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AÇÃO RECONHECIMENTO PATERNIDADE OCÉLIO DEFENSORIA

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 ESTADO DO PARÁ
 DEFENSORIA PÚBLICA
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA __ VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE BELÉM – ESTADO DO PARÁ
ODIVAL LOPES RIBEIRO, por sua genitora, OCÉLIA LOPES RIBEIRO, brasileira, solteira, portadora do RG de nº 6208433 SSP /PA e do CPF de n°.167.541.072-00, não possui e-mail, residente e domiciliada à Av. Engenheiro Fernando Guilhon N° 08, Bairro do Jurunas, Belém, CEP: 66.030-250, nesta cidade, vem, por intermédio do NPJ- Estácio FAP, ajuizar AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE em face de ODIVAL FERREIRA PANTOJA, brasileiro, solteiro, autônomo, residente e domiciliado na Rua beco do Carmo, n° 95, Bairro Porto do Sal Cidade Velha, CEP 66.020.140,
1. DA PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO DO FEITO
Faz-se mister ressaltar, inicialmente, a prioridade absoluta na tramitação dos feitos em que seja parte pessoa com deficiência, em observação ao espírito protecionista da Constituição Federal e do Estatuto da Pessoa com Deficiência, que aponta o dever do Poder Público, com prioridade absoluta, à efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, máxime em seu art. 10º, parágrafo o qual determina a precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública, devendo tal informação constar no rosto dos autos. Corroborando tais argumentos, o Novo Código de Processo Civil dispõe no inciso I e no § 2º do artigo 1.048 a respeito da tramitação prioritária dos processos em que são partes pessoas com deficiência a qual também garante a Lei: 13.146/2015, art. 9º, Inciso VII.
2. DAS PRERROGATIVAS LEGAIS DA DEFENSORIA PÚBLICA
A DEFENSORIA PÚBLICA possui as prerrogativas legais da dispensa de apresentação de mandato e prazos em dobro, intimação pessoal mediante entrega dos autos com vista, além de outras, (cf. Lei Complementar Federal n.º 80/94; Lei Complementar Estadual n.º 54/2006; Lei n.º 1.060/50; e CPC/15).
3. DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
Inicialmente, pleiteia os benefícios da Justiça Gratuita assegurados pela Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV, Lei Federal 1.060/50, e artigos 98 e 99, § 3º, do CPC/15, por não ter condições de arcar com custas, despesas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e de suas famílias, conforme atestado de hipossuficiência econômica em anexo, indicando a Defensoria Pública do Pará para o patrocínio da causa.
4. DA INEXISTÊNCIA DE E-MAIL
O assistido, por sua genitora, informou não possuir endereço eletrônico, destarte, não há infringência ao inciso II, na forma do § 3º do art. 319 do Código de Processo Civil.
5. DA AUSÊNCIA DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS
À luz do que dispõe o art. 976 do Código de Processo Civil/15, vale afirmar ao Douto Julgador que o caso em tela não se trata de uma demanda repetitiva, nem configura um risco de ofensa à isonomia e nem à segurança jurídica. 
6. DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO/MEDIAÇÃO
O Assistido pleiteia, com fulcro no art. 319, inciso VII, do Diploma Adjetivo, que seja realizada audiência de auto composição comprometendo-se a parte Autora a comparecer na referida assentada.
Requer, ainda, que as intimações para comparecimento à audiência sejam feitas na pessoa da Parte, dada as peculiaridades das atribuições defensorias, com fulcro no art. 186, §2º, do CPC
7. DOS FATOS
A parte autora, nascida em, 13/11/1979, é fruto do relacionamento de sua mãe (curadora) com o requerido. O Investigado, desde o momento em que tomou conhecimento da gravidez da representante legal do Autor, procurado por diversas vezes, recusou-se a assumir, formal e inflexivelmente, a sua paternidade, nunca efetuando o registro da criança, como seu filho, junto ao Cartório de Registro Civil.
Ademais, o réu nunca colaborou com a educação e com o sustento da parte Autora, que inclui, dentre outras, despesas elevadas e indispensáveis com saúde, alimentação, educação, habitação e vestuário, suportadas, integral e precariamente, com sérias dificuldades, por sua mãe.
Ressalta-se que, caso seja declarado o vínculo paternal, subsistirão ao pai todos os deveres decorrentes dessa condição, em especial o de prestar alimentos à pessoa com deficiência.
Desta forma, diante da ausência de reconhecimento da paternidade extrajudicial e de acordo extrajudicial sobre a forma de manter o/a Autor, não resta outra saída senão a propositura da presente demanda.
8. DO DIREITO
8.1 RECONHECIMENTO DA PATERNIDADE
A Carta Magna estabelece a irrestrita igualdade dos direitos decorrentes da filiação, qualquer que seja a sua origem ou a natureza do vínculo entre seus genitores. Veja-se o texto constitucional:
Art. 227.
(...)o missis
§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
Em verdade, todo esse vasto elenco de direitos fundamentais infanto-juvenis, garantido constitucionalmente, em grande medida, notadamente no que se refere à dignidade (que muitos asseveram ser, além de fundamento da República Federativa do Brasil, o núcleo axiológico supremo da Constituição), ao respeito e à convivência familiar, só adquire concretude e vida prática com a efetiva observância do direito ao reconhecimento do estado de filiação.
Ademais, sob outro enfoque, o direito ao conhecimento sobre a verdade de sua origem biológica, de que todo ser humano é titular, configura um direito de personalidade, ligado indissociavelmente à vida (no estágio atual da medicina, a ciência do histórico de saúde de parentes genéticos próximos permite a adoção de uma série de medidas preventivas e terapêuticas), à integridade moral, à imagem e à identidade da pessoa. Como direito de personalidade, de caráter absoluto, apresenta os atributos da indisponibilidade, imprescritibilidade, impenhorabilidade e vitaliciedade.
A ampla e inexpugnável tutela dos direitos da pessoa com deficiência encontra assento na Lei 13.146, de julho de 2015, que, em seu artigos, preconiza seu art. 79:
Art. 79. O poder público deve assegurar o acesso da pessoa com deficiência à justiça, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, garantindo, sempre que requeridos, adaptações e recursos de tecnologia assistiva.
Desta feita, tem a parte autora direito ao reconhecimento de paternidade, respeitando assim o princípio da dignidade da pessoa humana.
8.2 DOS ELEMENTOS DA PROVA
A demanda de investigação de paternidade possui uma importante peculiaridade quanto ao ônus na prova, não sendo possível a aplicação do art. 333 do CPC, onde caberia ao autor demonstrar o fato constitutivo de seu direito, ou mesmo ao réu comprovar fato impeditivo, extintivo ou modificativo do direito do autor. Tal dificuldade de aplicação do art. 333 do CPC é decorrente da quase impossível tarefa de evidenciar a existência, ou a falta, da relação sexual que ocasionou a concepção da criança. Contudo, atualmente, com a realização do exame de DNA esta dificuldade foi superada.
O exame de DNA trouxe como consequência a inversão do ônus da prova, incumbindo ao réu provar a não-paternidade, sendo que, sua recusa injustificada de realizar o exame, torna-o presumidamente pai, conforme entendimento da Súmula nº 301 do STJ:
Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz presunção juris tantum de paternidade.
 	 
