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Curso de Direito de Família
O direito de Família.
LIVRO IV
Do Direito de Família
TÍTULO I
Do Direito Pessoal
SUBTÍTULO I
Do Casamento
Art. 1.511...
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Introdução
O direito e a forma pela qual o Estado organiza a vida em sociedade.
O legislador transforma fatos da vida em normas jurídicas mediante sanção.
O direito adjetiva os fatos da vida para que sejam jurídicos.
O estado deve respeitar a liberdade individual mas tem que garantir o direito a vida digna e feliz.
Primeiro acontece o fato, depois o direito surge.
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Codificação
1º código civil foi promulgado em 1916.
Começou no século XVIII e XIX preocupação com segurança jurídica.
Na época clássica o direito natural = direito comum (divino). 
direito positivo = direito especial ou particular de determinada civilização. direito natural prevalecia (não era superior) sobre positivo sempre que ocorressem conflitos. 
Já na Idade Média (V a XV) - relação entre as duas espécies de direito se inverteu, tornando-se assim o direito natural superior ao direito positivo, porque o natural era uma norma fulcrada na vontade de Deus. 
O estado moderno busca uma certeza nas relações sociais tal como a natureza possui sua “certeza”. A tese da estatalidade do Direito, defendida fundamentalmente pelo positivismo jurídico, faz com que o sujeito, se volte inteiramente para as normas emanadas por um órgão competente que figura dentro dos limites do Estado moderno, isto é, somente serão consideradas normas jurídicas aquelas que forem produzidas por uma fonte credenciada pelo ordenamento jurídico estatal.
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norberto Bobbio (Positivismo Jurídico, 2006, p. 26), 
“por obra do positivismo jurídico ocorre a redução de todo o direito a direito positivo, e o direito natural é excluído da categoria do direito: o direito positivo é direito, o direito natural não é direito. (…) O positivismo jurídico é aquela doutrina segundo a qual não existe outro direito senão o positivo”.
Codificação se iniciou no direito romano e Em 1804 Napoleão Bonaparte outorgou o código civil dos franceses.
Brasil – o pais se tornou independente em 1822 (07/09) e continuou seguindo as ordenações Filipinas e a legislação portuguesa.
 (Ceará, 4 de outubro de 1859 — Rio de Janeiro, 26 de julho de 1944) foi um jurista, legislador, filósofo e historiador brasileiro.
 Clóvis beviláqua ficou encarregado de elaborar CC no Brasil
 que foi aprovado na câmara em 1916.
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Miguel Reale - encarregado de revisar o código civil que começou a tramitar em 1983 e que em razão da nova constituição ficou parado. O projeto sofreu alterações para adaptar À CF/88 e foi sancionado em 2002 que se manteve conservador e não revolucionário.
(6 de novembro de 1910 — sp, 14 de abril de 2006 SP) foi um jurista, filósofo, professor universitário e poeta)
o cc é a lei que mais convive com o cidadão, uma vez que regula contratos, família, personalidade, capacidade... é dividido em:
1 - parte geral: art. 1º até art. 232.
2 – parte especial: art. 233 até art. 2046.
Princípios inerentes ao CC:
Sociabilidade – valores coletivos sobre os valores individuais (dignidade da pessoa humana)
Eticidade – boa-fé objetiva (pacta sunt servanda)
Operabilidade – regras devem ser aplicadas de modo simples e efetivo.
Neoconstitucionalismo e a CF/88.
CF/88 supera o positivismo e se fundamenta na teoria neoconstitucionalista.
Neoconstitucionalismo trata-se de um movimento teórico de revalorização do direito constitucional, de uma nova abordagem do papel da constituição no sistema jurídico, movimento este que surgiu a partir da segunda metade do século XX.
O neoconstitucionalismo visa refundar o direito constitucional com base em novas premissas como a difusão e o desenvolvimento da teoria dos direitos fundamentais e a força normativa da constituição, objetivando a transformação de um estado legal em estado constitucional.
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CF/88
É cidadã, muito preocupada com o indivíduo. Núcleo dignidade da pessoa humana. dignidade da pessoa humana - vários conceitos e inúmeros significados, que alcançam incontáveis consequências. Supera positivismo – Neoconstitucionalismo.
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
possui dois prismas: 
Objetivo - envolve a garantia de um mínimo existencial ao ser humano, atendendo as suas necessidades vitais básicas, como reconhecido pelo art. 7.º, IV, da Constituição, ao cuidar do salário mínimo (moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte, previdência social). Inexiste dignidade se a pessoa humana não dispuser de condições básicas de vivência. 
Subjetivo - cuida-se do sentimento de respeitabilidade e autoestima, inerentes ao ser humano, desde o nascimento, quando passa a desenvolver sua personalidade, entrelaçando-se em comunidade e merecendo consideração, mormente do Estado.
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Dignidade da pessoa humana
Dignidade da pessoa humana É um valor moral e espiritual inerente à pessoa, ou seja, todo ser humano é dotado desse preceito, e tal constitui o princípio máximo do estado democrático de direito. Está elencado no rol de direitos fundamentais da Constituição Brasileira de 1988.
Agora o código civil passa a ser limitado aos princípios constitucionais. A constitucionalização do direito civil, também chamada de direito civil constitucional, nada mais é do que a imposição de uma leitura dos institutos de direito civil conforme a Constituição Federal. A norma não deixa de ser de direito privado, mas direito privado interpretado conforme a Constituição Exemplos:
1. Concessão de alimentos nas uniões homoafetivas é o artigo 1.694, CC, interpretado à luz da dignidade da pessoa humana e da isonomia constitucional.
2. Teoria dos contratos o contrato não pode ser um instrumento de abuso econômico, um instrumento de opressão. Assim, a teoria do contrato foi reconstruída com o objetivo de, sem aniquilar a autonomia da vontade (Teoria Liberal dos contratos), condicioná-la a parâmetros constitucionais, a exemplo da função social do contrato, da boa-fé objetiva e da doutrina da eficácia horizontal dos direitos fundamentais.
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Conceito de direito de família
Direito de família é o conjunto de regras e princípios que disciplinam os direitos pessoais e patrimoniais decorrentes das relações de parentesco; neste sentido, família é uma realidade sociológica e constitui a base do Estado, o núcleo fundamental em que repousa toda a organização social. Em qualquer aspecto em que é considerada, aparece a família como uma instituição necessária e sagrada, que vai merecer a mais ampla proteção do Estado.
Família e um agrupamento informal, de formação espontânea no meio social cuja estruturação se da por meio do direito que importa sensação de pertencimento integrando sentimentos, esperanças, valores no projeto de felicidade. (ler texto Maria Berenice Dias)
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Família na Declaração universal dos direitos dos humanos – 1948 (apos segunda guerra 45)
Artigo XVI 
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou religião, tem o direito de contrair matrimonio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução. 
2. O casamento não será́ valido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes. 
3. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da sociedade e do Estado. 
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Art. 226 CF/88
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
    § 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.
    § 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.
    § 3º Para efeito da proteção do Estado,
é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
    § 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.
    § 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.
    § 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.
    § 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.
    § 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.
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Constitucionalização do Direito Civil
Direito civil se constitucionalizou incluindo valores democráticos, afastando o individualismo tradicional e conservador elitista da época das codificações do século passado. 
CF/88 universalizou e humanizou o direito de família o que provocou uma quebra de paradigmas, ex:
Reconhece relacionamento fora do casamento;
Reconhece o filho havido fora do casamento, igualdade entre os filhos;
Reconhece a união estável;
Reconhece o afeto.
Atribui deveres, igualdade entre homem e mulher.
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Estrutura e objeto do direito de família 
Família é lugar de afeto e respeito (LAR), não e necessário o laço biológico.
Família é o primeiro agente socializador do ser humano.
O que muda com a CF/88?
Família deixa de ser instituição para ser instrumento de desenvolvimento de seus integrantes para o crescimento e formação da própria sociedade. Antes resumia: ascendentes e descendentes unidos pelo patrimônio. Hoje: LAR (afeto).
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Localização no código civil
Livro IV, inicio art. 1.511.
Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges. 
Trata de direito pessoal ou patrimonial? E publico ou privado?
Família e uma estrutura publica mas formado por relações privadas.
Tem doutrinador falando que e publico pq trata de matéria de ordem publica e tem doutrinador falando que e privado pq esta contido no CC/02 que trata de matéria privada. 
IDBFAM defende a criação de estatuto próprio do direito de família para condensar todas as leis que tratam do tema, criando assim um microssistema. PLS - 470/13 Senadora Lídice da Mata que esta em tramitação.
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Princípios do direito de família
Princípios são fontes normativas, moderno jurista interpreta de forma teleológica (fim da norma) no Estado Democrático de Direito.
