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logística nos supermercados

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“LOGÍSTICA EM SUPERMERCADOS: 
TEORIA E APLICAÇÃO” 
 
José Paulo de Souza (UEM) 
jpsouza@uem.br 
Gabriela Feresin Jardim (UEM) 
gabifjardim@hotmail.com 
Bruna Liria Avelhan (UEM) 
bruna_liria@hotmail.com 
 
 
 
A diversificação e disponibilidade de produtos e a redução de custos, 
no setor supermercadista, definem critérios de competição que se 
sustentam, em grande parte, na eficácia do sistema logístico em toda 
cadeia de suprimentos. A assimetria estrutural e informacional, 
entretanto, pode identificar mecanismos limitadores à sua efetividade, 
mesmo entre integrantes de uma mesma rede. Nesse aspecto, a 
literatura disponibiliza farta indicação da evolução na aplicação de 
ferramentas logísticas no setor, entretanto, no âmbito gerencial esse 
aspecto carece de maiores estudos empíricos. Nessa orientação, 
estabeleceu-se como objetivo compreender como se apresentam as 
operações e estratégias logísticas em alguns supermercados da cidade 
de Maringá, no Paraná. Para sua execução foi utilizado o método 
qualitativo, do tipo exploratória, com uso de entrevistas guiadas por 
roteiro semi-estruturado, envolvendo os principais representantes do 
segmento na cidade, dos quais, alguns integrantes de redes em nível 
internacional. Como resultado verificou-se que o uso de ferramentas 
logísticas nesses estabelecimentos é superficial, e se fundamenta nas 
orientações dos centros de distribuição. Além disso, a tecnologia 
adotada segue o paradigma tecnológico vigente, disponibilizada pelos 
fornecedores específicos ou fornecedores de produtos e promotores de 
venda. Concluiu-se, ainda, que a maior formalização do aspecto 
logístico no centro de distribuição está distanciando essa preocupação 
da gestão nas lojas, limitando sua capacidade de aplicar ferramentas 
logísticas que possam gerar, além da necessária redução de custos, 
responsividade no atendimento ao cliente. 
 
Palavras-chaves: Sistema logístico, cadeia de suprimentos, setor 
supermercadista. 
XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 
A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável. 
Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008 
 
XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 
A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável. 
Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008 
 
 
 
 
 
 
 
2
 
1 INTRODUÇÃO 
Os supermercados, no Brasil, no decorrer dos anos ganharam crescente importância. 
Na década de 60, representavam mais de 30% da distribuição nas grandes cidades, atendendo 
à demanda ocasionada pela arrancada industrial, que levou a população para as áreas urbanas 
(CORONADO, 2007). Já, na década de 1990, o Brasil saiu efetivamente de uma competição 
administrativa, com intervenção governamental, para uma competição aberta e globalizada. 
Em adequação a essa nova estrutura competitiva, os supermercados passaram a ser 
responsáveis por parcela significativa da distribuição, atendendo a um perfil de consumidor 
que amplia continuamente sua demanda por qualidade e serviços, com diferentes níveis de 
renda. 
Esse dinamismo estabeleceu para os supermercados a necessidade de eficácia 
operacional e competitiva, sustentada na capacidade de atendimento continuado às 
necessidades dos consumidores. Para isso, foi necessário o estabelecimento de novas formas 
de relação entre esses com o restante da cadeia de suprimentos. Como aparato teórico 
orientado para essa expectativa, o estudo da logística, tanto no contexto interno como 
sistêmico às organizações, apresenta-se como ferramenta exata ao atendimento da necessidade 
dos supermercados, permitindo a busca de sincronismo entre as estratégias e operações das 
diversas áreas das empresas e de seus parceiros. Além disso, ao considerar a cadeia de 
suprimentos, envolve o controle dos fluxos de informação, de produtos e de capital, dentro e 
fora de cada estágio, contribuindo para a oferta de níveis de serviço cada vez mais altos em 
termos de variabilidade e disponibilidade de estoques e tempo de atendimento. 
Entretanto, a aplicação das orientações relacionadas ao estudo da logística parece não 
ser simétrico, ao se considerar, na rede de relações, o nível cognitivo e estrutural dos 
representantes nos diferentes segmentos. As especificidades locacionais e humanas internas e 
externas definem limites operacionais aos diversos integrantes do segmento. Isso estabelece 
para a rede de suprimentos e mesmo para ambientes integrados verticalmente, a necessidade 
de coordenar uma relação envolvendo empresas com diferentes características operacionais, 
tecnológicas e logísticas. Essa situação de assimetria nas relações logísticas, cuja limitação ou 
impedimentos impacta na capacidade dos segmentos de responder positivamente às demandas 
do segmento consumidor constitui importante campo de estudo na área da gestão das cadeias 
de suprimentos, justificando o avanço de pesquisas nessa área. Dessa forma, neste artigo 
buscou-se identificar e compreender o paradigma tecnológico e estratégico orientado para 
atividade logística. Como ambiente empírico considerou-se os supermercados atuando na 
cidade de Maringá-PR, integrantes ou não de redes de distribuição. 
Diante disso, o artigo está estruturado envolvendo, além dessa introdução e da 
conclusão: descrição da metodologia adotada; revisão envolvendo o estudo da logística em 
seu contexto estratégico e operacional; caracterização da logística nos supermercados no 
Brasil; aspectos empíricos da logística nos supermercados localizados na região de Maringá- 
PR. 
 
