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DIREITO EMPRESARIAL

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Aula 00
Direito Empresarial p/ Magistratura do Trabalho
Professor: Paulo Guimarães
00000000000 - DEMO
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL Ð MAGISTRATURA DO TRABALHO 
Teoria e Quest›es 
Aula 00 Ð Prof. Paulo Guimar‹es 
 
 
AULA 00 
FUNDAMENTOS DO DIREITO EMPRESARIAL. TEORIA DA EMPRESA. 
REGISTRO DE EMPRESA. 
Sum‡rio 
Sum‡rio ................................................................................................. 1	
1 Ð Considera›es Iniciais ......................................................................... 2	
2 Ð Fundamentos do Direito Empresarial ..................................................... 3	
2.1. Origens do Direito Comercial ............................................................ 3	
2.2. Nomenclatura ................................................................................ 5	
2.3. Princ’pios do Direito Empresarial ...................................................... 5	
2.4. Fontes do Direito Empresarial .......................................................... 7	
3 Ð Teoria da Empresa ............................................................................. 8	
3.1. Teoria dos Atos de ComŽrcio e Teoria da Empresa .............................. 8	
3.2. Empresa e Empres‡rio ................................................................... 11	
3.3. Empres‡rio individual e sociedade empres‡ria ................................... 13	
3.4. Capacidade .................................................................................. 15	
3.5. Impedimentos .............................................................................. 17	
3.6. Exclu’dos do conceito ..................................................................... 20	
4 Ð Obriga›es do Empres‡rio .................................................................. 25	
4.1. Registro de Empresa ...................................................................... 25	
4.2. Escritura‹o Cont‡bil ..................................................................... 31	
4.3. Sigilo empresarial .......................................................................... 34	
5 Ð Quest›es ......................................................................................... 35	
5.1. Quest›es sem coment‡rios ............................................................. 35	
5.2. Gabarito ...................................................................................... 42	
5.3. Quest›es comentadas .................................................................... 43	
6 - Resumo da Aula ................................................................................ 56	
7 Ð Jurisprudncia Aplic‡vel ..................................................................... 61	
8 - Considera›es Finais .......................................................................... 62	
 
 
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DIREITO EMPRESARIAL Ð MAGISTRATURA DO TRABALHO 
Teoria e Quest›es 
Aula 00 Ð Prof. Paulo Guimar‹es 
 
AULA 00 - FUNDAMENTOS DO DIREITO 
EMPRESARIAL. TEORIA DA EMPRESA. REGISTRO 
DE EMPRESA. 
1 Ð Considera›es Iniciais 
Ol‡, futuro magistrado! 
ƒ um prazer estar com voc nesta aula inicial do nosso curso de Direito 
Empresarial para o concurso para a Magistratura do Trabalho. 
Meu nome Ž Paulo Guimar‹es, sou Auditor Federal de Finanas e Controle da 
Controladoria-Geral da Uni‹o, e professor de Direito Empresarial no EstratŽgia. 
Ao longo do nosso curso estudaremos juntos a matŽria de Direito Empresarial 
com foco no seu concurso, por meio da explana‹o direta e objetiva da 
legisla‹o, da doutrina e da jurisprudncia aplic‡veis. AlŽm disso, 
resolveremos centenas de quest›es que nos ajudar‹o a solidificar os 
conhecimentos adquiridos no seu estudo. 
Desde j‡ quero deixar claro que voc n‹o precisa de nenhum outro material 
alŽm das nossas aulas para estudar. Isso mesmo! Aqui voc encontra tudo 
aquilo que precisa para acertar as quest›es da prova, e, alŽm disso, se voc 
tiver alguma dœvida estarei ˆ sua disposi‹o no nosso f—rum e tambŽm no e-
mail e nas redes sociais. 
Nossas aulas em PDF est‹o distribu’das de acordo com o cronograma a seguir, 
que buscarei seguir ˆ risca. 
 
Aula 00 
O Empres‡rio. A figura do empres‡rio individual e da 
sociedade empres‡ria. Requisitos necess‡rios, 
capacidade, impedimentos, direitos e deveres em 
face da legisla‹o vigente. Do Registro das 
Empresas. Dos prepostos. Da escritura‹o e dos 
livros comerciais obrigat—rios: espŽcies, requisitos e 
valor probante. 
7/6 
Aula 01 
Do Nome comercial: natureza e espŽcies. O 
Estabelecimento empresarial. Conceito, natureza e 
elementos. 
14/6 
Aula 02 
As Sociedades empresariais: conceito, classifica‹o, 
caracter’sticas, distin›es, registro. Da Sociedade 
n‹o personificada: Da Sociedade em comum, Da 
Sociedade em conta de participa‹o. Da Sociedade 
personificada: Da Sociedade simples, em nome 
coletivo, em comandita simples, em comandita por 
a›es, cooperativa e coligadas. Da Sociedade 
28/6 
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DIREITO EMPRESARIAL Ð MAGISTRATURA DO TRABALHO 
Teoria e Quest›es 
Aula 00 Ð Prof. Paulo Guimar‹es 
 
dependente de autoriza‹o: da sociedade nacional e 
da sociedade estrangeira. 
Da liquida‹o da Sociedade, Da transforma‹o, Da 
incorpora‹o, Da fus‹o e da cis‹o das sociedades. 
Aula 03 
Sociedade limitada. Conceito e legisla‹o. Direitos e 
obriga›es dos s—cios e administradores. Da sa’da do 
s—cio. Da dissolu‹o e liquida‹o da sociedade. Do 
capital social. Da exclus‹o do s—cio. 
5/7 
Aula 04 
Sociedade an™nima: conceito, caracter’sticas e 
espŽcies. Capital social. A›es. Modifica‹o do 
capital. Acionistas: direitos e obriga›es. 
Assembleias. Conselho de Administra‹o. Diretoria. 
Administradores: deveres e responsabilidades. 
Dissolu‹o, liquida‹o e extin‹o da Companhia. 
Condi‹o Jur’dica dos empregados eleitos diretores 
da sociedade. 
19/7 
Aula 05 
Contratos mercantis frente ao atual c—digo civil: 
aliena‹o fiduci‡ria em garantia, arrendamento 
mercantil (leasing), franquia (franchising-lei 
8.955/94), faturiza‹o (factoring), representa‹o 
comercial, concess‹o mercantil. 
2/8 
Aula 06 Falncia do empres‡rio e da sociedade empres‡ria. 
(Lei 11.101/2005) 
16/8 
Aula 07 Recupera‹o Judicial e Extrajudicial 6/9 
Aula 08 
T’tulos de crŽdito: conceito, natureza jur’dica e 
espŽcies - letra de c‰mbio, duplicata, cheque, 
warrant. 
20/9 
Aula 09 
Propriedade Industrial. Bens da propriedade 
industrial. A propriedade intelectual. 
Patentiabilidade. Registrabilidade. Explora‹o da 
propriedade industrial. 
4/10 
 
2 Ð Fundamentos do Direito Empresarial 
2.1. Origens do Direito Comercial 
O comŽrcio Ž muito mais antigo que o pr—prio Direito Comercial. A atividade 
mercantil surgiu na Antiguidade, e fez parte da realidade de inœmeras 
civiliza›es ao longo da Hist—ria da humanidade. Na Idade Antiga, porŽm, 
apesar de atŽ termos not’cia de normas esparsas aplic‡veis ˆ atividade, n‹o 
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DIREITO EMPRESARIAL Ð MAGISTRATURA DO TRABALHO 
Teoria e Quest›es 
Aula 00 Ð Prof. Paulo Guimar‹es 
 
podemos dizer que existia um Direito Comercial, ao menos n‹o no sentido de 
regime jur’dico sistematizado com regras e princ’pios pr—prios. 
Em Roma havia normas aplic‡veis ˆ mercancia, mas estas faziam parte do 
direito privado comum, ou seja, do direito civil. Por outro lado, durante a Idade 
MŽdia o comŽrcio atingiu um est‡gio mais avanado, e a’ podemos apontar a 
origem de um regime jur’dico pr—prio das rela›es mercantis, em especial a 
partir do ressurgimento das cidades (burgos) e do chamado Renascimento 
Mercantil. 
A realidade, porŽm, era bastantepeculiar, pois a Idade MŽdia, como voc j‡ 
deve saber, foi marcada pela descentraliza‹o pol’tica, e por isso n‹o era vi‡vel 
o surgimento de um regime jur’dico aplic‡vel em muitas localidades ao mesmo 
tempo, j‡ que cada local contava com seu pr—prio poder pol’tico. Tal fen™meno 
levou ao surgimento de regramentos derivados dos usos e costumes mercantis, 
preenchendo assim o v‡cuo normativo diante da efervescncia da atividade 
comercial. 
ƒ nesse per’odo inicial que surgem institutos pr—prios do Direito Comercial, 
como os t’tulos de crŽdito (letras de c‰mbio), as sociedades (comendas), os 
contratos mercantis (contratos de seguro) e os bancos. 
O Direito Comercial surgiu, portanto, com car‡ter marcadamente subjetivista. 
Era o Direito dos membros das corpora›es, sempre a servio do comerciante, 
ou, em outras palavras, como um arcabouo jur’dico que se aplicada aos 
mercadores filiados a determinada corpora‹o. Como voc pode perceber, era 
um direito feito pelos comerciantes para os comerciantes. 
Cada corpora‹o elegia seus c™nsules, respons‡veis pela aplica‹o do regime 
adotado. Ap—s o Renascimento Mercantil, o comŽrcio foi se intensificando e esse 
sistema de jurisdi‹o especial se difundiu das cidades italianas para toda a 
Europa, chegando ˆ Frana, Inglaterra, Espanha e Alemanha. Esse fen™meno 
levou tambŽm ˆ amplia‹o da competncia dos tribunais consulares, 
alcanando neg—cios realizados entre comerciantes matriculados e n‹o 
comerciantes, por exemplo. 
Na medida em que a Idade MŽdia ia chegando ao fim, foram surgindo os 
grandes Estados Nacionais mon‡rquicos, cada um sob o poder de um monarca 
absoluto, que centralizava em si toda a ordem jur’dica ˆ qual estavam 
submetidos seus sœditos, fossem eles comerciantes ou n‹o. 
As corpora›es de of’cio foram, pouco a pouco, perdendo o monop—lio da 
jurisdi‹o mercantil, que foi sendo reivindicada pelos Estados. Os tribunais de 
comŽrcio, portanto, passaram, ao longo do tempo, a ser atribui‹o do poder 
estatal. 
 