Princípios constitucionais x princípios gerais de direito
Const. Primeiro lugar na aplicação do direito. Ex. dignidade da pessoa humana
Gerais. Extraídos implicitamente da legislação. Ex. monogamia
Princípios constitucionais fundamentais:
Art. 226 [...]
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.
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Dignidade da pessoa humana
E valor nuclear da ordem constitucional e universal. Dele deriva liberdade, autonomia privada, cidadania, igualdade e solidariedade. Aplicado no publico e no privado, opção pela pessoa.
Diz respeito a integridade em todos os campos do ser humano, ou seja, ele como ser social ou cultural, digno de respeito e de uma vida justa e plena.
Na historia do direito de família havia uma hierarquia onde o patriarca era superior a mulher e aos filhos. A família era regulada pela igreja católica romana em 1891 e adotada a laicidade no campo familiar e o Estado passa a gerir a vida civil. Mas a sociedade não se liberta dos costumes antigos.
Estatuto da mulher casada (lei 4.121/62); lei divorcio (lei 6.515/77) CF/88 a mulher ganha igualdade, respeito e proteção.
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Princípio da paternidade responsável e Princípio planejamento familiar
Os membros da família são livres nas escolhas de paternidade.
Se optaram por filhos tem dever e responsabilidade na educação dos filhos.
Os membros da família são livres para realizar o planejamento familiar.
Não há no Brasil politica de controle de natalidade.
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Princípio da solidariedade familiar
Supera o individualismo, busca confraternização no seio familiar, sentimento de harmonia e convivência pacifica que merece proteção do Estado. Deve ser reciproca entre os membros da família.
Os membros da familiar 
Art. 1.513. É defeso a qualquer pessoa, de direito público ou privado, interferir na comunhão de vida instituída pela família.
Art. 1.518.  Até a celebração do casamento podem os pais ou tutores revogar a autorização.
Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges:
I - fidelidade recíproca;
II - vida em comum, no domicílio conjugal;
III - mútua assistência;
IV - sustento, guarda e educação dos filhos;
V - respeito e consideração mútuos.
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Principio da solidariedade familiar
Art. 1.724. As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres de lealdade, respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos.
Art. 230/ CF. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
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Princípio da igualdade familiar
Todos são iguais perante a lei. Mulher deixou de ser submissa, os filhos ganharam igualdade em relação aos pais. Os filhos havidos fora do casamento acaba o termo filho ilegítimo.
Entidade familiar: união estável e família monoparental.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
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Princípio da liberdade familiar 
Família tem liberdade para escolher seus membros, em relação ao matrimonio, educação dos filhos, escolhas culturais e desenvolvimento de identidade social, respeitando integridade física e psíquica da criança. 
Estado protege vulneráveis e a criação de politicas que oriente a procriação. Nesse sentido planejamento familiar e livre assim como a manutenção ou extinção do matrimonio.
Cc/02 Art. 1.614. O filho maior não pode ser reconhecido sem o seu consentimento, e o menor pode impugnar o reconhecimento, nos quatro anos que se seguirem à maioridade, ou à emancipação.
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Princípio da pluralidade familiar
Esta diretamente ligado ao princípio da afetividade.
Qualquer família que se componha a partir de um elo de afetividade que geram comprometimento mutuo, envolvimento pessoal e patrimonial.
Família homoafetiva; família extramatrimonial; família monoparental; família pluriparental ou recomposta.
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Princípio da afetividade
O que importa e o afeto e não o sangue!
Não importa a relação consanguínea.
Esta diretamente ligado à variedade das famílias.
Filhos adotivos, netos que vivem com os avós....
Ex: CF/88 art. 227
§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
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Principio da Convivência familiar
Todos os membros da família gozam do direito de viverem com seus entes, gerando relação de afetividade. os filhos tem direito a conviverem com os pais mesmo que divorciados.
Guarda compartilhada se estende aos outros parentes. 
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Princípio da monogamia
Não e constitucional porque não esta na constituição .
Art. 1516 cc/02
 § 3o Será nulo o registro civil do casamento religioso se, antes dele, qualquer dos consorciados houver contraído com outrem casamento civil.
Monogamia esta ligado a proibição de múltiplas famílias matrimonia lizadas sob a chancela do Estado.
Fidelidade esta relacionado com uma relação extraconjugal, que pode não constituir família.
O CC/02 acabou com a culpa, mas o Estado ainda só reconhece um matrimonio por vez.
CF entende que a monogamia não pode inviabilizar direitos em face do principio da dignidade humana.
Súmula 380 STF
Comprovada a existência de sociedade de fato entre os concubinos, é cabível a sua dissolução judicial, com a partilha do patrimônio adquirido pelo esforço comum.
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Importância do Direito de Família
Regular as relações existentes entre os membros da família e seus bens.
Família baseada no afeto. CC/02 o casamento e base familiar, depois temos relações pessoais e patrimoniais entre cônjuges das diversas filiações. O pátrio poder e agora o poder familiar.
Proteger membros, bens, tutela curatela, casamento.
A família é uma estrutura em constante transformação.
E tão importante que faz parte da Declaração Universal dos Direitos Humanos elaborada pela ONU, bem como esta na CF/88 família e a base da sociedade.
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Evolução do conceito de família
CC/16 – família reconhecida pelo matrimonio, impedia dissolução, distinção entre seus membros e discriminava as uniões não advindas do casamento. Os filhos havidos dessa relação eram excluídos e eram punidos com a perda de direitos para preservar o casamento.
1962 – lei 4.121/62: estatuto da mulher casada (capacidade, propriedade)
EC 9/77 – e Lei 6.515/77 – institui o divorcio, elimina a ideia de família sacralizada.
CF/88 – igualdade entre homem e mulher, proteção igual a todos os membros, casamento, união estável entre homem e mulher, família monoparental, igualdade dos filhos...
Sumula 380 STF – concubinato cabe dissolução e partilha
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Evolução do conceito de família
Lei 8.971/94 – companheiro tem direito a alimentos e partilha
Lei 9.278/96 – art. 9, união estável será discutida na vara de família livre de restrições e discriminações.
Lei 11.441/07 – dissolução extrajudicial do casamento (cartório)
EC 66/10 - acabou a separação casamento só e dissolvido pelo divorcio.
Projeto lei 612/11 – reconhece união de pessoas do mesmo sexo (em 2011 STF reconheceu união homossexual, mas e necessário a lei.
Família reconhecida pelo afeto, deixa de ser instituição para ser instrumento de desenvolvimento de seus integrantes para formação da sociedade. Antes ligados pelo patrimônio/sangue agora unidos pelo afeto.
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As espécies de famílias no ordenamento jurídico
Família formada através do casamento e da união estável – art. 226 CF
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. (afeto)
Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges. (matrimonializado)
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As espécies de famílias no ordenamento jurídico
1) Família monoparental – CF/88, art. 226, §4º:
    § 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.
2) Família afetiva – os laços de afeto e solidariedade derivam da convivência familiar e não do sangue.
Cf/88 e cc/02 não falam diretamente na palavra afeto mas indicam afetividade no seu texto quando reconhece a união estável, família monoparental, igualdade entre os filhos, irrevogabilidade da perfilhação (reconhecimento legal pai ou mãe).
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As espécies de famílias no ordenamento jurídico
Família após CF/88 (afetiva) ganha uma concepção eudemonista (vida moral, plena e feliz, onde a felicidade individual ou coletiva é o fundamento da conduta humana).
3) Família recomposta – Os meus, os seus e os nossos! Família formada por cônjuges que já possuem filhos de outras relações. Não tem regulamentação porque ainda legislação esta ligada a primeira família, cabe ao juiz analisar cada caso.
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As espécies de famílias no ordenamento jurídico
4) Família formada pela união de pessoas do mesmo sexo – em 2011 o STF reconheceu, mas a ausência de legislação impede que os cônjuges tenham garantia de uma série de direitos, que para serem reconhecidos precisa de judicialização.
PL 612/11 de autoria da senadora Marta Suplicy recebeu parecer favorável da CCJ e agora segue para análise na Câmara dos Deputados.
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Relações de parentesco
A cf/88 veio extirpando o velho conceito para um mais justo e moderno, trazendo princípios que tornaram mais igualitários os direitos antes restritos a apenas certa classe considerada pela lei.
Casamento e sua prole x relacionamentos extraconjungais
no art. 227, §6º CF/88 a relação entre os filhos e seu pai da seguinte forma 
§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
Nas palavras de Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald:
O parentesco, dessa maneira, tem de se modelar a uma nova feição da família, decorrente da normatividade garantista e solidária constitucional, abandonando a interconexão implicacional com o matrimônio e a feição hierarquizada e patriarcal para ser compreendido, em larga escala, como um vínculo predestinado a afirmação de valores constitucionais contemplados na tábua axiomática.