1.1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
Amparado nos pressupostos qualitativos, nesta pesquisa, o método assumiu as formas 
exploratórias e descritivas. Inicialmente, pretendeu-se conhecer o modo como as operações 
 
XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 
A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável. 
Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008 
 
 
 
 
 
 
 
3
logísticas eram desenvolvidas nos supermercados, de forma a obter maior familiaridade com o 
tema, com vista a torná-lo mais explícito (GIL, 2002). Num segundo momento, a pesquisa foi 
descritiva, pois buscou o entendimento do fenômeno como um todo, na sua complexidade, 
conforme propõe Godoy (1995), de forma a caracterizar tais operações logísticas. 
Para o desenvolvimento da pesquisa, o universo de estudo foi as grandes redes de 
supermercados ou supermercados da região metropolitana de Maringá-PR, tendo em vista que 
nesses havia uma maior chance de encontrar melhor coordenação e estruturação das 
operações logísticas. Dessa forma, a amostra foi escolhida intencionalmente, visando a 
envolver aqueles que atendessem a pelo menos um dos seguintes critérios: ter mais de 10 
check outs; pertencer a uma rede; possuir centro de distribuição (CD). 
A representatividade e qualidade das informações foram asseguradas por intermédio 
da escolha dos supermercados a serem entrevistados. Para isso definiu-se como orientação 
geral que a escolha envolveria a observação do critério de seleção estabelecido e que os 
mesmos fossem integrantes de grandes redes com atuação em nível nacional ou regional, ou 
mesmo integrantes de grupos internacionais, ou com elevado nível de atividade de 
movimentação e armazenagem. Definidos os representantes, a coleta de dados foi 
desenvolvida utilizando-se de realização de entrevistas guiadas, valendo-se de roteiro de 
questões flexíveis e segmentadas, as quais permitiram abordar assuntos não mencionados no 
roteiro, mas que pudessem contribuir para a pesquisa. Caracterizando entrevistas semi-
estruturadas, envolveram os responsáveis pelas operações logísticas ou gerentes dos 
supermercados da cidade de Maringá-PR. As entrevistas foram agendadas por meio de 
telefone ou pessoalmente,e realizadas por meio de visita in loco. Quanto ao sistema de 
armazenagem, duas delas foram gravadas e as restantes, registradas de forma manuscrita, 
tendo em vista que suas gravações não foram autorizadas e arquivadas em meio eletrônico. 
Foram obtidos, ainda, dados secundários, os quais foram colhidos por meio dos sites das 
empresas na internet, utilizados para a caracterização das mesmas. 
Após a coleta de dados, as informações foram tratadas, segmentadas e analisadas por 
intermédio de comparações entre as informações obtidas nos supermercados pesquisados e as 
informações disponibilizadas na literatura, de forma a compreender como essas acontecem, e 
os paradigmas que orientam sua dinâmica operacional e estratégica, caracterizando uma 
análise de conteúdo. 
 
