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DIREITO PENAL III Crime comum e crime próprio O crime comum é aquele praticado por qualquer pessoa. O próprio é praticado por uma pessoa com condição específica. EX: infanticídio podendo ser praticado somente pela mãe. Instantâneos e permanentes No instantâneo o resultado é imediato e não se prolonga no tempo. Nos permanentes a consumação se prolonga no tempo.EX DE PERMANENTE: Sequestro, cárceri privado e tráfico de drogas (guardar). Comissivos, omissivos e comissivos por omissão O comissivo é aquele que se dá em razão da ação do agente. Os omissivos decorrem da omissão ( do não fazer do agente ). Os comissivos por omissão, a conduta é comissiva e o resultado se dá pela omissão. EX: Uma mãe deixa de amamentar o filho propositalmente até que ele morra. Materiais, formais e de mera conduta Os materiais são aqueles que possuem um resultado naturalístico causando modificação no mundo exterior. Nos crimes formais a lei prevê um resultado, mais não exige o mesmo para que haja a consumação do crime, ou seja, o resultado naturalístico não é relevante. EX: extorsão mediante seqüestro. Nos crimes de mera conduta não há resultado naturalístico. EX: Invasão de domicílio. Unissubjetivos e plurissubjetivos Os unissubjetivos podem ser praticados por uma pessoa. Já o plurissubjetivo deve ser praticado por duas ou mais pessoas. Unissubsistente e plurissubsistente O unissubsistente é aquele praticado em um único ato executório. EX: Injúria. O plurissubsistente é praticado por mais de um ato. EX: roubo. De forma livre ou de forma vinculada No de forma livre não há prescrição de uma forma de cometer o crime. Já no de forma vinculada, o modo de cometer o crime está presente no tipo penal. EX: ART 284-curandeirismo. CRIMES CONTRA A VIDA Homicídio È a eliminação da vida extra-uterina cometida por um terceiro. Classificação SA: qualquer pessoa SP: qualquer pessoa viva OBJ jur: vida humana OBJ mat: a agressão EL subj: comporta dolo ou culpa Classificação doutrinária Crime comum, comissivo, unissubjetivo, de forma livre e instantâneo de efeitos permanentes. A consumação se dá com a morte encefálica. Admiti-se tentativa. O homicídio do ART 121 comporta a figura da desistência voluntária E do arrependimento eficaz (ART 15). Crime impossível ART 17 É possível o concurso de pessoas no crime de homicídio. Homicídio simples (reclusão de 6 a 20 anos) O homicídio simples será considerado como crime hediondo (nos termos do ART 1° da lei 8072/90) quando praticado por atividade típica de grupo de extermínio, ainda que por um só agente. Homicídio privilegiado § 1° do ART 121 Relevante valor È algo importante ou de elevada qualidade (patriotismo, lealdade, fidelidade, amor paterno etc.) e se divide em relevante valor moral e social. Relevante valor moral São valores particulares ou específicos. Valor social Envolve interesse de ordem geral ou coletiva. EX: moradores de um bairro matam um pedófilo. Emoção È a excitação de um sentimento. OBS: presentes os requisitos do § 1° é obrigatória a diminuição da pena. Homicídio qualificado As qualificadoras são circunstâncias que de algum modo alteram o tipo penal deixando a tipicidade mais grave. È um complemento a conduta simples. A pena base passa a ser de 12 a 30 anos e ele é considerado hediondo nos termos da lei 8072/90. Torpe È o atributo daquilo que é repugnante e provoca excessiva repulsa na sociedade. EX: matar mediante paga. Fútil È aquele que se mostra desproporcionalmente ao resultado do crime, ou seja, o elemento que leva a eliminação da vida alheia é insignificante. Inciso III meio insidioso È um meio enganoso. Inciso IV O homicídio é utilizado para obter vantagem em outro delito. CONFLITO APARENTE DE NORMAS Delito de homicídio qualificado pelo emprego de tortura e o delito de tortura previsto no ART 1° § 3° da lei 9455/97 No homicídio qualificado pela tortura o dolo do agente está em matar, e o meio que ele emprega é a tortura. Tortura-se até matar. Já no crime de tortura qualificado pelo homicídio o dolo do agente está em torturar não havendo em nenhum momento a intenção de matar. A morte é uma qualificadora do crime de tortura. Concurso entre homicídio qualificado e homicídio privilegiado O §1 do ART 121 CP traz as circunstâncias que diminuem a pena, tornando o homicídio privilegiado. Já o §2° traz as circunstâncias qualificadoras que podem ser objetivas ou subjetivas. Sabendo que as circunstâncias do §1° são subjetivas fica a pergunta: È possível que o homicídio qualificado também seja privilegiado? Sim, é possível desde que elas sejam compatíveis entre si. A circunstância de privilégio do relevante valor moral não pode ser compatível com o motivo fútil. EX: Os incisos III e IV do § 2° são compatíveis entre si. Com relação a lei 8072/90, o homicídio qualificado privilegiado não é considerado crime hediondo, por não estar previsto expressamente. Homicídio culposo ART 121 § 3° O homicídio culposo é provocado por negligência, imprudência ou imperícia, que são assim definidas. Negligência Agir sem cautela ao realizar uma ação. EX: policial deixa a arma com o gatilho destravado. Imperícia È a incapacidade de realizar determinada ação. EX: motorista desabilitado. Imprudência Falta de atenção ou agir de forma descuidada. EX: dirigir acima do limite. Dolo eventual O agente assume o risco de gerar o resultado crime, mesmo não querendo cometer o mesmo diretamente. Culpa consciente O agente não assume o risco e não deseja o resultado do crime e acredita que pode evitálo. Tentativa e homicídio culposo Não admiti-se tentativa na modalidade culposa, exceto no caso do ART 20 CP (culpa imprópria). Majorantes do homicídio culposo (ART 121 § 4°) Traz as causas de aumento de pena para o homicídio doloso e culposo. Concurso de pessoas nos crimes culposos A doutrina diverge com relação ao tema havendo dois posicionamentos, o da