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O PERFIL DA DISCIPLINA DE LINGUA PORTUGUESA NOS CURSOS DE GRADUAÇAO: REVISÂO DE LITERATURA Thamirys ketlyn de Vasconcelos Moura1 Regina Selma Soares Marôto2 Resumo: Objetivo geral é analisar a produção científica sobre Perfil da disciplina de Língua Portuguesa nos cursos de graduação. Materiais e Métodos: Trata-se de uma revisão da literatura com abordagem qualitativa. Foram consideradas seis fases que se tornaram relevantes para a realização deste artigo: Identificação do tema e formulação da hipótese; estabelecimentos dos critérios de inclusão e exclusão; definição das informações pertinentes à pesquisa; análise dos artigos; discussão e apresentação dos resultados. A pergunta que norteou a revisão de Literatura foi: Como estão dispostas as produções científicas sobre o perfil da disciplina de português nos cursos de graduação. A coleta de dados foi realizada de Maio a Julho de 2016. A busca foi conduzida na internet, foram consideradas publicações que abordassem a temática da disciplina de língua portuguesa nos cursos de graduação. Resultados: No início da colonização do Brasil o ensino da Língua Portuguesa restringia-se à alfabetização. Alunos que ingressam no ensino superior apresentam muitas dificuldades, ao se expressar e problemas que envolvem a leitura, assim como, a linguagem permite o intercâmbio de informações e de conhecimentos humanos, como também funciona como medida de controle de conhecimentos. Conclusões: A educação tem valor imensurável para o ser humano, podendo ser ressaltada como um direito de todos, ela é considerada requisito essencial numa sociedade tão exigente e em contínuo processo de transformação como a dos dias atuais. Palavras- chaves: Língua portuguesa, Curso de graduação, Ensino, Educação Superior. ABSTRACT: Aim: To analyze the scientific production of profile discipline of Portuguese Language in undergraduate courses. Materials and Methods: This is a literature review with a qualitative approach .six phases were considered to have become relevant for the realization of this article : issue identification and formulation of the hypothesis ; establishments of inclusion and exclusion criteria; definition of the relevant information to the research; analysis of articles ; discussion and presentation of results. The question that guided the literature review was: How are willing 1Discente do curso de Pós-graduação em Docência do Ensino Superior – FAEME / Discente do curso de Direito – FSA/Graduada em Licenciatura em Letras Português com habilitação em Francês pela Universidade Federal do Piauí – UFPI. Email: thamiryskettlyn@hotmail.com 2Professora Orientadora / Especialista em Docência do Ensino Superior / Especialista em Gestão e Supervisão Escolar – FAEME / Especialista em Libras – FAEME / Graduada em Licenciatura Plena em Pedagogia e Licenciatura em Normal Superior – UESPI. E-mail: regynamarotto@gmail.com scientific productions about the profile of Portuguese discipline in undergraduate courses . Data collection was conducted from May to July 2016. The search was conducted on the Internet , publications were considered that addressed the issue of the Portuguese language course in undergraduate courses. Results: At the beginning of the colonization of Brazil the teaching of Portuguese Language was restricted to literacy . Students who enroll in higher education have many difficulties when expresser and problems involving reading, as well as the language allows the exchange of information and human knowledge , but also works as a control measure of knowledge. Conclusion:Education has immeasurable value to humans and can be highlighted as a right of all , it is considered an essential requirement in a society as demanding and continuous process of transformation as of today. Key-Words: Portuguese language, undergraduate, education, and higher educatio INTRODUÇÃO Nesta pesquisa, objetivamos refletir sobre Perfil da disciplina de Língua Portuguesa nos cursos de graduação, através da análise dos pressupostos teóricos de vários estudiosos, dentre os estudos mais relevantes realizados sobre o assunto, podemos