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Dos Vícios Redibitórios
Tratam-se de vícios redibitórios do contrato os que se apresentam de forma oculta, diminuindo significativamente o valor da coisa objeto da pactuação ou o torne impróprio para uso. Desde que presentes os requisitos preliminares de celebração contratual, poderá o adquirente prejudicado requerer o que lhe direito por meio de ação redibitória. Neste sentido, afirma Maria Helena Diniz, em sua obra “Direito Civil, Teoria dos Contratos” que “os vícios redibitórios, portanto, são falhas ou defeitos ocultos existentes na coisa alienada, objeto do contrato comutativo, não comuns à congêneres, que a tornam imprópria ao uso a que se destina ou lhe diminuem sensivelmente o valor, de tal modo que o ato negocial não se realize se esses defeitos fossem conhecidos.”.[1]
Neste diapasão, expressa o artigo 441, do Código Civil de 2002 que:
“A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos que a tornem impróprias ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
Parágrafo único – é aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.”.[2]
Tais erros se manifestam quando da tradição da coisa objeto do contrato oneroso, ocorrem de forma oculta, imperceptíveis aos olhos do adquirente, caracterizando a forma de erro objetivo. Nestes casos, tais vícios ocultos ensejam ação redibitória para a rejeição da coisa e a devolução do preço pago – rescisão ou redibição – ou a ação estimatória (actio quanti minoris) para a restituição de parte do preço, a título de abatimento.[3] Fica evidenciado que a presença de vício oculto no contrato caracteriza prejuízo ao adquirente que o adquire para determinada finalidade, empregando os fins da função social do contrato.
Vale ressaltar que, ainda que o artigo supra citado empregue o termo “impróprias ao uso”, há que se falar que a interpretação do dispositivo legal em tela não deve ser interpretada de forma restritiva, já que a impropriedade do uso caracteriza-se como vício redibitório do contrato. Ainda assim, no Código Civil de 1916, ficava o alienante isento da responsabilidade por vícios redibitórios se a coisa fosse alienada em hasta pública, tornando inadmissível a possibilidade de ação redibitória ou estimatória. Tal dispositivo não encontra mais amparo no nosso atual arcabouço normativo, não restando tal circunstância como excludente de direito.
Segundo as lições de Silvio Rodrigues, entende se que tal matéria tem princípio basilar na relação de vulnerabilidade que apresenta o adquirente nas relações de consumo. Evidente que o comprador não pode apreciar as minúcias do objeto adquirido, muitas vezes não detém capacidade técnica para identificar todos os detalhes do objeto a ser adquirido em um primeiro momento. Neste momento de celebração contratual, o adquirente ainda não detém a posse da coisa, analisa-a de forma superficial e sumária.
Para exemplificar a ocorrência desse tipo de vício, o mestre supra citado, em sua obra “Direito Civil – Dos Contratos e Das Declarações Unilaterais da Vontade”[4], cita o caso do automóvel que apresenta aquecimento excessivo ao subir ladeiras ou quando o adquirente obtém um imóvel sujeito à constantes inundações, em virtude de chuvas. Nos dois casos, o adquirente, a princípio, não tem a capacidade de imaginar eventuais vícios. No primeiro caso, do automóvel, evidente que somente com a efetiva utilização do automóvel que se verificará a presença de defeito mecânico que gere o defeito aqui citado. Outrossim, somente com a efetiva posse do bem imóvel que se poderá tomar ciência do eventual problema de inundação por conta de chuvas. Neste cenário, recebe o adquirente amparo legal para que não sofra prejuízo adquirindo algo que não poderá utilizar-se em sua melhor forma.
Na hipótese de ocorrência desse tipo de vício, estabelece nosso referido diploma legal, em seu artigo 441 que:
“Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar o abatimento no preço.”.[5]
Ou seja, quando o objeto do contrato apresentar determinado defeito que não seja necessária a rescisão ou resolução do contrato celebrado, poderá o adquirente reclamar o abatimento no preço para que possa realizar os reparos necessários para sua perfeita utilização e desempenho, conforme já exposto. O presente amparo legal oferecido à parte prejudicada no que tange a rescisão contratual pode apresentar semelhança com o inadimplemento contratual bem como erro substancial. 