possibilidade de concurso de pessoas nos crimes culposos, e parte da doutrina defende a impossibilidade do concurso de pessoas nestes crimes. Homicídio culposo do CP e do CTB Havendo um homicídio culposo decorrente de acidente no trânsito, respeitando-se o princípio da especialidade, aplica-se o CTB e não o CP. Perdão judicial nos crimes culposos È a faculdade concedida ao juiz de, comprovada a prática de uma infração penal, deixar de aplicar a pena imposta pela lei, em face de justificadas circunstâncias excepcionais. A sentença que concede o perdão judicial é declaratória de extinção da punibilidade e não será considerada para efeitos de reincidência. Concurso de crimes e o homicídio O crime de homicídio pode ser cometido em concurso de crimes, ART 69 e seguintes. EX: Sujeito entra em lanchonete armado e com um único disparo comete vários homicídios. Conflito aparente de normas e o crime de homicídio Havendo conflito aparente de normas devesse observar as questões de vigência e retroatividade da leipenal mais benéfica, princípios da especialidade, consunção, subsidiariedade e alternatividade. ART 122 Induzir ao suicídio È criar na cabeça do suicida a idéia de tirar sua própria vida. Instigar ao suicídio È reforçar uma idéia já existente, ou seja, o suicidajá tinha em mente o desejo de suicidar. Auxiliar ao suicídio Esse auxílio deve ser secundário, pois se for direto, poderá o agente responder por homicídio. Análise da figura típica SA: qualquer pessoa SP: qualquer pessoa com o mínimo de discernimento e resistência. OBJ jurídico: vida humana OBJ material: o suicida Elemento subj: Exige-se o dolo, não existe a modalidade culposa, não admite tentativa, o crime consuma-se com o suicídio ou a lesão corporal grave. Classificação doutrinaria Crime comum, material, instantâneo, comissivo, crime de dano, unissubjetivo, de forma livre e plurissubsistente. Pacto de morte Dependendo da situação, se um dos pactuantes sobreviver poderá responder por homicídio. Eutanásia Não é permitida (no Brasil). Consumação Se da tentativa de suicídio ouver lesão corporar levenão haverá atipicidade do ART 122 CP. ART 123 Infanticídio È a morte do filho provocada pela mãe durante o estado puerperal. Análise do tipo penal SA: A mãe do recém-nascido ou do nascente. SP: O recém-nascido ou o ser nascente. OBJ jurídico: vida OBJ material: o recém nascido ou o ser nascente Elemento subj: Dolo, é possível a tentativa. Classificação doutrinária Crime próprio, material, instantâneo, de dano, comissivo, unissubjetivo, de forma livre e plurissubsistente. Estado puerperal Todas as partorientes passam pelo estado puerperal, razão pela qual esse estado pende de perícia. Tal estado denota alterações físicas e psíquicas durante a expulsão da criança do ventre materno, e que trantornam a mãe, o puerpério se estende do início do parto até a volta da mulher ao estado de pré gravidez. Concurso de pessoas no infanticídio Possibilidade e comunicabilidade do estado puerperal, existem duas correntes doutrinárias. Uma se entende que o estado puerperal não se comunica a uma terceira pessoa, que eventualmente auxilie a mãe. Outra corrente entende que, sendo o estado puerperal uma elementar do crime de infanticídio ela pode se comunicar a um terceiro, por força do ART 30 CP. ART 124 A 128 ABORTO É A CONCESÃO DA GRAVIDEZ, ANTES DO TEMPO NORMAL CAUSANDO A MORTE DO FETO OU DO EMBRIÃO. ART 124 SA: é a gestante SP: o feto ou embrião OBJ JURIDICO: a vida OBJ MATERIAL: o feto ou embrião ELEMENTO SUBJ: dolo, a tentativa é admissível e consumase coma morte do feto ou embrião. Classificação Crime próprio, instantâneo, material, de dano, de forma livre, comissivo ou omissivo, unissubjetivo, plurissubsistente. ART 125 Aborto provocado por terceiro SA: qualquer pessoa SP: o feto ou embrião OBJ JURIDICO: a vida e a integridade física OBJ MATERIAL: o feto ou embrião e a gestante ELEMENTO SUBJ: dolo, a tentativa é admissível e consumase coma morte. Classificação Crime comum, material, instantâneo, comissivo, de dano, plurissubsistente, plurissubjetivo, de forma livre. ART 126 Aborto com conssentimento OBJ material: feto ou embrião § único O § único do art 126 traz a figura do dissenso real e o dissenso presumido. Esse dissenso é uma figura jurídica que transforma o consentimento da gestante na ausência deste consentimento. O dissenso real ocorre no emprego de fraude, violência ou grave ameaça. Odissenso presumido se dá quando a gestante é menor de 14 anos ou deficiente mental. ART 127 Forma qualificaada Lesão grave (um terço da pena) morte (duplica-se a pena) ART 128 Aborto necessário I - salvar a mãe Humanitário II - em caso de estupro com conssentimento da mãe. Aborto de feto anencefálico O STF julgou procedente a ADPF-54 para declarar a inconstitucionalidade da interpretação segundo a qual a interrupção deste tipo de gravidez é conduta tipificada. Os ART 124, 126 e 128. ART 129 SA: qualquer pessoa SP: qualquer pessoa, exceto em figuras específicas. EX: lesão que resulta em aborto. OBJ jurídico: integridade física OBJ material: Pessoa que sofreu a agreção Eemento subj: Dolo ou culpa, admiti-se tentativa e a consumação se dá no momento da lesão a integridade fisica ou a saúde. OBS: Não é punida a auto lesão Enfermidade incurável Doença incurável, qualquer alteração patológica do corpo e de difícil sicatrização. Lesão corporal privilegiada (§ 4° do ART 129) OBS: A lesão corporal leve e a culposa se processam mediante representação, ou seja, são crimes de ação penal pública condicionadaa a representação. A representação é condição de procedibilidade. § 7° Aumentam-se as penas da lesão corporal culposa se ocorrem as situações previstas no § 4° e 6° do ART 121. § 8° Traz a figura do perdão judicial ou seja, no caso de lesão culposa o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. ART 30 SA: pessoa contaminada com a doença SP: qualquer pessoa OBJ jurídico: vida e a saúde OBJ material: a pessoa que mantêm a relação com quem está contaminado. Exige-se o dolo, admiti-se a tentativa e consuma-se no momento da exposição a doença venéria. Classificação doutrinária Próprio, formal, comissivo, instantâneo, de perigo abstrato, unissubjetivo, plurissubsistente. ART 131 SA: pessoa contaminada com doença grave SP: qualquer pessoa OBJ jurídico: vida e saúde OBJ material: a pessoa contaminada Elemento subjetivo Exige-se o dolo, admite-se a tentativa e consuma-se com a prática do ato capaz de transmitir a doença. Classificação doutrinária Próprio, formal, de forma livre, comissivo, instantâneo, de perigo ou de dano, unissubjetivo, unissubsistente ou plurissubsistente. OBS: O art 131 difere-se do artigo 267 (crime de epidemia) porque este último consiste na transmissão de uma doença, não necessáriamente grave, a um grande número de indivíduos em uma determinada localidade. ART 132 SA: qualquer pessoa SP: qualquer pessoa, desde que determinada no caso concreto OBJ jurídico: vida e saúde OBJ material: a pessoa que corre o risco Elemento subjetivo Exige-se o dolo de perigo, é admissível a tentativa e a consumação se dá com a prática do ato que causa a exposição ao perigo. Ação penal pública incondicionada. ART 133 SA: Deve ser guarda, protetor ou autoridade designada por lei para garantir a segurança da vítima. SP: Pessoa de idade incapaz colocada sobre o resguardo da outra. OBJ jurídico: vida e saúde OBJ material: a pessoa que sofre o abandono Elemento subj: dolo de perigo, admiti-se a tentativa e o crime se consuma com a prática do ato no abandono, ainda que não haja um resutado naturalístico portanto o crime é formal. Ação penal: pública incondicionada Classificação doutrinária: Crime próprio, formal, instantâneo com efeitos permanentes, comissivo, de perigo concreto, unissubjetivo e plurissubsistente. ART 134 Recém nascido: Até 28 dias de vida SA: a mãe e excepcionalmente o pai, pois o tipo penal menciona a finalidade de ocultar a desonra própria. SP: recém nascido, filho do suj ativo OBJ jurídico: vida e saúde OBJ material: O recém nascido Elemento subj: dolo de perigo, admite-se a tentativa e a cnsumação se dá com o ato de abandono, não necessitando de resultado naturalístico. Classificação doutrinária: Próprio, formal, instantâneo, de perigo concreto, unissubjetivo e plurissubsistente. ART 135 SA: qualquer pessoa SP: pessoa inválida, ferida ou criança abandonada ou extraviada. OBJ jurídico: vida e saúde OBJ material: o suj passivo Elemento subj: Exige-se o dolo de perigo, não cabe tentativa e a consumação se dá com a omissão ainda que não haja resultado naturalístico. Classificação doutrinária: comum, formal, instantâneo, de forma livre, omissivo, de perigo concreto, unissubjetivo e unissubsistente. ART 135-A SA: qualquer pessoa que faça as exigências SP: pode ser o próprio enfermo como alguém a quem é exigida a prestação da caução ou o preenchimento de algum formulário. OBJ jurídico: A vida e a saúde OBJ material: Aquele que necessita do atendimento de urgência. Elemento subj: dolo, admite-se a tentativa e consuma-se o crime com a simples exigência ainda que não haja nenhum dano ao enferno. Ação penal Pública incondicionada ART 136 SA: Aquele que tem o suj passivo sob sua autoridade guarda ou vigilância para fins de educação, ensino, tratamento ou custódia, sendo assim um crime próprio. SP: È a pessoa submetida a autoridade guarda, ou vigilância de outro para fins de educação, ensino, tratamento ou custódia. OBJ jurídico: A vida e a saúde OBJ material: o sujeito passivo Elemento subj: dolo e dolo de perigo, admite-se a tentativa e a consumação se dá com a exposição da vítima e sua vida ou saúde a uma situação de perigo. Ação penal: Pública incondicionada. ART 137 SA: Todos são simultaneamente sujeitos ativos e passivos do crime, pois ele pressupõe agressões mútuas. Crime plurissubjetivo Elemento subj: dolo OBJ jurídico: a incolumidade física OBJ material: não há tentativa pois nocrime de rixa a conduta e o evento exaurem-se simultaneamente exceto quando há combinação prévia para o crime. CRIMES CONTRA A HONRA A honra é um bem imaterial, um valor inerente a dignidade humana. È o conjunto de atributos morais, físicos e intelectuais da pessoa que lhe confere auto estima e reputação. A honra é objetiva quando se trata da reputação que terceiros fazem sobre uma pessoa. A honra é subjetiva quando se trata da autoestima e do juízo de valor que uma pessoa te sobre sí mesma. A calúnia e a difamação ferem a honra objetiva e a injúria a honra subjetiva. No caso da injúria a lei prevê o perdão judicial, quando o ofendido provoca injúria de forma e reprovável ou no caso de retorsão imediata que configure outra injúria. ART 138 SA: qualquer pessoa SP: qualquer pessoa, inclusivr pessoa jurídica, se a prática for relativa a crime ambiental. OBJ jurídico: honra objetiva OBJ material: reputação da pessoa Elemento subj: Dolo, é possível a tentativa quando se der na forma subsistente e a consumação se dá quando a falsa imputação chega ao conhecimento de terceiro. Classificação doutrinária: Comum, formal, de forma livre, comissivo, instantâneo, unissubjetivo, unissubsistente ou plurissubsistente. Exceção da verdade È um incidente processual, que é uma questão secundária refletida sobre o processo principal, merecendo uma decisão antes da decisão da causa principal. No caso da calúnia admite-se a prova da verdade nos casos do § 3°. ART 139 Viola a honra objetiva, fim da reputação da pessoa. SA: qualquer pessoa SP: qualquer pessoa, e para alguns autores inclusive a pessoa jurídica. OBJ jurídico: honra objetiva OBJ material: reputação da pessoa Elemento subj: dolo, admiti-se a tentativa na forma plurissubsistente e o crime se consuma no momento em que a imputação chega ao conhecimento do ofendido. Classificação doutrinária: Comum, formal, de forma