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AÇÕES POSSESSÓRIAS

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AÇÕES POSSESSÓRIAS: Conceito: Procedimento especial de jurisdição contenciosa cuja finalidade é permitir o exercício do direito material do possuidor de ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no caso de esbulho ou de impetrar mandado proibitório que o resguarde de violência iminente.
Interdito Proibitório Preventivo: Trata-se de ação possessória de caráter preventivo, que tem por objetivo impedir que se efetive uma turbação ou um esbulho. Provada a ameaça iminente o juiz expedirá um mandado proibitório para evitar que a posse sofra turbação ou esbulho podendo, no caso de desrespeito a ordem judicial impor pena pecuniária em favor do agredido.
Esbulho retirada forçada: É a retirada forçada do legitimo possuidor, podendo ser de forma violenta ou ainda de forma clandestina sendo certo que neste caso o possuidor esbulhado tem o direito de ter a sua posse restituída valendo-se da ação de reintegração de posse. 
Turbação impedimento do exercício da posse: É a conduta que impede ou atenta contra o exercício da posse por seu legítimo possuidor, podendo ser positiva quando o agente invade e ocupa o imóvel seja de forma parcial ou total, e pode ser negativa quando o agente impede que o real possuidor se utilize do bem. Ex.: O agente invade o terreno e nele constrói.
Fungibilidade: Possibilidade de que o juiz, em caso de confusão do autor na propositura da ação possessória, conheça do pedido, concedendo a proteção legal correta, desde que preenchidos e provados os requisitos de concessão da medida legal cabível, como forma de economia processual. (Art.554).
Possibilidade de cumulação do pedido possessório (Art.555): *condenação em perdas e danos, desde que os prejuízos alegados estejam diretamente vinculados a fatos relacionados com o esbulho, turbação ou ameaça á posse; *cominação de pena para o caso de nova turbação ou esbulho, para que, após cumprida a sentença de reintegração ou manutenção na posse, a parte vencida pratique nova turbação ou esbulho.
Duplicidade da Ação Possessória (Art.556): É lícito ao réu, na contestação, deduzir pretensão material contra o autor, bastando que de sua contestação conste, de forma explicita e expressa o pedido de proteção possessória no caso dele estar sofrendo ameaça, turbação ou esbulho por parte do autor. OBS.: Não se confunde com reconvenção e independe dela.
Rito Especial para posse de ano e dia: Respeita-se o rito especial de manutenção e reintegração de posse quando ingressada a ação dentro de ano e dia (posse nova) da turbação ou do esbulho e, passado este prazo (posse velha) o rito será ordinário de caráter possessório.
Ação de manutenção e reintegração da posse (Art.560): *Manutenção: O possuidor adquire o direito de ser mantido na posse no caso de turbação. *O possuidor deverá ser reintegrado na posse no caso de esbulho.
Petição Inicial: O Autor deverá provar: *Sua posse, sob pena de indeferimento da petição inicial por falta de prova mínima através de documentos ou justificação; *A turbação ou o esbulho praticado pelo réu, declarada pelo autor na inicial e demonstrada documentalmente através de mapas, fotos, certidões, declaração de terceiros, etc. *Na falta de prova documental poderá o juiz antes de indeferir o pedido inicial dar oportunidade de justificação ao autor designando audiência de justificação prévia; *Deverá o autor comprovar a data exata da turbação ou do esbulho para fins de que se determine se trata-se de posse nova ou velha; *Deverá ainda provar sua continuação ou não na posse, para se tornar clara a realidade dos fatos e a possibilidade de cominação de pena em caso de nova turbação ou novo esbulho.
Liminar de Manutenção ou Reintegração de Posse (Art.562): Uma vez que a petição inicial estiver devidamente instruída, o juiz defere, sem ouvir o réu, a expedição do mandado de liminar de manutenção ou de reintegração (“inaudita altera parte”), como natureza jurídica de antecipação da providência de mérito, com provas documentais e requisitos preenchidos.
Caso contrário, não estando a inicial devidamente instruída e não preenchidos os requisitos, o juiz irá designar audiência de justificação prévia mandando citar o réu para participar dessa audiência.
Audiência de justificação Prévia: Não tem objetivo conciliatório, mas poderá o juiz excepcionalmente forçar a auto composição. O juiz deverá ouvir as testemunhas arroladas pelo autor, mas pode ainda ouvir as que o réu trouxe independentemente de apresentação de rol de testemunhas.
O juiz pode ainda admitir a juntada de documentos por ambas as partes.
Ao final da audiência o juiz poderá proferir ali mesmo a decisão sobre o pedido de liminar.
OBS.: Concedida a liminar, com ou sem justificação, trata-se de decisão interlocutória que poderá ser atacada via recurso(agravo de instrumento).
Pessoas Jurídicas de Direito Público: não será deferida a manutenção ou reintegração liminar sem prévia audiência dos representantes, por conta da presunção de legitimidade dos atos administrativos.
Julgada procedente a justificação, ao final da audiência prévia ou em momento subsequente, o juiz expedirá o respectivo mandado. Trata-se também de decisão interlocutória que poderá ser atacada via recurso. (Agravo de Instrumento).