Fundamentação Jurídica para os Vícios Redibitórios
Verifica-se que no atual Código Civil de 2002, tal espécie de erro tem grande importância, vez que é tratado de forma específica, não mais sendo tratado como elementos acidentais de contratos de compra e venda, como era disciplinado no Código Civil de 1916. Isto porque, tal elemento acidental, traz em seu bojo características subjetivas que são tuteladas pelo Direito Civil. Os vícios redibitórios tem ligação direta com princípios que permeiam a formação contratual entre as partes.
O primeiro a que se possa citar é o princípio da boa-fé entre os contratantes. Trata-se de princípio basilar, sem este o contrato se torna viciado desde a sua origem, antes mesmo de sua celebração. Quando uma das partes celebra contrato de forma ardilosa, percebendo vantagem ilícita sobre a inocência do outro, recebe encargo legal de ser responsável pela coisa até que se dê a efetiva utilização do bem pelo adquirente. Neste sentido é que se explica o tratamento especial dado ao vício redibitório.
A coisa adquirida deve corresponder a expectativa do comprador, deve atender às suas necessidades e cabe ao vendedor, aquele que assegurou o seu bom funcionamento, o ônus de garantir que tal bem desempenhe de forma efetiva suas funções técnicas.
Pode surgir, entretanto, a hipótese do comprador que adquire coisa usada. Neste caso, o adquirente já imagina que o objeto pode vir permeado de vícios, já que não se trata de coisa nova e sim de objeto usado. Aqui o adquirente tem a consciência de que o objeto apresenta defeitos normais intrínsecos a sua utilização pelo vendedor, de modo que a lei oferece amparo legal também ao adquirente, assegurando a este a devolução da coisa com o acúmulo de perdas e danos, conforme o disposto no Código Civil de 2002:
“Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato.”.[6]
Silvio Rodrigues, em sua obra já citada, em célebre síntese caracteriza a responsabilidade do alienante pela coisa, ao dizer que a sistematização das regras sobre vícios redibitórios se inspira na idéia de segurança que deve rodear as relações contratuais e no dever de garantia que incumbe ao alienante, nos contratos comutativos.[7]. Fica ilustrada aqui a real intenção do legislador ao tutelar tal matéria em capítulo específico, já que verificamos que deve tal matéria ter tratamento especializado e não somente ser vista como elemento acidental de determinado contrato (como era tratado no Código Civil de 1916), já que vicia toda a formação contratual e, de certa forma, acarreta ao adquirente, que atua de forma leiga na relação de consumo, prejuízos e desilusões que devem ser reparados. O referido diploma legal assegura tal situação em sua parte que trata dos atos ilícitos, expressando que:
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”[8]
Por fim, é de suma importância destacarmos a relevância em que o legislador descreve a boa fé nos contratos, expressando de forma contundente os princípios que devem ser resguardados durante a formação e execução dos contratos. Em seu artigo 422, o Código Civil traz a seguinte disposição:
“Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.”
Requisitos Caracterizadores do Vício RedibitórioOs vícios redibitórios, como já exposto, tem presença marcante quando o contrato vicia-se por defeito oculto do objeto do contrato celebrado. Daí, falamos que para que caracterize vícios redibitórios, o bem objeto do contrato deve prejudicar o uso da coisa ou diminuir-lhe sensivelmente o valor[9]. Ainda assim, deve o defeito ser apresentado de forma oculta, provando-se que ambas as partes contratantes desconheciam o defeito que se apresentou. Por fim, deve o defeito aparecer no momento do contrato (seja na sua conclusão, seja na sua continuidade), contrato este de espécie comutativa.
Em relação ao prejuízo da coisa por vício pequeno, ou quase imperceptível, este é ignorado pelo legislador, vez que muitas vezes os adquirentes esperam a mais do que compram. Desta feita, se por defeitos ínfimos todos os alienantes fossem responsabilizados, haveria uma desproporção no que tange aos direitos de igualdade, o adquirente estaria sempre certo, enquanto que o alienante sempre haveria de ser onerado em relação ao produto que vendeu.