livre, comissivo, instantâneo, unissubjetivo, pode ser uni ou plurissubsistente. ART 140 Ferindo a auto estima da pessoa, dignidade individual, ofende a pessoa. SA: qualquer pessoa SP: qualquer pessoa física, e no caso de menores ou doentes mentais deve-se observar a situação concreta. OBJ jurídico: honra subjetiva OBJ material: auto estima da pessoa Elemento subj: é o dolo, a vontade específica de magoar e ferir a auto imagem de alguém. Consuma-se quando o ofendido se vê diante da injúria e a tentativa é possível na forma plurissubsistente. Classificação doutrinária: Crime comum, formal, de forma livre, comissivo, instantâneo, unissubjetivo, pode ser unissubsistente ou plurissubsistente. Espécie de injúria A injúria pode ser simples conforme o caput do art 140 do CP, ela pode ser real conforme o § 2° do art 140 CP, ou discriminatória conforme o § 3° do art 140. ARTIGOS 141 AO 144 A ação penal será pública ou condicionada a representação nos casos de injúria real §2° do ART 140 CP e injúria discriminatória § 3° do ART 140 CP e será pública condicionada a requisição do ministro da justiça nos casos envolvendo o presidente da república e chefe de governo estrangeiro. WEB 5 CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL Liberdade individual A liberdade individual é a faculdade de exercer suas próprias vontades, nos limites do direito. È a liberdade que se tem de exercer suas próprias atividades sem violar os direitos dos demais. Essa liberdade está consagrada na CF/88. São crimes contra a liberdade pessoal: Constrangimento ilegal (ART 146), a ameaça (ART 147), o sequestro e o cárcere privado (ART 148) e a redução a condição análoga a de escravo (ART 149). Existem outros crimes em que a liberdade pessoal também será atingida, mas apenas como um meio para a consecução de fins diversos, como econômicos (roubo e extorsão), libidinosos (estupro) etc...onde o atentado a liberdade é absorvido pelo crime fim. (crimes subsidiários). SA: qualquer pessoa SP: qualquer pessoa OBJ jurídico: a liberdade individual OBJ material: a pessoa que sofreu o constrangimento Constranger: Forçar a alguém a fazer alguma coisa ou tolher (retirar) seus movimentos para que deixe de fazer. Elemento subj: dolo, admite-se a tentativa, consuma-se o crime com a efetiva inibição para alguém fazer ou deixar de fazer algo. Classificação doutrinária: Crime comum, material, de forma livre, comissivo (em regra também pode haver a conduta omissiva), instantâneo, de dano, unissubjetivo e plurissubsistente. ART 147 Ameaça SA: qualquer pessoa SP: qualquer pessoa, desde que tenha a capcidade de entendimento do anúncio do mal injusto e grave que lhe foi feito. OBJ jurídico: liberdade individual OBJ material: a pessoa que sofreu a ameaça Elementos objetivos do tipo penal: ameaçar significa procurar intimidar alguém anunciandolhe a ocorrência de um mal futuro, ainda que próximo. Pode se dar por palavras, gestos, escritos, ou meios simbólicos. Mal grave: é aquele que tem a capacidade de causar temor. Elemento subj: Dolo, é admissível a tentativa quando o crime se dá na forma plurissubsistente consuma-se com a realização do ato ameaçador. Classificação doutrinária: Crime comum, material, de forma livre, comissivo em regra, instantâneo e pode ser unissubjetivo e unissubsistente ou plurissubisistente. Delito subsidiário sendo absorvido por outros crimes. ART 148 Sequestro e Cárcere Privado SA: qualquer pessoa SP: qualquer pessoa OBJ jurídico: liberdade individual OBJ material: a pessoa que sofre a privação de liberdade Sequestro: Tirar a liberdade de alguém Elemento subj: Dolo, é admissível a tentativa quando o crime se dá na forma plurissubsistente consuma-se com a perda da liberdade de ir e vir. Classificação doutrinária: Crime comum, material, de forma livre, comissivo, permanente, unissubjetivo e plurissubsistente. OBS: È um crime que também possui a natureza subsidiária em relação a outros tipos penais. Se a finalidade do sequestro é receber algum tipo de vantagem, mediante resgate o crime será de estorsão mediante sequestro, por exemplo. OBS 2: O chamado sequestro relâmpago, apesar do nome, geralmente tem a natureza econômica e o seu enquadramento em outros tipos penais, como roubo qualificado, extorsão ou a estorsão mediante sequestro. OBS 3: Por ser crime permanente e a sua consumação se prolongar no tempo o flagrante delito pode ocorrer a qualquer momento. ART 149 Redução a condição analoga a de escravo SA: Qualquer pessoa, embora, como regra passou a ser o empregado e seus prepostos. SP: Empregado em qualquer tipo de relação de trabalho. OBJ jurídico: Liberdade individual OBJ material: A pessoa que sofreu a privação da liberdade Elemento subj: Dolo, admite-se a tentativa e consuma-se com a perda da liberdade de ir e vir. Classificação: Crime comum, material, de forma vinculada, comissivo, permanente, unissubjetivo e plurissubsistente. ART 150 Violação de domicílio SA: Qualquer pessoa SP: Qualquer pessoa desde que tenha o comando de quem entra, sai ou permanece no lugar invadido. OBJ jurídico: inviolabilidade de domicílio OBJ material: A casa invadida Elemento subj: Dolo, admite-se a tentativa na forma comissiva e plurissubsistente e consuma-se quando a conduta de entrar ou permanecer é praticada. Classificação: comum, de mera conduta, de forma livre, comissivo ou omissivo, instanâneo ou permanente, unissubjetivo, unissubsistente ou plurissubsistente. OBS: A CF/88 no seu ART 5° inciso XI trouxe as hipóteses legais para o adentramento a casa alheia. Por tanto, o ART 150 CP deve ser interpretado a á luz do permissivo constitucional. ART 154-A Invasão de dispositivo informático SA: Qualquer pessoa SP: A pessoa que pode sofrer o dano material ou moral em consequência das condutas OBJ jurídico: inviolabilidade da intimidade e da vida privada OBJ material: Os dados e informações armazenados e o próprio dispositivo eletrônico Elemento subj: Dolo, admite-se a tentativa e consuma-se quando o agente invade o dispositivo ou instala vulnerabilidades. Classificação: comum, plurissubsistente, comissivo, excepcionalmente comissivopor omissão (quando o resultado deveria ter sido pelo parente), de forma vinculada ou de forma liver, formal, instantâneo e unissubjetivo. DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO Conceito de patrimônio: Para o direito penal o patrimônio é conceituado para alguns doutrinadores, de forma mais ampla do que o direito civil. Sendo assim, o patrimônio é indentificável não appenas por sua apreciação econômica, mais sendo tembém qualquer objeto material que possua um valor para seu dono ou possuidor. EX: um porta retrato com a única foto de seu filho flecido. Já para alguns doutrinadores, o patrimônio protegido pelo direito penal deve ter substanciaal apreciação econômica. A aplicabilidade do princípio da insignificância aos crimes contra o patrimônio O princípio da insignificância é uma causa supralegal de exclusão da tipicidade, aplicada pelo poder judiciiário. È aplicável tal princípio para coisas de valor ínfimo, observando-se contudo o contexto mais amplo da conduta. Uma caneta para um banco tem uma razão de valor diferente do que uma galinha em um galinheiro com 3 galinhas. ART 155 Furto SA: Qualquer pessoa SP: Qualquer pessoa OBJ jurídico: O patrimônio do indivíduo, que são as coisas de sua propriedade ou posse desde que legítimas. OBJ material: São as coisas sujeitas a subtração Elemento suubj: Exige-se o dolo, especificamente o ânimo do apossamento definitivo. Admite-se a tentativa e consuma-se quando a coisa sai da esfera jurídica de proteção e disponibilidade da vítima, ingressando na do agente. Classificação: comum, material, de forma livre, comissivo (em regra), instantâneo, de dano, unissubjetivo e plurissubsistente. Coisas que não podem ser objeto de furto _ A coisa abandonada (res dericlita) _ Coisaa que não pertence a ninguém (res nullis) _ Coisa perdida (res desperdita) Furto de uso O furto de uso, que é a subtração de uma coisa para se usar e depois devolver não é considerado crime, pois falta o ânimo de apossamento definitivo que é indispensável para a configuração do furto. OBS: A coisa deve ser devolvida no seu estado original. Forma Típicas _ Furto simples é aquele previsto no caput. _ Furto noturno: È a causa de aumento de pena prevista no §1° _ Furto privilegiado: Está presente no §2° _ Furto de energia: Está presente no §3° _ Furto qualificado: Previsto nos §4°, 5° e 6° ART 155 CP OBS: O §6° que trata do furto de semovente domesticável de reprodução doi incluído pela lei 13330/2016 e diz o que seguinte: § 6° A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração. (Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016) ART 157 Roubo SA: Qualquer pessoa SP: Proprietário ou possuidor da coisa subtraída e a vítima da violência OBJ jurídico: Liberdade individual, patrimônio e a integridade física Elemento subj: Dolo, com a vontade específica de subtrair com emprego de violência ou grave ameaça a coisa alheia móvel. Espécies de Roubo Próprio: A violência ou grave ameaça é utilizada para a subtração. Impróprio: Quando a violência ou grave ameaça se dá após a subtração para asegurar a detenção da coisa. Consumação: No roubo próprio se dá com a retirada da coisa da esfera de disponibilidade da vítima tebdi a ciusa cin se fosse sua. No roubo impróprio se dá com o uso da violência. È admissível a tentativa, e para alguns autores no roubo impróprio se o agente é impedido de consumar o crime antes do uso da violência é defendido a existência do furto consumado. OBS: O chamado sequestro relâmpago dependendo da conduta empregada pelo agente criminoso pode ser enquadrado como roubo majorado, ART 157 §2° inc 5°. O §3° traz as figuras qualificadas do roubo, sendo que o roubo qualificado pela morte trata-se de latrocínio. Latrocínio: Èstá entre as penas mais altas do CP com o minimo de 20 e o maximo de 30 anos. Também considerado como crime hediondo. OBS: Se a motivação da morte for outra (vingança por exemplo) então teremos o roubo em concurso com homicídio. O homicídio é o crime meio e o roubo é o crime fim, por isso o agente que comete latrocínio não é julgado pelo tribunal do júri. O STF editou a súmula 610 que diz o seguinte " Há crime de latrocínio quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a subtração dos bens da vítima ". 1- Tentativa de latrocínio: Homicídio e subtração consumados = latrocínio consumado 2- Homicídio tentado e subtração tentada = latrocínio tentado 3- Homicídio tentado e subtração consumada = tentativa de latrocínio 4- Homicídio consumado e subtração tentada = latrocínio consumado ART 158 Extorsão SA: Qualquer pessoa SP: Qualquer pessoa OBJ jurídico: Liberdade individual, patrimônio e a integridade física Elemento subj: Dolo com a vontade específica de obter a indevida vantagem econômica. Consuma-se o crime quando a vítima faz, tolere que se faça ou deixe de fazer alguma coisa independentemente da obtenção da vantagem indevida. Admiti-se a tentativa. §1° traz a causa de aumento de pena §2° traz as figuras qualificadas sendo que a extorsão qualificada pela morte trata-se de crime hediondo A primeira parte do § 3° pode ser uma conduta enquadrada como sequestro relâmpago. OBS: A segunda parte do §3° qualifica a conduta descrita na 1° parte do 3§°. ART 159 SA: Qualquer pessoa SP: Qualquer pessoa OBJ jurídico: Liberdade individual e o patrimônio Elemento subj: Dolo com a finalidade específica da obtenção de qualquer vantagem. Consuma-se o crime com o sequestro por um tempo juridicamente relevante. È permanente e admite-se a tentativa. §1° traz figuras qualificadas e os § 2° e 3° figuras qualificadas pelo resultado. §4° traz a figura da delação premiada onde um coautor ou partícipe denúncia o sequestro a uma autoridade facilitando a libertação do sequestrado. ART 