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1 INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA 1 - Considerações Iniciais 2 - Métodos de prospecção e amostragem 2.1 - Métodos Diretos - Manuais - Mecânicos 2.2 - Métodos Indiretos 2.3 - Amostragem em solos e rochas 3 - Ensaios de Campo e Laboratório 3.1 - Ensaios de Campo 3.2 - Ensaios de Laboratório 4 - Geologia da Região Metropolitana de Fortaleza 1 - Considerações Iniciais • Objetivo: - Conhecimento adequado das condições do subsolo Î Identificação e classificação das diversas camadas componentes do substrato (extensão, profundidade e nível d’água, fraturas) antes da construção. Em fundações não se pode generalizar ==> solo ==> Não é material fabricado pelo homem!!! O solo é arenoso ? argiloso ? pantanoso ? rochoso? As características de um solo não podem ser descobertas apenas pelo aspecto da camada superficial ==> Há necessidade de investigar o solo em profundidade. 2 • Categoria das estruturas: o Características de carga-deflexão da superfície de contato (interação da estrutura com o solo adjacente): Muros de arrimo, estacas pranchas, túneis, condutos enterrados. o Interação estrutura-solo adjacente e propriedades dos materiais utilizados na construção (determinação do comportamento da própria estrutura): Aterros rodoviários, barragens de terra, aterros de muros de arrimo, base, sub-base de pavimentos, edificações. o Propriedades do material (sob diversas condições a que possam estar submetidos): Encostas naturais, taludes de cortes. • Valor da investigação geotécnica: o Pode ser medida pela quantia que seria gasta na construção se a investigação não tivesse sido feita. Î “Todas as sondagens são caras, mas as mais caras são aquelas que não foram feitas”. o Função: da localização e extensão da área, da natureza do substrato e do tipo de projeto. o Custo das investigações: 0,5 a 1% do custo da estrutura. 0,1 a 2% do custo do projeto. Melhor investigação Î elementos adequados no prazo com custo compatível com o valor da informação. 3 • Etapas da investigação: (a) Investigações de reconhecimento – mapas geológicos, hidrológicos, fotografias aéreas ou de satélite, reconhecimento “in situ” (cortes de estradas, escavações, etc), estudos anteriores. Natureza das formações locais. Características do subsolo. (b) Explorações para anteprojeto – depende da natureza do substrato e o tipo de projeto. O número e a localização das sondagens dependem do grau de variabilidade das condições do subsolo. Escolha das soluções. Dimensionamento das fundações. (c) Explorações para o projeto executivo Cuidados com o planejamento, incluindo amostragem e ensaios “in situ”. (d) Explorações durante a construção Problemas não previstos nas etapas anteriores. 2.1 - MÉTODOS DIRETOS Conjunto de operações que observam diretamente o solo. a) MANUAIS: Poços, Trincheiras, Trados Manuais - Poços a pá e picareta • Exame visual de camadas do subsolo ao longo de suas paredes. • A profundidade é limitada pela presença de nível d'água (NA) (profundidade máxima = 4 a 5 m) • Permite retirada de amostras deformadas ou indeformadas (em blocos ou anéis). • Pode ser utilizado para todos os tipos de solo. • O tempo e o custo são limitações também. • Equipamento: pá, picareta, balde, sarrilho, bomba d’água (para o rebaixamento do NA). 4 - Trincheiras • Exposição contínua do subsolo ao longo da seção de uma encosta natural, áreas de empréstimos, etc, utilizando escavadeiras. • Utilizada para grandes estruturas, como barragens. - Trados Manuais • Investigação preliminar das condições geológicas superficiais. • Avanço da perfuração para o ensaio de penetração. • Mudanças de camadas (até 10,00 m). • Tipos de trado: cavadeira, torcida ou helicoidal. • Utilizados em solos que não necessitam de revestimento e são secos (argilas) • Os resultados são apresentados na forma de perfis individuais. • Utilizados em estudo de jazidas. • A energia para a rotação dos trados depende do tipo e tamanho do trado e do tipo de solo a ser penetrado (energia hidráulica, mecânica ou peso). 