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Preciso abandonar preconceitos.
O parentesco, dessa maneira, tem de se modelar a uma nova feição da família, decorrente da normatividade garantista e solidária constitucional, abandonando a interconexão implicacional com o matrimônio e a feição hierarquizada e patriarcal para ser compreendido, em larga escala, como um vínculo predestinado a afirmação de valores constitucionais.
Conceito de parente: Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald “Melhor, então, sustentar o parentesco como o vínculo, com diferentes origens, que atrela determinadas pessoas, implicando em efeitos jurídicos diversos entre as partes envolvidas”.
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Relações de parentesco
Relações de parentesco e família não se confundem.
Parentesco é a relação de vinculação existente entre indivíduos que descendem uns dos outros ou de um tronco comum, bem como entre um cônjuge e os parentes do outro consorte, além de entre adotante e adotado.
Ademais, adota-se um conceito de parentesco baseado na afetividade entre pessoas integrantes do mesmo grupo familiar, seja pela ascendência, descendência ou colateralidade, independentemente da natureza (natural, civil ou por afinidade).
diferenciação entre os conceitos de parentesco e de família, posto que os cônjuges e os companheiros podem ser considerados uma família, mas não são parentes entre si.
há diferentes espécies de parentesco. De acordo com a natureza, podem ser natural (vínculo consanguíneo + adotivo); civil (vínculo jurídico decorrente da socioafetividade) ou por afinidade (liame jurídico que se estabelece entre cada cônjuge ou companheiro e os parentes do outro).
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  classificação do parentesco quanto a linhas, pode ser tanto em linha reta, relacionados verticalmente, ou seja, descendem um do outro, por consanguinidade, sem limitação de grau (art. 1.591, do novel Código Civil); como em linha colateral (ou transversal), que inclui pessoas oriundas do mesmo tronco, mas não descendem umas das outras (art. 1.592, do Código Civil).
Ademais, a linha é a vinculação de alguém a um tronco ancestral comum. Desse modo, são parentes em linha reta os indivíduos ligados uns aos outros por um vínculo de ascendência e descendência. Por seu turno, são
parentes em linha colateral aquelas pessoas oriundas de um tronco comum, que não são descendentes umas das outras. O parentesco em linha transversal não é infinito, pois o ordenamento jurídico brasileiro limita até o quarto grau.
Graus: o parentesco pode ser definido pelo número de gerações, sendo necessário encontrar o ascendente comum para buscar o parente que se quer verificar o grau.
Linha reta
Se mede por linhas e graus:
Neste prisma, pode-se ilustrar em figura simples a seguinte designação para o parentesco em linha reta a partir do filho para o avô:
Ascendente
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Avô
2º grau
Pai
1º grau
filho
Colateral
De outro modo, é possível ilustrar em figura o parentesco em linha colateral da seguinte forma:
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Filho
Pai
1º grau
Tio
3º grau
Avô
2º grau
Das Relações de Parentesco
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Das Relações de Parentesco
estaca-se que o Código Civil de 2002 apenas prevê as duas primeiras espécies de parentesco (natural ou civil). Todavia, com a expressão “outra origem”, possibilita uma interpretação extensiva.
Art. 1.591. São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as outras na relação de ascendentes e descendentes.
Art. 1.592. São parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra.
Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consanguinidade ou outra origem. (adoção/afinidade)
Art. 1.594. Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações, e, na colateral, também pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao ascendente comum, e descendo até encontrar o outro parente.
Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade.
§ 1o O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro. (2º grau)
§ 2o Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável.     
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Efeitos jurídicos
designar qual o grau de parentesco entre as pessoas da mesma família trará diversos reflexos no campo jurídico por força do vínculo entre elas direitos (herança), obrigações (cuidado) e restrições (impedimentos).
Efeitos jurídicos: algumas restrições visando evitar o favorecimento pessoal advindo da intimidade existente entre os parentes.  
No prisma do Direito das Famílias: impedimentos matrimoniais
 o poder familiar e gera o dever de prestar alimentos e no âmbito sucessório confere o direito à herança. É possível falar-se em guarda e visita entre parentes, conforme § único do art. 1.589 cc/02 (avós).
Processo Civil pode levar o magistrado à suspeição quando existente algum vínculo parental com uma das partes da relação processual ou com os respectivos advogados, conforme art. 144 do CPC. Também no mesmo código, a morte do cônjuge, companheiro ou parceiro homoafetivo, por analogia, ou qualquer parente do réu, impede que se proceda à sua citação nos sete dias seguintes. Além disso, não podem os cônjuges e os parentes em geral servir como testemunhas, a favor ou contra um outro parente (art. 447, § 2º, i CPC).
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Art. 447.  Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto as incapazes, impedidas ou suspeitas.
[...]
§ 2o São impedidos:
I - o cônjuge, o companheiro, o ascendente e o descendente em qualquer grau e o colateral, até o terceiro grau, de alguma das partes, por consanguinidade ou afinidade, salvo se o exigir o interesse público ou, tratando-se de causa relativa ao estado da pessoa, não se puder obter de outro modo a prova que o juiz repute necessária ao julgamento do mérito;
No Direito Eleitoral, o parente pode gerar inelegibilidade eleitoral (art. 14, § 7º, CF). No Direito Administrativo impede o nepotismo.
Parentesco por afinidade
Parentesco por afinidade é aquele adquirido em virtude de casamento ou união estável ou união homoafetiva. produz diversos efeitos, como impedimentos para o casamento. Uma vez unidos pelo casamento, por exemplo, os ascendentes e descendentes do cônjuges passam a ser também ascendentes e descendentes do outro cônjuge e a contagem é feita de forma normal. Assim como se faz a contagem até sua própria mãe, faz-se com sua sogra, enteado, etc. Passa a ser também considerado parente por afinidade o cunhado, como se fossem irmãos do próprio cônjuge.
Os efeitos do parentesco por afinidade são eternos em caso da sogra, sogro, enteados, pois impedem o casamento mesmo após o fim do relacionamento de ambos. O parentesco com o cunhado cessa com o rompimento do relacionamento ou com a morte de um dos cônjuges. Conta-se o parentesco por afinidade em linha colateral até o 2º grau apenas.
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Obrigação Alimentar
arts. 1.694 e 1697cc/02, a obrigação alimentícia é prioritariamente aos ascendentes e descendentes e, na falta destes aos irmão. Ou seja, aos parentes de até 2º grau na linha colateral.
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.
Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos (mesmo pai e mãe)como unilaterais.
Mesmo na linha colateral, em face desta expressa disposição legal, não é possível reclamar alimentos dos parentes consanguíneos depois do segundo grau, ou seja do tio, sobrinho, primo, etc. Identicamente, veda a obrigação ao parentesco por afinidade. Equivalendo dizer que estão excluídos da obrigação de prestar alimentos a sogra, sogro e o genro, nora, os cunhados e o padrasto, madrasta e o enteado, etc.
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Maria Berenice Dias, parece ser dissonante não caber a estes parentes a obrigação alimentícia, merecendo reparos. Em primeira vista não parece justo a estes autores que no direito sucessório (art. 1839) tenham direito os parentes de até o 4º grau arrecadar herança deixada pelo seu parente. Parece justo a afirmativa de que quem leva o bônus, tem o ônus.
Em seguida parece dissonante o princípio da solidariedade familiar, pois são unidos, além de tudo pela solidariedade. Não seria solidário, portanto, um parente precisar de ajuda em momentos de necessidade e um parente, ligado pelo princípio da solidariedade, não o ajudar. Seria, nas palavras de Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald “admitir um parentesco sem solidariedade”.
É possível também, apoiado pelo princípio constitucional da solidariedade familiar e social requerer alimentos dos parentes por afinidade também, de acordo com o entendimento de Maria Berenice Dias. Inclusive já existe precedente legal quanto a prestação de alimentos por parentes por afinidade
(processo 2012.073740-3 no TJ de Santa Catarina, 2ª Câmara de Direito Civil, Comarca de São José) onde dá à requerente, enteada, o direito a receber alimentos de seu padrasto, não obstando o fato de já receber auxílio de seu genitor.
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Adoção póstuma
No recurso especial, mp afirmou que a adoção póstuma (ajuizada por uma pessoa em nome de outra, que já morreu) só pode ser deferida na hipótese prevista no artigo 42, parágrafo 60, do ECA. Além disso, alegou violação do artigo 42, parágrafo 2º, do ECA, segundo o qual, "para a adoção póstuma, é indispensável que os adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família".
Segundo a ministra Nancy Andrighi, relatora do recurso especial, o artigo 42, parágrafo 6º, da Lei 8.069 (ECA), possibilita que a adoção póstuma seja requerida caso o adotante tenha morrido no curso do procedimento de adoção e seja comprovado que este manifestou em vida seu desejo de adotar, de forma inequívoca. Para as adoções post mortem se aplicam, como comprovação da inequívoca vontade do falecido em adotar, "as mesmas regras que comprovam a filiação socioafetiva: o tratamento do menor como se filho fosse e o conhecimento público dessa condição".