Em 1804 foi editado na Frana o C—digo Civil, e, logo em seguida, em 
1808, o C—digo Comercial. Podemos dizer que, a partir da’ o Direito 
Comercial passou a ser definitivamente considerado um sistema 
jur’dico estatal, substituindo o antigo Direito Comercial de car‡ter 
profissional e corporativista. 
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Teoria e Quest›es 
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2.2. Nomenclatura 
A atividade precursora do ramo do Direito que estamos estudando foi o 
comŽrcio, e por isso a nomenclatura Direito Comercial Ž consagrada e 
tradicionalmente aceita no meio acadmico e profissional. Hoje, porŽm, h‡ 
outras atividades negociais que v‹o alŽm do comŽrcio e que tambŽm devem ser 
disciplinadas, como a indœstria, os bancos, a presta‹o de servios, entre 
outras. 
O tradicional Direito Comercial, portanto, passou a n‹o se ocupar apenas do 
comŽrcio, mas de praticamente qualquer atividade econ™mica exercida com 
profissionalismo, intuito lucrativo e finalidade de produzir ou fazer circular bens 
ou servios. Por isso muitos sustentam que, diante dessa nova realidade, seria 
mais adequado utilizar a express‹o Direito Empresarial. 
Este caminho j‡ vem sendo h‡ alguns anos acolhido pela Doutrina, de forma 
que boa parte das obras hoje j‡ tratam do Direito Empresarial, assim como as 
faculdades de Direito, que, em muitos lugares, promoveram altera›es na 
nomenclatura de suas disciplinas. N‹o se pode dizer, porŽm, que a ado‹o da 
nova nomenclatura Ž un‰nime, tanto que autores importantes, a exemplo de 
F‡bio Ulhoa Coelho e Waldo Fazzio Junior, atŽ hoje atualizam seus manuais 
utilizando a nomenclatura Direito Comercial. 
No mundo dos concursos pœblicos a nomenclatura Direito Empresarial j‡ Ž 
adotada quase unanimemente. ƒ muito raro que apaream editais de concurso 
cobrando a disciplina chamando-a de Direito Comercial. 
 
2.3. Princ’pios do Direito Empresarial 
O Direito Empresarial nada mais Ž do que o ramo do Direito Privado que 
disciplina o exerc’cio de atividade econ™mica organizada. Como ramo aut™nomo 
do Direito, esta disciplina tambŽm conta com principiologia pr—pria, que 
estudaremos agora. 
Aten‹o, aqui, pois, como voc sabe, no mundo jur’dico h‡ uma not‡vel 
prolifera‹o de princ’pios, e por isso n‹o Ž poss’vel e nem desej‡vel que 
abarquemos absolutamente todos os princ’pios aplic‡veis ao Direito 
Empresarial. Nossa miss‹o Ž estudar os mais consagrados. 
 
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Teoria e Quest›es 
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A livre iniciativa Ž um dos valores b‡sicos do capitalismo e Ž considerada por 
muitos como o princ’pio fundamental do Direito Empresarial, j‡ que a atividade 
econ™mica organizada em geral surge da iniciativa de um particular. AlŽm 
disso, a pr—pria Constitui‹o Federal de 1988 elege a livre iniciativa como um 
dos fundamentos da ordem econ™mica brasileira. 
Segundo F‡bio Ulhoa Coelho, o princ’pio da livre iniciativa se desdobra em 
quatro condi›es fundamentais para o funcionamento eficiente do modo de 
produ‹o capitalista: 
a)! Imprescindibilidade da empresa privada para que a sociedade tenha 
acesso aos bens e servios de que necessita; 
b)!Busca do lucro como principal motiva‹o dos empres‡rios; 
c)! Necessidade jur’dica de prote‹o do investimento privado; e 
d)!Reconhecimento da empresa privada como polo gerador de empregos e 
de riquezas para a sociedade. 
A liberdade de concorrncia tambŽm Ž um princ’pio previsto na Constitui‹o 
Federal, em seu art. 170. 
 
Art. 170. A ordem econ™mica, fundada na valoriza‹o do trabalho humano e na livre 
iniciativa, tem por fim assegurar a todos existncia digna, conforme os ditames da justia 
social, observados os seguintes princ’pios: 
I - soberania nacional; 
II - propriedade privada; 
III - fun‹o social da propriedade; 
PRINCêPIOS DO DIREITO 
EMPRESARIAL
Liberdade de iniciativa
Liberdade de 
concorrncia
Garantia de defesa da 
propriedade privada
Preserva‹o da empresa
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Teoria e Quest›es 
Aula 00 Ð Prof. Paulo Guimar‹es 
 
IV - livre concorrncia; 
V - defesa do consumidor; 
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o 
impacto ambiental dos produtos e servios e de seus processos de elabora‹o e 
presta‹o; 
VII - redu‹o das desigualdades regionais e sociais; 
VIII - busca do pleno emprego; 
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constitu’das sob as leis 
brasileiras e que tenham sua sede e administra‹o no Pa’s. 
Par‡grafo œnico. ƒ assegurado a todos o livre exerc’cio de qualquer atividade 
econ™mica, independentemente de autoriza‹o de —rg‹os pœblicos, salvo nos casos 
previstos em lei. 
 
H‡ no Brasil uma sŽrie de —rg‹os pœblico que tm por objeto a defesa da 
concorrncia. Estamos falando principalmente do Conselho Administrativo de 
Defesa Econ™mica (CADE), que tem a miss‹o de assegurar a liberdade nos 
mercados, evitando que haja dom’nio excessivo por parte de um ou poucos 
players. Trabalho semelhante tambŽm Ž feito por algumas agncias 
reguladoras, que tambŽm se ocupam da prote‹o do consumidor e do mercado. 
A propriedade privada tambŽm est‡ elencada pelo art. 170 da Constitui‹o 
como um princ’pio da ordem econ™mica, e sua defesa Ž pressuposto do regime 
capitalista de livre mercado. 
O princ’pio da preserva‹o da empresa, por sua vez, Ž um dos mais 
alardeados pela doutrina especializada na atualidade. A difus‹o desse princ’pio 
levou a relevantes altera›es legislativas nos œltimos anos, como Ž o caso da 
Lei n. 11.101/2005, a famosa Lei de Falncia e Recupera‹ode Empresas. 
Basicamente tal princ’pio se fundamenta na fun‹o social da empresa, 
considerando que h‡ interesse social em sua preserva‹o. A circula‹o de bens 
e servios Ž interessante para a sociedade como um todo, pois movimenta a 
economia do pa’s, gerando emprego e renda e, por isso, mesmo diante de 
situa›es de crise, como a falncia, deve-se buscar ao m‡ximo preservar a 
empresa. ƒ por isso que a Lei n. 11.101/2005 d‡ preferncia, por exemplo, ˆ 
aliena‹o do estabelecimento empresarial por completo, de forma a possibilitar 
a continuidade do neg—cio sob nova administra‹o. 
 
2.4. Fontes do Direito Empresarial 
As fontes materiais do Direito Empresarial, ou seja, os fatores que 
influenciam e determinam a cria‹o de normas jur’dicas, s‹o notadamente os 
fatores econ™micos. Como ramo pr—prio da atividade organizada de circula‹o 
de bens e servios, nada mais natural do que imaginar que os fatores 
econ™micos devem, em muito, influenciar a cria‹o de normas de natureza 
empresarial. 
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DIREITO EMPRESARIAL Ð MAGISTRATURA DO TRABALHO 
Teoria e Quest›es 
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As fontes formais, que s‹o a forma pela qual as normas jur’dicas se 
manifestam, s‹o principalmente os dispositivos legais aplic‡veis ao Direito 
Empresarial. Tradicionalmente, as principais normas deste tipo est‹o previstas 
no C—digo Comercial, mas ap—s a edi‹o do C—digo Civil de 2002, o C—digo 
Comercial passou a conter apenas as normas que regulamentam o comŽrcio 
mar’timo. Hoje, portanto, as principais normas que regem a atividade 
empresarial est‹o no C—digo Civil, mais precisamente do art. 966 ao art. 1.195. 
AlŽm do C—digo Civil e do que sobrou do antigo C—digo Comercial, temos ainda 
algumas importantes leis que regulamentam aspectos fundamentais da matŽria 
empresarial, a exemplo da Lei n. 6.404/1976 (Lei das Sociedades por A›es), 
Lei n. 8.934/1996 (Lei do Registro de Empresa), Lei Complementar n. 123/2006 
(trata das microempresas e empresas de pequeno porte), Lei n. 11.101/2005 
(Lei de Falncias e Recupera‹o de Empresas). 
H‡ ainda um nœmero relevante de tratados internacionais que tratam de 
matŽria empresarial, como a Conven‹o da Uni‹o de Paris e os Acordos TRIPS, 
que orientam nossa Lei de Propriedade Industrial (Lei n. 9.279/1996), bem 
como a Lei Uniforme de Genebra, incorporada ao nosso ordenamento pelos 
Decretos n. 57.595/1966 e n. 57.663/1966. 
Como fontes formais subsidi‡rias podemos citar ainda os usos e costumes 
mercantis. Essas fontes tm especial import‰ncia em raz‹o da origem hist—rica 
do Direito Empresarial, e surgem quando s‹o preenchidos alguns requisitos 
b‡sicos. Normalmente se exige que a pr‡tica seja uniforme, constante, 
observada por certo per’odo de tempo, exercida de boa-fŽ e n‹o contr‡ria ˆ lei. 
Por fim, podemos dizer que as normas civis s‹o fontes subsidi‡rias do Direito 
Empresarial. O Direito Civil Ž o ramo residual por excelncia no Direito Privado, 
e por isso, na falta de norma especificamente aplic‡vel ˆ atividade empresarial, 
Ž natural que se tente encontrar solu‹o nas normas civis. Isso acontece 
notadamente nos campos das obriga›es e dos contratos. 
 
3 Ð Teoria da Empresa 
3.1. Teoria dos Atos de ComŽrcio e Teoria da Empresa 
A codifica‹o napole™nica dividiu claramente o Direito Civil do Direito Comercial, 
colocando de um lado os interesses da nobreza fundi‡ria, com foco na 
propriedade privada, e do outro os interesses da burguesia, valorizando a 
riqueza mobili‡ria. 
Como o Direito Comercial surgiu na condi‹o de ramo especializado do Direito 
Privado, podemos dizer que havia a necessidade de delimitar seu objeto, ao 
qual seria aplicado o regime jur’dico especial destinado a regulamentar as 
atividades mercantis. Para resolver esse problema os doutrinadores franceses 
criaram a chamada Teoria dos Atos de ComŽrcio. 
Basicamente a teoria buscava delimitar a atividade comercial com base numa 
lista de atos que seriam considerados de natureza comercial. Se as rela›es n‹o 
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Teoria e Quest›es 
Aula 00 Ð Prof. Paulo Guimar‹es 
 
envolvessem esses atos, seriam regidas pelo Direito Civil. Em alguns pa’ses 
esses atos foram descritos em suas caracter’sticas b‡sicas, e em outros foram 
exaustivamente tipificados, mas devemos identificar nessa mudana hist—rica 
uma evolu‹o importante: a atividade mercantil deixou de ser vinculada apenas 
a pessoas, passando a ganhar contornos f‡ticos pr—prios. 
 