5 • Diâmetro dos trados: entre 75 a 300 mm. • Não penetram em camadas de pedregulhos (mesmo de pequena espessura), pedras ou matacões, solos abaixo d NA e em areias muito compactas. • Uso de bentonita para segurar as paredes do furo. • Apresentação dos resultados: perfis individuais ou tabelas. Perfil longitudinal do subsolo, segundo o alinhamento de sondagens a trado, em estudos de jazidas 6 b) MECÂNICOS - Sondagem à percussão com circulação de água - SPT (Standard Penetration Test). - Sondagem à percussão com circulação de água, complementada com medidas de torque - SPT-T. - Ensaio de penetração de cone - CPT (Cone Penetration Test). - Ensaio de penetração de cone com medida de pressão neutra (ou piezocone) CPT – U. - Sondagem Rotativa - Sondagem Mista - Sondagem especial com extração de amostras indeformadas - Sondagem SPT Equipamento: - Tripé com sarilho, roldana e cabo. - Tubos de revestimento (φ = 2 ½”, 3”, 4”, 6”). - Haste de aço para avanço (φint = 25 mm e φext = 33,7 mm) - Martelo para cravação das hastes de perfuração e tubos de revestimento (P = 65 kg) - Amostrador padrão (φint = 34,9 mm e φext = 50,8 mm) - Conjunto motor – bomba para circulação de água - Trépano ou peça de lavagem - Trado concha (100 mm) - Materiais acessórios e ferramentas gerais Operações: - Processo de perfuração - Amostragem a cada metro - Ensaio de penetração dinâmica Processo de perfuração: 1o – Trado cavadeira – 1m 2o – Tubo de revestimento (150 a 300 mm) ou lama de estabilização 3o – Trado espiral até o NA 7 Sondagem à percussão com circulação de água (equipamento) 4o – Trépano de lavagem – escavação – retirada do material – circulação da água. Profundidade máxima = 50 a 60 m Amostragem a cada metro: 1 m – trado concha > 1m – amostrador padrão ((Terzaghi-Raymond) – amostras comprimidas). 8 Índice de resistência à penetração: (SPT ou N) - N = soma do número de golpes necessários à penetração no solo, dos 30 cm finais do amostrador padrão (45 cm de comprimento). Altura de queda = 75 cm. - Despreza-se os 15 cm iniciais, devido o uso de lavagem alterar a condição do solo, amolecando-o ==> alterações do número de golpes. - Os valores de N dão a indicação da consistência (solos argilosos) ou estado de compacidade (solos arenosos) das camadas do solo. 9 Nível d’água freático: - Tempo de resposta necessário para estabilizar ≈ 24 horas após o término do furo. Depende da permeabilidade do solo. - Piezômetro – para obter-se a pressão da água. - Análise química da água – para observar se contem sulfatos que atacam o cimento ou outros constituintes corrosivos. Apresentação das sondagens: - Um desenho (formato A4) contendo o perfil individual da sondagem e um corte geológico, figurando cotas, posições onde foram colhidas as amostras, os níveis d'água subterrâneos, resistência à penetração, etc. Vantagens principais: - Baixo custo - Facilidade de execução em locais de difícil acesso - Coleta de amostras a diversas profundidades mostrando a estratigrafia do terreno - Possibilita a determinação do NA - O solo imediatamente abaixo do furo conserva-se inalterado - O mais difundido no Brasil Desvantagens: - Empregado na maioria dos solos, mas é lento na presençade pedregulho. - Dificuldade na determinação de camadas muito finas de solo - Identificação precisa do solo é dificultada pela quebra das partículas pelo trepano e a mistura dos materiais pela lavagem - Segregação das partículas na cisterna Fatores que influenciam os resultados: 1. Equipamento – forma, dimensões, conservação, calibragem (peso), etc. 10 2. Execução da sondagem: variação da energia de cravação, má limpeza do furo, furo não alargado suficientemente, excesso de lavagem, erro na contagem do número de golpes, etc. Interpretação dos resultados: SPT versus Propriedades físicas do solo Finalidades: - Escolha do tipo de fundação. - Estimativa das taxas admissíveis do terreno e dos recalques das fundações. 