De acordo com a ministra Nancy, a inequívoca
manifestação de vontade é condição indispensável para a concessão da adoção póstuma, "figurando o procedimento judicial de adoção apenas como a concretização formal do desejo de adotar, já consolidado e exteriorizado pelo adotante". Ela explicou que, no caso relatado, a adoção se confunde com o reconhecimento de filiação socioafetiva preexistente, que foi construída pelo adotante falecido desde quando o adotado tinha quatro anos de idade.
Casamento
Casamento – Código civil não conceitua família nem casamento.
Maria Berenice: Casamento tanto significa ato de celebração como relação jurídica que origina a relação matrimonial. O sentido da relação matrimonial melhor se expressa pela noção de comunhão de vidas, ou comunhão de afetos. Plena comunhão de vida.
A sociedade conjugal gera dois vínculos:
1)    Vinculo conjugal
2)    Vinculo de parentesco por afinidade
Altera estado civil – serve para dar publicidade da condição pessoal e patrimonial perante terceiros.
Antes do casamento os noivos podem escolher o regime de casamento através do pacto antenupcial (art. 1.639, cc/02)
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver.
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O regime escolhido terá efeitos durante e após dissolução do casamento.
Posso alterar o regime de casamento durante o casamento? (art. 1.639, §2º)
§ 2o É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros.
Seja qual for o regime de bens um cônjuge pode doar bens para o outro, mas implica em adiantamento da legitima (art. 544, cc/02)
Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança.
Natureza jurídica
natureza jurídica do matrimônio - 3 correntes: a contratualista, a institucionalista e a eclética ou mista.
1) Contratualista: o casamento tem natureza contratual, sendo um contrato sui generis, segundo o qual, as partes possuem direitos e obrigações.
2) Institucionalista: o casamento como instituição social, formada pela família e com papel na sociedade em que está inserido.
3) Eclética: é uma mistura de ambas as teorias, de forma que o casamento possui natureza contratual por produzir efeitos entre as partes, possuir forma e ser solene. Contudo, também é uma instituição, pelo caráter público e pelo papel social da família inserida na sociedade.
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Características
a lei fala em casamento entre homem e mulher, tanto que um dos pressupostos de existência daquele é a diferença de sexos. Contudo, felizmente, esse conceito tem sido mitigado.
Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condição de consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da família.
Com a ADI 4277 e a ADPF 132, a união estável entre pessoas do mesmo sexo, foi reconhecida.
Apesar da uniformidade na jurisprudência, o casamento homoafetivo não encontra amparo legal expresso, mas fundamenta-se no princípio da dignidade da pessoa humana.
Logo, negar o casamento aos homossexuais, é negar-lhes direito a sexualidade, o que é imanente do ser humano.
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CASAMENTO caracteristicas:
1) ato complexo (produz efeitos)
2) solene 
3) público 
4) entre duas pessoas sem impedimento entre si e para o ato, 
5) a fim de juntas formarem uma família, 
6) Que é a base da sociedade 
7) primeiro agente socializador do indivíduo, 
8) Razão pela qual merece especial proteção do Estado.
Finalidade do casamento
Felicidade, procriação, educação da prole, afeto conjugal, respeito e amor.
Princípio da “affectio maritallis” vontade dos cônjuges em fazer durar a relação.
Como casar: 1 habilitação (impedimentos)
 2 Proclamas (cartório publica na imprensa oficial – publicidade. 15 dias não houver impedimento)
 3 Noivos são habilitados e tem prazo de 90 dias para casar.
 4 agenda a cerimônia juiz de paz no cartório, recebem certidão de casamento.
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Impedimento
Constituem impedimentos ao casamento resultantes de parentesco (art. 1521, I a IV):
Esses impedimentos por parentesco, possuem três divisões que serão apresentadas a seguir:
a) Consanguinidade (art. 1521, I): Não podem se casar ascendentes com os descendentes, por exemplo, pai com filha, avô e neta. Ou seja, qualquer grau de parentesco em linha reta. Maria Helena Diniz cita Luiz da Cunha Gonçalves “indaga se é sempre necessário demonstrar o parentesco com a certidão de registro civil e, se não houver essa prova livre, o casamento será incestuoso”. Um fato interessante é que esses impedimentos compreendem os irmãos de mesmo pai e mães diversas, e mesma mãe e pais diversos. Nessa mesma guisa, Maria Berenice Dias afirma que “mesmo proibido o casamento de parentes até o terceiro grau, o DL 3200/1941 suaviza a vedação, tornando possível a sua realização mediante autorização judicial”.
b) Afinidade (art. 1521, II): Não podem se casar os afins em linha reta. Este tipo de parentesco se estabelece entre um dos cônjuges ou companheiro e os parentes do outro, por exemplo, sogra e genro, padrasto e enteada. Segundo o Código Civil 2002, isso se dá porque “na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou união estável”. Todavia, ficam excluídos da proibição os afins em linha colateral.
c) Adoção (art. 1521, I, III e IV): Da mesma forma que, conforme disposto no art. 1521, I, não podem casar ascendentes com os descendentes de vínculo ou parentesco civil, também não poderão contrair matrimônio o adotante e adotado. Nesse sentido, o art. 227, § 6º, CF, dispõe que os filhos adotados equiparam-se aos naturais, tendo os mesmos direitos no âmbito familiar. Dessa forma, também estão submetidos aos impedimentos em relação à adoção.
Nessa forma de impedimento por parentesco, ainda temos a união estável. Maria Berenice Dias (2007, p.149) diz que “Estendido o vínculo de parentesco também à união estável (...), aumentou o rol dos impedimentos. Assim, o ex-companheiro não pode casar com a filha da companheira com quem viveu em união estável”. Dessa forma, os efeitos se estendem a esse tipo de filiação.
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Impedimento resultante de vínculo
art. 1521, VI, qual seja a impossibilidade de pessoa casada contrair matrimônio subsistindo o primeiro casamento. Desta forma, se alguém encontra-se unido a outra pessoa por vínculo matrimonial válido, não poderá se casar novamente antes de cessado o laço anterior.
Constituem formas de cessação do vínculo matrimonial: a certidão de óbito do cônjuge falecido; a certidão de nulidade ou anulação deste; e o registro de sentença ou de escritura pública do divórcio.
Vale lembrar, que o Brasil é um país que admite apenas casamento monogâmico, constituindo crime a bigamia disposto no art. 235 do Código Penal Brasileiro cuja pena é de 2 a 6 anos de reclusão.
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Impedimentos de crime
Pelo que preconiza o art. 1521, VII, não podem se casar aquele que foi condenado por homicídio doloso, sendo este o autor, tanto intelectual como material, com a viúva do de cujus (VENOSA, 2011). Observa-se que o próprio artigo já dispensa outras interpretações.
Obs * Doutrina Venosa ainda completa o seu raciocínio (2011, p.82), “Irrelevante também a prescrição do crime ou reabilitação do condenado: persiste o impedimento em ambas situações”.
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Causas suspensivas
As causas suspensivas se traduzem em um impedimento à realização do casamento, porquanto podem gerar sanções àqueles que contraírem o matrimônio, uma vez que o casamento não é nulo, nem anulável, apenas irregular. Estão dispostas nos incisos do art. 1523 CC/02. 
OBS * André Borges de Carvalho Barros (2009, p. 333), “as causas suspensivas tem como finalidade evitar, além de confusão patrimonial, dubiedade com relação à filiação”.
o casamento não é proibido, mas é “aconselhável” que não se contraia o matrimônio, pois existindo alguma das causas elencadas acima, podem gerar
sanções de cunho patrimonial.
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Causas suspensivas art. 1.523 cc/02
não devem se casar:
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros. Aqui, a preocupação do legislador foi evitar a confusão de patrimônios, pois o casamento precedido de inventário poderia dificultar a identificação do patrimônio entre o das proles existentes e o das vindouras; patrimônio
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal. A intenção foi evitar a confusão de sangue, a dúvida no caso de a mulher estar grávida, e de quem seria o filho; sangue
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal. Da mesma forma que no inciso I, a preocupação é quanto a evitar a confusão de patrimônios; patrimônio
IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas. Justifica-se pela possibilidade de o tutelado ou curatelado ser compelido a contrair matrimônio, de modo a livrar o administrador dos bens da prestação de contas (VENOSA, 2011). patrimônio
Cumpre ressaltar que nos casos insculpidos nos incisos I, III e IV, é possível requerer o afastamento das suspensões, havendo comprovação de inexistência de prejuízo para o herdeiro, para o ex-cônjuge ou para a pessoa tutelada ou curatelada, respectivamente, e no caso do inciso II, que o filho nasceu ou que inexiste a gravidez (art. 1523, parágrafo único).
