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CURSO: Enfermagem Genética Genética e Câncer Kátia C S Felix, D.Sc. • O câncer é um grupo de doenças complexas, com comportamentos diferentes, conforme o tipo celular do qual se originam. O que é o câncer? • Prognóstico e capacidade de resposta de tratamento • Idade de início • Velocidade de desenvolvimento • Capacidade invasiva Em nível molecular todos os tipos câncer apresentam características comuns O termo câncer (do latim, cancer = caranguejo) referia-se aos carcinomas, que se estendem aos tecidos adjacentes como pernas de um caranguejo, hoje em dia é aplicado às demais neoplasias. Organização celular Células que Compõem o tecido CÉLULA = INDIVÍDUO TECIDO = SOCIEDADE O que é o câncer? Todos os cânceres mostram duas características fundamentais: - Proliferação celular descontrolada - METÁSTASES O que é o câncer? O que é o câncer? Mutações em genes que controlam a multiplicação celular. Tumores malignos bilhões de células ingresso e crescimento em várias partes do corpo células cancerosas de tumores primários e secundários são clones Tumores podem ser malignos ou benignos Doenças cromossômicas, monogênicas e multifatoriais a anormalidade genética se encontra em todo DNA de todas as células câncer são em células somáticas • Os principais tipos de tumores classificam-se em: Carcinomas (tecido epitelial) Sarcomas (tecido conjuntivo) Linfomas (tecido linfático) Gliomas (células gliais do sistema nervoso central) Leucemias (órgão hematopoiéticos) O que é o câncer? Biologia do Câncer Monoclonal – A maioria das neoplasias origina-se de uma só célula que sofreu perturbação em seu mecanismo de regulação da proliferação e apoptose Exemplos: leucemia mielocítica crônica; Linfoma de Burkitt Policlonal – origina-se de várias células Exemplos: carcinoma de mama; neurofibromatose O CÂNCER é um distúrbio clonal!! O Câncer é uma das doenças mais comuns e graves vista na medicina clínica. Algumas formas atacam mais de um terço da população e contribuem com mais de 20 % de todas as mortes. O câncer é invariavelmente fatal se não for tratado. O diagnóstico precoce e o tratamento imediato são vitais. Considerações sobre o câncer Fatores ambientais que predispõem ao câncer Alimentação 35% Comportamento sexual e reprodutivo 7% Infecção 10% Exposições ocupacionais 4%Exposição excessiva ao sol 3% Álcool 3% Radiações 1% Outras causas 7% Tabaco 30% Câncer – não é uma doença única, mas sim um nome usado para descrever as formas mais virulentas de neoplasia. Neoplasia – processo de doença caracterizado por uma proliferação celular descontrolada, que leva a uma massa ou tumor (neoplasma). Para um neoplasma ser um câncer ele precisa ser maligno. Os tumores que não fazem metástase não são cancerosos, mas são chamados de tumores benignos. Considerações sobre o câncer As células normais apresentam regulação precisa de seu crescimento Escape dos processos regulatórios Doença causada por uma perturbação do CICLO CELULAR MITOSE Biologia do Câncer Pontos de controle Pontos de verificação do Ciclo celular CICLO CELULAR 4 fases pontos de verificação 1. O ponto de controle G1-S: As células não podem iniciar a replicação do seu DNA até que todo o dano desse tenha sido reparado; 2. Os pontos de controle de fase S: Operam enquanto a replicação do DNA está em andamento; Pontos de verificação do Ciclo celular Pontos de verificação do Ciclo celular CICLO CELULAR 4 fases pontos de verificação 3. O ponto de controle G2/M: Impede que a células inicie a mitose enquanto houver dano não reparado no DNA; 4. O ponto de controle do fuso: Impede a separação das cromátides-irmãs na anáfase, até que cada centrômero cromossômico esteja ligado às fibras do fuso Pontos de verificação do Ciclo celular Apoptose Ponto de controle da apoptose • Suicídio celular. • Morte celular programada. Dano no DNA Ativação de um oncogene inativação de um gene supressor de tumor Pontos de verificação do Ciclo celular Sistema de defesa do organismo humano Sistema íntegro de reparo do DNA; Função imunológica íntegra; Apoptose; Ausência de telomerase e encurtamento dos telômeros Biologia do Câncer Quais são as diferenças entre