citar Travaglia (2000), Geraldi (1997) e Soares (1986). Pesquisadores discutem as motivações ideológico-propulsoras do estabelecimento de medidas no ensino do português, nos diversos momentos históricos. Contudo, questões de natureza essencialmente empírica continuam a povoar a mente das pessoas sobre o que seria ensinar Língua Portuguesa nos dias de hoje. É notável que as práticas de leitura, escrita, e seus aspectos gramaticais desenvolvidas ainda hoje continuam muito próximas daquelas preconizadas. Desde os primeiros centros de ensino criados no Brasil, já havia a introdução de disciplinas relacionadas à Língua Portuguesa. Quando foram criados os centros de ensinos pelos primeiros já fundamentavam suas aulas na aprendizagem da Língua Portuguesa (GHIRALDELLI, 2009). O poder que o ensino possui é de total mérito àquele que o exerce da melhor forma possível: o professor; mas não é só o professor que constitui um ambiente de ensino. (PAULO FREIRE,1996) Há décadas vem se perpetuando questões sobre leitura e escrita, os limites da área de estudos da linguagem. Desde o ensino básico, se discute questões fundamentais nas esferas escolares uma idéia genérica, segundo a mesma, o desempenho dos estudantes de hoje revela aprendizagem deficiente da leitura e da escrita. Disciplinas relacionadas à Língua Portuguesa deveriam ser incorporadas nas matrizes curriculares de todos os cursos de graduação, pois assim o rendimento linguístico dos alunos melhoraria muito até na hora de escrever. Mas não basta ser incorporada uma disciplina dentre cinquenta, por exemplo, torna-se imprescindível a criação de várias disciplinas que foquem o estudo e a prática da Língua. Ao introduzir o aluno às aulas de interpretação de textos, por exemplo, estamos incentivando o senso crítico de cidadãos, ou seja, criamos seres pensantes, assim como desejou Paulo Freire (1996). Percebe-se a necessidade de inclusão da disciplina Língua Portuguesa nos cursos de nível superior, em decorrência de inúmeras limitações em se expressar por escrito e oralmente que o aluno do ensino superior apresenta ao ingressar na universidade (OSAKABE, 1983). A linguagem é responsável pela comunicação e conhecimentos humanos, a língua é um organismo vivo que se modifica ao longo do tempo e é através dela que aperfeiçoa a capacitação em todas as áreas do conhecimento. Desta maneira, observa-se que a Língua Portuguesa é considerada como base para a formação de todos acadêmicos, independente da sua área de atuação, o que é imprescindível é que esta disciplina seja trabalhada com bastante afinco, uma vez que irá desenvolver habilidades essenciais como a escrita e a leitura, contribuindo para o seu desempenho profissional (HANSEN, 1989). Com base nestas constatações se justifica o presente estudo como um alicerce na formação do educando, além de identificar as dificuldades e alternativas apresentadas pelos acadêmicos referentes à aprendizagem desta disciplina, assim como, apontar o desempenho dos mesmos, e contribuir para a ampliação das reflexões acerca da política de ensino de língua nos cursos de licenciatura de ensino superior e sua realização na prática do ensino superior (BONATO, 2015). MATERIAIS E MÉTODOS Trata-se de uma revisão da literatura com abordagem qualitativa, apoderando-se de normas claras e de rigor científico. Foram consideradas seis fases que se tornaram relevantes para a realização deste artigo: Identificação do tema e formulação da hipótese; estabelecimentos doscritérios de inclusão e exclusão; definição das informações pertinentes à pesquisa; análise dos artigos; discussão e apresentação dos resultados. A pergunta que norteou a revisão de Literatura foi: Como estão dispostas as produções científicas sobre o perfil da disciplina de português nos cursos de graduação? A coleta de dados foi realizada de Maio a Julho de 2016. A busca foi conduzida na internet, foram consideradas publicações que abordassem a temática da disciplina de língua portuguesa nos cursos de graduação, utilizando-se descritores: Língua portuguesa, curso de graduação, ensino, e educação Superior. Os critérios de inclusão foram artigos, resenhas, anais