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Oposição dos Impedimentos e Causas Suspensivas
qualquer pessoa capaz é legitimada para apresentar impedimentos e causas suspensivas, até o momento da celebração do casamento, nos termos do art. 1522, parágrafo único, de forma escrita, devendo conter as provas dos fatos alegados, e caso estas provas sejam de difícil aquisição, o opoente deverá indicar o local onde elas possam ser obtidas (art. 1529, CC/2002).
As oposições de causas suspensivas podem ser arguidas por pessoas legitimadas (ascendentes, descendentes, e colaterais em segundo grau). 
Art. 1.524. As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser argüidas pelos parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam consangüíneos ou afins, e pelos colaterais em segundo grau, sejam também consangüíneos ou afins.
Para serem apresentadas, seguem o mesmo padrão do art. 1529 do Código Civil (por escrito e instruídas com provas).
Maria Helena Diniz afirma que o opoente não pode ficar no anonimato, devendo cumprir com todos os requisitos anteriormente mencionados (DINIZ, 2013).
Silvio de Salvo Venosa ainda diz que (2011, p. 91) “impedimentos opostos por má-fé dão margem à possibilidade de os responsáveis serem acionados por perdas e danos, que no caso serão fortemente de índole moral como expressamente permite a atual Constituição”.
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Espécies de casamento
1 Civil – realizado no cartório depende de habilitação, solenidade e forma.
2 religioso com efeito de civil – não é realizado no cartório, depende de habilitação, solenidade e forma.
3 por procuração - art. 1.542 cc/02 pode ser representado (2 = 2 procurações), validade por 90 dias. Resolução 35 cnj – divórcio cartório pode procuração.
Art. 1.542. O casamento pode celebrar-se mediante procuração, por instrumento público, com poderes especiais.
§ 1o A revogação do mandato não necessita chegar ao conhecimento do mandatário; mas, celebrado o casamento sem que o mandatário ou o outro contraente tivessem ciência da revogação, responderá o mandante por perdas e danos.
§ 2o O nubente que não estiver em iminente risco de vida poderá fazer-se representar no casamento nuncupativo.
§ 3o A eficácia do mandato não ultrapassará noventa dias.
§ 4o Só por instrumento público se poderá revogar o mandato.
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4 nuncupativo – iminente risco de morte, sem juiz, sem habilitação, 6 testemunhas que não tenha parentesco na linha reta ou colateral até 2º grau. Prazo de 10 dias confirma para autoridade judicial, que antes de mandar registrar investiga o casamento.
5 Consular – casamento no exterior deve ser registrado no consulado brasileiro e depois no cartório do 1º ofício Registro do município do casal ou 1º ofício do df, no prazo de 180 dias da volta definitiva para o país + série de documentos.
6 putativo – contraído de boa-fé (ex nunc) mantém seu direito, má-fé (ex tunc) como se o casamento nunca houvesse existido. Persiste direito dos filhos independente da boa-fé dos genitores.
7 Estrangeiros – O casamento de estrangeiros no Brasil é possível tanto entre dois estrangeiros ou entre estrangeiro e brasileiro. Realizado em cartório após apresentação da documentação pertinente.
8 Homoafetivo – resolução 175 cnj - 
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8 homoafetivo – resolução nº 175 cnj:
Art. 1º É vedada às autoridades competentes a recusa de habilitação, celebração de casamento civil ou de conversão de união estável em casamento entre pessoas de mesmo sexo. 
Art. 2º A recusa prevista no artigo 1º implicará a imediata comunicação ao respectivo juiz corregedor para as providências cabíveis. 
Conversão da união estável em casamento
Deve ser feito pedido em juízo o que se contrapõe a facilidade da conversão prevista na legislação. Mas se justifica em juízo para garantir os efeitos da retroatividade.
Esponsais
 esponsal deriva do latim spónsales ou sponsalium e significa o compromisso que antecede ao casamento, também conhecido como noivado.
a Lei portuguesa de 06 de outubro de 1784 dispôs acerca dos esponsais e de seus efeitos jurídicos, regulando ainda, que o compromisso deveria ser selado mediante a celebração de escritura pública e em caso de rompimento injusto dos esponsais, cabia a incidência de multa a título de reparação de danos.   
Os esponsais no Brasil
O Código Civil de 2002 ao ser compilado não dispôs sobre os esponsais e seus efeitos jurídicos.
A lei infraconstitucional trata do tema apenas no art. 1.173 ao estabelecer que “A doação feita em contemplação de casamento futuro com certa e determinada pessoa, quer pelos nubentes entre si, quer por terceiro a um deles, a ambos, ou aos filhos que, de futuro, houverem um do outro, não pode ser impugnada por falta de aceitação, e só ficará sem efeito se o casamento não se realizar".
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esponsais diferente do namoro. noivado = promessa de casamento, namoro = relação amorosa sem maiores comprometimentos.
Desta forma, em caso de rompimento de namoro não há que se cogitar o dever de reparação de danos, sejam estes morais ou materiais, muito embora, em alguns casos, a separação importe em dor, sofrimento ou mesmo em  humilhação.
Embora o Código Civil não disponha sobre os esponsais, atualmente tramitam em diversos Tribunais do nosso país inúmeras ações indenizatórias em face ao seu rompimento.
Ementa: DANO MATERIAL. Indenização. Rompimento de noivado.  Reconhecimento do esforço da autora na formação do patrimônio comum.  Acordo  verbal.  Ausência  de contrato. Falta de  provas. Dano  material caracterizado. Sentença  mantida.  RECURSO NÃO PROVIDO. (TJSP, APELAÇÃO  CÍVEL  5136694200, Des. Elcio  Trujillo, Data do Julgamento em 08/08/2007)
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Ementa: RESPONSABILIDADE CIVIL. ROMPIMENTO DE NOIVADO. DANOS MATERIAIS CARACTERIZADOS E BEM DIMENSIONADOS NA SENTENÇA. DANO MORAL TODAVIA NÃO CONFIGURADO. SENTENÇA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. RECURSOS IMPROVIDOS. (TJRJ, Apelação Cível n.º 0059051-61.2005.8.19.0001, 10ª Câmara Cível, Relator: Dês. José Carlos Varanda, Julgamento em 18/04/2006)
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MATERIAIS. NOIVADO. RUPTURA. DEVER DE INDENIZAR RECONHECIDO. SENTENÇA MANTIDA. Em princípio, a só ruptura do noivado por qualquer dos noivos ou o não cumprimento da promessa de casamento não enseja reparação, porquanto cabe a cada um dos nubentes, livremente, escolher o que deseja para a sua vida, não havendo lei alguma
que obrigue ninguém a permanecer com ninguém. Restando provado nos autos que houve má-fé por parte de um dos nubentes, induzindo a erro o outro, certa é a incidência do instituto da responsabilidade civil, com a consequente imposição do dever de indenizar. (TJMG, Apelação Cível n.º  1.0079.06.302704-3/001, 13ª Câmara Cível,  Des. Alberto Henrique, Data do Julgamento em 19/9/2012
Casamento por moléstia grave
Se depois de habilitados para o casamento um dos nubentes for acometido de moléstia grave que lhe impeça de comparecer à cerimônia marcada sob de risco de morte, e, em havendo urgência da celebração, poderá ser requerido ao celebrante o seu comparecimento ao local onde se encontra o impedido, mesmo que seja noite. 
artigo 1.539: "No caso de moléstia grave de um dos nubentes, o presidente do ato irá celebrá-lo onde se encontrar o impedido, sendo urgente, ainda que à noite, perante duas testemunhas que saibam ler e escrever. § 1o A falta ou impedimento da autoridade competente para presidir o casamento suprir-se-á por qualquer dos seus substitutos legais, e a do oficial do Registro Civil por outro ad hoc, nomeado pelo presidente do ato. § 2o O termo avulso, lavrado pelo oficial ad hoc, será registrado no respectivo registro dentro em cinco dias, perante duas testemunhas, ficando arquivado "
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Trata-se de situação que dispensa o processo preliminar de habilitação, exigindo tão só a presença de duas testemunhas que saibam ler e escrever, além da presença do presidente do ato, ou na falta deste de qualquer de seu substituto, e do registrador, ou qualquer de seus prepostos. Na falta do registrador ou preposto, o juiz de casamento pode nomear alguém "ad hoc" (para esta finalidade). 