163 Dano SA: Qualquer pessoa SP: Qualquer pessoa OBJ jurídico: Patrimônio Elemento subj: Dolo, admite-se a tentativa e consuma-se o crime com a efetiva destruição, inutilização ou deterioração da coisa alheia. OBS 1: Havendo violência contra pessoa aplica-se o concurso de crime. OBS 2: O inciso IV do § único será processado mediante queixa ou seja mediante ação penal privada. ART 168 Apropriação Indébita SA: È aquele que tem a posse ou detenção da coisa alheia. SP: È o dono da coisa dada ao sujeito ativo. OBJ jurídico: Patrimônio OM: A coisa ou objeto da apropriação que deve ser fungível, exige-se o dolo e admite-se a tentativa. Consuma-se o crime quando ocorrer a apropriação. Apropriar-se é apossar-se ou tomar como sua coisa que pertence a outra pessoa. ART 168 - A SA: O substituto tributário, que é aquele que tem o dever de recolher determinada quantia do contribuinte repassando ao órgão previdenciário. SP: È o estado em especial o INSS OBJ jurídico: A seguridade social OM: A contribuição previdenciária Elemento Subjetivo: Exige-se o dolo com a vontade específica de fraudar a previdência, não admite-se a tentativa e consuma-se quando ocorrer a omissão. O §2° é uma causa extintiva da punibilidade. O §3° traz a figura do perdão judicial. A competência para julgar esses crimes é da justiça federal. ART 169 SA: qualquer pessoa SP: Proprietário ou legítimo possuidor da coisa desviada ou perdida bem como o dono do prédio onde foi achado o tesouro. OBJ jurídico: Patrimônio OM: A coisa perdida ou o tesouro visado Elemento Subjetivo: Exige-se o dolo e admite-se a tentativa e consuma-se quando ocorrer a apropriação da coisa ou tesouro, salvo a condição imposta no inciso 2° do § único (prazo de 15 dias). ART 171 Estelionato Analise do tipo penal SA: qualquer pessoa na modalidade do caput. Nas modalidades previstas no §2° é preciso que a pessoa esteja envolvida em algum tipo de negocio, sendo dono ou legítimo possuidor de determinada coisa. SP: qualquer pessoa quando se tratando do caput. Nas espécies do §2° exige-se que seja alguém envolvido em relação contratual, transação ou negócio. OBJ jurídico: PatrimônioOM: Vantagem obtida ou a coisa alheia bem como a pessoa que incida em erro. Elemento Subjetivo: Exige-se o dolo de obter vantagem ilicita em prejuízo alheio. Admite-se a tentativa e consuma-se quando a vítima sofrer perda patrimonial . OBS: Trabalho espiritual (cartomancia, paz espiritual, macumba etc. Se for gratuito, enquadra-se na liberdade religiosa, se pago, dependendo da situação pode ser enquadrado como estelionato. OBS ²: Torpeza bilateral: Não há o afastamento do delito, se a vítima quer levar vantagem. ART 180 Receptação Análise do tipo penal SA: qualquer pessoa SP: Proprietário ou possuidor de coisa, produto ou crime. OBJ jurídico: Patrimônio OM: Produto do delito anterior Elemento Subjetivo: Dolo com vontade específica de apropriar-se de coisa alheia ou fazer que outro se aproprie. Admite-se a tentativa e consuma-se quando houver prejuízo para a vítima em face do distanciamento da coisa que lhe foi tomada. Receptação própria: 1° parte do caput (adquirir, receber, transportar ou ocultar coisa produto de crime). Receptação imprópria: Influir para que alguém de boa fé receba, adquira ou oculte coisa produto de crime. Perdão judicial: No crime de receptação , o perdão judicial e uma construção doutrinária e jurisprudencial e depende de 3 fatores. _ Coisa de pequeno valor _ Bons antecedentes _ Ter o agente atuado com culpa leve. OBS: A 2° parte do 5° traz a receptação. Dos crimes contra a liberdade sexual ART 213 Estupro SA: qualquer pessoa SP: qualquer pessoa OJ: È a liberdade sexual da pessoa humana OM: Pessoa que sofre o constrangimento EL SUBJ: È o dolo com a finalidade específica de obter a conjunção carnal ou outro meio libidinoso, satisfazendo a sua lascívia. Admite-se a tentativa e consuma-se com a cópola sexual ou qualquer ato libidinoso. Classificação do delito após alteração da lei 12015/2009 Após a referida lei o estupro passou a ser um tipo misto alternativo: a prática ou uma ou mais condutas implica na realização de um só delito. Princípio da Proporcionalidade A pena deve ser proporcional a gravidade do delito. Esse princípio emana do princípio da legalidade e da retribuitividade. Com base nesse princípio algumas condutas enquadrada no crime de estupro, acabam recebendo a pena que é desproporcional. A revogação do ART 214 e a não ocorrência do (abolitio criminis) o revogado Art 214 trazia a figura do atentado violento ao pudor que foi incorporado a nova figura do estupro trazida pela lei 12015/2009. Não ocorreu a abolitio criminis do atentado violento ao pudor mas a chamada continuidade normativa. A retroatividade da lei 12015/2009 aos casos anteriores de concurso entre atentado violento ao pudor e estupro contra a mesma vítima em um mesmo contexto. Quem respondia em concurso de crimes no atentado violento ao pudor e estupro foi beneficiado com a unificação dos dois tipos penais, passando a responder po um só crime, ou tendo a pena reduzida. Ou seja a lei 12015/09 retroagiu beneficamente. A hediondez do delito de estupro em qualquer das suas formas (ART 1° e 5° da lei 8042/90). O estupro agora é hediondo em todas as suas formas. Violação sexual mediante Fraude ART 215 SA: qualquer pessoa SP: qualquer pessoa OJ: a liberdade sexual OM: é a pessoa que sofre o ato libidinoso ou a conjunção carnal EL SUBJ: Dolo com a vontade específica de satisfazer a lascívia. Admite-se a tentativa, consuma-se com a conjunção carnal ainda que parcial ou com o ato libidinoso. ART 216-A Assédio sexual SA: Somente pessoa que seja superior ou ascendência ou relação de emprego ou serviço público. SP: Empregado ou servidor subordinado OM: a pessoa que sofre o constrangimento EL SUBJ: Dolo com a finalidade específica de obter vantagem sexual. Admite-se tentativa e consuma-se com a prática