2 REVISÃO DA LITERATURA: LOGÍSTICA DE MOVIMENTAÇÃO E 
ARMAZENAGEM 
2.1 LOGÍSTICA E CADEIA DE SUPRIMENTOS 
O estudo da logística se associa à organização da cadeia vertical. Na busca de 
eficiência técnica ou de gestão, as empresas decidem se vão alocar internamente suas 
atividades ou se buscarão no mercado mecanismos mais eficientes para atender sua 
necessidade. Dessa forma, alinhando-se as colocações de Bezanko et al. (2006), as 
possibilidades de redução de custos associadas a maiores benefícios orientam as decisões 
estratégicas das organizações na busca por um posicionamento favorável no mercado. No 
caso da logística, a decisão define se a maior eficiência na movimentação e armazenagem de 
produtos pode ser obtida internamente ou se por outros prestadores de serviço existentes no 
mercado. A inexistência de um ótimo ou a persistente necessidade de controle interno pode 
 
XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 
A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável. 
Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008 
 
 
 
 
 
 
 
4
definir mecanismos intermediários, com parte dos serviços executados internamente, e parte 
por terceiros. 
Conceitualmente o termo logística apresenta características empresariais modernas, 
porém, algumas de suas ferramentas vêm sendo utilizadas há muito mais tempo que a 
concretização do seu conceito. A evolução na amplitude e profundidade do conceito, que 
remota à sua aplicação no campo militar, pode se ajustar às demandas estabelecidas pela 
dinâmica econômica e competitiva. Na busca pela geração de maior valor, diante de uma 
separação geográfica entre produção e consumo, e de um mercado crescente e fortemente 
competitivo, verifica-se que o conceito, avança de um contexto interno funcional para o de 
Logística Integrada, que se ajusta à percepção de cadeia de valor, apresentado por Porter 
(1985). Posteriormente, em consideração à noção de cadeia produtiva, a atividade é envolvida 
pela consideração da Supply Chain Management (SCM), acentuando o caráter sistêmico das 
relações, e a busca por eficiência, definida pelo mesmo autor como sistema de valor. 
A logística integrada, então, é “[...] conjunto de atividades e processos interligados, 
cujo propósito é otimizar o sistema como um todo, minimizando os custos e, 
conseqüentemente, gerando valor para o cliente.” (FARIA; COSTA, 2005, p. 42). Já a SCM é 
“[...] constituída pelo conjunto de organizações que mantém relações mútuas do início ao final 
da cadeia logística, criando valor e serviços, desde os fornecedores até o consumidor final.” 
(FARIA; COSTA, 2005, p. 19). 
Dessa forma, “logística é um conjunto de atividades funcionais que é repetido muitas 
vezes ao longo do canal de suprimentos através do qual as matérias-primas são convertidas 
em produtos acabados e o valor é adicionado aos olhos dos consumidores.” (BALLOU, 2001, 
p. 21). Conforme o autor, a logística, também, ocorre quando o produto parte do consumidor 
final e regressa para o fabricante por se tornar obsoleto, danificar-se ou estragar-se. Por isso, 
são levados aos pontos de origem para conserto ou descarte, no chamado canal logístico 
reverso, o qual pode utilizar todo ou somente uma parte do canal de suprimentos (BALLOU, 
2001). Observa-se então que, “o objetivo da logística é prover aos clientes os níveis de 
serviços por ele requeridos, com a entrega do produto certo, no lugar certo, no momento certo, 
nas condições certas e pelo custo certo.” (LAMBERT; BURDUROGLU, 1998, p. 10 apud 
FARIA; COSTA, 2005, p. 17). 
Verifica-se que, o fluxo da cadeia de suprimentos, segundo Chopra e Meindl (2003), 
pode ocorrer de duas maneiras. A primeira é caracterizada como Sistema Push, no qual as 
decisões de produção são baseadas em previsões de longo prazo. Nas quais, o fabricante 
utiliza os pedidos dos varejistas para prever a demanda, levando, dessa forma, mais tempo 
para reagir às mudanças de mercado. A segunda é caracterizada como Sistema Pull, no qual a 
produção é acionada pela demanda e, portanto, encontra-se associada à demanda real do 
mercado. Para este propósito, a cadeia de suprimento utiliza mecanismos rápidos de 
comunicação para transferir informações sobre a demanda do cliente, o que pode gerar 
diminuição no lead time de entrega do pedido. No entanto, em alguns casos o Sistema Push é 
apropriado para uma parte da cadeia de suprimentos, enquanto o Sistema Pull é apropriado 
para o restante dela, tendo em vista as características do sistema produtivo e do próprio lead 
time existente. 
Desse modo, nota-se que essa configuração da cadeia revolucionou completamente 
não somente a forma de compra, como, também, a produção e a distribuição de bens de 
serviços, por minimizar o caráter estático determinado pelas técnicas de demanda projetada e 
 