Com a codifica‹o napole™nica e o desenvolvimento da Teoria 
dos Atos de ComŽrcio, o Direito Comercial deixou de ser 
ligado pessoalmente dos membros das corpora›es de of’cio, 
passando por um processo de objetiva‹o. 
 
Obviamente esse sistema enfrentou uma sŽrie de dificuldades ao longo do 
tempo, seja em raz‹o das atividades que foram surgindo sem enquadramento 
nos atos de comŽrcio, seja em raz‹o das defini›es legais que n‹o se 
amoldavam a uma realidade em constante mudana, como Ž o caso da 
atividade mercantil. 
Outro problema se relacionada aos atos unilateralmente comerciais, ou seja, os 
atos praticados entre duas partes, no qual apenas uma delas Ž comerciante, 
como a venda de produtos a consumidores, por exemplo. Nesses casos 
costumava-se dizer que deveriam ser aplicadas as regras do Direito Comercial, 
que gozava de vis atractiva. 
Mesmo diante dessas cr’ticas, a Teoria dos Atos de ComŽrcio foi adotada por 
quase todas as codifica›es ocidentais do SŽculo XIX, inclusive pelo C—digo 
Comercial brasileiro de 1850. O C—digo Comercial definiu comerciante como 
aquele que exercia a mercancia de forma habitual, como sua profiss‹o. 
Embora o pr—prio C—digo n‹o dissesse exatamente o que era considerado 
mercancia, isso foi feito pelo Regulamento n. 737, tambŽm de 1850, 
posteriormente seguido por outras normas ordin‡rias que contribu’ram para a 
cria‹o do confuso sistema brasileiro. 
Em 1942, com a aprova‹o de um novo C—digo Civil na It‡lia, surgiu a Teoria 
da Empresa. O referido C—digo promoveu a unifica‹o formal do Direito 
Privado, n‹o definindo, a priori, o que seria empresa. 
Para essa teoria, o Direito Comercial n‹o se limitaria apenas a regular as 
rela›es jur’dicas em que ocorra a pr‡tica de determinado ato definido em lei, 
mas sim uma forma espec’fica de exercer atividade econ™mica: a forma 
empresarial. Qualquer atividade, portanto, desde que exercida 
empresarialmente, estaria submetida aos regulamentos do Direito Empresarial. 
O C—digo Civil italiano de 1942 deriva dos escritos de Alberto Asquini, 
segundo o qual a empresa deveria ser encarada como um fen™meno econ™mico 
poliŽdrico, com quatro perfis distintos: 
a)!Perfil subjetivo. A empresa seria uma pessoa (f’sica ou jur’dica), ou 
seja, o pr—prio empres‡rio; 
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DIREITO EMPRESARIAL Ð MAGISTRATURA DO TRABALHO 
Teoria e Quest›es 
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b)!Perfil funcional. A empresa seria uma Òparticular fora em movimento 
que Ž a atividade empresarial dirigida a um determinada escopo 
produtivoÓ; 
c)! Perfil objetivo. A empresa seria um conjunto de bens afetados ao 
exerc’cio da atividade econ™mica desempenhada, ou seja, o 
estabelecimento empresarial; 
d)!Perfil corporativo. A empresa seria uma comunidade laboral, uma 
institui‹o que reœne o empres‡rio e seus auxiliares ou colaboradores, ou 
seja, um Ònœcleo social organizado em fun‹o de um fim econ™mico 
comumÓ. 
 
 
Essa œltima acep‹o s— fazia sentido no regime fascista em que vivia a It‡lia ˆ 
Žpoca de Asquini1, mas os trs perfis (subjetivo, funcional e objetivo) se 
referem, respectivamente, a trs realidades distintas, mas perfeitamente 
relacionadas: o empres‡rio, a atividade empresarial e oestabelecimento 
empresarial. 
Aqui vale ainda mencionar a Teoria do Feixe de Contratos, do autor brit‰nico 
Ronald Coase, segundo o qual a empresa se revelaria num verdadeiro feixe de 
contratos, por meio do qual o empres‡rio tem a segurana necess‡ria para 
organizar os fatores de produ‹o e buscar a redu‹o dos custos de transa‹o. 
 
1 Isso Ž o que diz o professor AndrŽ Luiz Santa Cruz Ramos, em sua obra Direito Empresarial 
Esquematizado (p. 11). 
Teoria da Empresa de 
Alberto Asquini
PERFIL	SUBJETIVO
A	empresa	é	o	empresário
PERFIL	FUNCIONAL
A	empresa	é	uma	atividade
PERFIL	OBJETIVO
A	empresa	é	um	conjunto	de	
bens
PERFIL	CORPORATIVO
A	empresa	é	uma	comunidade	
laboral
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O fato Ž que a defini‹o de empresa Ž tarefa complexa, atŽ hoje n‹o resolvida 
satisfatoriamente por nosso ordenamento. O pr—prio legislador por vezes faz 
confus›es, ora utilizando o termo ÒempresaÓ para referir-se ao pr—prio 
empres‡rio, ora para referir-se ˆ atividade por ele desempenhada e, em outros 
momentos, referindo-se ao estabelecimento empresarial. 
Fato Ž que o fen™meno empresarial Ž complexo, envolvendo a articula‹o dos 
fatores de produ‹o (natureza, trabalho, capital e tecnologia) para atendimento 
das necessidades do mercado (produ‹o e circula‹o de bens e servios). 
A partir da supera‹o da Teoria dos Atos de ComŽrcio e da ado‹o da Teoria da 
Empresa como critŽrio delimitador do ‰mbito de incidncia do regime jur’dico 
empresarial, o fen™meno empresa termina sendo absorvido com o sentido 
tŽcnico jur’dico de atividade econ™mica organizada. 
A partir da’ vai ficar mais f‡cil entender o que Ž o empres‡rio (aquele que 
exerce profissionalmente atividade econ™mica organizada) e o que Ž o 
estabelecimento empresarial (complexo de bens usado par ao exerc’cio de 
uma atividade econ™mica organizada). 
 
3.2. Empresa e Empres‡rio 
O C—digo Civil de 2002, a partir da ideia de unifica‹o do Direito Privado, 
adotou a moderna teoria da empresa, em substitui‹o ˆ antiga teoria dos atos 
de comŽrcio, e por isso em seus dispositivos percebemos claramente o uso das 
express›es empresa e empres‡rio, em vez de atos de comŽrcio e comerciante, 
como ocorria na legisla‹o anterior. 
Caso esse conteœdo ainda esteja meio ÒnebulosoÓ para voc, relembro que, 
segundo a teoria dos atos de comŽrcio, estariam submetidas ˆs regras do 
C—digo Comercial todos os que praticassem atividades que o ordenamento 
jur’dico classificasse como atos de comŽrcio. Em outras palavras, podemos 
dizer que o C—digo Comercial trazia uma lista de atividades que eram 
consideradas comŽrcio. 
A partir do novo C—digo Civil, porŽm, nosso ordenamento adotou a teoria da 
empresa, segundo a qual a empresa seria um fen™meno econ™mico poliŽdrico, 
correspondendo ˆ atividade econ™mica organizada para a produ‹o ou para a 
circula‹o de bens ou de servios. 
 
O C—digo Civil de 2002 adotou a teoria da empresa, e 
n‹o a teoria dos atos de comŽrcio. 
 
Quero ainda deixar claro que Ž muito comum que faamos uso da palavra 
ÒempresaÓ nos referindo ao estabelecimento empresarial, mas, apesar de a 
pr—pria legisla‹o nacional causar essa confus‹o em diversas ocasi›es, do ponto 
de vista tŽcnico este Ž um uso inadequado do termo. Na realidade, empresa Ž 
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atividade, e quem a exerce Ž empres‡rio, seja uma pessoa natural ou um 
conjunto de pessoas. 
O C—digo Civil n‹o define especificamente o que Ž empresa. Por outro lado, 
podemos definir o que Ž empresa a partir do conceito de empres‡rio, este sim 
presente no C—digo Civil de 2002. 
 
Art. 966. Considera-se empres‡rio quem exerce profissionalmente atividade econ™mica 
organizada para a produ‹o ou a circula‹o de bens ou de servios. 
 
Podemos dizer, portanto, que empres‡rio (pessoa) Ž aquele que exerce 
empresa (atividade). Decompondo o conceito do C—digo Civil, podemos 
identificar trs principais elementos. 
 
S— ser‡ empres‡rio aquele que exercer atividade econ™mica de forma 
profissional, fazendo dessa atividade sua profiss‹o habitual. Quem n‹o 
exerce atividade econ™mica de forma habitual, portanto, n‹o Ž alcanado pelo 
regime jur’dico empresarial. Alguns autores mencionam ainda a necessidade de 
essa atividade ser composta por uma sucess‹o cont’nua de a›es no sentido da 
realiza‹o do objeto, e n‹o por apenas um ou alguns atos. 
O fato de a atividade empresarial se constituir em atividade econ™mica revela 
sua natureza relacionada ˆ obten‹o de riquezas apropri‡veis. O intuito do 
empres‡rio Ž obter lucro. Caso contr‡rio, ele estar‡ exercendo atividade de 
outra natureza. Alguns autores chamam aten‹o ainda para o car‡ter oneroso 
da atividade empresarial: alŽm do intuito lucrativo, o empres‡rio tambŽm 
assume os riscos tŽcnicos e econ™micos da atividade. Segundo Requi‹o, 
EMPRESÁRIO
Produção	ou	
circulação	
de	bens	ou	
serviços
Profissio-
nalmente
Atividade 
econ™mica 
organizada
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caracteriza-se como o sujeito da atividade aquele que detŽm a iniciativa e o 
risco do seu exerc’cio2. 
Por fim, falamos na produ‹o ou circula‹o de bens e servios. Isso significa 
que o empres‡rio articula fatores de produ‹o (capital, m‹o de obra, 
insumos e tecnologia), organizando pessoas e meios para buscar os objetivos 
de seu empreendimento. Por outro lado, apesar de haver alguns autores que 
discordam, Ž importante deixar claro que tambŽm Ž poss’vel ser empres‡rio 
sozinho. No Brasil a figura do empres‡rio individual Ž inclusive legalmente 
protegida. 
F‡bio Ulhoa Coelho d‡ interpreta‹o mais espec’fica ˆ necessidade de 
organiza‹o dos fatores de produ‹o para o exerc’cio de atividade empresarial. 
Segundo o autor, o empres‡rio deve articular quatro diferentes fatores de 
produ‹o: capital, m‹o de obra, insumos e tecnologia. Se n‹o houver essa 
organiza‹o, n‹o poderemos falar no exerc’cio de atividade empresarial. 
 