de congresso, artigos de opinião, revisões de literatura, artigos de reflexão, editoriais, teses, dissertações publicados no recorte temporal de 1900 a 2016; redigidos em língua portuguesa, espanhola e inglesa e disponibilizados na íntegra na base de dados. Os critérios de exclusão foram artigos repetidos e artigos que não abordaram diretamente o tema deste estudo. Após o levantamento das publicações, os resumos foram lidos e analisados segundo os critérios de inclusão e exclusão preestabelecidos. Após isso, fez-se uma triagem quanto à relevância e à propriedade que responderam ao objetivo deste estudo chegando a uma amostra final de 6 artigos, os quais foram lidos e analisados na íntegra. Para a apuração dos dados elaborou-se um instrumento com as seguintes variáveis: autores, tipo de estudo, amostra, local do estudo e ano de realização. A análise dos artigos procedeu de modo descritivo e os resultados foram divididos nas seguintes categorias analíticas: a relevância das disciplinas relacionadas à língua portuguesa em cursos de graduação, ensino da língua portuguesa e os reflexos no ensino superior, e, o que é e o que deveria ser a aula de português nos cursos de graduação. RESULTADOS Caracterização dos estudos Os artigos apresentaram diferentes características no que se refere à amostra e ao delineamento metodológico. Quanto ao perfil dos sujeitos das pesquisas, destacaram-se acadêmicos e professores. Foi possível observar que quanto ao delineamento metodológico, as pesquisas mostram desenhos observacionais e analíticos buscando uma maior compreensão sobre o ensino de português nos cursos de graduação como subsídio para realização de ações em busca de aperfeiçoar a capacitação em todas as áreas de ensino. A formação da língua portuguesa no Brasil Compreender os caminhos que percorreu o ensino da língua portuguesa no Brasil, também é buscar a compreensão de que tipo de país desejamos e que tipo de país as elites dirigentes delimitaram. À medida que, educação é um aspecto da vida. Porém um exame mais apurado proporcionou a percepção de que educação é a própria vida do homem em sociedade. Conforme Aranha (1996, p. 16) definir qual a educação que queremos é definir conjuntamente qual tipo de ser humano queremos formar e por extensão, que tipo de sociedade gostaríamos de possuir. O marco histórico da educação institucional no Brasil segundo Ghiraldelli (1990), ocorreu praticamente cinquenta anos após o Descobrimento do Brasil. O País ficou sob o regime de Capitanias Hereditárias de 1532 até 1549, no período que D. João III criou o Governo Geral, no primeiro período de sua administração, com Tomé de Souza, conheceram o Padre Manoel de Nóbrega outros dois jesuítas que iniciaram a instrução e a catequese dos indígenas. Mais tarde, outros jesuítas vieram ajudar e complementar o ensino de Nóbrega. Em 1549, com a chegada dos primeiros jesuítas ao Brasil, até os dias atuais, a educação no Brasil marcou as relações da sociedade com o Estado, que se estabeleceram de forma fragmentada: o ensino ministrado atendia mais aos interesses das classes dominantes, em detrimento da sociedade que se formava (FRANÇA 2008). Segundo Borges (2003), a educação continua como uma prioridade dentro do discurso de toda a classe política, embora o que se verifica na prática é a deteriorização deste, que poderia se tornar um dos serviços essenciais mais importantes prestados pelo Estado. Tal abordagem é adequada dada a relevância da escola enquanto espaço de discursos. Segundo Silva (1959), o ensino da Língua Portuguesa, depois da reforma Pombalina, tornou-se obrigatório, em Portugal e no Brasil, mantendo o estudo da gramática. Quando o colégio Pedro II foi criado no Rio de Janeiro em 1837, o ensino de Língua Portuguesa passou a ser incluído nas disciplinas de Retórica e Poética. Estas passaram a ser incorporadas em uma única disciplina denominada Língua Portuguesa. O cargo de “Professor de Língua Portuguesa” foi criado em 1871, podendo, então, ser um referencial didático quanto ao ensino oficial de nossa Língua materna. Soares (1998) afirma que no início da colonização do Brasil o ensino da Língua Portuguesa