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A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável. 
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custos anuais. Dessa forma, quando as condições do meio mudam, a configuração da cadeia 
deve ser revisada, pois quanto mais flexível à cadeia, menos sobressaltos, reinvestimentos ou 
deslocamento de pessoal ela sofrerá (MARTINS; ALT, 2006). 
 
2.2 ARMAZENAGEM E MOVIMENTAÇÃO 
Na dinâmica da cadeia de suprimentos ocorrem três processos básicos: abastecimento, 
processo e distribuição. Estes processos podem ser segregados em diversos subprocessos 
como a armazenagem, movimentação e transporte (FARIA; COSTA, 2005). A armazenagem, 
segundo Ballou (2001), caracteriza-se pelo acúmulo de estoque por um período de tempo; 
suas funções primárias são: manutenção, consolidação, fracionamento do volume e 
combinação. Já a movimentação, ainda segundo o autor, refere-se às atividades de 
carregamento e descarregamento, movimentação do produto de e para vários lugares dentro 
do armazém e separação do pedido. Nesta pesquisa, adotaremos o conceito de manutenção de 
estoque e manuseio de materiais de Ballou (2001), porém, com nomenclaturas diferentes, que 
são respectivamente, armazenagem e movimentação. 
 
2.2.1 Aspectos operacionais e estratégicos 
O estudo dos aspectos operacionais como layout, equipamentos e tipos de 
armazenagem e movimentação podem ajudar a empresa a desenvolver uma melhor gestão de 
estoque. Tal gestão fornece diretrizes às políticas de estoque, a qual busca conciliar as reais 
necessidades de suprimento da empresa com as suas condições financeiras e alocar 
devidamente os equipamentos que auxiliam na movimentação e armazenagem. 
Além disso, com estudo do layout, a empresa tem a possibilidade de utilizar melhor o 
seu espaço físico, máquinas, equipamentos, e o próprio funcionário. Isso gera uma maior 
eficiência dos trabalhadores, dos equipamentos e evita acidentes de trabalho. Porém, é 
importante destacar que o layout não é algo estático, pelo contrário, novos procedimentos e 
novos equipamentos podem surgir e tornar o layout vigente insatisfatório, por isso, o estudo 
para suamelhoria é contínuo. Isso porque, além de poder envolver diferentes tipos e 
características de produto está sujeito a alterações em termos de forma, quantidade e natureza. 
Na questão de movimentação, o ambiente físico e os tipos de equipamentos precisam 
ser adequados aos produtos a serem armazenados. Conforme Ballou (2001) existem 
equipamentos manuais, mecanizados e automáticos. Os primeiros equipamentos são utilizados 
em armazéns com estrutura dinâmica e o investimento em equipamentos mecanizados não é 
justificado. Os segundos equipamentos são utilizados em estruturas que precisam de um 
manuseio de materiais mais veloz e de baixo investimento. Os terceiros são utilizados quando 
há a necessidade de redução de custos operacionais e otimização do processo. 
Observa-se que, a questão do layout e da sistemática de movimentação dentro do 
armazém influi na decisão de qual equipamento utilizar: em armazéns que objetivam uma 
freqüência maior com volumes menores, o layout de armazenagem e estocagem é direcionado 
a facilitar o manuseio tendendo a menor altura do empilhamento e uso de equipamento de 
menor porte; em armazéns direcionados a grandes volumes com movimentação reduzida, o 
layout está direcionado a estocagem, com maior aproveitamento de espaço, envolvendo 
alturas maiores do empilhamento e equipamentos de maior porte. 
 
XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 
A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável. 
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No aspecto estratégico, a questão fundamental da gestão dos processos logísticos é 
como estruturar sistemas de distribuição eficazes. Esses sistemas devem ser capazes de 
oferecer níveis de serviço cada vez mais altos, de forma econômica aos mercados 
geograficamente distantes das fontes produtoras, e ao mesmo tempo, manter a disponibilidade 
de estoque e o tempo de atendimento. Para manter tais níveis de serviços estabelecidos, 
Lacerda (2003) propõe dois tipos de instalações de armazenagem, as quais poderão ser 
implementadas dependendo do tipo de produto ou serviço, separadas ou de forma conjunta: as 
estruturas escalonadas e diretas. As primeiras consistem em uma rede de distribuição típica. 
Possuem um ou mais armazéns centrais e um conjunto de armazéns ou centros de distribuição 
avançados2 próximos das áreas de mercado. Já as segundas são sistemas de distribuição onde 
os produtos são expedidos de um ou mais armazéns centrais diretamente para os clientes. 
Ao comparar as duas estruturas, percebe-se que as estruturas escalonadas são mais 
rígidas. Normalmente envolve o desenho de rotas de caráter “permanente”, pois existe 
investimento de capital em instalações fixas. As estruturas diretas, entretanto, são mais 
flexíveis. Nessas, a decisão de rotas tem um caráter não “tão permanente”, pois os produtos 
são expedidos de um armazém central e a partir disso são traçadas rotas para a entrega de 
produtos aos clientes, ou seja, quando uma rota se torna obsoleta, os investimentos podem ser 
realocados às novas rotas. Lacerda (2003) observa que as estruturas escalonadas reduzem os 
custos de transporte ao facilitar a consolidação da carga, porém, seu impacto sobre os custos 
de armazenagem e sobre os níveis de estoque deve ser corretamente avaliado. Desta forma, 
segundo o autor, há um aumento na quantidade necessária de estoque para atender os níveis 
de disponibilidade desejados. Isso torna mais complexo o seu gerenciamento em função da 
maior incerteza ocasionada pela divisão da demanda em áreas regionais. 
As estruturas diretas, para Lacerda (2003), caracterizam-se pela centralização de 
grande parte ou de toda a linha de produtos em instalações centrais que atendem aos pedidos 
de todos os clientes. Para que estes pedidos sejam atendidos ocorrem movimentações 
irregulares de cargas fracionadas. Isso faz com que a carga percorra grandes distâncias para 
que chegue até o cliente dentro do tempo estabelecido. Portanto, esse tipo de estrutura é 
dependente de transportes confiáveis e rápidos, gerando um alto custo de transporte. 
 Para tornar as instalações diretas viáveis de forma a minimizar seu alto custo, utiliza-
se as chamadas instalações intermediárias de quebra de cargas. Elas são semelhantes aos 
centros de distribuição avançados, porém sua função é permitir rápido fluxo de produtos 
aliado a baixos custos de transporte, ao invés de manter estoque (LACERDA, 2003). Estas 
instalações podem ser, segundo o autor, do tipo transit point, cross-docking e merge in 
transit, os quais envolvem diferentes sistemáticas de recepção e transferência de produtos. 
Nota-se que, para a escolha da melhor estratégia é necessário levar em consideração, 
também, a variável localização. Ela é considerada um dos itens mais importantes do 
planejamento estratégico logístico, pois estabelece as condições para a seleção apropriada e a 
boa administração de serviços de transportes e níveis de estoque (BALLOU, 2001). Assim, é 
preciso analisar o ajuste entre a decisão do local e o tipo de atividade desempenhada, tomando 
como função, ainda, os aspectos quantitativos de custos, distância e taxas em relação a um 
posicionamento entre mercado e fonte de matéria-prima. Dessa forma, busca-se o 
direcionador do melhor lugar pra implantação do empreendimento. Ou seja, dependo do setor 
que determinado empreendimento atua, certos fatores são mais importantes que outros no 
momento de decisão de localização, e estes acabam direcionando a estratégia das empresas 
(BALLOU, 2001). 
 