3.3. Empres‡rio individual e sociedade empres‡ria 
J‡ aprendemos que empresa Ž a atividade econ™mica organizada, e essa 
atividade pode ser exercida tanto pela pessoa natural (tambŽm chamada de 
pessoa f’sica) quanto pela pessoa jur’dica. Nos dois casos estamos falando de 
empres‡rios: no caso da pessoa f’sica temos o empres‡rio individual, 
enquanto a pessoa jur’dica Ž chamada de sociedade empres‡ria. 
Na realidade a express‹o Òempres‡rio individualÓ Ž criticada pelos doutrinadores 
por ser redundante, mas para n—s ser‡ bastante œtil para ajudar a diferencia‹o 
dessas duas modalidades de empresa. 
Apenas para evitar confus‹o, quero deixar claro desde j‡ que os s—cios que 
comp›em a sociedade empres‡ria n‹o s‹o empres‡rios (ao menos n‹o no 
sentido tŽcnico). O empres‡rio, neste caso, Ž a pr—pria sociedade. A sociedade 
tem personalidade jur’dica e, diante do ordenamento jur’dico, Ž capaz de ser 
titular de direitos e obriga›es. Para concluir a quest‹o, podemos afirmar que 
empres‡rio Ž gnero, do qual s‹o espŽcies o empres‡rio individual e a 
sociedade empres‡ria. 
Apenas para reforar a ideia, trago julgado do Superior Tribunal de Justia que 
reconhece a condi‹o de n‹o empres‡rios aos s—cios de sociedade empres‡ria. 
 
RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. INSOLVæNCIA CIVIL. 
OFENSA AOS ARTS. 458, II, E 515, 1¼, DO CPC. ALEGA‚AO GENƒRICA. 
INCIDæNCIA DA SòMULA 284/STF. OMISSAO. NAO-OCORRæNCIA. 
MANIFESTA‚AO DIRETA DO TRIBUNAL ACERCADO PONTO PRETENSAMENTE 
OMISSO. JULGAMENTO DA CAUSA MADURA. APLICA‚AO EXTENSIVA DO ART. 
515, 3¼, DO CPC. PEDIDO DE INSOLVæNCIA CIVIL MANEJADO CONTRA SîCIO DE 
 
2 REQUIÌO, Rubens. Curso de direito comercial. 24. Ed. S‹o Paulo: Saraiva, 2000, v. 1, p. 75. 
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EMPRESA. POSSIBILIDADE. AUSæNCIA DA FIGURA DO COMERCIANTE. RECURSO 
ESPECIAL NAO CONHECIDO. 
1. A circunst‰ncia de as raz›es recursais n‹o declinarem com precis‹o em que consistiria 
a alegada ofensa ˆ legisla‹o federal atrai a incidncia da Sœmula n¼ 284/STF. 
2. De outra parte, n‹o h‡ no ac—rd‹o recorrido qualquer omiss‹o apta a ensejar a sua 
nulidade, porquanto o Tribunal a quo se manifestou expressamente acerca do ponto 
pretensamente omisso. 
3. N‹o obstante o art. 515, 3¼, do CPC, utilize a express‹o "exclusivamente de direito", na 
verdade n‹o excluiu a possibilidade de julgamento da causa quando n‹o houver 
necessidade de outras provas. O mencionado dispositivo deve ser interpretado em 
conjunto com o art. 330, o qual permite ao magistrado julgar antecipadamente a lide se 
esta versar unicamente sobre quest›es de direito ou, "sendo de direito e de fato, n‹o 
houver necessidade de produzir prova em audincia". Assim, firmada a conclus‹o adotada 
pelo Tribunal a quo na suficincia de elementos para julgar o mŽrito da causa, n‹o pode 
esta Corte rev-la sem incursionar nas provas dos autos, o que Ž vedado pela Sœmula 
07/STJ. 
5. A pessoa f’sica, por meio de quem o ente jur’dico pratica a mercancia, por —bvio, n‹o 
adquire a personalidade desta. Nesse caso, comerciante Ž somente a pessoa jur’dica, mas 
n‹o o civil, s—cio ou preposto, que a representa em suas rela›es comerciais. Em suma, 
n‹o se h‡ confundir a pessoa, f’sica ou jur’dica, que pratica objetiva e habitualmente atos 
de comŽrcio, com aquela em nome da qual estes s‹o praticados. O s—cio de sociedade 
empresarial n‹o Ž comerciante, uma vez que a pr‡tica de atos nessa qualidade 
s‹o imputados ˆ pessoa jur’dica ˆ qual est‡ vinculada, esta sim, detentora de 
personalidade jur’dica pr—pria. Com efeito, dever‡ aquele sujeitar-se ao Direito Civil 
comum e n‹o ao Direito Comercial, sendo poss’vel, portanto, a decreta‹o de sua 
insolvncia civil. 
6. Recurso especial n‹o conhecido. 
 
Como a sociedade empres‡ria conta com personalidade jur’dica, tambŽm goza 
de patrim™nio pr—prios, distinto do patrim™nio dos s—cios que a integram. O 
empres‡rio individual, por sua vez, n‹o goza dessa separa‹o patrimonial, pois 
exerce a atividade empresarial diretamente. 
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Aqui vale mencionar tambŽm a Lei n. 12.441/2011, por meio da qual foi criada 
no Brasil a figura da Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI). 
Essa modalidade empresarial veio atender a uma demanda hist—rica pela 
possibilidade de limita‹o patrimonial da entidade empres‡ria que conte com 
apenas uma pessoa em seu quadro constitutivo. 
AtŽ ent‹o havia previs‹o legal apenas do exerc’cio de empresa individual, em 
que o patrim™nio pessoal do empres‡rio se confundia com aquele destinado ao 
desempenho da atividade econ™mica. Com o advento da EIRELI, Ž poss’vel a 
cria‹o de entidade com patrim™nio pr—prio, por meio do qual se desenvolve a 
atividade empresarial, independente do patrim™nio pessoal do titular da 
empresa. 
 
3.4. Capacidade 
 
Art. 972. Podem exercer a atividade de empres‡rio os que estiverem em pleno gozo da 
capacidade civil e n‹o forem legalmente impedidos. 
 
EMPRESçRIO 
INDIVIDUAL
Pessoa f’sica
N‹o h‡ separa‹o entre o 
patrim™nio da pessoa e o da 
empresa
A pessoa f’sica responde 
pessoalmente pelos direitos 
e obriga›es
SOCIEDADE 
EMPRESçRIA
Pessoa jur’dica diferente 
das pessoas dos s—cios
A sociedade conta com 
patrim™nio pr—prio, 
diferente do dos s—cios
A pessoa jur’dica responde 
pelos direitos e obriga›es. 
A responsabilidade dos 
s—cios depende da 
modalidade de sociedade
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Em regra, a atividade empresarial pode ser exercida pessoalmente por quem 
for civilmente capaz. A capacidade civil, como normalmente considerada, est‡ 
relacionada ˆ capacidade de exercer pessoalmente os direitos e deveres da 
ordem jur’dica. Aquele que Ž civilmente capaz pode praticar atos sem 
assistncia, como abrir uma conta num banco, contratar um servio, adquirir 
bens, etc. 
Os absoluta e relativamente incapazes podem praticar atos por meio da 
representa‹o ou da assistncia. O exerc’cio da atividade empresarial, porŽm, 
pressup›e a plena capacidade do empres‡rio. Por outro lado, o pr—prio C—digo 
Civil prev a hip—tese de emancipa‹o do menor pœbere (maior de 16 e menor 
de 18 anos) que possuir estabelecimento comercial, desde que este lhe fornea 
economia pr—pria, entendida como o conjunto de recursos resultantes dos 
esforos pr—prios ou das iniciativas tidas por uma pessoa sem a participa‹o de 
outros. Este, apesar de menor de idade, ser‡ considerado plenamente capaz 
perante a lei. 
 
Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada ˆ 
pr‡tica de todos os atos da vida civil. 
Par‡grafo œnico. Cessar‡, para os menores, a incapacidade: 
I - pela concess‹o dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento 
pœblico, independentemente de homologa‹o judicial, ou por sentena do juiz, ouvido o 
tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; 
II - pelo casamento; 
III - pelo exerc’cio de emprego pœblico efetivo; 
IV - pela cola‹o de grau em curso de ensino superior; 
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existncia de rela‹o de 
emprego, desde que, em fun‹o deles, o menor com dezesseis anos completos 
tenha economia pr—pria. 
 
H‡ ainda a previs‹o legal de continuidade da atividade empresarial previamente 
existe pelo relativa ou absolutamente incapaz. Veja bem, o C—digo Civil n‹o 
autoriza que o menor de idade d in’cio ˆ atividade empresarial, mas apenas 
que, sob certas circunst‰ncias, desenvolva uma empresa anteriormente 
existente. 
 
Art. 974. Poder‡ o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, 
continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor 
de herana. 
 
O incapaz, portanto, pode continuar empresa exercida por ele pr—prio quando 
era capaz (nos casos em que a incapacidade Ž resultante de doena ou 
senilidade, por exemplo), por seus pais ou pelo autor de herana. Em qualquer 
desses casos, porŽm, a continuidade da empresa depende de autoriza‹o 
judicial, e o incapaz dever‡ ser representado ou assistido. 
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Em raz‹o dos riscos envolvidos, os bens do incapaz que j‡ existam antes que 
ele assuma a continuidade da empresa ficam protegidos em rela‹o aos seus 
resultados. 
Perceba que tanto os casos de impedimento quanto a incapacidade civil n‹o 
impedem que essas pessoas figurem como s—cios em sociedades empres‡rias. 
O racioc’nio aqui Ž muito simples: a sociedade Ž empres‡ria, e n‹o o s—cio. ƒ 
necess‡rio, porŽm, assegurar-se de que o incapaz n‹o tenha poderes de 
administra‹o, e que o capital esteja completamente integralizado. 
 
