Buscar

gabarito AP1 172

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES 
FACULDADE DE EDUCAÇÃO 
FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB 
Curso de Licenciatura em Pedagogia – modalidade EAD 
 
AVALIAÇÃO PRESENCIAL 1 – 2017.2 
GABARITO 
 
Disciplina: Língua Portuguesa Instrumental 
 
Coordenadora: Profa. Helena Feres Hawad 
 
 
 
INSTRUÇÕES 
 
 
 Esta prova é composta por um caderno de questões e por uma folha de 
respostas. Antes de iniciar, confira o material que você recebeu. 
 
 O caderno de questões contém um texto e oito questões, no total de três 
páginas (incluindo esta página com cabeçalho e instruções). Verifique se o seu 
está completo. 
 
 A prova deve ser feita com caneta azul ou preta. 
 
 Todas as respostas devem ser apresentadas na folha de respostas. 
 
 Não serão aceitas respostas escritas no caderno de questões, nem em folhas 
adicionais, fora do especificado no item anterior. 
 
 Ao término do trabalho, entregue ao fiscal apenas a folha de respostas, após 
certificar-se de ter preenchido corretamente o cabeçalho. Leve com você o 
caderno de questões. 
 
 Rasuras, com ou sem corretor do tipo liquid paper, poderão ser toleradas, 
desde que não prejudiquem a legibilidade. 
 
 A prova é individual, e não é permitido qualquer tipo de consulta, a pessoas ou 
a materiais de estudo. 
 
 Releia toda a prova antes de entregar. 
 
 
 
BOM TRABALHO! 
 
 
PC ou não PC, eis a questão 
 
Sérgio Rodrigues 
 
 No livro “Meu menino vadio” (ed. Intrínseca), relato seco e corajoso de sua experiência 
como pai de um menino autista, o jornalista carioca Luiz Fernando Vianna condena o emprego 
depreciativo que a palavra “autista” ganhou na política brasileira. 
 “Tornou-se comum políticos – inclusive um ex-presidente da República – chamarem 
seus opositores de ‘autistas’, acusando-os de estarem dissociados da realidade”, anota. 
“Também já fizeram isso intelectuais, artistas, jornalistas, uma presidente do Supremo 
Tribunal Federal.” 
 O problema com isso? “Em primeiro lugar, é um uso mentiroso. Em segundo lugar, 
significa estigmatizar uma parte da população que precisa ser incorporada à vida social, e não 
rotulada como incapaz de fazê-lo”, argumenta Vianna. “Se hoje evitamos adjetivos como 
‘retardado’ e ‘mongoloide’, devemos poupar de agressão semelhante as pessoas com 
autismo.” 
 Se o tal uso não é propriamente mentiroso, mas metafórico, o segundo argumento me 
convence no ato. Vasculho a memória para descobrir se eu mesmo usei algum dia a palavra 
“autista” com esse sentido. Talvez sim, não me lembro bem. O que garanto é que não o farei 
de novo. 
 Trata-se, como se vê, de uma daquelas controvérsias que costumamos agrupar sob 
um amplo guarda-chuva no qual, em letras garrafais, está escrito “PC – politicamente correto”. 
 Amplo demais, o guarda-chuva presta um desserviço ao debate. Abriga preocupações 
muito diversas e sugere que, diante delas, temos dois caminhos: aceitar ou repudiar todas. 
Em bloco. Não é uma dicotomia inteligente. 
 Rejeitar como “coitadismo” a totalidade dos argumentos PC é menosprezar o papel da 
língua, reflexo da sociedade, na perpetuação de vilezas. Nenhum uso está acima da crítica. 
 Aceitar de saída todos esses argumentos é ignorar que a língua, arena política onde 
o pau quebra, pertence à sociedade que a fala e não a um ou outro grupo. Toda crítica está 
sujeita à crítica. 
 Enquanto a coletividade não chega a uma conclusão (debates eternos não estão 
descartados), a decisão cabe ao indivíduo. Senhor da sua fala, ele não precisa esperar o 
veredito da sociedade para fazer sua escolha política e moral. 
 Examino o verbo “judiar” (maltratar). Tem óbvio ranço atissemita, embora haja dúvida 
sobre seu sentido original: referência aos maus-tratos que os judeus infligiram a Jesus ou aos 
que eles sofreram desde então? De uma forma ou de outra, decido cortá-lo do meu 
vocabulário. 
 Agora examino “denegrir”. Racista? Procuro algo que sustente a tese. O que se suja 
fica escuro, encardido, fuliginoso, e o resto parece coincidência cromática. Nem todo charuto 
é um símbolo fálico, como provam o elefante branco e a febre amarela. No meu tribunal íntimo, 
absolvo a palavra. 
 Somos convocados a tomar decisões desse tipo o tempo todo. O que é ótimo. 
 O PC comete abusos e se expõe ao descrédito quando, por exemplo, insiste em 
eufemismos ridiculamente rebuscados para palavras funcionais ou tenta censurar dicionários, 
como se estes inventassem o vocabulário que apenas retratam. 
 No entanto, a reflexão permanente que ele propõe tem o mérito de nos deixar ligados. 
Os problemas sociais não serão resolvidos na língua e pela língua, mas negar que ela esteja 
incluída no pacote é desconhecer sua natureza. 
 
 
Folha de São Paulo. 27/4/17. p.B2. 
 
 
1. (1,0) O texto começa com uma referência ao livro “Meu menino vadio”. No entanto, 
esse livro não é o tema do texto. Explique a relação entre o livro e o tema do texto. 
 