11 12 - Sondagem Rotativa: Finalidades: - Usada quando a sondagem alcança uma camada de rocha ou solo de alta resistência, blocos ou matacões. - Pode ser usada também para solos quando a investigação do solo é pormenorizada. - Só rotativa – quando a rocha aflora. Principais objetivos: - Obter testemunho, amostra da rocha para identificar as descontinuidades do maciço rochoso. - Realizar ensaios "in situ" como perda d'água (permeabilidade e localização de falhas e fendas). Equipamentos: - Motor: as sondas são acionadas por motores a diesel, gasolina ou elétricos. - Guincho: permitem o controle na operação das alçadoras, hastes, revestimentos e retirada de testemunhos. - Cabeçote de perfuração: faz girar a coluna de perfuração e exerce pressão na ferramenta de corte propiciando o movimento de avanço do furo. - Sondas: manuais, mecânicas e hidráulicas. - Manuais - o avanço é feito manualmente através de um volante associado a uma cremalheira. - Mecânicas - o avanço é conseguido através de um sistema de parafusos diferenciais concêntricos com um parafuso sem - fim. - Hidráulicas - a pressão sobre as hastes é proporcionada por cilindros hidráulicos de duplo efeito, usado para grandes profundidades. - Hastes: são tubos ocos sem costuras de comprimentos variáveis, ligados entre si. Transmitem à peça de corte no fundo do furo os movimentos de rotação e penetração para o avanço da sondagem e conduzem água e lama 13 para a refrigeração das peças de corte e ao transporte dos detritos da perfuração à superfície. - Barriletes: tubos ocos destinados a receber o testemunho de sondagem e são presos à primeira haste a penetrar no solo. Os mais usuais são: - barriletes simples (rocha sã, alteração de rocha). - duplo rígido (melhor recuperação – formações geológicas médias e duras, pouco fraturadas). - duplo giratório (formações moles e fragmentadas – garante boa recuperação). - especial (série D, M ou L, usados em materiais onde é fácil obter a alta recuperação do testemunho). - Coroas: ferramentas de corte de uma sondagem (alto custo), composta de matriz de aço que é o elemento de fixação dos diamantes à ferramenta, corpo da coroa que é à parte de aço, saídas de água que são os espaços abertos na superfície da coroa e os diamantes que podem ser cravados ou impregnados. Orientação para escolha do tipo de coroa em função das formações geológicas – dureza e abrasão da rocha. Coroa de widia (material pouco resistente) – mais baratas (com pastilhas de carboneto de tungstênio) - Revestimentos: são indispensáveis quando as paredes do furo tendem a desabar (1 a 3 m). Compostos de tubos de aço com paredes finas, mas de elevada resistência mecânica. - Sistema de circulação de água: usado para assegurar a refrigeração da coroa, a expulsão de fragmentos, a diminuição da fricção da coluna contra paredes e a conservação de uma pressão hidrostática que contribua para manter firmes as paredes do furo. Para formações permeáveis utiliza-se a mistura de água com bentonita. Obs.: Os diâmetros das coroas, revestimentos, etc. são padronizados pelo Sistema DCDMA (Associação dos Fabricantes de Ferramentas Diamantadas, USA) pelas letras E, A, B, N, H (furos de 1 ½ a 4 polegadas). Grupo X – tubos mais leves que possuem passos de rosca fina. Grupo W – tubos mais pesados com passos de rosca grossa. 