O defeito deve apresentar-se de forma oculta, considerando-se que o adquirente no momento da compra ou quando adquiriu determinado bem, diligenciou da melhor forma e não constatou quaisquer defeitos, sendo que este se apresentou em momento posterior à tradição da coisa. Se, por descuido ou inobservância o adquirente não realizou tal análise de forma criteriosa, este será responsabilizado por culpa, não sendo mais o caso de cabimento do referido vício.
A responsabilidade, em tese, até a tradição do bem é efetivamente do alienante. Contudo, após a tradição, a responsabilidade é transferida imediatamente ao adquirente, por ser a partir deste momento proprietário da coisa. Contudo, como já visto, há defeitos ocultos que somente se apresentam após a utilização do bem. Neste caso, a responsabilidade do alienante subsiste, assegurando-se assim o direito do adquirente de redibir o contrato outrora pactuado.
Neste sentido, expressa o artigo 444, do Código Civil:
“Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição.”.[10]
Das Ações para Defesa contra os Vícios Redibitórios
Nosso diploma legal assegura o direito de ação àquele que sofrer lesão e objetivar a reparação por aquele que lhe causou. Desta forma, àquele que sofre lesão por conta dos vícios ocultos apresentados em determinado bem objeto de um contrato, deverá exercer seu direito de ação, atendendo o que determina o Princípio da Inafastabilidade da Tutela Jurisdicional, expressa no artigo 5º, XXXV, da Constituição Federal:
“a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.”.
Sabendo-se de tal circunstância, cabe ao prejudicado exercer seus direitos por vias judiciais, utilizando-se neste caso da ação redibitória e ação quanti minoris. A primeira ação trata da hipótese em que o adquirente pretende restituir a coisa ao alienante por conta do aparecimento do vício oculto aqui tratado. O autor deverá em sua petição apontar os defeitos, manifestar sua vontade em devolver a coisa, bem como requerer os valores pagos bem como as despesas do contrato. Poderá, ainda, pleitear perdas e danos se restar provado que o alienante tinha o conhecimento do defeito da coisa, conforme artigo 443, do Código Civil, supra citado.
Pela ação quanti minoris, o adquirente ao invés de restituir a coisa, como faz pelos meios da ação redibitória, neste caso requer apenas o abatimento do preço da coisa em virtude do defeito apresentado. Neste caso, o adquirente continua com o bem, entretanto, o valor se pago na integralidade, deverá ser restituído a este pelo alienante, para que o atual proprietário do bem faça os devidos reparos e o possa utilizar de forma eficaz.
Contudo, verifica-se que a escolha em relação qual o remédio judicial a ser adotado cabe ao adquirente. Este verificará quais as reais condições de uso do bem transacionado: se o defeito impossibilitar o seu uso, evidente que a melhor forma é resolver-se o contrato com a redibição deste. Se o defeito, ainda que prejudicial, possa ser submetidos à reparos e ao adquirente houver essa possibilidade (de reparar), este optará pela ação de devolução dos valores – quanti minoris. Sendo assim, cabe ressaltar que, ao optar o adquirente por um determinado tipo de ação, não poderá desistir desta ação e requerer de outra forma, conforme expressa Silvio Rodrigues com a expressão “Electa uma via nun regressus ad alteram”. [11]. Há que se citar que o Tribunal de São Paulo já julgou tal faculdade de escolha por parte do adquirente de forma diversa, indo contra ao que expressa o artigo 442, do Código Civil, e que de acordo com Silvio Rodrigues, foi acolhido sem razão, pois dependendo do vício no objeto é que se escolherá o remédio judicial mais adequado.
Distinção entre Vícios Redibitórios e Inadimplemento Contratual
A princípio, em ambos os casos poderá o contrato resultar em resolução. Contudo, no caso dos vícios redibitórios, há um cumprimento imperfeito do contrato, enquanto que o inadimplemento contratual se da pelo não cumprimento do pactuado no contrato.
EVICÇÃO
Consiste a evicção em perder a posse ou a propriedade de um bem que adquiriu, por determinação judicial, movida por outras partes. Assim, o terceiro adquirente perde a posse, se tornando evicto. Ocorre a evicção quando o adquirente de um bem vem a perder, total ou parcialmente a sua posse e/ou propriedade, em razão de sentença/decisão judicial fundada em motivo jurídico anterior à aquisição da coisa.