3.5. Impedimentos 
Embora sejam plenamente capazes, algumas pessoas n‹o podem exercer 
atividade empresarial em raz‹o deoutras circunst‰ncias. ƒ o caso do falido, 
que n‹o pode exercer empresa desde a falncia atŽ a sentena que extingue 
suas obriga›es. Caso seja condenado por crime falimentar, o falido fica 
impedido atŽ 5 anos ap—s a extin‹o da punibilidade ou reabilita‹o penal. 
Vejamos o que dizem os dispositivos da Lei n. 11.101/2005, conhecida como 
Lei de Falncias. 
 
Art. 102. O falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade empresarial a 
partir da decreta‹o da falncia e atŽ a sentena que extingue suas obriga›es, respeitado 
o disposto no ¤ 1o do art. 181 desta Lei. 
Par‡grafo œnico. Findo o per’odo de inabilita‹o, o falido poder‡ requerer ao juiz da 
falncia que proceda ˆ respectiva anota‹o em seu registro. 
[...] 
Art. 181. S‹o efeitos da condena‹o por crime previsto nesta Lei: 
I Ð a inabilita‹o para o exerc’cio de atividade empresarial; 
II Ð o impedimento para o exerc’cio de cargo ou fun‹o em conselho de administra‹o, 
diretoria ou gerncia das sociedades sujeitas a esta Lei; 
III Ð a impossibilidade de gerir empresa por mandato ou por gest‹o de neg—cio. 
 
Os magistrados e membros do MinistŽrio Pœblico tambŽm s‹o impedidos de 
exercer atividade empresarial, nos termos da Constitui‹o Federal. 
 
Art. 95, par‡grafo œnico. Aos ju’zes Ž vedado: 
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou fun‹o, salvo uma de 
magistŽrio; 
II - receber, a qualquer t’tulo ou pretexto, custas ou participa‹o em processo; 
III - dedicar-se ˆ atividade pol’tico-partid‡ria. 
IV receber, a qualquer t’tulo ou pretexto, aux’lios ou contribui›es de pessoas f’sicas, 
entidades pœblicas ou privadas, ressalvadas as exce›es previstas em lei; (Inclu’do pela 
Emenda Constitucional n¼ 45, de 2004) 
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V exercer a advocacia no ju’zo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos trs 
anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exonera‹o. 
[...] 
Art. 128, ¤ 5¼ Leis complementares da Uni‹o e dos Estados, cuja iniciativa Ž facultada 
aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecer‹o a organiza‹o, as atribui›es e o 
estatuto de cada MinistŽrio Pœblico, observadas, relativamente a seus membros: 
I - as seguintes garantias: 
a) vitaliciedade, ap—s dois anos de exerc’cio, n‹o podendo perder o cargo sen‹o por 
sentena judicial transitada em julgado; 
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse pœblico, mediante decis‹o do —rg‹o 
colegiado competente do MinistŽrio Pœblico, pelo voto da maioria absoluta de seus 
membros, assegurada ampla defesa; 
c) irredutibilidade de subs’dio, fixado na forma do art. 39, ¤ 4¼, e ressalvado o disposto 
nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, ¤ 2¼, I; 
II - as seguintes veda›es: 
a) receber, a qualquer t’tulo e sob qualquer pretexto, honor‡rios, percentagens ou custas 
processuais; 
b) exercer a advocacia; 
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei; 
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra fun‹o pœblica, salvo uma de 
magistŽrio; 
e) exercer atividade pol’tico-partid‡ria; 
f) receber, a qualquer t’tulo ou pretexto, aux’lios ou contribui›es de pessoas f’sicas, 
entidades pœblicas ou privadas, ressalvadas as exce›es previstas em lei. 
 
Os deputados e senadores n‹o podem ser propriet‡rios, controladores ou 
diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa 
jur’dica de direito pœblico, ou nela exercer fun‹o remunerada, conforme 
Constitui‹o Federal. 
 
Art. 54. Os Deputados e Senadores n‹o poder‹o: 
I - desde a expedi‹o do diploma: 
a) firmar ou manter contrato com pessoa jur’dica de direito pœblico, autarquia, empresa 
pœblica, sociedade de economia mista ou empresa concession‡ria de servio pœblico, salvo 
quando o contrato obedecer a cl‡usulas uniformes; 
b) aceitar ou exercer cargo, fun‹o ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam 
demiss’veis "ad nutum", nas entidades constantes da al’nea anterior; 
II - desde a posse: 
a) ser propriet‡rios, controladores ou diretores de empresa que goze de favor 
decorrente de contrato com pessoa jur’dica de direito pœblico, ou nela exercer 
fun‹o remunerada; 
b) ocupar cargo ou fun‹o de que sejam demiss’veis "ad nutum", nas entidades referidas 
no inciso I, "a"; 
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c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o 
inciso I, "a"; 
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato pœblico eletivo. 
 
AlŽm disso, os servidores pœblicos da Uni‹o s‹o proibidos de exercer o 
comŽrcio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comandit‡rio. Essas trs 
condi›es s‹o justamente as dos componentes de sociedades empres‡rias que 
n‹o se envolvem diretamente em seus neg—cios. Esta proibi‹o se encontra na 
Lei n. 8.112/1990, conhecida como Estatuto dos Servidores Pœblicos Civis da 
Uni‹o. 
 
Art. 117. Ao servidor Ž proibido: 
[...] 
X - participar de gerncia ou administra‹o de sociedade privada, personificada 
ou n‹o personificada, exercer o comŽrcio, exceto na qualidade de acionista, 
cotista ou comandit‡rio; 
 
Para encerrarmos este tema, Ž importante ainda que voc tenha em mente que 
o fato de alguŽm ter exercido atividade empresarial irregularmente n‹o a isenta 
das obriga›es contra’das, alŽm de eventuais san›es administrativas cab’veis. 
N‹o h‡ proibi‹o no ordenamento ao exerc’cio de atividade empresarial por 
parte do analfabeto, mas obviamente ele precisar‡ de procurador alfabetizado, 
que deve ter poderes constitu’dos por instrumento pœblico. 
 
E se o impedido, ainda assim, exercer a atividade empresarial? 
Obviamente ele estar‡ sujeito a san›es de natureza disciplinar e judicial, mas, 
nos termos do art. 973 do C—digo Civil, dever‡ responder pelas obriga›es 
contra’das. 
 
Art. 973. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade pr—pria de empres‡rio, se a 
exercer, responder‡ pelas obriga›es contra’das. 
 
Aquele que, mesmo impedido, exerce atividade 
empresarial, responder‡ pelas obriga›es contra’das. 
 
 
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3.6. Exclu’dos do conceito 
 
3.6.1. Profissionais Liberais e Artistas 
O critŽrio material previsto pelo art. 966 do C—digo Civil de 2002 n‹o se aplica a 
um conjunto de agentes econ™micos, por fora do pr—prio dispositivo, que os 
exclui expressamente da atividade empresarial. Vamos relembrar!? 
 
Art. 966. Considera-se empres‡rio quem exerce profissionalmente atividade econ™mica 
organizada para a produ‹o ou a circula‹o de bens ou de servios. 
Par‡grafo œnico. N‹o se considera empres‡rio quem exerce profiss‹o intelectual, de 
natureza cient’fica, liter‡ria ou art’stica, ainda com o concurso de auxiliares ou 
colaboradores, salvo se o exerc’cio da profiss‹o constituir elemento de empresa. 
 
Alguns dos agentes mencionados pelo par‡grafo œnico exercem, na pr‡tica, 
atividade econ™mica, mas mesmo assim n‹o s‹o considerados empres‡rios pelo 
legislador. Basicamente estamos falando do profissional liberal (profissional 
intelectual), da sociedade simples, de quem exerce atividade rural e da 
sociedade cooperativa3. 
 
N‹o se considera empres‡rio quem exerce profiss‹o 
intelectual, de natureza cient’fica, liter‡ria ou 
art’stica, ainda com a ajuda de auxiliares ou 
colaboradores, salvo se o exerc’cio da profiss‹o 
constituir elemento de empresa. 
 
Apesar de produzirem produtos e servios, os profissionais liberais e artistasterminaram sendo exclu’dos do conceito de empres‡rio porque suas atividades, 
ao menos em regra, n‹o envolvem a organiza‹o dos diversos fatores de 
produ‹o. Em outras palavras, a atividade Ž desenvolvida pelo pr—prio agente, 
que individualmente realiza todo o processo criativo. 
Por outro lado, o profissional liberal ou artista ser‡ considerado empres‡rio se o 
exerc’cio da profiss‹o constituir elemento de empresa. Estamos diante de um 
posicionamento doutrin‡rio bastante controverso, mas se o profissional, mesmo 
exercendo atividade intelectual, organizar os meios de produ‹o, como capital, 
equipamentos e a presta‹o de terceiros, sua atividade perder‡ o car‡ter 
puramente pessoal. 
Sylvio Marcondes4 nos traz como exemplo um mŽdico que, ao realizar um 
diagn—stico ou uma cirurgia, desenvolve atividade intelectual e, portanto, n‹o 
 
3 RAMOS, AndrŽ Luiz Santa Cruz. Direito empresarial esquematizado. 6. Ed. Rio de Janeiro: 
Forense, 2016, p. 57. 
4 MARCONDES, Sylvio. Quest›es de direito mercantil. S‹o Paulo: Saraiva, 1977, p. 11. 
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deveria ser considerado empres‡rio. Por outro lado, se este mesmo mŽdico 
incorpora ˆ sua presta‹o a organiza‹o dos fatores de produ‹o, como capital, 
trabalho e equipamentos num hospital, sua presta‹o perde o car‡ter de 
pessoalidade, a ponto de o hospital ou a pessoa f’sica que o organiza ser 
considerada como empres‡ria. 
As sociedades simples, tambŽm chamadas de sociedades uniprofissionais, s‹o 
aquelas constitu’das por profissionais intelectuais cujo objeto Ž justamente a 
explora‹o de suas profiss›es. ƒ o caso de uma sociedade de mŽdicos para 
presta‹o de servios mŽdicos, ou de uma sociedade de arquitetos para prestar 
servios de arquitetura. ƒ por essa unidade de prop—sito que elas s‹o chamadas 
uniprofissionais, e n‹o porque sejam constitu’das por apenas uma pessoa, ok!? 
Muito cuidado aqui! 
No C—digo Civil anterior essas eram chamadas de sociedades civis, justamente 
para diferencia-las das sociedades comerciais, mas o C—digo Civil de 2002 as 
chama de sociedades simples. Vejamos como o C—digo Civil as define em seu 
art. 982. 
 