14 15 Operação: Consiste basicamente na realização de manobras consecutivas (rotação + avanço), isto é, a sonda imprime à haste os movimentos rotativos e de avanço na direção do furo e estas os transferem ao barrilete provido da coroa. Comprimento da manobra = comprimento do barrilete (1,5 a 3 metros). Diâmetro do testemunho: 41, 54, 76mm podendo chegar a 165 mm. Apresentação dos resultados: São apresentados, em forma de perfil individual do furo, os perfis geológicos do subsolo (boletim de sondagem), baseados na descrição dos testemunhos, considerando: - Classificação litológica - Estado de alteração das rochas para fins de engenharia (extremamente alterada a sã) - Grau de fraturamento (número de fragmentos por metro - %) qualidade da rocha - RQD = Rock Quality Designation = percentagem da soma dos fragmentos superiores a 10 cm pelo comprimento da manobra (recuperação modificada). Percentagem de recuperação: R % = comp. total dos testemunhos / comp. total da manobra. Tipo de rocha R % Boa qualidade > 80 Medianamente alterada 80 – 50 Muito alterada < 50 Este resultado é função mais da qualidade da sondagem do que da qualidade da rocha. Qualidade da rocha RQD % Muito fraca 0-25 Fraca 25-50 Regular 50-75 Boa 75-90 Excelente 90-100 16 Rocha No de fraturas /metro Ocasionalmente fraturada 1 Pouco fraturada 1-5 Medianamente fraturada 6-10 Muito fraturada 11-20 Extremamente fraturada >20 Em fragmentos Pedaços de diversos tamanhos, dispersos. 17 Vantagens: progresso rápido; distúrbio leve do solo abaixo do furo. Desvantagens: quando o solo tem uma alta percentagem de pedregulhos (não corta) - Sondagem Mista: Definição: É a sondagem executada inicialmente à percussão no trecho penetrável e seguida por meio de sonda rotativa nos materiais impenetráveis à percussão. Equipamento: É a combinação dos equipamentos das sondagens à percussão e rotativa. Revestimentos de grande diâmetro: 4 a 6”. Operação: - Início à percussão - Revestimento da rotativa - Sondagem rotativa Apresentação dos resultados: Perfil individual do furo: - Representação gráfica da recuperação. - Índice de resistência à penetração. Número, Disposição e Profundidade das Operações de Prospecções: 18 Sondagem Mista 19 20 21 Número mínimo de sondagens em função da área da projeção em planta do edifício Área construída (m²) Número mínimo De sondagens < 200 200 – 400 400 – 600 600 – 800 800 – 1000 1000 – 1200 1200 – 1600 1600 – 2000 2000 – 2400 > 2400 2 3 3 4 5 6 7 8 9 a critério Distribuição dos furos de sondagem em função da área construída Espaçamento entre sondagens (em metros) de acordo com o tipo de obra Estratificação horizontal Tipo de obra uniforme média errática Número mínimo de sondagens Edifícios altos 45 30 15 4 Edifícios baixos 60 30 15 3 Pilares de pontes, torres, etc. - 30 7 ½ (por cada fundação isolada) Estradas 300 150 30 - Zonas de empréstimos (para aterros compactados) 300-150 150-60 30 - 15 - 22 23 2.2 - MÉTODOS INDIRETOS Os métodos indiretos ou geofísicos são aqueles que medem algumaspropriedades do terreno. - Realizados na superfície. - Permitem estimar as profundidades e características do subsolo e do nível d'água. - Utilizados no estagio de reconhecimento complementar. As propriedades medidas nesses métodos são: Densidade: Método gravitacional Balança de torsão ou pêndulos Magnetismo: Método magnético Magnetômetros Elasticidade: Método sísmico As ondas são geradas por detonação de explosivos ou vibrações de metais. As ondas sísmicas têm velocidades diferentes para cada tipo de solo e são refratadas quando atravessam tipos diferentes de solos. Ensaio de “Cross-Hole” (sísmica de reflexão de alta resolução) Sismógrafos Condutividade elétrica: Método elétrico Baseado nas diferentes resistências elétricas dos vários tipos de solo e rocha e água. Depende da concentração de sais dissolvidos na água intersticial, pois as partículas minerais são pobres condutores de corrente. Eletrodos cravados no terreno – Eletroresistivímetro. 