células normais e as células neoplásicas? - As células neoplásicas exibem simultaneamente seis fenótipos que conferem a essas células uma vantagem proliferativa: 2. Insensibilidade aos sinais antiproliferativo (insensíveis aos inibidores de crescimento); 1. Auto-suficiência em sinais proliferativos (independem de fatores de crescimento); Biologia do Câncer Quais são as diferenças entre células normais e as células neoplásicas? - As células neoplásicas exibem simultaneamente seis fenótipos que conferem a essas células uma vantagem proliferativa: 4. Potencial replicativo ilimitado (IMORTALIDADE) Telômeros Telomerase (ver fig.) 3. Evasão da apoptose; Telômero e Telomerase Imortalidade (ativação da telomerase) – O telômero é a extremidade de um cromossomo linear, que consiste de repetições consecutivas de uma pequena sequência rica em G na porção terminal 3´ e é complementar a sequência da porção terminal 5´. – Isso tudo porque as extremidades dos cromossomos apresentam um problema para a maquinaria de replicação – A ausência da telomerase resultaria no encurtamento do cromossomo a cada etapa de replicação Biologia do Câncer Quais são as diferenças entre céls normais e as céls neoplásicas? - As céls neoplásicas exibem simultaneamente seis fenótipos que conferem a essas células uma vantagem proliferativa: 6. Invasão e metástase. 5. Angiogênese sustentada; Auto-suficiência em sinais proliferativos Insensibilidade aos sinais antiproliferativo Evasão da apoptose Potencial replicativo ilimitado Angiogênese sustentada Invasão e metástase Biologia do Câncer Tumor dormente Pequeno Obtenção de nutrientes e oxigênio por difusão Baixa taxa de crescimento (balanço entre apoptose e proliferação celular) Tumor vascularizado Grande Maior eficiência no fornecimento de de nutrientes e oxigênio às células tumorais Rápido crescimento VEGF - Fator de crescimento endotelial vascular bFGF - Fator de crescimento fibroblástico básico Uma única mutação é insuficiente para transformar uma célula normal em uma célula maligna formadora de tumor. O câncer é um processo de múltiplas etapas que requer múltiplas mutações Modelo para explicar a carcinogênese Atualmente há dois modelos: Hipótese dos dois eventos: As mutações devem causar a perda de função dos dois alelos para originar o câncer; essa mutações têm caráter recessivo, uma vez que um único alelo mutado não é capaz de induzir uma neoplasia; Modelo da haploinsuficiência: Apenas um alelo mutado, associado a eventos adicionais promotores de tumor capaz induzir a carcinogênese, mesmo com a expressão normal do outro alelo • Os genes envolvidos no câncer são separados em duas categorias distintas: • Proto-Oncogenes Oncogenes - Regulam o crescimento celular e a diferenciação normais • Genes supressores tumorais - Regulam o crescimento anormal da célula Base Genética do Câncer Os oncogenes são mais comumente alelos mutantes (“ativados”) de uma classe de genes celulares normais conhecidos como proto-oncogenes. Os oncogenes podem ainda, ser genes que codificam telomerase ou genes bloqueadores de apoptose. Base Genética do Câncer • Os oncogenes em geral se devem a mutações de ganhode função. Que facilitam a transformação maligna por mecanismos tais como, o estímulo da proliferação, o aumento do suprimento de sangue para o tumor e a inibição da apoptose. Base Genética do Câncer Mecanismo de ativação dos oncogenes Mecanismo de ativação dos oncogenes • Mutação pontual Mecanismo mais comum de ativação dos oncogenes - 85% dos cânceres de pâncreas - 50% dos cânceres de colo Mutações em um dos genes RAS (HRAS, KRAS ou NRAS) Mecanismo de ativação dos oncogenes • Amplificação do DNA Superexpressão do produto gênico devido ao aumento de copias de DNA pode causar alterações cromossômicas Técnicas citogenéticas - Hibridização comparativa do genoma (CGH) - Hibridização in situ com fluorescência (FISH) Mecanismo de ativação dos oncogenes • Rearranjos cromossômicos Alterações cromossômicas que ocorrem em pontos especifico pontos quebra das anormalidades cromossômicas recorrentes costumas ocorrer nos loci de oncogenes, gerando rearranjos (câncer) Os genes supressores tumorais, bloqueiam o desenvolvimento de um tumor, regulando o crescimento celular (divisão celular e ativa a apoptose). A perda de função das proteínas codificadas pelos genes supressores tumorais leva a uma divisão celular descontrolada e ao crescimento celular anormal ou apoptose deficiente. Base Genética do Câncer Os genes supressores tumorais, são divididos em dois grandes grupos: 1. Genes protetores- Regulam diretamente o ciclo celular. 