Buscar

Modelo Resposta a acusacao

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

�
xxxASSESSORIA JURÍDICA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 7º VARA CRIMINAL DA COMARCA DE GOIÂNIA - ESTADO DE GOIÁS
JOSÉ DA SILVA, brasileiro, solteiro, RG 888888888/SSP-GO, filho de João e Maria, nascido aos 10 de fevereiro de 1986, residente e domiciliado na rua 20, lote 5, s/n, Setor Aeroporto e FRANCISCO DE ASSIS, brasileiro, solteiro, RG 999999999/SSP-GO, irmão do primeiro indiciado e residente no mesmo endereço, vem por meio de advogado devidamente constituído, como consta em procuração em anexo, requerer a Vossa Excelência, com base nos artigos 396-A e 397, ambos do Código de Processo Penal Brasileiro, a
RESPOSTA A ACUSAÇÃO
Os denunciados foram acusados de, conforme denúncia apresentada pela Promotoria, no dia 15 de fevereiro do presente ano, 2012, por volta das 9:00h, coagirem o Sr. João Manoel, RG 00011145, rua 15, n° 20, edifício PUC, apt. 410 Setor Central, na saída deste ao Banco Itaú, situado na praça do Avião, Setor Aeroporto, Goiânia-GO, e subtrair-lhe a quantia de R$ 600,00. 
Ainda de acordo com a Denúncia apresentada, a Promotoria afirmou que os acusados agiram de forma dolosa e premeditada, ressaltando, ainda, os Srs. José da Silva e Francisco de Assis utilizaram-se do emprego de ameaças, quando da prática do suposto fato delituoso, bem como de “revólver Taurus”. 
DAS PRELIMINARES
	Entretanto, os denunciados devem ser absolvidos visto que, em primeiro lugar a Denúncia apresentada está MAL FUNDAMENTADA, não preenchendo os requisitos formais para a deflagração do processos contra os acusados em questão. Visto que a Denúncia em questão afirma, de forma leviana, sem comprovação, que a conduta dos acusados foi feita de forma dolosa e premeditada, bem como com o emprego de ameaças, entretanto, não há testemunhas que comprovem tais asseverações de cunho acusatório, senão a própria dita vítima, o Sr. João Manuel, que apregoa como testemunha no pleito em questão. 
	Assim sendo, a descrição dos fatos que culminaram no delito se encontra comprometida, “falhando em atender aos requisitos do artigo 41 do CPP”, impedindo, assim, o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa dos acusados. Por isso, requer, em primeiro plano, que a Denúncia apresentada seja declarada nula, extinguindo a Ação Penal. Neste sentido já decidiu a Suprema Corte do STJ, a saber:
 Segundo o ministro Jorge Mussi, ao relatar o processo HC ele, os termos da denúncia realmente não apresentaram descrição mínima da conduta atribuída ao proprietário da terra. “O órgão ministerial não especificou, tampouco descreveu como a extração de mineral foi feita em desacordo com a Licença Ambiental de Operação e o Termo de Ajustamento de Conduta, limitando-se a afirmar que o paciente ‘executou extração de recursos minerais em sua propriedade’, não existindo qualquer descrição de quais condições, circunstâncias ou cláusulas da licença ambiental teriam sido violadas, o que torna a denúncia inepta.”
O ministro ressaltou que “A falta de especificação dos fatos criminosos, com todas as circunstâncias, tal como exigido pela Lei Processual Penal, impede o exercício mínimo da ampla defesa, uma vez que o acusado se defende dos fatos expostos na peça inicial de acusação, sendo o recebimento dela e a sentença subsequente, balizados pelo que está contido na denúncia”, explicou o ministro.
Com base nesses argumentos, a 5ª Turma do STJ concedeu HC para trancar a Ação Penal em relação ao proprietário de terras por inépcia da denúncia. 
Da mesma forma, quando nos autos constam que os indiciados agiram de forma premeditada e dolosa, vale, também, salientar que o Senhor José da Silva agiu de forma ilícita apenas e somente com o objetivo de obter uma quantia de dinheiro da qual necessitava de forma absoluta. Ele buscou a obtenção do dinheiro com base em um MOTIVO, e não com base em um DOLO.
Nos autos do caso, encontram-se disponíveis cópias autenticadas de avisos dos 03 últimos meses de débito junto à CELG, SANEAGO, ao Supermercado, à Papelaria, Drogaria, Banco que fez o financiamento da moto, Posto de combustível e outros.
A gasolina que o Senhor José da Silva colocou na moto no dia do acorrido foi anotada como mais um débito a ser pago. 
O Senhor José da Silva vive em união estável com a Sra. Joana da Silva há 15 anos tendo o casal 05 filhos, cujas idades variam entre 01 e 10 anos de idade, conforme certidões de nascimento em anexo. Nenhum desses filhos frequenta a escola, porque não tem o dinheiro para pagamento nem de uniforme, material escolar e outros itens necessários ao ano letivo.