Art. 982. Salvo as exce›es expressas, considera-se empres‡ria a sociedade que tem por 
objeto o exerc’cio de atividade pr—pria de empres‡rio sujeito a registro (art. 967); e, 
simples, as demais. 
Par‡grafo œnico. Independentemente de seu objeto, considera-se empres‡ria a 
sociedade por a›es; e, simples, a cooperativa. 
 
O que define uma sociedade como simples ou empres‡ria, portanto, Ž o seu 
objeto social, que nada mais Ž do que o conjunto das atividades ˆs quais a 
sociedade se dedica. Essa regra, porŽm, tem duas exce›es, que s‹o 
justamente a sociedade por a›es (que Ž sempre empres‡ria) e a cooperativa 
(que Ž sempre sociedade simples). 
 
3.6.2. Peculiaridades das Sociedades de Advogados 
Importante tambŽm ressaltar que os advogados, ainda que organizem os 
fatores de produ‹o para o desempenho de sua atividade, n‹o exercem 
empresa, por fora do art. 5o do C—digo de ƒtica Profissional da Ordem dos 
Advogados do Brasil. 
 
Art. 5¼ O exerc’cio da advocacia Ž incompat’vel com qualquer procedimento de 
mercantiliza‹o. 
 
A constitui‹o de sociedade de advogados, que Ž sempre uma sociedade 
simples, obedece a normas espec’ficas, com o arquivamento dos seus atos 
constitutivos na Ordem dos Advogados do Brasil, conforme previs‹o espec’fica 
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da Lei n. 8.906/1994 (Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do 
Brasil). 
 
Art. 15. Os advogados podem reunir-se em sociedade simples de presta‹o de 
servios de advocaciaou constituir sociedade unipessoal de advocacia, na forma 
disciplinada nesta Lei e no regulamento geral. 
¤ 1o A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia adquirem 
personalidade jur’dica com o registro aprovado dos seus atos constitutivos no Conselho 
Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede. 
¤ 2o Aplica-se ˆ sociedade de advogados e ˆ sociedade unipessoal de advocacia o C—digo 
de ƒtica e Disciplina, no que couber. 
¤ 3¼ As procura›es devem ser outorgadas individualmente aos advogados e indicar a 
sociedade de que faam parte. 
¤ 4o Nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de advogados, constituir 
mais de uma sociedade unipessoal de advocacia, ou integrar, simultaneamente, uma 
sociedade de advogados e uma sociedade unipessoal de advocacia, com sede ou filial na 
mesma ‡rea territorial do respectivo Conselho Seccional. 
¤ 5o O ato de constitui‹o de filial deve ser averbado no registro da sociedade e 
arquivado no Conselho Seccional onde se instalar, ficando os s—cios, inclusive o titular da 
sociedade unipessoal de advocacia, obrigados ˆ inscri‹o suplementar. 
¤ 6¼ Os advogados s—cios de uma mesma sociedade profissional n‹o podem representar 
em ju’zo clientes de interesses opostos. 
¤ 7o A sociedade unipessoal de advocacia pode resultar da concentra‹o por um 
advogado das quotas de uma sociedade de advogados, independentemente das raz›es 
que motivaram tal concentra‹o. 
 
A partir da Lei n. 13.247/2016 tambŽm Ž poss’vel a cria‹o de sociedade 
unipessoal de advocacia. ƒ um instituto que obedece ˆ mesma l—gica b‡sica da 
EIRELI, mas obviamente sem o elemento empresarial, contando com apenas 
um titular para o exerc’cio da atividade. Esse instituto veio possibilitar que o 
advogado que atua sozinho tambŽm possa usufruir dos benef’cios do regime 
Simples Nacional, regulamentado pela Lei Complementar n. 123/2006. AtŽ 
ent‹o apenas as sociedades de advogados poderiam ser enquadradas no 
Simples, o que deixava muitos advogados de fora simplesmente porque 
preferiam atuar sozinhos. 
Mais uma vez chamo sua aten‹o para as peculiaridades das sociedades 
simples de advogados, objeto dos arts. 15 a 17 da Lei n. 8.906/1994. 
 
Art. 15. Os advogados podem reunir-se em sociedade simples de presta‹o de 
servios de advocaciaou constituir sociedade unipessoal de advocacia, na forma 
disciplinada nesta Lei e no regulamento geral. 
¤ 1o A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia adquirem 
personalidade jur’dica com o registro aprovado dos seus atos constitutivos no Conselho 
Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede. 
¤ 2o Aplica-se ˆ sociedade de advogados e ˆ sociedade unipessoal de advocacia o C—digo 
de ƒtica e Disciplina, no que couber. 
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¤ 3¼ As procura›es devem ser outorgadas individualmente aos advogados e indicar a 
sociedade de que faam parte. 
¤ 4o Nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de advogados, constituir 
mais de uma sociedade unipessoal de advocacia, ou integrar, simultaneamente, uma 
sociedade de advogados e uma sociedade unipessoal de advocacia, com sede ou filial na 
mesma ‡rea territorial do respectivo Conselho Seccional. 
¤ 5o O ato de constitui‹o de filial deve ser averbado no registro da sociedade e 
arquivado no Conselho Seccional onde se instalar, ficando os s—cios, inclusive o titular da 
sociedade unipessoal de advocacia, obrigados ˆ inscri‹o suplementar. 
¤ 6¼ Os advogados s—cios de uma mesma sociedade profissional n‹o podem representar 
em ju’zo clientes de interesses opostos. 
¤ 7o A sociedade unipessoal de advocacia pode resultar da concentra‹o por um 
advogado das quotas de uma sociedade de advogados, independentemente das raz›es 
que motivaram talconcentra‹o. 
Art. 16. N‹o s‹o admitidas a registro nem podem funcionar todas as espŽcies de 
sociedades de advogados que apresentem forma ou caracter’sticas de sociedade 
empres‡ria, que adotem denomina‹o de fantasia, que realizem atividades estranhas ˆ 
advocacia, que incluam como s—cio ou titular de sociedade unipessoal de advocacia pessoa 
n‹o inscrita como advogado ou totalmente proibida de advogar. 
¤ 1¼ A raz‹o social deve ter, obrigatoriamente, o nome de, pelo menos, um advogado 
respons‡vel pela sociedade, podendo permanecer o de s—cio falecido, desde que prevista 
tal possibilidade no ato constitutivo. 
¤ 2¼ O licenciamento do s—cio para exercer atividade incompat’vel com a advocacia em 
car‡ter tempor‡rio deve ser averbado no registro da sociedade, n‹o alterando sua 
constitui‹o. 
¤ 3¼ ƒ proibido o registro, nos cart—rios de registro civil de pessoas jur’dicas e nas juntas 
comerciais, de sociedade que inclua, entre outras finalidades, a atividade de advocacia. 
¤ 4o A denomina‹o da sociedade unipessoal de advocacia deve ser obrigatoriamente 
formada pelo nome do seu titular, completo ou parcial, com a express‹o ÔSociedade 
Individual de AdvocaciaÕ. 
Art. 17. AlŽm da sociedade, o s—cio e o titular da sociedade individual de advocacia 
respondem subsidi‡ria e ilimitadamente pelos danos causados aos clientes por a‹o ou 
omiss‹o no exerc’cio da advocacia, sem preju’zo da responsabilidade disciplinar em que 
possam incorrer. 
 
Em primeiro lugar voc deve lembrar que as sociedades de advogados devem 
ter seus atos constitutivos registrados no Conselho Seccional da OAB de onde 
tiver sede a sociedade. AlŽm disso, a sociedade n‹o pode exercer a advocacia 
por conta pr—pria, devendo a procura‹o ser outorgada a advogado espec’fico, 
mencionando a sociedade da qual ele faz parte. 
Um mesmo advogado n‹o pode compor mais de uma sociedade de advogados. 
Em outras palavras, um mesmo advogado s— pode fazer parte de uma 
sociedade ou titularizar ou sociedade unipessoal. N‹o Ž poss’vel estar em mais 
de uma sociedade ou fazer parte de uma sociedade e titularizar uma sociedade 
unipessoal ao mesmo tempo. Essas veda›es, porŽm, est‹o restritas ˆ sede ou 
filial que se encontre na ‡rea territorial do mesmo Conselho Seccional da OAB. 
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Por fim, temos as regras do art. 16, segundo o qual n‹o pode haver registro de 
sociedades de advogados que apresentem formas ou caracter’sticas de 
sociedades empres‡rias, que adotem denomina‹o de fantasia (denomina‹o 
social ou nome de fantasia), que realizem atividades estranhas ˆ advocacia ou 
que icluam como s—cio ou titular pessoa n‹o inscrita como advogado ou 
proibida de exercer a advocacia. 
O nome utilizado pela sociedade unipessoal de advocacia Ž necessariamente o 
nome do titular, completo ou parcial, seguido da express‹o ÒSociedade 
Individual de AdvocaciaÓ. 
 
3.6.3. Atividade Rural 
O C—digo Civil tambŽm exclui do conceito de empres‡rio os produtores rurais 
n‹o registros no Registro Pœblico de Empresas Mercantis. O legislador, atento ˆ 
diversidade terrotorial do pa’s, que comporta desde o produtor rural organizado 
em economia familiar e cuja atividade n‹o possui qualquer organiza‹o, atŽ o 
SOCIEDADES DE 
ADVOGADOS
Regulamentada pela Lei n. 8.906/1994 (Estatuto 
da Advocacia e da OAB) 
Sempre sociedade simples, e por isso n‹o podem 
ter forma ou caracter’sticas de empresa
N‹o podem ter denomina‹o de fantasia
N‹o podem realizar atividades estranhas ˆ 
advocacia
Atos constitutivos registrados junto ao Conselho 
Seccional da OAB
Procura›es devem ser outorgadas 
individualmente aos advogados, mencionando a 
sociedade
O advogado n‹o pode integrar mais de uma 
sociedade (unipessoal ou n‹o) na ‡rea do mesmo 
Conselho Seccional
Os s—cios de uma mesma sociedade profissional 
n‹o podem representar clientes de interesses 
opostos
Denomina‹o da sociedade unipessoal = nome do 
titular (completo ou parcial) + ÔSociedade 
Individual de AdvocaciaÕ.
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grande produtor rur’cola, cuja produ‹o Ž desempenhada por diversos 
empregados, facultou ao ruralista optar pelo tratamento empres‡rio. 
 
