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TCC 2

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA (UNEB)
 DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS – CAMPUS V
 
 ADRIELE MELO DOS SANTOS
Desafios nos caminhos da liberdade: Impactos da Lei do Ventre Livre na Freguesia de Santo Antônio de Jesus (1871 – 1888)
 SANTO ANTÔNIO DE JESUS, BA
 DEZEMBRO, 2016
 
 
 ADRIELE MELO DOS SANTOS
Desafios nos caminhos da liberdade: Impactos da Lei do Ventre Livre na Freguesia de Santo Antônio de Jesus (1871 – 1888)
Pré-projeto do trabalho de conclusão de curso apresentado como avaliação do componente Projeto de Pesquisa I ministrado pelo Prof. Ms. Augusto Moutinho. 
 SANTO ANTÔNIO DE JESUS, BA
 DEZEMBRO, 2016
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 4
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 6
3 JUSTIFICATIVA 8
4 PROBLEMÁTICA 9
5 HIPÓTESE 10
6 OBJETIVO GERAL 11
7 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 12
8 FONTES E METODOLOGIA 13
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 14
INTRODUÇÃO
A Lei do Ventre Livre, também conhecida como Lei Rio Branco, foi uma lei abolicionista promulgada em 28 de setembro de 1871. A ideia da liberdade do ventre da mulher escrava obedecia ao pressuposto de uma abolição gradual e indenizatória e a aprovação desta lei significou um marco nas relações escravistas, pois pela primeira vez o Estado interferia de forma direta nas relações entre senhores e escravos. 
Em seus artigos 1º e 2º, a lei regulava a liberdade dos filhos de escravas, que deveriam ficar sob a responsabilidade do senhor até os oito anos de idade. Depois desse período, o ex-proprietário teria duas opções como forma de indenização: Entregar a criança ao Estado, recebendo um valor pago por ela, ou utilizar seus serviços até os vinte e um anos.
Foi criado, ainda, um Fundo de Emancipação nas províncias, que tinham por objetivo a alforria de escravos, nos termos do artigo 3º. Ficou proibida a separação das famílias escravas, incluindo cônjuges e filhos menores de 12 anos. O artigo 6º libertou os escravos que pertenciam ao Estado e os de usO da Coroa, além de determinar a elaboração de uma matrícula geral de todos os escravos do Império.
Mas a disposição mais relevante parece ter sido aquela contida no artigo 4º, que garantia ao cativo o direito à formação de um pecúlio, decorrente de heranças, doações e mesmo de seu trabalho, que poderia ser utilizado para compra da própria liberdade não dependendo da vontade do senhor.
A relevância da Lei do Ventre Livre não está apenas no seu conteúdo, mas também no fato de marcar uma nova fase no processo de abolição no Brasil. Por ser considerada uma intromissão no mundo privado dos senhores e seus escravos, a lei foi repudiada com veemência por muitos escravocratas em todo o país, inclusive na Bahia, que àquela altura era a terceira província em número de cativos.
A cidade de Santo Antônio de Jesus exerceu um papel importante durante o século XIX para o Recôncavo baiano, no que se refere à economia pautada no cultivo de cana-de-açúcar, café e mandioca baseada na expressiva mão de obra escrava. Portanto, surge a necessidade de pesquisar e discutir a respeito de como a Lei do dia 28 de setembro de 1871foi implantada naquela freguesia. Será que aqueles escravizados estavam de fato usufruindo de um direito concedido pela Lei? Como ela foi vista a partir da heterogeneidade social daquela época? Como a sociedade santo-antoniense se estruturou após 1871 no que se refere às relações escravistas? 
A partir de pesquisas documentais, pretendo responder estas questões e contribuir para a historiografia da escravidão baiana através desta pesquisa.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Com a lei de 1871, certos costumes, como o direito ao pecúlio foram incorporados, possibilitando aos escravos conseguir suas liberdades sem precisar do consentimento senhorial. A falta de matrícula por parte do senhor também fez com que muitos cativos recorressem à lei para que se reconhecesse sua condição de pessoa livre. Enfim, instituída para garantir uma lenta e gradual transição ao trabalho livre, esta lei foi utilizada de diferentes formas, tanto pelos escravos, como pelos senhores, na disputa pela liberdade ou na manutenção da propriedade. Para Walter Fraga Filho, a grande inovação introduzida pela Lei do Ventre Livre foi permitir ao escravo acionar a justiça por meio de ações de liberdade, em caso de recusa dos senhores em conceder alforria com a apresentação do pecúlio. O autor ainda ressalta que a Lei de 1871 abriu perspectivas importantes para os escravos alcançarem a alforria no âmbito da legalidade. 