 
 O AUTOR DESSE LIVRO REPUDIA O USO DA PALAVRA “AUTISTA” PARA 
CRITICAR ADVERSÁRIOS POLÍTICOS. A PARTIR DESSA SITUAÇÃO, O TEXTO 
DISCUTE A PREOCUPAÇÃO COM A LINGUAGEM POLITICAMENTE CORRETA. 
 
Ou: 
 
A CRÍTICA FEITA NESSE LIVRO AO USO METAFÓRICO DA PALAVRA 
“AUTISTA” É UM CASO PARTICULAR (UM EXEMPLO) DA IDEOLOGIA DO 
“POLITICAMENTE CORRETO” – ESSA, SIM, TEMA DO TEXTO. 
 
 
 
2. (1,5) No quarto parágrafo, o autor declara: “o segundo argumento me convence no 
ato”. Identifique “o primeiro” e “o segundo” argumentos a que ele se refere nesse trecho. Em 
seguida, indique a ressalva que ele faz ao primeiro argumento. 
 
 
 O PRIMEIRO ARGUMENTO É QUE O USO DA PALAVRA “AUTISTA” PARA 
CRITICAR OPOSITORES POLÍTICOS SERIA MENTIROSO. O SEGUNDO 
ARGUMENTO É QUE ESSE USO ESTIGMATIZA OS AUTISTAS. COM RELAÇÃO AO 
PRIMEIRO, O AUTOR PONDERA QUE TAL USO NÃO É MENTIROSO, E SIM 
METAFÓRICO. 
 
 
 
3. (1,0) O autor reconhece um desserviço e um serviço que o “politicamente correto” 
presta à sociedade. Identifique cada um deles. 
 
 
 O DESSERVIÇO É QUE ESSA POSTURA ABRIGA PREOCUPAÇÕES MUITO 
DIVERSAS E SUGERE QUE SE TEM DE ACEITAR OU REPUDIAR TODAS EM BLOCO. 
O SERVIÇO É QUE ELA NOS MANTÉM ATENTOS, EM ALERTA, AO PROPOR UMA 
REFLEXÃO PERMANENTE SOBRE AS RELAÇÕES ENTRE A LÍNGUA E OS 
PROBLEMAS SOCIAIS. 
 
 
 
4. (1,0) Explique, com suas palavras, a atitude que o autor sugere que devemos ter diante 
do “politicamente correto”. 
 
 
 O AUTOR CONSIDERA QUE AS DECISÕES NESSE TERRENO SÃO DE 
NATUREZA INDIVIDUAL. CABE A CADA UM FAZER SUAS PRÓPRIAS ESCOLHAS 
POLÍTICAS E MORAIS. 
 
 
5. (1,0) (...) a língua, arena política onde o pau quebra, pertence à sociedade (...) 
 
Nesse trecho do 8º parágrafo, o autor emprega uma expressão da língua falada informal 
– “o pau quebra”. Reescreva o trecho, substituindo essa expressão por outra de sentido 
equivalente e que pertença à língua escrita formal. 
 
 Algumas possibilidades: 
 A LÍNGUA, ARENA POLÍTICA ONDE OS CONFLITOS SÃO INTENSOS 
(GRANDES, PROFUNDOS), PERTENCE À SOCIEDADE. 
 Ou: 
 A LÍNGUA, ARENA POLÍTICA ONDE AS DISPUTAS SÃO EVIDENTES, 
PERTENCE À SOCIEDADE. 
 Ou: 
A LÍNGUA, ARENA POLÍTICA ONDE OS CONFRONTOS SE EXPRESSAM (SE 
CONCRETIZAM, SE REALIZAM, SE MATERIALIZAM), PERTENCE À SOCIEDADE. 
 
6. (1,0) Na frase abaixo, foi empregado um recurso para reduzir o grau de certeza. 
Reescreva a frase, usando um recurso diferente para obter esse mesmo efeito. 
O autor talvez tenha usado a palavra “autista” em sentido depreciativo. 
 
Uma das seguintes: 
O AUTOR POSSIVELMENTE USOU A PALAVRA “AUTISTA” EM SENTIDO 
DEPRECIATIVO. 
O AUTOR PODE TER USADO A PALAVRA “AUTISTA” EM SENTIDO 
DEPRECIATIVO. 
É POSSÍVEL QUE O AUTOR TENHAUSADO A PALAVRA “AUTISTA” EM 
SENTIDO DEPRECIATIVO. 
 
7. (2,0) Indique um conectivo que poderia substituir o sinal  em cada frase abaixo, 
explicitando uma relação de sentido coerente com o contexto do texto lido. 
 
a. Não lembro se usei a palavra com esse sentido,  garanto que não o farei de novo. 
(4º parágrafo) 
MAS / PORÉM / NO ENTANTO / ENTRETANTO 
 
b. O verbo “judiar” tem óbvio ranço atissemita,  decido cortá-lo do meu vocabulário. 
(10º parágrafo) 
POR ISSO / LOGO / PORTANTO / ENTÃO 
 
8. (1,5) Indique a que se referem os termos sublinhados nos trechos abaixo. 
 
a. (...) relato seco e corajoso de sua experiência como pai de um menino autista (...) 
(1º parágrafo) 
O JORNALISTA CARIOCA LUIZ FERNANDO VIANNA 
 
b. “Também já fizeram isso intelectuais, artistas, jornalistas (...)” (2º parágrafo) 
USAR A PALAVRA “AUTISTA” PARA CRITICAR OPOSITORES (PARA 
ACUSAR OPOSITORES DE ESTAREM DISSOCIADOS DA REALIDADE) 
 
c. Procuro algo que sustente a tese. (11º parágrafo) 
A IDEIA (A TESE) DE QUE A PALAVRA “DENEGRIR” É RACISTA

Outros materiais