Art. 447 CC Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública.
Normalmente o evicto (que perdeu a coisa) nem sabe da ação que esta sendo movida.
A responsabilidade da evicção ocorre em regra nos contratos onerosos, pois o adquirente sofre um esforço patrimonial para adquirir o bem, devendo ser restituído. Porém, admite-se a evicção no contrato gratuito desde que tenha certa onerosidade. (Doar terreno para construir um abrigo), sendo assim uma doação onerosa.
Sujeitos da evicção
Alienante – aquele que transmite o bem ao adquirente (posse e propriedade). Responde pelos vícios da evicção, mesmo que tenha agido de boa fé, pois tem o dever de garantir a plenitude do uso e do gozo, protegendo o adquirente contra os defeitos ocultos.
Evicto – adquirente, que sofreu a evicção.
Evictor – terceiro vencedor na ação em que ocorreu a evicção. É para quem vai o bem após ocorrer a evicção. Ex: banco que ingressa com ação em face do alienante
Responsabilidade contratual do alienante
A responsabilidade do alienante independe do contrato, decorrendo da lei. Quem vende tem que garantir quem compra. Assim, todo alienante é obrigado não só a entregar ao adquirente a coisa alienada, como também a garantir-lhe o uso e gozo.
Art. 450 CC Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço ou das quantias que pagou:
o alienante deve no mínimo devolver o dinheiro que foi pago. Ressarcir o prejuízo sofrido pelo adquirente evicto, abrangendo o valor que pagou e outros prejuízos resultantes da evicção desde que devidamente comprovados (dano material = dano emergente + lucro cessante), além de eventual dano moral. A atualização do valor a ser restituído é calculada da data da decisão judicial que resultou a evicção.
I – à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir;
II – à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção;
III – às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído.
Conforme incisos 1, 2 e 3 são devidos também:
– os frutos percebidos;
– as despesas do contrato;
– custas judiciais e honorários advocaticios, etc.
Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor da coisa, na época em que se venceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial.
Extensãoda garantia
É possível as partes contratualmente estipularem uma extensão de garantia, reforçando, diminuindo ou até excluindo.
Art. 448 CC Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção.
Exclusão da responsabilidade do alienante ou clausula de irresponsabilidade
Art. 449 CC Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu.
Podem as partes não contratar o direito de receber, ou seja, a clausula de irresponsabilidade, mas para valer o adquirente deve ter ciência do risco de evicção do bem. Ainda, a clausula de irresponsabilidade por si só, exclui apenas a obrigação do alienante de indenizar todas as demais verbas, mas não a de restituir o valor recebido. De acordo com este artigo, valera a clausula de irresponsabilidade pela evicção quando o evicto (adquirente) for informado de forma esclarecida a respeito dos riscos da evicção, com efeito, não fará jus a indenização. Porém, mesmo havendo a clausula de irresponsabilidade terá direito o evicto, quando não sabia dos riscos da evicção, a exigir o reembolso integral do preço que pagou pela coisa, sem direito a indenização por perdas e danos e demais prejuízos elencados nos incisos 1, 2 e 3 do Art. 450. Se, por outro lado, não assumiu os riscos da evicção, anulando a clausula de irresponsabilidade, o adquirente terá direito a indenização total (preço pago, danos, etc).
Requisitos da evicção
Para que se configure a responsabilidade do alienante pela evicção devem ser preenchidos os seguintes requisitos:
– perda total ou parcial da propriedade, posse ou uso da coisa alienada.
Para que se configure evicção, é necessário o recebimento da coisa pelo adquirente em condições de perfeito uso e sua posterior perda total ou parcial da posse ou do uso.
– onerosidade da aquisição.
– ignorância, pelo adquirente, da litigiosidade da coisa.
Se a conhecia, presume-se ter assumido o risco de a decisão ser desfavorável ao alienante.
– anterioridade do direito do evictor.
O alienante só responde pela perda decorrente de causa já existente ao tempo da alienação.
– denunciação da lide ao alienante.
Fonte: Entendeu Direito.