2. Genes de manutenção- Reparam danos no DNA, mantendo a integridade genômica e evitando a instabilidade genética. Sozinhos não induzem a formação de neoplasia, mas facilitam a ocorrência de mutações nos genes protetores, que pode dar início a carcinogênese. Base Genética do Câncer Inativação dos genes supressores de tumores O papel normal dos genes supressores de tumores é restringir o crescimento celular função encontra-se inativa no câncer • Mutações pontuais • Grandes deleções • Mutações pontuais Regiões codificadoras de genes supressores de tumores produzem frequentemente proteínas inativas Inativação dos genes supressores de tumores • Grandes deleções Gerando perdas de genes inteiros ou até mesmo de todo o braço de um cromossomo • Silenciamento gênico Uma alteração Epigenética (mudança no genoma, que não altera a estrutura do DNA) que leva a perda da expressa gênica e ocorre em conjunto com a hipermetilação do DNA Inativação dos genes supressores de tumores Inativação dos genes supressores de tumores Esquema geral para mecanismos de oncogênese pela ativação de proto-oncogene, mutação ou perda de genes supressores tumorais. Base Genética do Câncer Genes Supressores Tumorais Genes Supressores Tumorais Vários eventos biológicos induzem uma célula normal se tornar tumoral Como se desenvolve o câncer? • INFECÇÃO POR VÍRUS vírus da hepatite C, HPV que desarranjam o controle genético da célula por interferência no DNA • INDUÇÃO POR AGENTES FÍSICOS OU QUÍMICOS raio X, ácido carbólico do fumo,, gorduras trans e etc. que promovem a quebra cromossômica e induzem ações de oncogenes ou reduzem as do genes supressores. Como se desenvolve o câncer? Como se desenvolve o câncer? • MUTAÇÕES ESPONTÂNEAS que provocam deleções ou mutações de bases nitrogenadas do DNA Essas alterações são capazes de induzirem os proto- oncogenes tornando-os oncogenes, ou reprimirem as atividades de genes supressores de tumores. • TRANSLOCAÇÕES DE CROMOSSOMOS provenientes da quebra de partes de dois cromossomos que originam várias patologias moleculares, entre as quais alguns tipos de cânceres e neoplasias hematológicas, a quebra pode acontecer justamente na junção do proto- oncogene Síndrome de câncer hereditário - as mutações iniciais causadoras de câncer são herdadas por meio de linhagem germinativa e, portanto já estão presente em cada célula do corpo. Uma vez iniciado, o câncer evolui pelo acúmulo adicional de danos genéticos por meio de mutações nos genes que codificam a maquinaria celular que repara o DNA danificado e mantém a normalidade citogenética. Base Genética do Câncer Câncer nas Famílias Muitas formas de câncer têm uma incidência mais alta em parentes de pacientes que na população em geral. Algumas família tem um risco acima da média de câncer. Base Genética do Câncer Síndromes hereditárias devido a oncogenes ativados Adenomatose endócrina múltipla tipo 2 (MEN2) – distúrbio autossômico dominante caracterizado por uma alta incidência de carcinoma medular da tireóide. Carcinoma Renal Papilar Hereditário Compreende 15 % de todos os neoplasmas de célula renal. Herdado como característica autossômica . Síndromes hereditárias devido a oncogenes ativados Leucemia mielóide crônica Mais de 40 translocações cromossômicas oncogênicas foram descritas, principalmente em leucemias e linfomas. Exemplo: translocação entre os cromossomos 9 e 22 vista em leucemia mielóide crônica. Cromossomo Philadelphia (Ph1) é o produto de uma translocação entre os cromossomos 9 e 22 Genes supressores tumorais em síndrome de câncer autossômicas dominantes Retinoblastoma – raro tumor maligno da retina em crianças com incidência de 1 em 20.000 nascimentos. Genes supressores tumorais em síndrome de câncer autossômicas dominantes Cerca de 40% dos