A prova indispensável do ato, a ser apresentada ao registrador civil, é o termo avulso, lavrado pela pessoa especialmente nomeada para o ato. O termo avulso deve identificar ambos os nubentes, referindo aquele vitimado por moléstia grave, sem necessidade de caracterizá-la com a terminologia médica aplicável. As assinaturas serão colhidas e, não podendo ou não sabendo assinar qualquer dos noivos, sua impressão digital será colhida ao lado da assinatura pelas duas testemunhas, a rogo do impossibilitado. Com indicação do local da celebração, identificação do presidente, do oficial, "ad hoc" e das testemunhas, o termo será encerrado pelas assinaturas do celebrante e do oficial. Recebido o termo e achado conforme, o delegado do registro civil o assentará em seus livros em até cinco dias.
Momento em que se estabelece o vínculo conjugal
Art. 1.514. O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados.
Tendo em vista todo conhecimento já adquirido é possível considerar o momento do consentimento, uma vez que a mesma lei civil “admite o casamento sem a presença do celebrante no casamento nuncupativo e, da mesma forma, atribui efeitos civis ao casamento realizado perante autoridade eclesiástica.”
Assento de casamento: Certidão de casamento é um documento cujo conteúdo é extraído do assento de casamento lavrado em um livro depositado aos cuidados de um cartório de registro civil. É a certidão prova do casamento.
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A prova supletória só se torna admissível quando, preliminarmente, se justifica a falta ou a perda do registro (ex. passaporte, depoimento de testemunhas, certidão de proclamas, etc.)
O CC. admite uma prova indireta, a posse do estado de casados, que nada mais é do que a situação de duas pessoas que sempre se comportaram, privada e publicamente como marido e mulher e que, para a comunidade, se encontram no gozo recíproco da situação de esposos. Segundo a disposição legal:
Art. 1.543. O casamento celebrado no Brasil prova-se pela certidão do registro.
Parágrafo único. Justificada a falta ou perda do registro civil, é admissível qualquer outra espécie de prova.
Art. 1.544. O casamento de brasileiro, celebrado no estrangeiro, perante as respectivas autoridades ou os cônsules brasileiros, deverá ser registrado em cento e oitenta dias, a contar da volta de um ou de ambos os cônjuges ao Brasil, no cartório do respectivo domicílio, ou, em sua falta, no 1o Ofício da Capital do Estado em que passarem a residir.
Art. 1.545. O casamento de pessoas que, na posse do estado de casadas, não possam manifestar vontade, ou tenham falecido, não se pode contestar em prejuízo da prole comum, salvo mediante certidão do Registro Civil que prove que já era casada alguma delas, quando contraiu o casamento impugnado.
Art. 1.546. Quando a prova da celebração legal do casamento resultar de processo judicial, o registro da sentença no livro do Registro Civil produzirá, tanto no que toca aos cônjuges como no que respeita aos filhos, todos os efeitos civis desde a data do casamento.
Art. 1.547. Na dúvida entre as provas favoráveis e contrárias, julgar-se-á pelo casamento, se os cônjuges, cujo casamento se impugna, viverem ou tiverem vivido na posse do estado de casados.
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A regra do in dúbio pro matrimonio (art. 1547 do CC) é utilizada quando há dúvida sobre a prova do casamento, ou seja, quando há dúvida quanto à existência do ato constitutivo do vínculo conjugal, deve o julgador inclinar pela sua existência.
O art. 1546 prevê a retroatividade dos efeitos do registro da sentença que reconhece o casamento à data de sua celebração. O artigo consagra os efeitos da retroação sentencial, chancelando a dimensão do afeto em detrimento do puro formalismo.
Nulidade (inexiste)
 Art. 1.548. É nulo o casamento contraído:
II - por infringência de impedimento.
Importante lei 13.146/15 alterou o texto do artigo 1.548 cc/02:
Até a celebração do casamento podem os pais ou tutores revogar a autorização.” 
“Art. 1.548.  ...................................................................
I - (Revogado);
“Art. 1.550.  ..................................................................
§ 1o  ..............................................................................
§ 2o  A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade núbia poderá contrair matrimônio, expressando sua vontade diretamente ou por meio de seu responsável ou curador.” (NR)
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casamento nulo efeitos
Ao ser declarado nulo, o  casamento tem efeito ex tunc, pois é considerado inválido desde o dia em que fora celebrado,  ou seja,  não produz os efeitos civis do matrimônio perante os contraentes. As ações de nulidade de casamento são imprescritíveis, em razão de que o casamento nulo não se convalida. Um exemplo de casamento considerado nulo é o caso de alguém que já é casado e declara ser solteiro para contrair novo casamento, caracterizando o estado de bigamia.
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o casamento é anulável
Art. 1.550. É anulável o casamento: 
I - de quem não completou a idade mínima para casar; 
II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal;
III - por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558; (4 anos)
IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento; (180 dias)
V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges;
VI - por incompetência da autoridade celebrante. (2 anos)
§ 1o. Equipara-se à revogação a invalidade do mandato judicialmente decretada.    
§ 2o  A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade núbia poderá contrair matrimônio, expressando sua vontade diretamente ou por meio de seu responsável ou curador.       
Art. 1.551. Não se anulará, por motivo de idade, o casamento de que resultou gravidez.
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Anulação efeitos
O  casamento que é declarado anulável tem efeito ex nunc, ou seja, mesmo anulado produz efeitos até a data da declaração da anulação e é passível de ratificação. Ao contrário da Ação de nulidade que é imprescritível, a ação de anulação de casamento tem prazos para propositura
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Prazos para anulação
Art. 1.560. O prazo para ser intentada
a ação de anulação do casamento, a contar da data da celebração, é de:
I - cento e oitenta dias, no caso do inciso IV do art. 1.550;
II - dois anos, se incompetente a autoridade celebrante;
III - três anos, nos casos dos incisos I a IV do art. 1.557;
IV - quatro anos, se houver coação.
§ 1o Extingue-se, em cento e oitenta dias, o direito de anular o casamento dos menores de dezesseis anos, contado o prazo para o menor do dia em que perfez essa idade; e da data do casamento, para seus representantes legais ou ascendentes.
§ 2o Na hipótese do inciso V do art. 1.550, o prazo para anulação do casamento é de cento e oitenta dias, a partir da data em que o mandante tiver conhecimento da celebração.
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Idade núbil
Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.
Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no parágrafo único do art. 1.631. (havendo conflito deve judicializar)
Art. 1.518.  Até a celebração do casamento podem os pais ou tutores revogar a autorização.         
Art. 1.519. A denegação do consentimento, quando injusta, pode ser suprida pelo juiz.
Art. 1.520. Excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda não alcançou a idade núbil (art. 1517), para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez.
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Efeitos do casamento
Efeitos jurídicos do casamento são consequências que se projetam no ambiente social, nas relações pessoais e econômicas dos cônjuges, nas relações pessoais e patrimoniais entre pais e filhos, dando origem a direito e deveres próprios e recíprocos, disciplinados por normas jurídicas. 
1) Efeitos sociais:
efeitos sociais, além da criação da família, considerada como o primeiro e principal efeito matrimonial, o casamento produz a emancipação do cônjuge menor de idade, tornando-o plenamente capaz, como se houvesse atingido a maioridade e estabelece, ainda, o vínculo de afinidade entre cada consorte e os parentes do outro; conferem aos cônjuges um status, o estado de casado, fator de identificação na sociedade. 
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Efeitos pessoais
2) efeitos pessoais - com o ato do casamento nascem, automaticamente, para os consortes, situações jurídicas que impõem direitos e deveres recíprocos, reclamados pela ordem pública e interesse social, e que não se medem em valores pecuniários tais como: fidelidade recíproca, vida em comum no domicílio conjugal, mútua assistência.
3) efeitos patrimoniais:
Estabelecimento de regime de bens.
Criação do dever de sustento de um cônjuge ao outro e dos filhos.
Direito sucessório entre os cônjuges.
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Direitos e deveres
Direitos e deveres - Do casamento decorrem para o marido certos direitos e deveres. O marido é o titular deles, em virtude de lei, mas deve exercê-los juntamente com sua mulher. O exercício desses direitos e deveres pertence, igualmente, a ambos os cônjuges, (CF, art. 226, § 5º)
Art. 226 [...]
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.
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Regime de bens
Quando duas pessoas decidem se casar, elas não assumem apenas compromissos pessoais, mas também, compromissos que envolvem questões patrimoniais.
É importante lembrar que as regras de Regime de Bens se aplicam também as Uniões Estáveis. E isso vale para casais homoafetivos também.
Quando o assunto envolve casamento e patrimônio, há apenas 4 hipóteses de Regime De Bens no Código Civil. Além de uma quinta possibilidade, onde você pode criar o seu próprio Regime de Bens no casamento.
1 - Regime da Comunhão Parcial de Bens
2 – Regime da Comunhão Universal de Bens
3 – Regime da Separação (Total) de Bens
4 – Regime da Separação Final dos Aquestos
5 – Regime Misto
Essa escolha é feita quando os noivos fazem o Pedido de Habilitação do Casamento, ou seja, antes do casamento.