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No caso de empreendimentos industriais, o fator de maior preocupação envolve a 
relação custo e beneficio de localização próxima ao fornecedor de matéria-prima ou próximo 
ao distribuidor. Já, no setor de serviços, o maior direcionador pode ser o local de melhor 
acessibilidade para o cliente, visando a facilitar a oferta do serviço a prestar. No varejo, a 
análise fundamental é sobre a proximidade da demanda. Nesse caso, o empreendimento deve 
estar localizado onde há mercado e clientes em potencial. O alcance de eficácia competitiva, 
nesse caso, demanda uma análise da proximidade da concorrência, da composição da 
população, dos padrões de trânsito de cliente, da proximidade de lojas complementares, da 
disponibilidade de estacionamento, da proximidade de boas rotas de transporte e das atitudes 
da comunidade, dentre outros (BALLOU, 2001). 
 
3 ASPECTOS LOGÍSTICOS RELACIONADOS AOS SUPERMERCADOS 
3.1 CARACTERÍSTICAS LOGÍSTICAS DOS SUPERMERCADOS NO BRASIL 
 O setor de supermercados, segundo Werner e Segre (on-line, 2007), hoje é 
considerado um dos segmentos que mais utiliza tecnologias na realização dos serviços 
prestados, representando 38% do total de lojas automatizadas. Embora se enfatize que o uso 
dessa tecnologia está sendo mais difundido no sentido de automatizar processos e operações 
do que propriamente agregar informações para melhor gerenciamento e condução dos 
negócios (WERNER; SEGRE, on-line, 2007). Conforme esses autores, outra tendência do 
segmento é a mistura de modelos estrangeiros. Segundo eles o modelo americano utiliza 
grande espaço na área de vendas e o auto-serviço quase que incondicional (embalagens 
prontas, pacotes fechados e com o peso aferido sem a interferência ou solicitação especial do 
cliente). Já o modelo europeu valoriza o atendimento personalizado, como a padaria e o 
açougue, entre outros setores. 
Em termos de layout de vendas nota-se uma tendência de diminuição das alturas das 
gôndolas com o objetivo de melhorar a visibilidade do público-alvo, além disso, o cliente tem 
uma visão mais geraldo supermercado e não somente de um setor específico (COUTINHO, 
on-line, 2005). Isso auxilia o fluxo de circulação dos clientes no interior do estabelecimento. 
Outros aspectos que podem melhorar o fluxo de circulação seriam colocar cores ou nomes em 
seções específicas para que os clientes possam se localizar com maior facilidade e terem 
maior agilidade em compras menores (MARA, on-line, 2007). Já no layout dos armazéns, a 
tendência é a diminuição destinada a essa área e a conseqüente diminuição de estoques. Desse 
modo, as pilhas de armazenagem devem ser baixas de modo a permitir o fluxo diário de 
produtos, trazendo maior agilidade. Por isso, os equipamentos de movimentação tendem a ser 
de pequeno porte auxiliando a alocação dos produtos nas gôndolas (mais baixas) e 
evidentemente, nos armazéns. 
Quanto à forma de alocação dos produtos nas gôndolas, segundo Mara (on-line, 2007), 
os produtos considerados de impulso, os ditos supérfluos, são colocados próximos aos 
produtos de destino (produtos básicos), ao mesmo tempo que, produtos mais consumidos 
devem ser colocados nos lugares de maior visibilidade e de fácil acesso. Isso ocorre, com o 
objetivo de alavancar as vendas dos produtos de uma maneira geral e reduzir os estoques. 
Outro quesito que pode contribuir para melhor armazenagem e movimentação são as 
embalagens. Elas têm a função de proteção do produto, garantindo um bom estado de 
conservação, e ao mesmo tempo facilitar sua movimentação e armazenamento, tanto no 
 