Afigura-se importante a perícia genética nas ações de investigação de paternidade, entretanto, não se pode erigir a sua realização à condição absoluta para a prolação de sentença de mérito sobre a pretensão filial do Investigante, muito menos para o proferimento de uma decisão cautelar acerca dos alimentosprovisionais postulados (assaz amparada na configuração do fumus boni iuris, averiguado em cognição sumária e em juízo de probabilidade do juiz), reflexo direto do direito fundamental à vida digna e saudável do Alimentário, que não tem como esperar por todo o longo desenrolar da relação processual, para só então ver atendidas suas necessidades vitais básicas.
Portanto, com base nas provas já produzidas no transcurso do procedimento (declarações de testemunhas, depoimentos pessoais das partes, documentos...), inclusive mediante a formulação de presunção, ante a remota e dificultosa realização do Exame de DNA, frequentemente em consequência da precária situação econômica das partes, que lhes tolhe o acesso aos modernos recursos médico-laboratoriais, o magistrado pode colher os subsídios necessários ao seu convencimento e proferir os provimentos, cautelares ou meritórios, exigidos ao longo e ao final da demanda investigatória de vínculo genético.
9. DO PEDIDO:
Ante o exposto, requer a parte Autora:
1. Os benefícios da Justiça Gratuita, nos termos da Lei nº 1.060/50;
2. Seja concedida a prioridade de tramitação do feito, recebendo os autos identificação própria, na forma do art. 1048, II e § 2º do Códex, c/c art. 4º, parágrafo único, alínea “b”, da Lei 8069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente);
3. A citação do Investigado para comparecer em Audiência de Mediação/Conciliação, na forma do art.695 da Lei 13.105/2015 – CPC, oportunidade em que as partes poderão resolver a demanda de forma consensual;
4. A intimação do Ministério Público Estadual para atuar no feito na condição de fiscal da ordem jurídica;
5. Ao final, NO MÉRITO, o julgamento pela PROCEDÊNCIA do presente pedido, em todos os seus termos, com a DECLARAÇÃO DA PATERNIDADE do Investigado, em relação à Investigante, expedindo-se os idôneos mandados ao Cartório do Registro Civil das Pessoas Naturais do município respectivo, a fim de inserir no assento de nascimento da criança o nome de seu pai e de seus avós paternos.
6. Protesta-se por todos os meios de prova em direito admitidas, especialmente através da prova documental que segue em apenso e o depoimento pessoal do Réu, sob pena de confesso, oitiva de testemunhas, cujo rol segue abaixo, juntada de documentos em prova e contraprova.
7. A condenação do Réu a pagar as verbas de sucumbência, isto é, custas processuais e honorários advocatícios, estes a serem arbitrados por esse Juízo, na forma do CPC, os quais deverão ser revestido para o FUNDO ESTADUAL DA DEFENSORIA PÚBLICA-FUNDEP, como dispõe a Lei Estadual n°. 6.717/2005, regulamentada pelo Decreto n°. 2.275/2006, na Conta Corrente n°. 182900-9, Agência 015, Banco do Estado do Pará -BANPARÁ – 037, em nome da DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO DO PARÁ, CNPJ n.º 34.639.526/0001-38.
Atribui-se à causa o valor de R$ 937,00 (novecentos e trinta e sete reais)
  Nestes termos pede deferimento.
   Belém, 18 de Outubro de 2017.
Defensor público
 
DOCUMENTOS ANEXOS
Declaração de hipossuficiência;
Cópia da Certidão de nascimento, RG e CPF da parte Autora;
Cópia do RG e CPF da genitora/ curadora do Autor;
Comprovante de residência genitora/ curadora do Autor;
Certidão da curatela definitiva;
Laudos Médicos.
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