Art. 971. O empres‡rio, cuja atividade rural constitua sua principal profiss‹o, pode, 
observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus par‡grafos, requerer 
inscri‹o no Registro Pœblico de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, 
depois de inscrito, ficar‡ equiparado, para todos os efeitos, ao empres‡rio sujeito a 
registro. 
 
3.6.4. Cooperativas 
Como voc j‡ sabe, a cooperativa nunca ser‡ considerada empres‡ria, 
independentemente de seu objeto. Isso ocorre basicamente porque a 
cooperativa n‹o tem o intuito lucrativo, sendo constitu’da para prestar servios 
aos associados, nos termos do art. 4o da Lei n. 5.764/1971. 
A atividade econ™mica desenvolvida pela cooperativa, portanto, visa ao proveito 
comum dos cooperados. Se houver lucro, este ser‡ dividido entre todos os 
cooperados. 
 
O produtor rural pode submeter-se ao regime jur’dico 
empresarial, registrando-se no Registro Pœblico de 
Empresas Mercantis, mas a cooperativa nunca ser‡ 
considerada empres‡ria, seja qual for seu objeto. 
 
4 Ð Obriga›es do Empres‡rio 
4.1. Registro de Empresa 
A primeira e elementar obriga‹o imposta pela lei ao empres‡rio (seja 
empres‡rio individual ou sociedade empres‡ria) Ž a inscri‹o no Registro 
Mercantil. Esse registro Ž regulado pelos arts. 967 e 970 do C—digo Civil. 
 
Art. 967. ƒ obrigat—ria a inscri‹o do empres‡rio no Registro Pœblico de Empresas 
Mercantis da respectiva sede, antes do in’cio de sua atividade. 
 
A finalidade do registro Ž dar garantia, publicidade, autenticidade, segurana e 
efic‡cia aos atos jur’dicos das empresas, cadastrando aquelas que estejam em 
funcionamento no pa’s, nacionais e estrangeiras, e mantendo as informa›es 
pertinentes. 
O registro Ž uma obriga‹o legal imposta, como regra, a todos os empres‡rios, 
mas tome cuidado, pois essa regra conta com exce›es, das quais trataremos 
mais adiante. AlŽm dos empres‡rios, s‹o tambŽm obrigados se registrarem 
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nas Juntas Comerciais os chamados agentes auxiliares do comŽrcio, 
profissionais diretamente ligadas ao meio empresarial, a exemplo dos leiloeiros, 
tradutores pœblicos, administradores de armazŽns gerais e respons‡veis por 
armazŽns portu‡rios (normalmente conhecidos como trapicheiros). 
Perceba que a obriga‹o deve ser cumprida antes do in’cio da atividade 
empresarial, apesar de no Brasil ser comum que o empres‡rio comece a 
negociar e somente depois busque ÒformalizarÓ seu neg—cio. Pois bem, devemos 
ainda salientar que, embora o registro seja uma formalidade legal obrigat—ria e 
necess‡ria, n‹o se trata de requisito para caracteriza‹o da atividade 
empresarial. 
 
O empres‡rio Ž obrigado a inscrever-se no Registro 
Pœblico de Empresas Mercantis, mas a falta da 
inscri‹o n‹o lhe retira a condi‹o de empres‡rio e sua 
submiss‹o ao regime jur’dico empresarial. 
 
O empres‡rio irregular continua sendo empres‡rio, mas perde uma sŽrie de 
privilŽgios decorrentes do regime jur’dico empresarial, como a possibilidade de 
requerer a falncia de outro empres‡rio ou de beneficiar-se da recupera‹o de 
empresas. 
A sociedade empresarial n‹o registrada ser‡ considerada como sociedade em 
comum, e os s—cios responder‹o solid‡ria e ilimitadamentepelas obriga›es da 
sociedade. 
H‡ uma Junta Comercial em cada Estado e no Distrito Federal. Estes —rg‹os s‹o 
tecnicamente subordinados ao antigo Departamento Nacional de Registro do 
ComŽrcio (DNRC), hoje chamado de Departamento de Registro Empresarial e 
Integra‹o (DREI), mas fazem parte da Administra‹o Pœblica estadual, com 
exce‹o da Junta Comercial do Distrito Federal, que Ž tŽcnica e administrativa 
subordinada ao DREI. Os detalhes acerca da composi‹o das Juntas Comerciais 
e dos procedimentos de registro constam na Lei n. 8.934/1994. 
Ainda quanto ˆ obriga‹o de inscrever-se, o C—digo Civil a considera apenas 
uma faculdade para aquele cuja principal profiss‹o Ž a atividade rural. Este 
pode requerer inscri‹o no Registro Pœblico de Empresas Mercantis da 
respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficar‡ equiparado ao 
empres‡rio sujeito a registro. 
 
Art. 968. A inscri‹o do empres‡rio far-se-‡ mediante requerimento que contenha: 
I - o seu nome, nacionalidade, domic’lio, estado civil e, se casado, o regime de bens; 
II - a firma, com a respectiva assinatura aut—grafa que poder‡ ser substitu’da pela 
assinatura autenticada com certifica‹o digital ou meio equivalente que comprove a sua 
autenticidade, ressalvado o disposto no inciso I do ¤ 1o do art. 4o da Lei Complementar no 
123, de 14 de dezembro de 2006; 
III - o capital; 
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IV - o objeto e a sede da empresa. 
 
Para fazer a inscri‹o no Registro Pœblico de Empresas Mercantis o empres‡rio 
individual precisa preencher os requisitos do art. 968. No caso da sociedade 
empres‡ria, ser‡ levado a registro seu ato constitutivo, que conter‡ as 
informa›es necess‡rias. 
A inscri‹o ser‡ registrada em livro pr—prio, obedecendo nœmero de ordem 
cont’nuo para todos os empres‡rios inscritos. Eventuais modifica›es no 
registro ser‹o averbadas ˆ margem da inscri‹o, com as mesmas formalidades. 
 
Art. 969. O empres‡rio que instituir sucursal, filial ou agncia, em lugar sujeito ˆ 
jurisdi‹o de outro Registro Pœblico de Empresas Mercantis, neste dever‡ tambŽm 
inscrev-la, com a prova da inscri‹o origin‡ria. 
 
Filial Ž o nome dado ˆ sociedade empres‡ria que atua sob a dire‹o e 
administra‹o de outra, chamada de matriz, mas mantŽm sua personalidade 
jur’dica e seu patrim™nio. Agncia, por sua vez, Ž a empresa especializada em 
presta‹o de servios, que atua como intermedi‡ria no neg—cio. Por fim, a 
sucursal Ž o ponto de neg—cio acess—rio, respons‡vel por tratar dos neg—cios 
naquela localidade, e administrativamente subordinado ao ponto principal. 
Nos trs casos deve haver novo registro no local onde a filial, agncia ou 
sucursal for estabelecida. 
Cabe aqui mencionar tambŽm a quest‹o do domic’lio do empres‡rio, que Ž 
definido por seus atos constitutivos, por ocasi‹o do registro na Junta Comercial. 
Por outro lado, voc tambŽm deve saber que a Sœmula 363 do STF determina 
que a pessoa jur’dica de direito privado pode ser demandada no domic’lio da 
agncia ou estabelecimento em que se praticou o ato. 
Se uma empresa com sede em S‹o Paulo e filial em Pernambuco Ž acionada 
judicialmente por um cliente, nada mais natural do que esse cliente buscar o 
Poder Judici‡rio no local onde se deu o neg—cio objeto da controvŽrsia, n‹o Ž 
mesmo? N‹o seria razo‡vel imaginar que ele seria obrigado a deslocar-se atŽ 
S‹o Paulo para mover a‹o judicial na sede da empresa. 
 
Sœmula 363 do STF 
A pessoa jur’dica de direito privado pode ser demandada no domic’lio da agncia, ou 
estabelecimento, em que se praticou o ato. 
 
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4.1.1. Lei de Registro Pœblico de Empresas Mercantis (Lei n. 
8.934/1994) 
Apesasr de o C—digo Civil trazer algumas normas espec’ficas sobre o registro 
empresarial, h‡ uma lei especial que trata especificamente sobre o tema. 
Vremos agora alguns dos principais dispositivos da Lei n. 8.934/1994. 
 
Art. 1¼ O Registro Pœblico de Empresas Mercantis e Atividades Afins, subordinado ˆs 
normas gerais prescritas nesta lei, ser‡ exercido em todo o territ—rio nacional, de forma 
sistmica, por —rg‹os federais e estaduais, com as seguintes finalidades: 
I - dar garantia, publicidade, autenticidade, segurana e efic‡cia aos atos jur’dicos das 
empresas mercantis, submetidos a registro na forma desta lei; 
II - cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras em funcionamento no Pa’s e manter 
atualizadas as informa›es pertinentes; 
III - proceder ˆ matr’cula dos agentes auxiliares do comŽrcio, bem como ao seu 
cancelamento. 
[...] 
Art. 3¼ Os servios do Registro Pœblico de Empresas Mercantis e Atividades Afins ser‹o 
exercidos, em todo o territ—rio nacional, de maneira uniforme, harm™nica e 
interdependente, pelo Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis (Sinrem), 
composto pelos seguintes —rg‹os: 
I - o Departamento Nacional de Registro do ComŽrcio, —rg‹o central Sinrem, com fun›es 
supervisora, orientadora, coordenadora e normativa, no plano tŽcnico; e supletiva, no 
plano administrativo; 
II - as Juntas Comerciais, como —rg‹os locais, com fun›es executora e administradora 
dos servios de registro. 
 
O art. 3o criou o Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis 
(SINREM), respons‡vel pela regulamenta‹o do registro de empresa no Brasil. 
Esse sistema Ž composto pelo Departamento Nacinoal de Registro do ComŽrcio 
(DNRC), na qualidade de —rg‹o central do sistema, e pelas Juntas Comerciais, 
que s‹o —rg‹os estaduais, respons‡veis pela execu‹o dos servios. Atualmente 
as fun›es que eram conferidas ao DNRC cabem ao Departamento de 
Registro Empresarial e Integra‹o (DREI), que integra a estrutura da 
Secretaria da Micro e Pequena Empresa. 
Apesar de serem —rg‹os estaduais, as Juntas Comerciais est‹o tecnicamente 
vinculadas ao DREI. Apenas a Junta Comercial do Distrito Federal est‡ 
submetida tŽcnica e administrativamente ao —rg‹o central. 
ƒ interessante compreender essas vincula›es por diversas razoes, mas aqui 
chamo sua aten‹o para posicionamentos reiteradamente adotados pelo 
Superior Tribunal de Justia acerca da competncia para apreciar a impugna‹o 
de atos praticados pelas Juntas Comerciais. Se estivermos falando de matŽria 
administrativa, a competncia para processar julgar a›es em que a Junta 
esteja no polo ativo ou passivo Ž a Justia comum estadual. Por outro lado, se 
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tratar-se de matŽria tŽcnica relativa ao registro de empresa, a competncia 
passa a ser da Justia Federal, j‡ que surge o interesse do DREI na causa. 
 
