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Sobre a atuação dos Psicólogos no sistema prisional feminino e suas implicações

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Gestantes em situação de Prisão 
Segundo pesquisa do Ministério Público (2010) a população de mulheres em cárcere no Brasil é deé de 34.807, ou 7,4% do total de presos no Brasil. 
As mulheres representamsomente 7% da população prisional.No Brasil, há 508 unidades prisionais com mulheres encarceradas; destas, somente 58 são exclusivamente femininas e 450 são compartilhadas entre homens e mulheres.
Somente 48 das 1.420 unidades prisionais brasileiras dispõem de cela ou dormitório adequado para grávidas, sendo 35 em unidades específicas para mulheres e 13 em unidades compartilhadas. 
A Lei de Execução Penal ( Lei 7.210/1984) em seu artigo 14, § 3ºassegura oacompanhamento médico à mulher, principalmente no pré-natal e no pós-parto, extensivo ao recém-nascido.
Infelizmente na grande maioria dos estado a lei não é cumprida, o juiz auxiliar da Presidência Luís Geraldo Lanfredi, doDepartamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e de Medidas Socioeducativas do Conselho Nacional de Justiça, em entrevista ao site Conjur fala sobre a situação das mulheresencarceradas no Brasil: 
“Os estabelecimentos penais, as estruturas internas desses espaços e as normas de convivência no cárcere quase nunca estão adaptadas às necessidades da mulher, já que são sempre desenhadas sob a perspectiva do público masculino. O atendimento médico, por exemplo, não é específico. Se já faltam médicos, o que dirá de ginecologistas, como a saúde da mulher requer.”
As pesquisas em torno das condições de saúde das mulheres grávidas em penitenciárias brasileiras quase sempre são negativas, mostrando a degradação do sistema carcerário e a omissão do governo perante um problema que cresce desordenadamente, em2015, o crescimento apontado pelo Infopen foi de 500%. 
Em Santa Catarina a situação é crítica, no último dia 31 de outubro a desembargadora Cinthia Schaefer, coordenadora do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Tribunal de Justiça foi até a penitenciária feminia averiguar denúncias e reclamações sobre irregularidades e além de confirmar as denúncias disse que a situação é até pior do que vinham denunciando. 
Sobre a atuação dos Psicólogos no sistema prisional feminino e suas implicações 
Segundo o livro redigido após a 2ª Edição do Seminário Nacional sobre a Atuação do Psicólogo no Sistema Prisional, em 2008 “O CFP tem construído um debate crítico e reflexivo sobre as prisões, pautado na premissa do compromisso social da Psicologia, no reposicionamento da prática do psicólogo no sistema prisional, tendo em vista as políticas públicas e os Direitos Humanos.” P. 13.
Assim quando se fala sobre o papel do profissional de psicologia dentro das instituições carcerárias, nos confrontamos com alguém que promove a justa atuação da justiça e dos direitosbásicos aos apenados.
A Constituição Federal de 1988, juntamente com ECA delimitam os direitos das mulheres que estão sob cárcere, juntamente com seus filhos, se caso a presidiária estiver grávida, amamentando, ou no processo e separação/ conciliação com filhos.
É dentro deste contexto que está inserido o direito à convivência familiar, abrigado pelo art. 227 da referida Carta Magna, in verbis: Art. 227 - É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito a vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de coloca-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. 
E ainda, reafirmado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente em seu art. 19, quando diz: Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes
A Lei nº 11.942, de 27 de maio de 2009, foi um importante marco ao assegurar condições mínimas para mães presas e seus filhos, inclusive dispondo sobre um tempo mínimo de seis meses para a amamentação, e estabelecendo uma seção para gestantes e parturientes, bem como creche para crianças menores de sete anos desamparadas, cuja responsável esteja presa.
a Resolução nº 04, de 15 de julho de 2009, estabelecendo importantes diretrizes acerca das alterações que ocorreram na LEP, reforçando a importância do aleitamento materno, instruindo sobre a separação da criança da mãe, bem como dispondo de outras orientações. Válido ressaltar o art. 1º, inciso II, da referida resolução:52 Art. 1º A estada, permanência e posterior encaminhamento das (os) filhas (os) das mulheres encarceradas devem respeitar as seguintes orientações: (...) II–Continuidade do vínculo materno, que deve ser considerada como prioridade em todas as situações. Claramente, pode-se observar a priorização do princípio da convivência familiar, em consonância com a doutrina da proteção integral da criança, que neste caso, especificamente, submete a criança a um estabelecimento prisional, não como se presa fosse, mas adequando as penitenciárias para o recebimento dessas crianças, priorizando o desenvolvimento pleno e saudável destas.
http://carceraria.org.br/wp-content/uploads/2012/09/relatorio-mulherese-presas_versaofinal1.pdf
https://www.conjur.com.br/2016-jan-07/brasil-apenas-48-prisoes-celas-adequadas-gravidas
http://www.justica.gov.br/noticias/estudo-traca-perfil-da-populacao-penitenciaria-feminina-no-brasil/relatorio-infopen-mulheres.pdf
http://dc.clicrbs.com.br/sc/noticias/noticia/2017/10/justica-proibe-a-entrada-de-novas-detentas-no-presidio-feminino-de-florianopolis-9977835.html

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