24 2.3 - AMOSTRAGEM EM SOLOS E ROCHAS: Objetivo: - Obter corpos de prova para ensaios de laboratório. - Determinar a composição e a estrutura do material. Classificação das amostras: (a) Não representativas: Amostras lavadas. Os constituintes do solo são removidos ou trocados. (b) Representativas: Deformadas ou amolgadas. Conservam todos os constituintes minerais do solo "in situ", mas a estrutura é perturbada. São deformadas e se prestam para os ensaios relativos as massas do solo. Colhidas a trado ou com o amostrador padrão. (c) Indeformadas: Semideformadas ou não perturbadas. Conservam ao máximo a estrutura dos grãos do solo (umidade). São usadas para os ensaios relativos as estruturas do solo (resistência, adensamento). Obtenção de amostras: É função: a) da natureza do solo a ser amostrado b) da profundidade do nível d'água Tipos de amostradores: 1. Para amostras indeformadas de superfície – processo de avanço por aparamento. o Cilindros e anéis biselados. o Escavações: blocos parafinados (0,25 x 0,50 x 0,25 m). 2. Para amostras indeformadas em profundidade o Amostrador de parede fina: Shelby (d = 2 a 6”) (solos coesivos com consistência de mole a média). o Amostrador de pistão (argilas médias e rijas e solos arenosos). 25 Solos típicos em ordem crescente de dificuldade de obtenção de amostras indeformadas 1. Solos predominantemente argilosos de baixa consistência 2. Solos argilosos de fraca consistência 3. Solos argilosos de consistência acima da media 4. Solos residuais argilo-siltosos 5. Solos predominantemente arenosos 6. Areias puras 7. Areias com pedregulhos 8. Pedregulhos 3 - ENSAIOS DE CAMPO E LABORATÓRIO: 3.1 - Ensaios de Campo 3.2 - Ensaios de Laboratório 3.1 - ENSAIOS DE CAMPO: Foram criados para contornar os problemas na operação de amostragem para alguns solos como as areias puras, as argilas sensíveis de consistência muito mole, etc. Este tipo de ensaio minimiza as perturbações causadas pela variação do estado de tensões e distorções decorrentes do processo de amostragem, pelos choques e vibrações causadas pelo transporte e manuseio das amostras. Tipos: a) Cisalhamento direto "in situ”: Ensaio de Palheta ou "Vane Test”: Medir a resistência não drenada ao cisalhamento dos solos puramente coesivos. 26 Consiste de uma palheta, que possui um eixo de aço onde estão soldadas quatro aletas, que são giradas, causando um momento de torção no solo, através do qual avalia-se a resistência ao cisalhamento do solo. b) Penetração: b.1) Estática: Ensaio de Cone (CPT) ou "Diepsondering" - Origem: Holanda década de 30 (cone holandês) - Usado como investigação complementar às sondagens em projetos de fundações profundas (correlação direta com o comportamento de estacas) e obtenção de parâmetros geotécnicos. - Princípio do ensaio: cravar um cone solitário ligado a uma haste, protegida por um tubo de revestimento ou não e medir o esforço necessário à penetração. Alguns equipamentos medem somente a resistência de ponta, mas outros podem também determinar a resistência total (ponta mais lateral). - Cravação contínua, com velocidade padrão de 2 cm/s - Cone: área da base = 10 cm² , diâmetro = 35,6 mm e ângulo de vértice de 60º. - Mede-se: qc = resistência de ponta (em geral) fs = resistência ao atrito lateral fs = α qc Tipo de solo α (%) Areia fina a grossa 1,2 – 1,6 Areia siltosa 1,6 – 2,2 Areia silto-argilosa 2,2 – 4,0 Argila > 4,0 27 Tipos de cone: - Mecânico - Elétrico (vantagens sobre o mecânico: não tem partes deslizantes, medições através de “strain gauges” – mais apurados, medições contínuas e facilidade de aquisição de dados). Interpretação dos resultados: Ensaio de cone em areia – baseados na correlação de fs com qc Buisman (1940): E oed = mv-1 = α qc α = 1,5 para areia (qc > 45 kg/cm2) 2 < α < 5 para areia argilosa e