restringia-se à alfabetização e, quando muito, servia para o estudo da gramática da Língua Latina, da retórica e da poética. A relevância das disciplinas relacionadas à Língua portuguesa em cursos de graduação A maneira que nossos profissionais encaram a Língua Portuguesa é uma problemática que vem antes da universidade. Quando eles saem da escola básica, subtende-se que eles já deveriam dominar as regras e normas da língua culta, mas não é isso que acontece. Sendo assim, tal problema apresentado nesse artigo, vem desde a formação dos primórdios e está diretamente relacionado a atual crise na Educação. O fato é que os alunos que ingressam no ensino superior apresentam muitas dificuldades, ao se expressar e problemas que envolvem a leitura (GUIRALDELO, 2006). Pesquisadores apontam que dentre as soluções uma seria revolucionar o ensino básico, no entanto, muitos pedagogos e especialistas no assunto vêem tentando fazê-lo sem sucesso. E também, aqui, não temos este propósito: de tentar mudar o ensino no país, e sim de discutir soluções para tentar melhorá-lo. Uma possível solução seria aumentar a quantidade e a qualidade das aulas de Língua Portuguesa desde o Ensino Básico, mas as escolas, em geral, parecem não se preocupar muito com a causa. Outro fator relevante apontado por teóricos, é que, todo brasileiro domina o português, porém numa situação de interação verbal que exija certa formalidade, geralmente, os alunos apresentam dificuldades. (PARISSOTO, 2009). De acordo com autores quando o tema avança para o nível da graduação, soa ainda mais estarrecedora a constatação da suposta incapacidade do estudante, transparecendo a situação de uma crise lingüística também no ensino superior (BRITTO; CAMARGO, 2011). O fato de incluírem algumas disciplinas como: Português Instrumental, Coesão e Coerência, Português, Língua Portuguesa, Leitura e Produção de Textos, Técnicas de Redação, Comunicação e Expressão, dentre outras. De modo geral, já qualifica melhor os alunos de cursos superiores. Atividades como resenhas, resumos, relatórios são grandes aliados na hora de treinar e aperfeiçoar o processo da escrita. Um aluno que tivera oportunidade de treinar com esses tipos de exercício em seu curso de graduação, certamente terão menos dificuldade de escrever sua monografia, ou mesmo um artigos científicos. Percebe - se que sem esses métodos o aluno se sentirá perdido e inseguro para escrever seus futuros trabalhos. Uma vez que, escrever é uma questão de prática, quanto mais se faz, melhor se faz. Desse modo, torna-se imprescindível o desenvolvimento de habilidades voltadas à leitura, interpretação e produção de textos (PARISOTTO, 2009). O ensino da língua portuguesa e os reflexos no ensinosuperior Sem a escrita, não haveria as grandes realizações da espécie humana, pois é através dela que a Ciência, a Filosofia, a Arte, a Religião e a Cultura são transmitidas de geração para geração. A função da palavra é transmitir um sentido. Seu significado associa um ser, um fato, uma idéia a um signo capaz de evocá-los. O signo linguístico une proporciona a união de todas as coisas, não somente, uma coisa e uma palavra, mas um conceito e uma imagem acústica, sendo assim, uma combinação desses elementos (SAUSSURE, 1975). Para Warat (1995) A linguagem permite o intercâmbio de informações e de conhecimentos humanos, como também funciona como medida de controle de conhecimentos As diferentes linguagens determinam, constituem e estabelecem a condição humana, uma vez que o homem é um ser que possui ações e fala (Bittar, 2010). Estudo afirma que, aos catorze anos, o indivíduo atinge sua maturidade em relação à linguagem. A partir deste momento, cabe ao estudante adquirir o domínio verbal e aperfeiçoá-lo (FREGONEZI, 1996). A linguagem se caracteriza enquanto instrumento de comunicação, a medida que, a língua é vista como um código ou conjunto de signos combinados capazes de transmitir uma mensagem. Nesse sentido, a linguagem é concebida como um fato externo à consciência individual e independente. A priori, essa concepção, o falante tem uma mensagem a ser transmitida a um ouvinte, isto é, informações que tem como