Indeferida a liminar: Neste caso, o autor ao agravar a decisão que indeferiu o pedido, pedirá ao relato que lhe concede a própria medida ora denegada e não aplique o efeito suspensivo para que a medida possa ser cumprida.
Da citação do réu para Contestação Possessória(Art.562): Concedida ou não a liminar de manutenção ou reintegração de posse, o réu será citado nos 5 dias subsequentes, para contestar a ação dentro de 15 dias, de seguinte forma: *No caso de o juiz ordenar a justificação prévia, com concessão da liminar, conta-se o prazo de 5 dias da concessão da medida, devendo o autor providenciar tudo o que for necessário para a citação do réu (diligência do oficial de justiça, cópias da inicial, endereço correto, etc.). *Liminar concedida após a audiência de justificação prévia, o réu que já foi citado para comparecer na audiência não se repete o ato da citação, bastando sua intimação para fluir o prazo de defesa; *No caso de denegação da liminar após a audiência de justificação prévia, também não se repetirá o ato citatório, bastando somente a intimação para abertura do prazo de contestação.
Litígio coletivo por posse de imóvel(Art.565): Com esbulho ou turbação alegados na inicial e que tivera ocorrido a mais de ano e dia(posse velha – perde o procedimento especial), o juiz deverá designar audiência de mediação antes de apreciar o pedido de liminar, devendo esta audiência se realizar em até 30 dias.
Concedida Liminar: e não sendo executada no prazo de 1 ano a contar da distribuição, deverá então o juiz designar audiência de mediação intimando-se o MP, defensoria pública sempre houver parte beneficiária da assistência judiciária.
O juiz poderá comparecer a área objeto do litígio, quando necessária a sua presença.
Os órgãos de política agrária e urbana da região objeto do litígio poderão também ser intimadas pelo juízo.
Do Interdito Proibitório(Art.567): Conceito: Não pressupõe ofensa á posse consumada, mas apenas o justo receio contra o esbulho ou a turbação que possam ocorrer. Ex.: Vizinho que ameaça invadir o terreno, possibilidade de construção de muro além dos limites, utilização do terreno para alimentar o gado do vizinho. Mandado proibitório para proibir que a iminência se consume.
Impetração: sendo o interdito medida de caráter preventivo, deverá ser impetrado mediante o juiz o pedido de mandado proibitório, com a possibilidade de cominação de pena pecuniária caso o réu venha a desobedecer ou transgredir a ordem judicial.
Probabilidade de agressão: embora o caráter preventivo do mandado proibitório, não deve ser ele confundido com ação cautelar, uma vez que não visa resguardar a eficiência de outro processo que venha a ser promovido pelo autor futuramente.
AÇÂO DE CONSIGNAÇÂO EM PAGAMENTO: Conceito: forma de adimplemento indireto coma a finalidadede se extinguir vínculo obrigacional, através da realização de depósito judicial ou extrajudicial do bem ou da quantia objeto da obrigação.
Formas de proposição: Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o valor ser depositado em estabelecimento bancário oficial, situado no local do pagamento da obrigação, cientificando-se o credor através de aviso de recebimento (AR) com o prazo de 10 dias para recebimento ou manifestação de recusa.
Uma vez decorrido o prazo que será contado do retorno do AR, sem que o credor manifeste sua recusa, o devedor será considerado liberado da obrigação, ficando o valor depositado á disposição do credor.
Ocorrendo a recusa, manifestada por escrito ao estabelecimento bancário, poderá ser proposta dentro de 1 mês a ação de consignação em pagamento instruindo-se a inicial comprova do depósito em prova da recusa.
Não proposta a ação dentro do prazo ficará sem efeito o depósito e o depositante poderá levantar a quantia a qualquer tempo.
A legitimidade para propor a ação de consignação em pagamento é do próprio devedor ou de terceiro interessado. Ex. Terceiro que adquire imóvel financiado e ajuíza ação para quitação das parcelas faltantes.
O local do pagamento será aquele em que a obrigação deve ser satisfeita, não importando se o pagamento será realizado através de depósito bancário, em agência de local diverso ao da obrigação. Também o juízo competente para reconhecer da ação de consignação em pagamento é aquele em que a obrigação deve ser cumprida.
Petição Inicial: O autor requererá na petição inicial o depósito da quantia ou coisa devida, a ser efetivado no prazo de 5 dias contados a partir do deferimento do pedido.
Requererá ainda a citação do réu para levantar o valor depositado ou apresentar contestação.
OBS.: Não realizado o depósito no prazo de 5 dias após o deferimento do pedido, o processo será extinto sem resolução do mérito.
Contestação: não realizado o depósito no prazo de 15 dias alegar o seguinte: *Que não houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida. * Que a recusa foi justa por motivos que ameaçam a legitimidade do negócio. * Que o deposito não se efetuou dentro do prazo ou fora do lugar onde deveria ocorrer o pagamento. *Que o deposito não é integral, somente valendo esta alegação se o réu demonstrar o montante que efetivamente deveria ser depositado.