Porém, o motivo principal que fez com o acusado em questão partisse para o fato descrito nos autos foi o seguinte: seu filho de 01 ano de idade encontra-se internado há 15 dias no Hospital das Clínicas, conforme documento de entrada da criança ao hospital, em anexo, e se encontra em situação de desnutrição grave, conforme consta em laudos médicos e hospitalares, em anexo. Como Vossa Excelência pode observar nos laudos, o menino necessita de usar uma forma especial de leite em sua alimentação. Entretanto, como o indiciado está desempregado há mais de uma ano, seu filho não tem tido acesso a esse tipo de leite. 
Encontrando-se nesta situação, o indiciado acima citado se encaixa perfeitamente no seguinte trecho da obra de Sousa Neto:
 O Motivo e o Dolo - " ... Sabe-se que algumas ações humanas, praticadas voluntariamente oferecem as características dos atos criminosos, não passando, na realidade, de atos só aparentemente ou formalmente ilícitos. Apesar de corresponderem objetivamente a um tipo de crime descrito pela lei, não possuem a substância e a matéria do delito. A coincidência da ação com o esquema da ordem penal. Não é o bastante para a configuração do crime e a conseqüente punição do agente.
Para o professor Sérgio Salomão Sheearia, em sua doutrina Criminologia, 2º edição, 2008, Editora Revista dos Tribunais, nota-se uma analogia com relação ao crime , visto que o crime deve ser encarado como um fenômeno comunitário e como um problema social.
DOS FATOS E FUNDAMENTOS
	Como asseverado na Denúncia, os senhores José da Silva e Francisco de Assis, já qualificados na presente peça, estavam de porte “arma Taurus”, para a realização do dito delito, entretanto, a mesma era utilizada pelo Senhor José da Silva nas suas brincadeiras de infância; o mesmo a guardou consigo apenas com lembrança e NUNCA imaginou que, um dia, faria uso da mesma na defesa de sua sobrevivência e de sua família. A arma citada nos autos é citada como “Taurus”, mas essa arma possui características descritivas que lhe são próprias e que não cabem ser aqui colocadas. Assim, não incorreram os indiciados nem mesmo no crime de posse ilegal de arma. Nesse sentido, bem explicita o Doutrinador Cleber Masson, em seu livro “Direito Penal- Parte Geral- Esquematizado”, pag. 336: 
Crime impossível por ineficácia absoluta do meio: a palavra "meio" se refere ao meio de execução. Dá-se ineficácia absoluta quando o meio de execução utilizado pelo agente é, por sua natureza ou essência, incapaz de produzir o resultado, por mais reiterado que seja seu emprego. É o caso daquele que decide matar seu desafeto com uma arma de brinquedo, ou então com munição de festim. A inidoneidade do meio deve ser analisada no caso concreto, e jamais em abstrato. 
Assim, não incorreram os indiciados nem mesmo no crime de posse ilegal de arma. O uso da arma de brinquedo foi puramente com o objetivo de alcançar a quantidade de dinheiro necessária para o fato já relatado nas preliminares. 
Há de se observar também, após tudo já asseverado até aqui, que o Sr. Francisco de Assis não pode ser imputado criminalmente, em primeiro plano por sua idade à data do ocorrido, e também, visto que seu irmão, José da Silva, o chamou para ir ao banco Itaú, mas não contou para o mesmo que seu objetivo, na verdade, era obter uma quantia de dinheiro afim de suprir as necessidades veementes e gritantes de sua família naquele momento, ao contrário, o informouapenas que queria que ele o acompanha-se ao banco. 
Conclui-se portanto, que o mal que o Senhor José dos Santos causou a si próprio e perante sua família, irmão, esposa e filhos, foi maior, ultrapassou O bem que a quantia podia trazer a si próprio e à sua família.
Assim sendo, como o Senhor José dos Santos não possui antecedentes criminais, tem residência fixa, tem família constituída, frequenta pelo menos uma vez por semana reuniões de sua igreja, ver nos documentos em anexo, novamente, como indiciado, ele não pode ser o personagem principal, conforme bem assevera Michel Foucalt: 
"... Um crime é cometido porque traz vantagens se à idéia do crime fosse ligado à idéia de uma desvantagem, um pouco maior, ele deixaria de ser desejável"
Vigiar e Punir-36º edição-Editora Vozes-2009
Por isso, no caso do Senhor José dos Santos, fato é que pode-se arvorar em excludentes de ilicitude ou de culpabilidade, artigo 23, do Código Penal, sendo o acusado muito mais um pai de família em desespero, que a figura de um criminoso ou um monstro, produto do vômito da sociedade - Michel Foucault.
DO PEDIDO
Diante do exposto, vem requerer à Vossa Excelência, sejam os acusados absolvidos sumariamente com base no artigo 397, IV c/c art. 386, III do Código de Processo Penal, por ser medida de justiça. 
Nestes termos,
Pede deferimento
Goiânia, xxxxxxxx
Advogado
OAB xxxxx

Outros materiais