objetivo levar ao outro (TRAVAGLIA, 2002). A metodologia escolar de aprendizado da modalidade da escrita, tal como se da historicamente, confunde as novas necessidades criadas pelas condições específicas de produção da escrita, em relação às condições da oralidade, com uma ruptura entre a escrita e o uso efetivo que o aluno faz da linguagem. Um estudo demonstrou que estudantes recém-saídos do Ensino Médio e ingressantes no Ensino Superior demonstram dificuldade para se expressar, falta domínio fundamental no momento de conectar as idéias, aplicar a coesão e coerência em um texto, dissertar com introdução, argumentação e conclusão, dentre essas a maior dificuldade apresentada é o domínio da ortografia. Justifica – se tal dificuldade a ausência de hábito de leitura, decorrente de um ensino fraco de Língua Portuguesa que vem desde os primeiros anos escolares (PÉCORA, 1999). Professores universitários afirmam que estudantes chegam aos cursos superiores sem o preparo necessário, que as duas principais deficiências dos ingressos nos cursos são a interpretação de textos e a comunicação escrita. Competências que deveriam ter sido adquiridas nas series iniciais da escola. O conhecimento e a correta utilização das regras da Gramática, assim como o domínio do idioma é indispensável, essencialmente necessárias para o exercício de qualquer profissão. Representa, convém insistir, o verdadeiro “cartão de visitas” do profissional, a chave que muito contribuirá para que as portas se abram no caminho do êxito Professional (GONÇALVES, 1997). DISCUSSÃO Com a chegada dos portugueses ao Brasil, a população autóctone começou a sofrer grande influência nas relações sociais principalmente no que diz respeito ao modo de vida e à educação, que eram completamente diferentes da vivencia do outro lado do Atlântico. Uma vez que, a única forma de organização que existia no território brasileiro era a indígena, com sua Língua e culturas próprias. Em relação à funcionalidade da educação implantada pelos padres jesuítas no Brasil, podemos destacar a desconexão que existia entre o ensino e sua prática. A educação era arcaica, pedagogia autoritária, monopolista do ensino, forjada pela Companhia de Jesus. A situação do Brasil fez com que a Coroa a busca-se meios de impor a Língua Portuguesa nos seus domínios americanos. Além dos idiomas indígenas, também vigoravam línguas africanas, amplamente usadas pelos escravos e descendentes (RODRIGUES, 1983). Segundo Domingues (2002), a perspectiva de impor aos índios o uso da Língua Portuguesa, tinha como objetivo transformá-los em vassalos iguais aos demais colonos. A necessidade dessa transformação se deu no momento em que houve a intensificação dos conflitos entre o território de Portugal e Espanha, acarretando na necessidade do Rei de Portugal possuir um contingente populacional suficiente para habitar as suas fronteiras, garantindo a permanência dos seus domínios territoriais. Nos últimos anos, no Brasil, alguns pesquisadores vêm demonstrando uma maior preocupação em relação à leitura e à escrita dos alunos que ingressam no ensino superior. Contudo, as discussões sobre como a escrita do estudante é compreendida na esfera das universidades são poucas e, de modo geral, restritas. As recentes pesquisas apontam que o estudante ingressante no nível superior tem apresentado dificuldades em produzir gêneros tipicamente da esfera acadêmica, sendo que essas dificuldades são mais acentuadas em alunos geralmente, oriundos de camadas sociais menos favorecidas. Percebe- se a necessidade de considerar as capacidades de leitura e escrita já desenvolvidas nas séries anteriores, no sentido de saber qual é a condição letrada do estudante. A metodologia de socialização acadêmica parte do princípio de que o professor é responsável por introduzir os alunos na cultura universitária, com o intuito de que eles assimilem as práticas de escrita valorizadas nas diversas disciplinas e áreas temáticas da universidade. Tal modelo parte da concepção de que os gêneros discursivos acadêmicos são relativamente homogêneos e, sendo assim, uma vez que o acadêmico apreende as convenções que regulam esses gêneros