A extinção normal dos contratos ocorre com o cumprimento das prestações avençadas, ou ainda, com o termo final nos contratos de trato sucessivo. Nesta situação não há dúvida quanto ao término do vínculo, já que, conforme explicita Orlando Gomes, temos nessa situação “a morte natural do contrato”.
 	Mas o contrato pode extinguir-se antes do cumprimento das obrigações, por variados motivos. Por esse motivos, estudaremos cada situação e seus efeitos.
 	É necessário distinguir a anulação do contrato de sua dissolução. A anulação ocorre quando causas anteriores a formação do contrato atuam de modo a extinguir a relação contratual, determinando sua anulação. Na dissolução, causas supervenientes a formação do negócio é que ensejam sua extinção.
 	São formas de extinção dos contratos: A) resolução; B) resilição; C) rescisão.
RESOLUÇÃO:
Surge de situações de inexecução das obrigações contratuais. (não cumprimento das obrigações; mora; cumprimento defeituoso.
Obs.: resolução é diferente da suspensão (parcial ou total dos efeitos do contrato). Na suspensão há apenas interrupção temporária das relações contratuais, em caso de força maior, “exceptio non adimpleti contractus” ou mútuo consenso.
A causa da resolução é a inexecução relevante das obrigações de uma das partes, seja ela culposa ou involuntária, ou derivada de considerável dificuldade na execução da prestação contratual em razão de onerosidade excessiva advinda das prestações. No primeiro caso, aquele que não cumpre com a obrigação pode ser compelido a cumpri-la, ou então a satisfazer as perdas e danos.
A.1) Resolução por inexecução voluntária e suas modalidades:
Pressupõe inadimplemento e extingue o contrato desde sua origem (salvo os contratos de trato sucessivo). As prestações cumpridas são restituídas, para que não ocorra o enriquecimento sem causa., arcando o inadimplente com o pagamento das perdas e danos.
São modalidades de resolução por inexecução voluntária:
Cláusula resolutiva tácita : é a cláusula que, implícita, autoriza o término da relação contratual nos casos de inadimplemento das obrigações. No Brasil, seguimos o sistema francês, sendo necessária ação judicial para que se possa extinguir o contrato com base na cláusula resolutiva tácita, que não atua senão através de sentença constitutiva (diferentemente do que ocorre no sistema alemão, onde a resolução age sem a necessidade de intervenção judicial).
Pacto Comissório Expresso: é a cláusula resolutiva quando clausulada expressamente no contrato, não sendo necessária aqui a intervenção judicial. Não obstante as controvérsias, opera de imediato suas conseqüências em favor de que padece com o inadimplemento.
A.2) Resolução por inexecução involuntária:
 	Ocorre por impossibilidade superveniente, total e definitiva, do cumprimento da prestação avençada. Segundo Orlando Gomes, é a impossibilidade que produz a resolução, e não a simples dificuldade de cumprir com a prestação.
 	Neste caso a parte inadimplente libera-se do vínculo contratual, de pleno direito, estendendo-se os efeitos da liberação até a origem do contrato. Mas é facultado ao devedor que se responsabilize por indenizar as perdas e danos em caso de fortuito ou força maior, desde que o faça de forma expressa.
O devedor responde pelo fortuito ou força maior se estiver em mora.
A inexecução tem efeitos diversos de acordo com o tipo de contrato. Vejamos:
Contratos unilaterais: quem suporta o risco é o credor, parte que esperava a satisfação e não pôde receber por algum motivo.
Contratos bilaterais: resolvido o contrato as partes voltam a situação anterior, devolvendo inclusive o que tiverem pago umas as outras.
A.3) Resolução por onerosidade excessiva (rebus sic standibus)
 	Ocorre nos contratos comutativos de execução diferida quando, em virtude de acontecimento extraordinário e imprevisível, surge onerosidade que dificulta muito o cumprimento das obrigações de um contratante. Note-se que apenas dificulta, mas não impossibilita a prestação. Requisitos: diferença de valor da prestação no momento da formação para o da execução do contrato; diferença causada por acontecimento imprevisível e extraordinário; contrato comutativo de execução diferida ou periódica.