OBS.: Demonstrar a insuficiência do depósito poderá o autor completar o valor em 10 dias, podendo assim o réu credor levantar a quantia.
Julgado procedente o pedido, o juiz declarará extinta a obrigação e condenará o réu ao pagamento de custas e honorários advocatícios, o que ocorre também se o credor receber a quantia e der quitação.
Na dúvida sobre quem deve receber o pagamento o autor deverá requerer o depósito, bem como a citação de todos os possíveis titulares do crédito, podendo ocorrer o seguinte: *não comparecendo pretendente algum, converte-se o deposito em arrecadação de coisas vagas; *comparecendo apenas um, o juiz decidirá de plano; *comparecendo mais de um, o juiz declarará efetuado o depósito e extinta a obrigação, continuando o processo a correr unicamente entre os possíveis credores, observado então o procedimento comum.
AÇÂO MONITÒRIA: Conceito: procedimento que busca celeridade processual, afim de se evitar o procedimento comum, com tramite mais demorado, podendo ser utilizado por quem tem prova escrita sem eficácia executiva, pretendendo obter, 1-Soma em dinheiro, 2-Entrega de coisa fungível ou infungível, 3-Bem imóvel, 4-Imóvel, 5-Prestação de fazer ou não fazer.
Petição Inicial deverá conter: *importância devida, ou a ser levantada com memorial de calculo; *o valor atualizado da coisa reclamada; *o conteúdo patrimonial em discussão ou proveito econômico.
OBS.: Se houver dúvida quanto a idoneidade ou a legitimidade da prova documental apresentada pelo autor o juiz deverá intimá-lo ao procedimento comum.
Sendo evidente o direito do autor: *o juiz deferirá a expedição de mandado de pagamento de entrega de coisa, execução de obrigação de fazer, de não fazer, concedendo ao réu o prazo de 15 dias para o cumprimento e o pagamento de honorários advocatícios de 5% do valor atribuído á causa. *cumprindo o mandado dentro do prazo o réu fica isento do pagamento de custas processuais; *não realizado o pagamento e não apresentados embargos pelo réu, constitui-se de pleno direito o título executivo judicial, independentemente de qualquer formalidade; *é cabível a ação monitória tendo a fazenda pública como ré.
Oposição de Embargos pelo Réu: Independentemente de prévia segurança do juízo, o réu poderá por embargos á ação monitória, da seguinte forma: *Os embargos a ação monitória serão opostos nos mesmos autos, no prazo de 15 dias; *Os embargos podem se fundar em matéria passível de alegação no procedimento comum; *Alegando o réu que o autor pleiteia quantia superior aquela devida, deverá então declara de imediato o valor que entende ser correto, apresentando juntamente demonstrativo discriminado e atualizado da dívida; * Não declarando o valor correto, não apresentando demonstrativo e atualização do valor os embargos serão liminarmente rejeitados se não houver outro fundamento embargado;*Opostos os embargos fica suspensa a eficácia da decisão expede mandado em favor do autor, até o julgamento dos embargos; *O autor será intimado para responder os embargos opostos pelo réu também no prazo de 15 dias; *Admite-se reconvenção em ação monitória, independentemente do oferecimento de embargos(Súmula 292 STJ); *Se o juiz entender melhor, os embargos poderão autuados em apartado; *Se parcial os embargos, constitui-se de pleno direito o título executivo judicial relativo a matéria incontroversa; *Caberá apelação contra sentença que acolhe ou rejeita embargos a ação monitória; *Proposta ação monitória indevidamente e de má-fé ao pagamento, o juiz condenará o autor ao pagamento de multa de até 10% do valor da causa em favor do réu. *O juiz condenará o réu que, agindo de má-fé opuser embargos, pagando até 10% do valor atribuído a causa como multa em favor do autor.
AÇÂO DE EXIGIR CONTAS(Art.550 a 552): Conceito: O NCPC substituiu a ação de prestar contas antes existente, podendo esta ser movida por quem afirmar ser titular do direito e exigir contas a serem prestadas por outra parte, sendo que a parte contrária terá que apresentar as contas exigidas sob pena de aceitação expressa das contas apresentadas pelo autor.
Petição Inicial: O autor deverá especificar na inicial as razões pelas quais está exigindo a prestação de contas, juntando todo tipo de documento que possa comprovar o direito por ele alegado.
Desdobramentos Possíveis: *Prestadas as contas pelo réu, ouvido o autor a respeito das contas prestadas será feita a produção de provas necessárias para elucidar qualquer conflito, sendo julgadas as contas apurando-se eventual saldo e constituindo a decisão em título executivo judicial; *Se o réu não prestar contas, mas oferecer contestação afirmando que o autor não tem direito a prestação de contas, ou ainda se permanecer revel, deverá o juiz decidir sobre o direito ou não do autor exigir contas; *Uma vez reconhecido o direito do autor em exigir contas, o réu deverá fazê-lo sob pena de não poder impugnar as contas que o autor apresentar.
OBS.: As contas do inventariante, do tutor, do curador, do depósito e de qualquer outro administrador serão prestadas em apenso ao processo que tiver sido nomeado sempre que houver controvérsia a respeito das contas.

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