Sidney Chalhoub, em 1990, analisou a importância das ações de liberdade para a compreensão do papel do Estado imperial e dos próprios cativos no comprometimento da política escravista. Alguns anos mais tarde, Hebe Mattos fez uso das ações enquanto mais uma fonte capaz de identificar os diferentes significados da liberdade para senhores, escravos e libertos no Sudeste escravista do século XIX.
Ao brigarem judicialmente com seus senhores e herdeiros para fazer valer o que achavam ser o mais justo para as suas vidas, os cativos fizeram da Justiça um meio pelo qual procuravam pressionar as autoridades a resolver os conflitos sociais advindos da escravidão. Ao agirem assim, eles imprimiram alguns de seus anseios nas leis e de certa forma aceleraram o processo de abolição no Brasil. Com as pesquisas de Chalhoub e Mattos, os conflitos legais entre senhores e escravos foram analisados e foi possível perceber o grau de participação da Justiça nestas relações e quais as principais motivações que levaram os cativos a acionar seus senhores judicialmente. 
A historiadora Joseli Mendonça, assim como Eduardo Pena, ao analisarem a Lei do Ventre Livre, chamam a atenção para os diferentes discursos do Senado, dos advogados e dos abolicionistas que se constituíram na criação dessa lei. 
Entretanto, alguns estudos chegaram a conclusão de que os resultados da lei foram bastante limitados no que se refere à melhoria da condição de vida dos escravos. Para autores como Emília Viotti da Costa e Robert Conrad, apesar de ter contribuído para o término da escravatura anos mais tarde, a lei não trouxe qualquer mudança imediata nas vidas da maioria dos cativos. Pelo contrário, um de seus resultados mais importantes foi o adiamento do verdadeiro abolicionismo. Sem o apoio dos proprietários, que só faziam dificultar sua aplicação, a lei de 1871 não alcançou efeitos satisfatórios em suas determinações mais significativas, como a matrícula dos escravos, o fundo de emancipação e a liberdade dos ingênuos. Segundo Conrad, por exemplo, seu maior benefício teria sido o de colocar a questão da injustiça da escravidão no cerne das discussões nacionais, contribuindo para a formação de uma nova consciência popular. 
JUSTIFICATIVA
Percebe-se a carência de estudos que girem em torno da História Social da Escravidão, dialogando com a História Local e Regional no Recôncavo baiano. Área onde se encontra a cidade aqui estudada: Santo Antônio de Jesus. Tal recorte geográfico se deu em virtude do papel importante que a cidadeexerceu durante século XIX para o Recôncavo baiano, no que se refere à economia pautada no cultivo de cana-de-açúcar, café e mandioca. A produção econômica local abastecia a cidade e também o centro comercial de Salvador. E, associada à importância econômica regional e local, observa-se a utilização de uma expressiva mão de obra escrava revelada na documentação do período. Logo, entendo que se fazem necessários estudos mais aprofundados a respeito das relações escravistas, principalmente no período pós Lei do Ventre Livre, momento este em que direito costumeiro reinava e as tensões e negociações entre senhores e seus cativos se embaraçavam com os preceitos jurídicos. 
PROBLEMÁTICA
 A região do Recôncavo baiano, nos anos finais do século XIX, era marcada pela predominância de pequenas e médias propriedades rurais caracterizadas por uma produção econômica diversificada e baseada na mão de obra escrava. Desde este período, já havia movimentos que defendiam o fim da escravidão, mas foi a partir da década de 1850 que o movimento abolicionista no Brasil começou a ter maior visibilidade, graças a alguns acontecimentos importantes que marcaram essa mesma época.