 	Aqui não opera propriamente a resolução, mas sim, quando possível, a intervenção judicial para reequilibrar as prestações.
 	Cabe a parte que sofre o desequilíbrio requerer pronunciamento judicial antes de seu inadimplemento, e a sentença, caso venha a resolver o contrato, terá efeito retroativo, eximindo o inadimplente inclusive das perdas e dados.
RESILIÇÃO:
Extinção dos contratos pela vontade de uma ou ambas as partes. Para que ocorra é necessário acordo das partes neste sentido, partindo a vontade de um ou ambos os contratantes. Por isso falamos em resilição bilateral ou unilateral:
B.1) Distrato:
É a resilição bilateral na qual as partes resolvem, de comum acordo, dissolver o negócio rompendo a relação jurídica. Conforme a expressão de Orlando Gomes, “é um contrato para extinguir outro”. Pode ocorrer através do distrato ou estar prevista no contrato a autorização para que uma das partes dissolva o negócio sem a necessidade da outra (resilição convencional).
O distrato deve tomar a mesma forma do contrato quando esta integra a substância do ato. Caso não integre a forma a substância do contrato, podem as partes seguir a forma que lhes aprouver.
B.2) Resilição unilateral:
 	Aceita-se a resilição unilateral não obstante o contrato derivar de um acordo de vontade. Tal resilição pode ser exercida: nos contratos por tempo indeterminado; nos contratos de execução continuada ou periódico; contratos onde não tenham se iniciadoos atos de execução; contatos benéficos; contratos de atividade.
 	Poder de resilir é um direito potestativo, exercido mediante declaração de vontade da parte a quem o contrato não mais interessa. Tal declaração recebe o nome de denúncia.
 	A denúncia, a princípio, não precisa ser justificada, e tem efeito liberatório com repercussão “ex nunc”.
RESCISÃO:
É a ruptura do contrato onde houver lesão e não seja possível restaurar o equilíbrio contratual. Aproxima-se tal hipótese da anulação, já que há necessidade de sentença judicial para sua declaração.
Há no contrato vantagem desproporcional obtida por uma das partes, em prejuízo da outra.
A sentença rescisória tem efeitos “ex tunc” e o que receber fica obrigado a restituir.
Efeitos dos Contratos. Contrato bilateral e suas regras ( arras; “exceptio non adimpleti contractus”; vícios redibitórios; evicção; cláusula resolutiva tácita e expressa.)
EFEITOS DOS CONTRATOS:
 	O contrato cria uma ligação entre as partes, isto é, estabelece um vínculo jurídico. Tanto assim que a própria expressão popular o indica como “a lei entre as partes”.
 	As normas do negócio devem ser cumpridas sob pena de aplicação das sanções cabíveis. De tal força vinculante surge o fato de que as partes estão obrigadas entre si e que, portanto, não podem desfazer o negócio, salvo nos casos de distrato.
 	No entanto, a força obrigatória dos contratos é relativa e não atinge a terceiros. Embora todos convivam entre os contratos e tenham que reconhecer seus efeitos, é às partes contratantes que o contrato obriga e não a terceiros exteriores ao negócio (princípio da relatividade dos contratos). Não obstante isso, as obrigações contratuais, salvo as personalíssimas, transferem-se a seus herdeiros, com exceção das personalíssimas.
1.a) Irretratabilidade:
É o maior reflexo da força vinculante dos contratos. O arrependimento de uma das partes (unilateral), não tem o poder de romper o vínculo, que só pode ser dissolvido da mesma forma que foi construído: através do acordo das vontades. Apenas em casos especiais autorizados pelo legislador é possível que o contrato se dissolva pela vontade unilateral de um dos contratantes.
 	Mas a regra geral é de que o vínculo contratual só rompe sua força obrigatória se houver mútuo acordo nesse sentido. O acordo no qual as partes optam pela revogação de um contrato é conhecido como distrato, e seus efeitos operam retroativamente, desde a celebração do contrato, rompendo com a força obrigatória da avença.
1.b) Intangibilidade:
 	Também em decorrência da força vinculante, o contrato não admite modificação de seu conteúdo sem que para isso concorra novamente o acordo das partes, seja ele tácito ou expresso.(exceção: contrato de trabalho, que não admite modificação, ainda que consensual, que venha a ser prejudicial ao empregado. “O contrato além de irrevogável é inalterável”(Orlando Gomes).