textuais e estará habilitado a se engajar nas práticas letradas que permeiam essa instância (OLIVEIRA, 2007). Percebeu – se a relevância da figura do profissional da área de Letras e sua atuação nos primeiros semestres da graduação em vários cursos, distintos de sua área de conhecimento e o fato que a Língua Portuguesa apresenta um grau considerável de complexidade, porém é importante enfatizar que quem dá vida à língua são seus próprios falantes e que, uma vez adquirida a experiência linguística oral, todo e qualquer indivíduo é capaz de aprender sua estrutura gramatical (BONATO, 2015). A concepção da língua enquanto processo de interação dos seres humanos concebe a língua como um processo de interação em um dado contexto sócio- histórico e ideológico, em que o indivíduo interage por meio da linguagem, agindo e atuando sobre o interlocutor. Sendo a linguagem uma atividade que se constitui através da compreensão dos sentidos e das relações do mundo, método que se faz pela interação comunicativa mediada pela produção de efeitos de sentido entre interlocutores (BONATO, 2015). Bonato (2015), menciona ainda que existem variações no contexto sociocultural onde os indivíduos vivem. A variação entre os contextos é marcada pelos diferentes modelos de uso da linguagem que o meio social oferece. Estes métodos são apresentados segundo os modos de vida e os tipos de interações típicas do meio social entre os indivíduos. A educação tem valor imensurável para o ser humano, podendo ser ressaltada como um direito de todos, ela é considerada requisito essencial numa sociedade tão exigente e em contínuo processo de transformação como a dos dias atuais. Nesse contexto, as pessoas precisam de qualificação profissional, o que requer o desenvolvimento de habilidades comunicativas, destacando assim, à Língua Portuguesa, esse rico patrimônio do nosso povo, constituído pela literatura oral tradicional, se perpetua e renova. Reconhecido pela sua identidade cultural serve deveículo a manifestações culturais cuja diversidade e riqueza são indissociáveis dos percursos históricos dos diferentes povos que falam a Língua Portuguesa. Desta maneira, observa-se que a Língua Portuguesa é considerada como base para a formação de todos acadêmicos, independente da sua área de atuação, o que é imprescindível é que esta disciplina seja trabalhada com bastante afinco, uma vez que irá desenvolver habilidades essenciais como a escrita e a leitura, contribuindo para o desempenho profissional dos acadêmicos de diferentes áreas de ensino. O presente estudo demonstrou que apesar de apreciarem a leitura, os discentes não são motivados a produzir textos ao longo dos períodos acadêmicos, o que demonstra que a utilização desta habilidade necessita ser reavaliado na prática pedagógica, além da necessidade de instrumentos de apoio e aprimoramento. Destaca-se outra temática preocupante, produção de textos, que afeta o processo da aquisição da escrita, onde o acadêmico sente dificuldades em se expressar através da escrita. O professor desempenha um papel fundamental no que tange o comprometimento do acadêmico. Uma vez que, para atingir os objetivos, é preciso mais do que conhecimento, a capacitação continuada é um dos recursos mais eficazes e eficientes para que o professor esteja apto ao desempenho da sua função e a leitura é o melhor caminho para o estudante ampliar sua visão de mundo. REFERÊNCIAS BASTOS, M.H.C.Maria Lúcia de Arruda aranha e a história da educaçãoHistória da Educação.Cadernos de História da Educação. São Paulo, v. 13, n. 2, 517- 534, jul./dez. 2014. Disponível em> www.seer.ufu.br/index.php/che/article/download/29201/16167 Acesso em> 10 jun 2016. BORGES, L. C; SALOMÃO, N. M. R.. Aquisição da Linguagem: Considerações da Perspectiva da Interação Social. Psicologia: Reflexão e Crítica. Aracaju, SE, v. 16, n. 2,3127-336, 2003. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/prc/v16n2/a13v16n2.pdf Paraíba. 2003. Acesso em: 11 jun 2016. BONATTOS. C. A importância da disciplina de Língua Portuguesa no ensino superior. EDUCA – Revista Multidisciplinar em Educação. 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