casos de retinoblastoma são da forma hereditária, na qual a criança herda um alelo mutante no locus de retinoblastoma (RB1). Gene RB1 mapeado no cromossomo 13. Genes supressores tumorais em síndrome de câncer autossômicas dominantes Os outros 60% dos casos de retinoblastoma não são hereditária (esporádicos). Neste casos os dois alelos de RB1 em uma única célula da retina foram inativados por mutações somáticas independentes. Idade de início mais tardia. Síndrome de Li-Fraumeni (LFS) É uma doença hereditária rara, autossômica dominante, que se caracteriza pela ocorrência de vários tumores na mesma pessoa. Existem “cânceres familiares” raros nos quais há uma história marcante de muitas formas diferentes de câncer (sarcoma ósseo, câncer de mama, tumores cerebrais e etc) e afetam membros da família em idade jovem, herdados de modo autossômico dominante. Síndrome de Li-Fraumeni (LFS) Como o gene supressor tumoral TP53 que codifica a proteína p53 está inativado nas formas esporádicas de muitos dos cânceres encontrados na LFS, TP53 foi considerado um candidato para o gene defeituoso na LFS. Padrão de herança autossômica dominante Síndrome de Li-Fraumeni (LFS) Câncer de mama familiar devido a mutações BRCA1 e BRCA2 O risco de uma mulher desenvolver câncer de mama é aumentado em até 3 vezes se um parente em 1º grau for afetado. E em até 10 vezes se mais de um parente em 1º grau for afetado. O estudo de ligação genética nas famílias com câncer familiar de início precoce levaram a descoberta de mutações em dois genes que aumentam a suscetibilidade do câncer de mama BRCA1 e BRCA2. Câncer de mama familiar devido a mutações BRCA1 e BRCA2 BRCA1 no cromossomo 17 e BRCA2 no cromossom 13. Juntos são responsáveis por metade de um terço do câncer de mama familiar autossômico, mas por menos de 5 % de todos os cânceres de mama da população. Também associado ao aumento do risco de câncer de ovário nas mulheres. Câncer e Vírus Estudos mostram que 15% dos tumores malignos humanos estejam associados aos vírus; Fatores de riscos predisposição hereditária para certos tipos de tumores Céls hospedeira em estado de crescimento ativo vírus contém genes que codifica produtos estimuladoresdo ciclo celular perda do controle celular início do tumor Exs.: Epstein-Barr, Hepatite B, herpes-vírus e Papilomavírus humano. Câncer e Ambiente O câncer é uma doença genética, mas não há contradição em considerar o papel do ambiente na carcinogênese. Os agentes ambientais atuam como mutágenos que causam mutações somáticas. Até 75% do risco de câncer pode ser de origem ambiental. • Radiação A radiação ionizante causa um aumento do risco de câncer. É mais perigosa para pessoas com erros hereditários de reparo do DNA que para a população em geral. Todos estamos expostos em algum grau à radiação ionizante pela radiação ambiental. Câncer e Ambiente • Carcinógenos Químicos Hoje em dia, há uma preocupação quanto a muitos carcinógenos químicos possíveis, especialmente o tabaco, os componentes da dieta, os carcinógenos industriais e os dejetos tóxicos. Câncer e Ambiente • São substâncias que causam câncer • Por exemplo, as explosões atômicas de Hiroshima e Nagasaki, causaram o aparecimento de leucemias. Carcinógenos Exposição a carcinógenos • presentes na fumaça do tabaco estão correlacionados com a incidência de câncer no pulmão. Meio ambiente e o câncer Considerações finais O câncer é um distúrbio genético no qual o controle da proliferação celular está perdido. O mecanismo básico em todos os cânceres é a mutação, seja nas células germinativas ou com muito mais frequência nas células somáticas. Ainda resta muito a aprender sobre os processos genéticos da carcinogênese e sobre os fatores ambientais que podem alterar o DNA e assim levar à malignidade. É provável que novas descobertas sobre o papel fundamental das mudanças do DNA na carcinogênese levem, em um futuro próximo, a modos melhores e mais específicos de detecção precoce, prevenção e tratamento das doenças malignas. Considerações finais Quais as técnicas de biologia e genética moleculares utilizadas no diagnostico do câncer? 2 técnicas Atividade
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