 	A alteração, de acordo com grau de modificação, pode determinar apenas a modificação do negócio ou ainda determinar o surgimento de novo contrato, com extinção do anterior.
 	“Jus variandi” pode ser exercido com relação a cláusulas secundárias, unilateralmente, já que isso não compromete o próprio negócio.
1.c) Relatividade quanto às pessoas:
 	O contrato é “res inter alios acta”.
 	A obrigatoriedade do contrato estabelece-se entre as partes e não se estende a terceiros.
 	A casos em que, por exceção legal, e não por extensão dos efeitos do próprio contrato, os efeitos do negócio acabam por estender-se a terceiros (ex.: sucessores a título universal). Mas nesse caso a obrigação surge em decorrência da lei e não do próprio contrato.
 	A única exceção realmente considerável é o chamado CONTRATO COM ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO, devendo-se ainda ponderar sobre os contratos com pessoa a designar.
Ressalte-se que o contrato com promessa de fato de terceiro não é exceção (art. 929 CC). Esta figura não é apresentada expressamente no Código de 1916, tendo sua disciplina nas regras das obrigações, art. 929 do CC. No NCC, ganhou tratamento explícito, ingressando no capítulo das disposições gerais dos contratos, nos arts. 439 e 440. Neste caso uma pessoa assume a responsabilidade de fazer com que outra assuma determinada obrigação. Mas não há afetação do princípio da relatividade pois o terceiro pode ou vir a obrigar-se, de acordo com a sua vontade. O seu tratamento explícito é inovação do NCC.
 	- Estipulação em favor de terceiro: atualmente é encarada como relação contratual. Contrato no qual há vantagem patrimonial gratuita à pessoa estranha a formação do contrato.
Partes - 	Promitente
 	Estipulante 	Beneficiário (estranho)
Contrariedade ao princípio da relatividade dos contratos, estendendo efeitos a terceiro estranho a relação.
 	A obrigação do promitente, neste caso, pode ser exigida:
pelo estipulante, salvo se este estabeleceu que o beneficiário pode reclamar a execução do contrato (art. 1098 c/c 1099 CC / 436 c/c 437 NCC);
pelo beneficiário, de acordo com as normas e condições do negócio, se concordou com ele e se o estipulante não houver resguardado o direito de substituí-lo. Se puder ser substituído livremente, não tem o poder de exigir o adimplemento da obrigação (art. 1098 c/c 1100, parágrafo único CC / 436 c/c 438 parágrafo único NCC).
São requisitos para existência deste tipo de contrato: atribuição patrimonial gratuita sem exigência de qualquer contraprestação; não pode valer contra terceiro, mas só a seu favor; terceiro deve anuir ao benefício, embora seja estranho ao contrato. Se não concorda com a estipulação, não há efeito no contrato. A validade do contrato não depende de sua vontade, mas a eficácia sim.
 	O terceiro pode agir autonomamente em relação ao promitente, sendo tal contrato exceção clássica ao princípio da relatividade dos contratos em relação às pessoas.
 	- Contrato com pessoa a designar: não é exceção, pois há dois sujeitos em alternativa. O contratante estipula com a cláusula “pro amico eligendo” a possibilidade de nomear terceiro (o electus) que o substitua em sua posição (art. 467 NCC). Recebeu também tratamento expresso no NCC. Embora ocorresse na prática, era ignorado pelo Código atual. Encontra-se previsto nos arts. 467 a 471 do NCC.
Requisitos: designação deve ocorrer dentro de certo prazo e pela mesma forma que as partes usaram para o contrato (art. 468 NCC), com necessidade de que haja anuência e conhecimento por parte do contratante que deverá reconhecer a substituição, que tem efeito retroativo (art. 469 NCC).
 	Em caso de não ocorrer a nomeação no prazo acordado, o nomeado não aceitar a nomeação, ou o nomeado ser insolvente ou incapaz a relação se fixa em relação ao primeiro contratante, que permanece na relação (art. 470 e 471 do NCC).

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