areia pura (15 < qc < 30 kg/cm2) 5 < α < 10 para argila média (qc < 10 kg/cm2) Schmertman (1970): α = 2 - Ensaio de cone com medidas de pressão neutra – Piezocone - CPT – U u = uo + du 28 29 b.2) Dinâmica: Ensaio "Standard Penetration Test" ( SPT, SPT–T) Correlação CPT x SPT (Estacas Franki) Tipo de solo qc / N Areia 10 Areia argilosa 6 Silte arenoso 5 Argila arenosa 4 Argila siltosa 3 Argila 2 30 c) Resistência à compressibilidade: Ensaio Pressiométrico: - Consiste em efetuar uma prova de carga horizontal no terreno, através de uma sonda, que se introduz por um furo de sondagem. - Esta sonda é dilatável radialmente mediante a aplicação de uma pressão crescente no seu interior. - As deformações são determinadas através das medidas das variações de volume da célula central. - Pressiômetros de Ménard (características de rigidez dos solos e rochas) e autoperfurantes (restrito). - Ensaio com o dilatômetro de Marchetti – utilizado na estimativa de parâmetros geotécnicos das argilas moles; em pavimentos, fundações rasas e problemas de estacas carregadas lateralmente. - Ensaios de carregamento de placa. Prova de carga – características de deformação dos solos. d) Permeabilidade: Ensaio de bombeamento: Usado para determinar a permeabilidade "in situ” de camadas de areia ou pedregulhos. Consiste em esgotar-se água do terreno, estabelecendo-se um escoamento uniforme, mede-se então a descarga do poço e observa-se as variações do nível d'água em piezômetros colocados nas proximidades. Ensaio de permeabilidade em furos de sondagem Lefranc: 31 Determina-se a permeabilidade de solos e rochas injetando-se água ou bombeando-se através das perfurações executadas durante as sondagens. O custo é menos elevado, mas está sujeito a vários erros como a falta de precisão nas medidas dos elementos geométricos, o amolgamento do solo devido à perfuração, aplicação das fórmulas, etc. Ensaio de carga e vazão constantes: Mantém-se constante a vazão do furo para o solo ou do solo para o furo, até que as condições de escoamento se estabilizem e a carga se torne constante. Medem-se então a vazão e a carga e aplica-se as fórmulas apropriadas para o cálculo da permeabilidade. Ensaio de carga variável: Deixa-se descer ou subir a água do furo, medindo-se o tempo necessário para uma determinada variação de carga - infiltração. d) Grau de Fraturamentoda Rocha: Ensaio de perda d'água sob pressão (Ensaio de Lugeon): Permite obter informações quantitativas sobre a circulação d'água em rochas fissuradas, com o objetivo de julgar as possibilidades de consolidação por injeções. O ensaio é executado durante o avanço do furo de sondagem utilizando-se um único obturador, ficando o trecho de ensaio limitado inferiormente, pelo fundo do furo e superiormente pelo obturador, entretanto podem ser usados dois obturadores após o término da sondagem. 32 3.2 - ENSAIOS DE LABORATÓRIO Ensaios de Caracterização: - Classificação do solo Residual: Desintegração física e decomposição química de uma rocha permanecem no local de origem. Transportado: coluvial - gravidade sedimentar - água corrente eólico - vento glacial - geleiras - Plasticidade - Limite de Liquidez - Limite de Plasticidade - Compactação - Compacidade relativa (Proctor) - Grau de compactação - Granulometria - Peneiramento - Sedimentação - Índices físicos - Porosidade - Índice de vazios - Umidade natural - Massa específica real - Massa específica aparente - Massa específica aparente seca Ensaios Especiais: - Compressão simples - Cisalhamento direto - Cisalhamento Triaxial - Adensamento - Compressibilidade - Permeabilidade - Dispersão das argilas mecsolosII-Aula1-investigacaogeotecnica-parteI mecSolosII-Aula2-investigacaogeotecnicaparteII mecSolosII-Aula3-investigacaogeotecnica-parteIII
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