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PACTO ANTENUPCIAL
O Pacto Antenupcial é um acordo entre os noivos que visa regular o regime de bens no casamento.  É nesse momento que noivos definem regras e escolhem o Regime de Bens de seu interesse.
O pacto não é exigido para a celebração do casamento. Se não houver o pacto, o regime de bens do casal será o da Comunhão Parcial de Bens, também conhecido como Regime Legal.
Porém, o Pacto Antenupcial é OBRIGATÓRIO quando os noivos escolherem um desses tipos de Regime de Bens: 1Comunhão Universal; 2 Participação Final dos Aquestos; 3 Separação Total de Bens; 4 Regime Misto (quando o casal cria um Regime de Bens próprio ou misturam/altera os previstos em lei)
O pacto antenupcial deve ser necessariamente feito por escritura pública no Cartório de Notas e posteriormente levado ao Cartório de Registro Civil onde será realizado o casamento.
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ACORDO REGULA REGIME DE BENS
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Após o casamento, o pacto precisa ser registrado no Cartório de Registro de Imóveis do primeiro domicílio do casal para produzir efeitos perante terceiros e também averbado em todas as matrículas dos bens imóveis que o casal adquirir.
Por exemplo: o casal registrou o seu pacto no 2º Ofício de Registro de Imóveis de Curitiba e, agora, adquiriu um imóvel registrado no 1º Ofício de Belo Horizonte.
Neste caso, não será necessário um novo registro, bastará que o casal apresente uma certidão de registro do pacto, emitida pelo cartório de Curitiba. Não há prazo para o Pacto Antenupcial ser levado a registro.
tem eficácia apenas com a realização do casamento. É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e ineficaz se não lhe seguir o casamento. É nula a cláusula que contravenha disposição da lei.
Pacto antenupcial com MENORES
No caso do pacto nupcial ser realizado por menor, sua eficácia fica condicionada à aprovação de seu representante legal, salvo as hipóteses de regime obrigatório de separação de bens.
Do Pacto Antenupcial
Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e ineficaz se não lhe seguir o casamento.
Art. 1.654. A eficácia do pacto antenupcial, realizado por menor, fica condicionada à aprovação de seu representante legal, salvo as hipóteses de regime obrigatório de separação de bens.
Art. 1.655. É nula a convenção ou cláusula dela que contravenha disposição absoluta de lei.
Art. 1.656. No pacto antenupcial, que adotar o regime de participação final nos aquestos, poder-se-á convencionar a livre disposição dos bens imóveis, desde que particulares.
Art. 1.657. As convenções antenupciais não terão efeito perante terceiros senão depois de registradas, em livro especial, pelo oficial do Registro de Imóveis do domicílio dos cônjuges.
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Ato nulo, inexistente, anulável e eficácia
O ato inexistente é aquele que não reúne os elementos necessários à sua formação. Ele não produz qualquer consequência jurídica. 
o ato nulo é o ato que embora reúna os elementos necessários a sua existência, foi praticado com violação da lei, a ordem pública, bons costumes ou com inobservância da forma legal. O ato nulo precisa de decisão judicial para a retirada da sua eficácia. 
O ato anulável é o que tem defeito de menor gravidade. 
Eficácia – produz os efeitos que tenderia a produzir.
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Regime da Comunhão Parcial de Bens
é o Regime Legal previsto no Código Civil Brasileiro, e é a regra. Neste regime, todos os bens adquiridos após a data do casamento serão comuns ao casal.
E todos os bens adquiridos por cada um individualmente antes da data do casamento permanecem de propriedade individual de cada um dos noivos.
Caso os noivos não façam um Pacto Antenupcial indicando um outro tipo de Regime de Bens, o Regime da Comunhão Parcial de Bens será adotado obrigatoriamente por eles.
Para se casar com este regime, o casal NÃO precisa fazer nenhum tipo de Pacto Antenupcial para se casar em Cartório e obter a Certidão de Casamento ao final do Processo de Habilitação. 
Exceto se quiserem incluir outras cláusulas que acharem conveniente através do Pacto.
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ELE
ELA
NOVOS BENS SÃO COMUNS
REGIME DE COMUNHÃO PARCIAL DE BENS
Neste regime, excluem-se da união:
1 Os bens que cada cônjuge possuir antes de casar, e os que lhe vierem durante o casamento, por doação ou sucessão;
2 Os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges;
3 As obrigações anteriores ao casamento;
4 As obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo em reversão em proveito do casal;
5 Os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;
6 Os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge ;
7 As pensões, meio-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.
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esclarecimento
Pensão é decorrente da Lei, é uma quantia paga periodicamente a alguém para sua subsistência. 
Meio-soldo é o valor pago pelo Estado aos servidores reformados das Forças Armadas.
 Montepio é uma quantia paga pelo Estado aos beneficiários de funcionário falecido. 
Tais pensões são exclusivas do cônjuge que a possuir, não se incorporando à comunidade patrimonial.
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Entram na comunhão:
1 Os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges;
2 Os bens adquiridos por fato eventual;
3 Os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges;
4 As benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge;
5 Os frutos dos bens comuns ou dos particulares de cada cônjuge.
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Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as exceções dos artigos seguintes.
Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:
I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar (se vender o imóvel que recebeu de herança e compra outro, esse novo tbm não se comunica)
II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares;
III - as obrigações anteriores ao casamento;
IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal;
V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;
VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;
VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.
Art. 1.660. Entram na comunhão:
I - os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges;
II - os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior (EX. MEGA SENA, SORTEIO, CONCURSO);
III - os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges;
IV - as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge;
V - os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão.
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Art. 1.661. São incomunicáveis os bens cuja aquisição tiver por título uma causa anterior ao casamento.
Art. 1.662. No regime da comunhão parcial, presumem-se adquiridos na constância do casamento os bens móveis, quando não se provar que o foram em data anterior.
Art. 1.663. A administração do patrimônio comum compete a qualquer dos cônjuges.
§ 1o As dívidas contraídas no exercício da administração obrigam os bens comuns e particulares do cônjuge que os administra, e os do outro na razão do proveito que houver auferido.
§ 2o A anuência de ambos os cônjuges é necessária para os atos, a título gratuito, que impliquem cessão do uso ou gozo dos bens comuns.
§ 3o Em caso de malversação dos bens, o juiz poderá atribuir a administração a apenas um dos cônjuges.
Art. 1.664. Os bens da comunhão respondem pelas obrigações contraídas pelo marido ou pela mulher para atender aos encargos da família, às despesas de administração e às decorrentes de imposição legal.
Art. 1.665. A administração e a disposição dos bens constitutivos do patrimônio particular competem ao cônjuge proprietário, salvo convenção diversa em pacto antenupcial.
Art. 1.666. As dívidas, contraídas por qualquer dos cônjuges na administração de seus bens particulares e em benefício destes, não obrigam os bens comuns.
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O legado não se confunde com herança 
legado é coisa certa e determinada deixada a alguém, este será denominado de legatário, que pode ser qualquer pessoa, parente ou estranha, natural ou jurídica, civil ou comercial, só há legado por via do testamento
herança por sua vez, é a totalidade ou parte ideal do patrimônio do de cujus, a herança pode dar-se por lei ou por disposição de última vontade, testamento, neste último caso segue-se, no que couber, a vontade do morto segundo as regras hereditárias.
Outorga uxória
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
III - prestar fiança ou aval;
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação.
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada.
Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga, quando um dos cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la.
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Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária (art. 1.647), tornará anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de terminada a sociedade conjugal.
Parágrafo único. A aprovação torna válido o ato, desde que feita por instrumento público, ou particular, autenticado.
Art. 1.650. A decretação de invalidade dos atos praticados sem outorga, sem consentimento, ou sem suprimento do juiz, só poderá ser demandada pelo cônjuge a quem cabia concedê-la, ou por seus herdeiros.
no regime de separação absoluta de bens, não pode o cônjuge demandar a rescisão de fiança realizada pelo outro cônjuge com infração do disposto nos incisos III e IV , do art. 1.647 do Código Civil . 
REGIME DE COMUNHÃO UNIVERSAL
predominância dos bens comuns.
Este deve ser provavelmente o regime de bens mais conhecido, pois ao longo de toda a história, foi o regime mais aplicado quando o assunto era casamento.
todos os bens, sejam eles anteriores, presentes e futuros a celebração do casamento – incluindo as dívidas – pertencem a ambos os cônjuges.
A comunicação é plena, mas não é absoluta. Ou seja, os bens incomunicáveis continuam incomunicáveis neste regime da Comunhão Universal também. 
Para se casar atualmente com este regime de bens é necessário fazer o Pacto Antenupcial antes da celebração do casamento.