A Lei do Ventre Livre, implementada em 28 de setembro de 1871, foi um grande marco no processo em prol da abolição da escravatura no Brasil. A partir desta data, o campo jurídico e legislativo tornou-se arena privilegiada de luta política em torno da escravidão e de sua abolição, disputa esta que refletia os embates sociais que se travavam fora deste âmbito.
Baseado nesta breve análise histórica, a questão que aqui nos interessa é identificar as tensões presentes nas relações escravistas na freguesia de Santo Antônio de Jesus, levando em conta as modificações conjunturais oriundas da lei de 1871. Preceito este que validava institucionalmente por meio de ações judiciais, a participação dos escravos como agentes históricos capazes de lutar por aquilo que consideravam justo para suas vidas. 
HIPÓTESE
 A Lei do Ventre Livre foi um grande passo não somente do Estado Imperial brasileiro em direção à abolição da escravidão. Os escravos também a enxergavam como uma via privilegiada da luta pelo fim desta, ainda mais quando começaram a contar com forte apoio entre os membros do judiciário, muitos dos quais eram ligados ao movimento abolicionista. Assim, mesmo tendo sido concebida no intuito de promover uma transição lenta e gradual para o mercado de trabalho livre, a Lei de 1871 desde cedo acabou sendo também utilizada para o desgaste do poder moral dos senhores e do próprio regime escravista na Bahia em vista do abalo provocado no cotidiano de senhores e escravos, especialmente no tocante às negociações pela liberdade.
Conceitos como os de resistência e autonomia entre escravos têm sido apontados como núcleos centrais para a reconstituição de uma história preocupada em revisar as perspectivas tradicionais e integrar os grupos escravizados em seus comportamentos históricos, como agentes efetivamente transformadores dos mecanismos de dominação escravista.
OBJETIVO GERAL
Analisar as vivências cotidianas de escravizados da freguesia de Santo Antônio de Jesus ao buscar a conquista dos seus direitos de acordo com os decretos da Lei do Ventre Livre, perante as autoridades judiciais.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Averiguar o comportamento e atitudes dos Senhores frente às possibilidades que a Lei do Ventre Livre oferecia aos escravizados.
Investigar os mecanismos utilizados pelos escravizados para recorrer à justiça.
Analisar as relações entre escravos e seus Senhores diante da luta dos primeiros em busca de seus direitos garantidos pela Lei do Ventre Livre.
Identificar se a Lei do Ventre Livre foi realmente executada conforme seus preceitos na freguesia de Santo Antônio de Jesus
FONTES E METODOLOGIA
Inventários, processos cíveis, livros de notas de compra e venda e cartas de liberdades, localizados no Arquivo Municipal de Santo Antônio de Jesus e no Arquivo Público do Estado da Bahia, constituem um rico e privilegiado acervo para análises, na medida em que possibilitam o acesso a diversos aspectos do cotidiano dos escravos. 
É contando com esta pesquisa documental juntamente com uma análise de vastas bibliografias que pretendo investigar as relações escravistas pós Lei do Ventre Livre na freguesia de Santo Antônio de Jesus.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHALHOUB, Sidney. Visões da liberdade: uma história das últimas décadas da escravidão na Corte. São Paulo: Companhia das Letras, 1990
CONRAD, Robert. Tumbeiros: o tráfico escravista para o Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1985.
COSTA, Emília Viotti da. Da senzala à colônia. 3ª ed. São Paulo: Fundação Editora da Unesp, 1998.
FRAGA FILHO, Walter. Encruzilhadas da liberdade: histórias de escravos libertos na Bahia (1870-1910). Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 2006.
MATTOS, Hebe Maria. Das cores do silêncio: “Os significados da liberdade no sudeste escravista ( Brasil, século XIX).Rio de Janeiro. Nova Fronteira, 1998.
SILVA, Ricardo Tadeu Caires. Os escravos vão à Justiça: a resistência escrava através das ações de liberdade. Bahia, século XIX. Dissertação de Mestrado, UFBA, 2000.
PENA, Eduardo Spiller. Pajens da casa imperial: jurisconsultos, escravidão e a Lei de 1871. –Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 2001. 
VAZ, Eliete Marques dos Santos. Laços Cativos: Relações familiares entre escravizados, livres e libertos em Santo Antônio de Jesus. Dissertação de Mestrado, UNEB, 2013.

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