CONFLITO DE COMPETæNCIA. REGISTRO DE COMƒRCIO. As juntas comerciais est‹o, 
administrativamente, subordinadas aos Estados, mas as fun›es por elas exercidas s‹o de 
natureza federal. Conflito conhecido para declarar competente o Ju’zo Federal da 3» Vara 
de Londrina - SJ/SP. STJ, 2a Se‹o, CC 43.225/PR, Rel. Min. Ari Pargendler, j. 26.10.2005, 
DJ 01.02.2006, p. 425. 
 
JUNTAS COMERCIAIS. îrg‹os administrativamente subordinados ao Estado, mas 
tecnicamente ˆ autoridade federal, como elementos do sistema nacional dos Servios de 
Registro do ComŽrcio. ConseqŸente competncia da Justia Federal para o julgamento de 
mandado de segurana contra ato do Presidente da Junta, compreendido em sua atividade 
fim. STF - RE: 199793 RS, Relator: OCTAVIO GALLOTTI, Data de Julgamento: 
04/04/2000, Primeira Turma, Data de Publica‹o: DJ 18-08-2000 PP-00093 EMENT VOL-
02000-04 PP-00954. 
 
Por outrolado, aparentemente o STJ vem alterando um pouco esse 
posicionamento, passando a entender que a Justia Federal Ž competente para 
julgar esses processos somente nos casos em que a discuss‹o diz respeito ˆ 
lisura do ato praticado pela Junta ou nos casos de mandado de segurana 
impetrado contra ato de seu presidente. 
 
RECURSO ESPECIAL. LITêGIO ENTRE SîCIOS. ANULA‚ÌO DE REGISTRO PERANTE 
A JUNTA COMERCIAL. CONTRATO SOCIAL. INTERESSE DA ADMINISTRA‚ÌO 
FEDERAL. INEXISTæNCIA. A‚ÌO DE PROCEDIMENTO ORDINçRIO. COMPETæNCIA 
DA JUSTI‚A ESTADUAL. PRECEDENTES DA SEGUNDA SE‚ÌO. 1. A jurisprudncia 
deste Superior Tribunal de Justia tem decidido pela competncia da Justia Federal, nos 
processos em que figuram como parte a Junta Comercial do Estado, somente nos casos 
em que se discute a lisura do ato praticado pelo —rg‹o, bem como nos mandados de 
segurana impetrados contra seu presidente, por aplica‹o do artigo 109, VIII, da 
Constitui‹o Federal, em raz‹o de sua atua‹o delegada. 2. Em casos em que particulares 
litigam acerca de registros de altera›es societ‡rias perante a Junta Comercial, esta Corte 
vem reconhecendo a competncia da justia comum estadual, posto que uma eventual 
decis‹o judicial de anula‹o dos registros societ‡rios, almejada pelos s—cios litigantes, 
produziria apenas efeitos secund‡rios para a Junta Comercial do Estado, fato que 
obviamente n‹o revela quest‹o afeta ˆ validade do ato administrativo e que, portanto, 
afastaria o interesse da Administra‹o e, conseqŸentemente, a competncia da Justia 
Federal para julgamento da causa. Precedentes. Recurso especial n‹o conhecido. STJ - 
REsp: 678405 RJ 2004/0081659-5, Relator: Ministro CASTRO FILHO, Data de Julgamento: 
16/03/2006, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publica‹o: DJ 10.04.2006 p. 179. 
 
Art. 32. O registro compreende: 
I - a matr’cula e seu cancelamento: dos leiloeiros, tradutores pœblicos e intŽrpretes 
comerciais, trapicheiros e administradores de armazŽns-gerais; 
II - O arquivamento: 
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a) dos documentos relativos ˆ constitui‹o, altera‹o, dissolu‹o e extin‹o de firmas 
mercantis individuais, sociedades mercantis e cooperativas; 
b) dos atos relativos a cons—rcio e grupo de sociedade de que trata a Lei nº 6.404, de 15 de 
dezembro de 1976; 
c) dos atos concernentes a empresas mercantis estrangeiras autorizadas a funcionar no 
Brasil; 
d) das declara›es de microempresa; 
e) de atos ou documentos que, por determina‹o legal, sejam atribu’dos ao Registro 
Pœblico de Empresas Mercantis e Atividades Afins ou daqueles que possam interessar ao 
empres‡rio e ˆs empresas mercantis; 
III - a autentica‹o dos instrumentos de escritura‹o das empresas mercantis 
registradas e dos agentes auxiliares do comŽrcio, na forma de lei pr—pria. 
 
De acordo com o art. 32, as Juntas Comerciais praticam trs atos de registro: a 
matr’cula, o arquivamento e autentica‹o. 
A matr’cula se refere a alguns profissionais espec’ficos, conhecidos como 
auxiliares do comŽrcio. ƒ o caso dos leiloeiros, tradutores pœblicos, intŽrpretes, 
trapicheiros e administradores de armazŽns-gerais. Nesses casos, de forma 
geral, podemos dizer que a Junta funciona de forma muito semelhante a um 
—rg‹o regulador da profiss‹o. 
O arquivamento diz respeito aos atos constitutivos da sociedade empres‡ria, 
da EIRELI ou do empres‡rio individual. Voc deve ter percebido que a al’ne ÒaÓ 
estranhamente menciona o arquivamento dos atos constitutivos das 
cooperativas. Previs‹o semelhante Ž trazida pela Lei n. 5.764/1971, que trata 
especificamente das cooperativas e determina o arquivamento de seus atos 
constitutivos na Junta Comercial. Na pr‡tica esse tipo de registro continua 
acontecendo, ainda que as cooperativas sejam, por expressa determina‹o do 
C—digo Civil, sociedades simples. 
A autentica‹o, por sua vez, refere-se aos instrumentos de escritura‹o 
cont‡bil do empres‡rio (livros empresariais) e dos agentes auxiliares do 
comŽrcio. 
 
ATOS DE REGISTRO
Matr’cula
Inscri‹o dos profissionais 
auxiliares do comŽrcio 
(leiloeiros, tradutores pœblicos, 
intŽrpretes, etc).
Arquivamento
Inscri‹o de empres‡rios 
individuais, EIRELI e sociedades 
empres‡rias
Autentica‹o
Registro de instrumentos de 
escritura‹o (livros empresariais 
e fichas escriturais)
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DIREITO EMPRESARIAL Ð MAGISTRATURA DO TRABALHO 
Teoria e Quest›es 
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Art. 29. Qualquer pessoa, sem necessidade de provar interesse, poder‡ consultar os 
assentamentos existentes nas juntas comerciais e obter certid›es, mediante pagamento 
do preo devido. 
 
Na condi‹o de —rg‹os pœblicos de registro, as Juntas Comerciais tm 
justamente a fun‹o de tornar pœblicos os atos relativos aos empres‡rios e 
sociedades empres‡rias. Da’ porque esses atos s‹o essencialmente pœblicos, 
acess’veis a qualquer pessoa, sem necessidade de demonstra‹o de interesse 
espec’fico. Esse entendimento Ž ainda reforado pelo art. 1.152 do C—digo Civil. 
 
Art. 1.152. Cabe ao —rg‹o incumbido do registro verificar a regularidade das publica›es 
determinadas em lei, de acordo com o disposto nos par‡grafos deste artigo. 
¤ 1o Salvo exce‹o expressa, as publica›es ordenadas neste Livro ser‹o feitas no —rg‹o 
oficial da Uni‹o ou do Estado, conforme o local da sede do empres‡rio ou da sociedade, e 
em jornal de grande circula‹o. 
¤ 2o As publica›es das sociedades estrangeiras ser‹o feitas nos —rg‹os oficiais da Uni‹o 
e do Estado onde tiverem sucursais, filiais ou agncias. 
¤ 3o O anœncio de convoca‹o da assemblŽia de s—cios ser‡ publicado por trs vezes, ao 
menos, devendo mediar, entre a data da primeira inser‹o e a da realiza‹o da 
assemblŽia, o prazo m’nimo de oito dias, para a primeira convoca‹o, e de cinco dias, 
para as posteriores. 
 
4.2. Escritura‹o Cont‡bil 
Outra obriga‹o legal imposta ao empres‡rio Ž a escritura‹o cont‡bil. 
 
Art. 1.179. O empres‡rio e a sociedade empres‡ria s‹o obrigados a seguir um sistema de 
contabilidade, mecanizado ou n‹o, com base na escritura‹o uniforme de seus livros, em 
correspondncia com a documenta‹o respectiva, e a levantar anualmente o balano 
patrimonial e o de resultado econ™mico. 
 
N‹o vou entrar nos detalhes cont‡beis acerca da natureza desses documentos, 
mas voc deve saber que o empres‡rio deve manter um sistema de registro dos 
atos e fatos cont‡beis, e, anualmente, elaborar duas demonstra›es: o balano 
patrimonial e o de resultado econ™mico. 
Os livros comerciais s‹o equiparados, para fins penais, a documento pœblico, 
constituindo crime a falsifica‹o da escritura‹o comercial, no todo ou em parte 
(art. 297 do C—digo Penal). 
A atividade de escritura‹o cont‡bil cabe ao contabilista, profissional que deve 
ser legalmente habilitado para exercer a fun‹o, com inscri‹o ativa no —rg‹o 
regulador da profiss‹o. 
A legisla‹o prev uma grande quantidade de livros, mas apenas o Di‡rio Ž 
considerado como obrigat—rio para todos os empres‡rios. AlŽm dele, h‡ certos 
livros obrigat—rios para empres‡rios que exercem atividades espec’ficas. 
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Os livros empresariais possuem efic‡cia probat—ria. Em outras palavras, 
eles podem ser utilizados como prova em processos judiciais ou de qualquer 
outra natureza. O exame desses livros pode ser muito œtil para resolver 
diversas quest›es relacionadas ao exerc’cio da atividade empresarial. ƒ poss’vel 
verificar, por exemplo, a existncia de rela›es contratuais, o adimplemento ou 
inadimplemento de obriga›es,

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