E neste pacto, os noivos podem estabelecer também alguns outros bens como incomunicáveis, além daqueles já previstos em lei. 
Uma outra curiosidade sobre este regime de bens é que, no caso de herança, o cônjuge vivo é considerado meeiro, tendo direito a metade do patrimônio total que o casal possui.
Mas não pode ser considerado herdeiro necessário. (descendente, ascendente e cônjuge)
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você
Ele/Ela
Vocês
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Art. 1.667. O regime de comunhão universal importa a comunicação de todos os bens presentes e futuros dos cônjuges e suas dívidas passivas, com as exceções do artigo seguinte.
Art. 1.668. São excluídos da comunhão:
I - os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar;
II - os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva;
III - as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem em proveito comum;
IV - as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade;
V - Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659.
Art. 1.669. A incomunicabilidade dos bens enumerados no artigo antecedente não se estende aos frutos, quando se percebam ou vençam durante o casamento.
Art. 1.670. Aplica-se ao regime da comunhão universal o disposto no Capítulo antecedente, quanto à administração dos bens.
Art. 1.671. Extinta a comunhão, e efetuada a divisão do ativo e do passivo, cessará a responsabilidade de cada um dos cônjuges para com os credores do outro.
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São excluídos da comunhão:
Os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar;
Os bens gravados de fideicomisso (testamento deixa bem para sucessor do meu herdeiro) e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva;
As dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos (material necessário para um fim / preparativo), ou reverterem em proveito comum;
As doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade.
REGIME DE PARTICIPAÇÃO FINAL DOS AQUESTOS
Aquestos são os bens materiais adquiridos por ambas as partes a partir da união de um matrimônio. De acordo com o Direito Civil, os aquestos são todas as propriedades ou bens materiais que o casal acumulou durante e a partir do momento em que estabelecem um contrato de convivência matrimonial.
dispensa a outorga do cônjuge na compra ou venda de um bem.
“regime empresarial” ou “regime híbrido”, é neste regime que durante o casamento os cônjuges vivem como se fossem casados com Separação Total e na dissolução como Regime da Comunhão Parcial de Bens.
Ou seja, os bens que os cônjuges possuíam antes do casamento e aqueles que adquiriram após, permanecem próprios de cada um durante a vigência do casamento.
Porém, na dissolução do casamento (seja por divórcio ou óbito) cada cônjuge tem direito a metade dos bens adquiridos pelo casal na constância do casamento, como se fossem casados sob o Regime da Comunhão Parcial de Bens.
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Você
Ele/Ela
Novos bens são divididos na dissolução
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Assim, podemos dividir o Regime da Separação Final dos Aquestos em 3 momentos onde a comunicação dos bens será diferente:
Antes do Casamento: Os bens são particulares de cada um dos noivos e nada comunica;
Durante o Casamento: Separação de Bens;
Depois do Casamento: Metade dos bens comuns para cada um dos cônjuges (Comunhão Parcial dos bens onerosos).
necessário fazer o Pacto Antenupcial antes do casamento.
A administração desses bens é exclusiva de cada cônjuge, que os poderá livremente alienar, se forem imóveis.
Se vier a dissolução da sociedade conjugal, apurar-se-á o montante dos aquestos, excluindo-se da soma dos patrimônios próprios:
Os bens anteriores ao casamento e os que em seu lugar se sub-rogaram;
Os que sobrevieram a cada cônjuge por sucessão ou liberalidade;
As dívidas relativas a esses bens.
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Art. 1.672. No regime de participação final nos aqüestos, cada cônjuge possui patrimônio próprio, consoante disposto no artigo seguinte, e lhe cabe, à época da dissolução da sociedade conjugal, direito à metade dos bens adquiridos pelo casal, a título oneroso, na constância do casamento.
Art. 1.673. Integram o patrimônio próprio os bens que cada cônjuge possuía ao casar e os por ele adquiridos, a qualquer título, na constância do casamento.
Parágrafo único. A administração desses bens é exclusiva de cada cônjuge, que os poderá livremente alienar, se forem móveis.
Art. 1.674. Sobrevindo a dissolução da sociedade conjugal, apurar-se-á o montante dos aqüestos, excluindo-se da soma dos patrimônios próprios:
I - os bens anteriores ao casamento e os que em seu lugar se sub-rogaram;
II - os que sobrevieram a cada cônjuge por sucessão ou liberalidade;
III - as dívidas relativas a esses bens.
Parágrafo único. Salvo prova em contrário, presumem-se adquiridos durante o casamento os bens móveis.
Art. 1.675. Ao determinar-se o montante dos aqüestos, computar-se-á o valor das doações feitas por um dos cônjuges, sem a necessária autorização do outro; nesse caso, o bem poderá ser reivindicado pelo cônjuge prejudicado ou por seus herdeiros, ou declarado no monte partilhável, por valor equivalente ao da época da dissolução.
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Art. 1.676. Incorpora-se ao monte o valor dos bens alienados em detrimento da meação, se não houver preferência do cônjuge lesado, ou de seus herdeiros, de os reivindicar. (garantia bancária)
Art. 1.677. Pelas dívidas posteriores ao casamento, contraídas por um dos cônjuges, somente este responderá, salvo prova de terem revertido, parcial ou totalmente, em benefício do outro.
Art. 1.678. Se um dos cônjuges solveu uma dívida do outro com bens do seu patrimônio, o valor do pagamento deve ser atualizado e imputado, na data da dissolução, à meação do outro cônjuge.
Art. 1.679. No caso de bens adquiridos pelo trabalho conjunto, terá cada um dos cônjuges uma quota igual no condomínio ou no crédito por aquele modo estabelecido.
Art. 1.680. As coisas móveis, em face de terceiros, presumem-se do domínio do cônjuge devedor, salvo se o bem for de uso pessoal do outro.
Art. 1.681. Os bens imóveis são de propriedade do cônjuge cujo nome constar no registro.
Parágrafo único. Impugnada a titularidade, caberá ao cônjuge proprietário provar a aquisição regular dos bens.
Art. 1.682. O direito à meação não é renunciável, cessível ou penhorável na vigência do regime matrimonial.
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Art. 1.683. Na dissolução do regime de bens por separação judicial ou por divórcio, verificar-se-á o montante dos aqüestos à data em que cessou a convivência.
Art. 1.684. Se não for possível nem conveniente a divisão de todos os bens em natureza, calcular-se-á o valor de alguns ou de todos para reposição em dinheiro ao cônjuge não-proprietário.
Parágrafo único. Não se podendo realizar a reposição em dinheiro, serão avaliados e, mediante autorização judicial, alienados tantos bens quantos bastarem.
Art. 1.685. Na dissolução da sociedade conjugal por morte, verificar-se-á a meação do cônjuge sobrevivente de conformidade com os artigos antecedentes, deferindo-se a herança aos herdeiros na forma estabelecida neste Código.
Art. 1.686. As dívidas de um dos cônjuges, quando superiores à sua meação, não obrigam ao outro, ou a seus herdeiros.
REGIME DE SEPARAÇÃO total DE BENS
Você deve conhecer esse regime como Separação Total de Bens que é a mesma coisa de apenas “Separação de Bens”.
Mas é importante lembrar que, quando se fala em separação de patrimônio ela será SEMPRE em relação a totalidade do patrimônio.
Então, a Comunhão de Bens pode ser Parcial ou Universal. Mas a Separação de Bens será sempre total.
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No Regime da Separação de Bens todos os bens atuais e futuros de ambos os cônjuges permanecerão sempre de propriedade individual de cada um.
Isto quer dizer que, caso o casal opte por este regime, nenhum patrimônio individual irá se comunicar com o do outro, seja posterior ou anterior a união, e cada um administra livremente seus bens.
Ambos os cônjuges são obrigados a contribuir para as despesas do casal na proporção dos rendimentos de seu trabalho e de seus bens, exceto se o casal definir de uma outra maneira no Pacto Antenupcial.
Não é necessária a outorga uxória – art. 1647, caput:
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
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O Código Civil, em seu artigo 1.641, estabelece que o Regime da Separação de Bens é obrigatório em 3 situações (Legal/Obrigatório): 
Quando as pessoas se casaram sem observar as causas suspensivas;
Quando um dos nubentes for maior de setenta anos;
De todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.
Diante de tal obrigatoriedade, o Pacto Antenupcial é desnecessário nesses três casos especificamente citados.
Caso os noivos não se encaixem nessas 3 opções citadas acima e ainda sim optarem pelo Regime de Separação de Bens, é fundamental que os noivos compareçam ao Tabelionato de Notas para fazerem o Pacto Antenupcial ANTES do casamento.
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Estipulada a separação de bens, estes permanecerão sob a administração exclusiva de cada um dos cônjuges.
Ambos os cônjuges são

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