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armazém, na gôndola e na casa do cliente. Desse modo, para que elas exerçam de fato sua 
função, a tendência é a padronização das mesmas, pois dão a possibilidade de melhor 
utilização de espaço nas gôndolas, nos caminhões de transporte e nos armazéns (CZAPSKI, 
on-line, 2007). Um exemplo disso são as caixas-display3, que oferecem praticidade tanto na 
armazenagem quanto na colocação do produto nas gôndolas (HABERLI, 2007). No entanto, 
conforme esse autor, o processo de padronização das embalagens no Brasil ainda é incipiente, 
prejudicando a logística do produto. 
No que se refere às tecnologias de movimentação e armazenagem destacam-se, 
segundo Coronado (2007), a radiofreqüência (radio frequency identification data – RFID), 
código de barras e EDI (Eletronic Data Interchange)4. Tais tecnologias permitem maior 
controle e agilidade dos estoques tanto no processo de armazenagem quanto no setor de 
vendas. 
Dessa forma, o supermercado necessita de uma estratégia de armazenagem e 
movimentação que possibilite a disponibilidade de maior espaço destinado ao setor de vendas, 
ao mesmo tempo em que se tenha um estoque mínimo que atenda a demanda do 
supermercado, destacando a variedade de produtos existentes nele. Diante disso, nota-se a 
importância da estratégia logística para uma melhor integração dos membros do canal de 
suprimentos, fornecendo uma alta coordenação e controle de toda a cadeia envolvida, 
agilizando, dessa forma, os fluxos físicos e de informação (CORONADO, 2007). 
 
3.2 CARACTERÍSTICAS LOGÍSTICAS DOS SUPERMERCADOS: ASPECTOS 
EMPÍRICOS 
3.2.1 Características dos Entrevistados 
Os dados apresentados no Quadro 1 mostram características relevantes dos 
entrevistados. Os entrevistados representam supermercados de grande, médio e pequeno 
porte, integrantes de redes cujo número de lojas variou de 5 a 35. Além disso, nota-se que as 
redes dos supermercados estudados têm atuação local, regional, estadual, nacional e 
internacional. Esses dois fatores contribuíram para estabelecer rigor e qualidade quanto à 
obtenção de informações, bem como estabelecer maior amplitude quanto ao uso dos 
resultados, permitindo a comparação entre portes e atuação, bem como a análise de 
convergência. Pôde-se observar que os aspectos logísticos se ajustam aos diversos portes das 
lojas e níveis de atuação das redes, permitindo induzir-se que, quanto maior a rede mais 
importante se torna a logística para possibilitar a integração de seus membros. 
 
Entre-
vistados 
 
Número 
de lojas 
da rede 
Tempo de 
atuação da 
rede (anos) 
Tipo de 
estrutura 
Nível de 
atuação 
Tempo de 
atuação no 
local (anos) 
Número 
de check 
outs 
Número de 
funcionários 
A 10 30 Direta 
com CD Regional 8 21 107 
B 14 25 Direta 
com CD Nacional 13 21 180 
C 24 35 Direta 
com CD Estadual 14 20 148 
D 35 45 Direta 
com CD 
Internacio
nal 41 20 205 
E 24 64 Direta Internacio 7 6 102 
 
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9
com CD nal 
F 5 27 Direta 
com CD Local 7 10 67 
 Quadro 1: Características dos entrevistados (elaborado pelos autores) 
 
Quanto ao tipo de estrutura, nota-se que em todas são diretas com existência de CD, já 
que pertencem a uma rede, isso pode indicar a tendência do seu uso nas redes 
supermercadistas. Dessa forma, é no CD que se concentram as ações direcionadas à 
integração da rede. Percebe-se também, que as redes têm mais de 20 anos no mercado, o que 
pode demonstrar estabilidade da marca e da rede no mercado, reforçado pelo tempo de 
atuação das lojas estudadas no local que passa de 5 anos, embora estratégias de aquisição para 
expansão ou entrada em mercados sejam comuns nesse tipo de atividade. Além disso, 
observa-se que o número de funcionários em todos os supermercados passa de 50, o que pode 
representar a existência de múltiplos serviços, tanto direcionados ao cliente quanto ao controle 
da loja em aspectos gerais. 
 
