligada com o objeto indicado. Por exemplo:
Figura 9. No Legi-signo simbólico dicente os signos são constituídos de forma 
a causar o mesmo impacto. Por exemplo, a afirmação: “nenhum signo é negro.”
Fonte: iStock/Getty Images
Observa-se no legi-signo simbólico dicente que se trata de uma verdade quando 
o enunciado, símbolo dicente, faz referência a um fato concreto. Não poderá se um 
enunciado, ou uma informação de lei. 
10º Classe
Legi-signo simbólico argumental
É um signo do discurso racional, representa seu objeto como um signo ulterior 
por meio de uma lei, cuja passagem de uma premissa para conclusão tende a ser 
de caráter real, verdadeiro. Por exemplo, dedução, indução e abdução, ou seja, 
um argumento, um silogismo de caráter lógico que vamos apresentar na íntegra 
(Peirce, 1980, p. 50-51). 
15
UNIDADE Classificação dos signos
RACIOCÍNIO REGRA CASO PARTICULAR CONCLUSÃO
DEDUÇÃO - May be 
(pode ser) Todos os feijões deste 
pacote são brancos
Estes feijões são deste 
pacote
Estes feijões são brancos
(Do geral para o 
específico)
RACIOCÍNIO CASO PARTICULAR CONCLUSÃO REGRA
INDUÇÃO - must be (tem 
que ser) Estes feijões são deste 
pacote
Estes feijões são brancos
Todos os feijões deste 
pacote são brancos(Do específico para o 
geral)
RACIOCÍNIO REGRA CONCLUSÃO CASO PARTICULAR
ABDUÇÃO - would be 
(seria) Todos os feijões deste 
pacote são brancos
Estes feijões são brancos
Estes feijões são deste 
pacote(Processo de formar uma 
hipótese explanatória)
Verifica-se, pelo desenvolvimento dos quadros, que o signo apresenta seu 
objeto por meio das leis de silogismos ou das passagens de certas premissas para 
certas conclusões e, nessas passagens, tendem a ser verdadeiras. Outros exemplos 
que também podem ser considerados são: uma resenha, formas poéticas, letras 
musicais etc. 
Como visto e explorado nesta unidade, é possível compreender que as classes 
dos signos constituem um papel determinante em várias esferas da ciência, seja 
ela de qualquer natureza. Pois, todas essas relações permeadas de cruzamentos 
entre signos comprovam que não existe um signo sequer no estado “imaculado”, 
pois todos pertencem a uma relação híbrida. Os signos são capazes de gerar 
contaminações numa escala acelerada, em virtude da lógica e das combinações, 
conforme Peirce (1980) afirma: há mais de 66 classes diferentes de signos. Por esse 
processo, é possível distinguir os tecidos que se agrupam em forma de semioses, 
que é formado por um processo contínuo, ou seja, um signo que forma outro signo 
que explica ainda outro. Portanto, este grande tecido de representação gráfica e 
convencional possibilita desvendar caminhos da ciência, bem como interpretar, 
analisar, conceituar, descrever trajetória e elaborar formulações dos mais variados 
sistemas de linguagens que, além de tudo isso, assinala formas da nossa existência 
e do nosso pensar.
16
17
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Introdução à Semiótica Peirceana -Tricotomias.
https://goo.gl/fjBPto
 Livros
A assinatura das coisas: Peirce e a literatura.
SANTAELLA, Lucia. A assinatura das coisas: Peirce e a literatura. São Paulo: 
Imago, 1992.
O que é semiótica
SANTAELLA, Lucia. O que é semiótica. São Paulo: Brasiliense, 1983.
 Vídeos
Semiotica Peirceana com Julio Pinto 
https://goo.gl/1hZP7s
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UNIDADE Classificação dos signos
Referências
NÖTH, Winfried. Panorama da Semiótica: de Platão a Peirce. São Paulo: 
Annablume, 1995.
PEIRCE, C. S. Collected Papers: vol. 1,2,3. Cambridge: Harvard Univ. Press, 1966.
____________. Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1980. 
____________. Semiótica. Tradução: José Teixeira Coelho Neto. São Paulo: 
Perspectiva, 2008.
SANTAELLA, Lucia. A teoria geral dos signos: Semiose e autogeração. São 
Paulo: Ática, 1995.
____________. O que é semiótica. São Paulo: Brasiliense, 1983. 
____________ . Corpo e comunicação. Sintoma da cultura. São Paulo: Paulus, 2004.
____________. Matrizes da linguagem e pensamento. São Paulo: Iluminuras, 2013.
SERSON, Breno. A relevância de C. S. Peirce para as ciências cognitivas: 
os conceitos de “representação” e “inferência” e a semiótica. São Paulo: 
Manuscrito, 1992.
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Outros materiais