do ato constrangedor, independe da obtenção do favor sexual. OBS: Não é necessária a violência ou grave ameaça. Superioridade hierarquia e a ascendência são elementares do tipo penal, sendo assim no caso de concurso de agentes os coautores tembém responderam pelo assédio sexual. Nas relações empregatícias domésticas também pode ocorrer a figura do assédio sexual; MATÉRIA DA AV2 WEB 6 A 10 (ART 155 A 233) Crimes sexuais contra vulnerável Art 217-A Estupro de vulnerável SA: qualquer pessoa SP: a pessoa vulnerável (menor de 14, enfermo ou deficiente mental ou pessoa com incapacidade de resistência). OJ: a proteção da liberdade sexual OM: a pessoa vulnerável EL SBJ: dolo com a finalidade específica de satisfazer a própria lascívia. Consuma-se o crime com a prática da conjunção carnal ou do ato libidinoso. Revogação do antigo ART 224 e a irretroatividade da lei 12015/2009 Antes das alterações trazidas pela lei 12015/2009 o ART 224 trazia a presunção de violência para quando a vítima do estupro e do atentado violento ao pudor fosse menor de 14. Com o advento da nova lei a conduta do estupro e do atentado violento ao pudor foi unificado em um só tipo e inseriu-se o ART 217-A que trata do estupro de vulnerável. Por ter uma pena mais grave essa nova figura não retroagirá para aplicar aos casos anteriores a sua vigência. (Súmula 711 STF). OBS: Por se tratar de tipo misto alternativo aquele que comete a conduta do ato libidinoso contra vulnerável e conjunção carnal contra o mesmo responde por um só crime do ART 217-A. ART 218 Corrupção de menores SA: qualquer pessoa SP: o menor de 14 anos OJ: a liberdade sexual OM: o menor de 14 anos EL SBJ: dolo com a finalidade específica de satisfazer a própria lascívia ou a de outrem. Admite-se a tentativa e consuma-se por contato sexual entre o menor e o terceiro. ART 218-A SA: qualquer pessoa SP: o menor de 14 anos OJ: a proteção a liberdade sexual OM: o menor de 14 anos que presencia o ato sexual EL SBJ: dolo com a finalidade específica de satisfazer a própria lascívia ou a de outrem. Admite-se a tentativa e consuma-se com a vizualização do menor da prática sexual. (Ação penal pública incondicionada). ART 218-B SA: qualquer pessoa SP: A pessoa menor de 18 e maior de 14 anos, enfermo e deficiente mental. OJ: a proteção a liberdade sexual OM: o sujeito passivo EL SBJ: dolo, admite-se tentativa e consuma-se quando o menor é levado a prostituição ou impedido de deixála. ART 218-B §1° e 2° foram incluídos na lei de crimes hediondos (lei 8072/90) pela lei 12978/2014. OBS: Crimes contra vulneráveis (ação pública incondicionada). ART 227 SA: qualquer pessoa SP: qualquer pessoa, que deve colaborar na ação do agente embora não deva ser punida. Secundariamente a sociedade. OJ: O regramento e a moralidade na vida sexual. E no §2° inclui-se a liberdade sexual. EL SBJ: Dolo com a finalidade de satisfazer o prazer e a luxúria alheia. Admite-se a tentativa e consuma-se quando houver a satisfação da lascívia. Favorecimento a prostituição ou outra forma de exploração sexual ART 228 SA: qualquer pessoa SP: qualquer pessoa, que deve colaborar na ação do agente embora não deva ser punida. Secundariamente a sociedade. OJ: A pessoa que se prostitui ou é explorada em razão da conduta do agente. EL SBJ: Dolo com a finalidade de emaranhar alguém na prostituição ou em outra forma de exploração sexual. Admite-se a tentativa e consuma-se o crime quando ocorrerem as ações do tipo penal. OBS: Se o crime é cometido com emprego de violência ou grave ameaça o agente responde pelos crimes correspondentes a violência em concurso de crimes. ART 229 Casa de prostituição SA: qualquer pessoa SP: a coletividade OJ: A moralidade sexual e os bons costumes. OM: O estabelecimento onde ocorre a exploração sexual. EL SBJ: Dolo com a finalidade de satisfazer o prazer sexual alheio, e não necessaariamente com o intuito de lucro. Por se tratar de crime habitual não admite tentativa e consuma-se com a comprovação da manutenção da habitualidade do delito. OBS: Não comete o crime: _ A prostituta que usa sua própria casa. _ O locador que não tem ciência do que ocorre no imóvel alugado. _ Não é necessário a fiinalidade lucrativa. ART230 Rufianismo SA: qualquer pessoa SP: qualquer pessoa, que exerce a prostituição e secundariamente a coletividade. EL SBJ: Dolo com a finalidade de tirar proveito da situação alheia ou fazer-se sustentar no todo ou em parte por quem a exerça. Também é crime habitual e a consumação se dá com os atos descritos no tipo penal. Não admite tentativa. ART 231 Tráfico internacional de pessoas para fim de exploração sexual SA: qualquer pessoa SP: qualquer pessoa, que desde que efetivamente prostitua-se ou seja explorada sexualmente e secundariamente a coletividade. OJ: A moralidade a liberdade sexual. EL SBJ: Dolo com a finalidade específica de promover a prostituição ou exploração sexual alheia. OBS: Não há possibilidade de tentativa por que é crime condicionado ao ingresso ou saída de países e a efetiva prostituição ou exploração sexual. A consumação se dá com a efetiva comprovação da prostituição ou exploração sexual alheia. _____________________________________________________________________ Bigamia ART 235 SA: somente a pessoa casada. O § 1° traz a figur privilegiada que é a pessoa que não é casada mais casa com alguém que é. Se perante um processo por bigamia o primeiro casamento do réu for anulado pela justiça cível estinguise o crime. Crime próprio pois só quem é casado pode cometer o crime de bigamia. A consumação se dá com o casamento celebrado. Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento A consumação se dá com o casamento celebrado. (Ação penal privada personalísima). ART 1557 CC (Erro essencial). Impedimentos ART 1521. Simulação de autoridade para celebração de casamento Art. 238 - Atribuir-se falsamente autoridade para celebração de casamento: Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não constitui crime mais grave. Comete esse crime aquele que se passa por juiz de paz. Crime formal. O delito desse artigo é subsidiário sendo aplicado se a conduta não constitui crime mais grave como o do ART 328 por exemplo. Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil. O crime traz 3 condutas na primeira hipótese sómente a mãe pode praticar. (crime de tipo misto cumulativo) Se o agente comete mais de uma conduta descrita no tipo penal responderá em concurso de crimes. Tipo misto alternativo: O artigo apresenta várias condutas porém o agente só responde por um crime. Abandono material Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente enfermo: SA: Pai ou a mãe ou o filho que deixa de prover o sustento mínimo. SP: Pode ser o filho ou o ascendente. Trata-se de um crime de tipo misto cumulativo. Art. 246 - Deixar, sem justa causa, de prover à instrução primária de filho em idade escolar: SA: Pai e mãe OJ: A educação na idade escolar Induzimento a fuga, entrega arbitrária ou sonegação de incapazes Art. 248 - Induzir menor de dezoito anos, ou interdito, a fugir do lugar em que se acha por determinação de quem sobre ele exerce autoridade, em virtude de lei ou de ordem judicial; confiar a outrem sem ordem do pai, do tutor ou do curador algum menor de dezoito anos ou interdito, ou deixar, sem justa causa, de entregá-lo a quem legitimamente o reclame: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. Trata-se de tipo misto cumulativo. Obj Material: o menor de 18 anos ou interdito. Subtração de incapazes Art. 249 - Subtrair menor de dezoito anos ou interdito ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou de ordem judicial: Pena - detenção, de dois meses a dois anos, se o fato não constitui elemento de outro crime. § 1º - O fato de ser o agente pai ou tutor do menor ou curador do interdito não o exime de pena, se destituído ou temporariamente privado do pátrio poder, tutela, curatela ou guarda. § 2º - No caso de restituição do menor ou do interdito, se este não sofreu maus-tratos ou privações, o juiz pode deixar de aplicar pena. Incêndio Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem: Explosão Art. 251 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos: Uso de gás tóxico ou asfixiante Art. 252 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, usando de gás tóxico ou asfixiante: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Crime formal de perigo e vago pois o sujeito passivo é a coletividade sem personalidade jurídica e não exatamente alguém. Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou transporte de explosivos ou gás tóxico, ou asfixiante Art. 253 - Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença da autoridade, substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua fabricação: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. Trata-se de tipo misto alternativo com dolo de perigo. OJ: incolumidade pública. Inundação Art. 254 - Causar inundação, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem: Crime formal de perigo e vago pois o sujeito passivo é a coletividade sem personalidade jurídica e não exatamente alguém. ES: Dolo de perigo ou culpa e consuma-se com a inundação. Perigo de inundação Art. 255 - Remover, destruir ou inutilizar, em prédio próprio ou alheio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, obstáculo natural ou obra destinada a impedir inundação. Tipo misto alternativo. Consuma-se com a remoção, destruição ou inutilização do obstáculo sem precisar que haja de fato a inundação. Desabamento ou desmoronamento Art. 256 - Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem: Crime formal de perigo e vago pois o sujeito passivo é a coletividade sem personalidade jurídica e não exatamente alguém. O simples fato de desabar ou desmoronar já consuma o crime não precisando que haja resultado naturalístico. OJ: incolumidade pública. Subtração, ocultação ou inutilização de material de salvamento Art. 257 - Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de incêndio, inundação, naufrágio, ou outro desastre ou calamidade, aparelho, material ou qualquer meio destinado a serviço de combate ao perigo, de socorro ou salvamento; ou impedir ou dificultar serviço de tal natureza: Crime formal de perigo e vago pois o sujeito passivo é a coletividade sem personalidade jurídica e não exatamente alguém. OJ: incolumidade pública. EL SBJ: Dolo de perigo Formas qualificadas de crime de perigo comum Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço. Falsificação, corrupção, adulteração oualteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais: OJ: A saúde pública Trata-se de crime formal. Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Parágrafo único - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se também multa. OJ: A saúde pública Trata-se de crime habitual. Charlatanismo Art. 283 - Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Curandeirismo Art. 284 - Exercer o curandeirismo: I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância; II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio; III - fazendo diagnósticos: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Parágrafo único - Se o crime é praticado mediante remuneração, o agente fica também sujeito à multa. Incitação ao crime Art. 286 - Incitar, publicamente, a prática de crime: Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa. Apologia de crime ou criminoso Art. 287 - Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime: Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa. Associação Criminosa Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes: Constituição de milícia privada Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos neste Código: Moeda Falsa Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro:
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