3.2.2 Análise dos resultados 
A análise dos resultados pode ser implementada considerando-se a segmentação do 
estudo envolvendo aspectos logísticos relacionados à: localização; relações com a cadeia de 
suprimentos e suas estratégias; aspectos operacionais e estratégicos de movimentação e 
armazenagem; ao sistema de controle de movimentação e armazenagem. 
a) Quanto à localização, cadeia de suprimentos e logística de transporte 
Verifica-se que nas empresas estudadas a decisão de orientação se estabelece a partir 
de dois princípios direcionadores, os quais guardam reciprocidade com os indicados por 
Ballou (2001) para o serviço e varejo: o rendimento ou presença próximo ao mercado; a 
facilidade de acesso às pessoas. 
A análise dos aspectos inerentes à cadeia de suprimentos nos supermercados 
envolvidos permite a identificação de algumas características particulares: 
• a percepção na maior parte dos envolvidos na pesquisa da integração da cadeia por meio, 
principalmente, do CD, tendo em vista que a relação dos supermercados com os 
fornecedores acontece apenas em compras específicas, notadamente de perecíveis, nas quais 
prevalecem relações contratuais, mas com negociação. 
• Integração das lojas com o CD, formalizada pelo partilhamento ou a integração do sistema 
de controle de estoque, notadamente nos supermercados mais estruturados, com uso de 
sistemas informatizados. Nota-se que para frios e perecíveis o processo de aquisição ainda é 
pelo sistema tradicional, tendo em vista as características específicas dos produtos 
transacionados e porte de alguns fornecedores. 
• Percebe-se uma preocupação com preço, quantidade e validade dos produtos, não sendo 
destacada a logística. Dessa forma, cabe aos supermercados passar essas informações ao 
CD, o qual tem a função de integrar a cadeia de suprimentos ao contexto logístico desejado. 
Na logística de transporte, a integração vertical referente ao serviço de transporte é 
identificada na relação entre os supermercados e o CD, enquantoa frota própria do fornecedor 
 
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é característica na relação desse com o supermercado. Pelo lado do fornecedor isso pode se 
justificar pela necessidade de controle, notadamente sobre perecíveis, já pelo lado do CD 
pelas seguintes necessidades: coordenar o processo de abastecimento; coordenar e controlar o 
processo de roteirização; integrar a atividade de movimentação com as estratégias 
promocionais ou mercadológicas; controlar os estoques; atender as especificidades da 
diversificação de itens e o equilíbrio nos custos. 
b) Quanto à estratégia logística 
Nos supermercados a estratégia logística está direcionada para a busca de 
aproveitamento de espaço para a venda e não estocagem. E na estocagem, ainda necessária, a 
orientação é para a movimentação e não armazenagem, ratificando as orientações teóricas 
para esse setor. Nota-se que as características de venda de um dos entrevistados estabelecem a 
presença de um sistema misto, privilegiando meios de estocagem e movimentação, 
simultaneamente, em adequação à proposta de negócio estabelecida. Observa-se, ainda, que o 
abastecimento direto na gôndola, começa a se apresentar como estratégia de abastecimento 
comum nas grandes redes, o que deverá impactar na sistemática operacional dos fornecedores 
quanto ao planejamento da estrutura e forma de vendas e na gestão dos estoques. Destaca-se a 
preocupação com o contexto logístico na definição de estratégias. Verifica-se, entretanto, que 
o preço e a variedade são as principais variáveis na definição dos fatores chaves de sucesso no 
desempenho dos entrevistados. 
c) Quanto ao controle na movimentação e armazenagem e à logística reversa 
De forma geral, observa-se uma adequação do processo de controle à atividade de 
movimentação e armazenagem. Isso parece se relacionar ao maior uso de tecnologia de 
informação no controle de produtos nos supermercados. Verifica-se que a análise das 
informações acerca da sazonalidade, o histórico de demandas são viabilizados e otimizados 
pelas tecnologias de informação, o que, associado às estratégias de promoção estabelecem 
para as empresas estudadas facilidades na comercialização e justificam a consideração desse 
processo como adequado às suas atividades operacionais. Cabe observar, entretanto, que esses 
aspectos se apresentam, principalmente, como função do CD e não da loja, o que parece 
indicar um distanciamento da loja (supermercado) dos aspectos logísticos estratégicos da 
atividade. 
Analisando-se a questão da logística reversa, não se verifica, nas empresas estudadas 
preocupação direta com esse fator. Os casos de devolução são relacionados diretamente ao 
CD. Além disso, as dificuldades de troca, dado às características dos produtos transacionados, 
orientam para uma maior preocupação com a gestão de estoques e cuidados na 
movimentação, do que com o processo de devolução. Nota-se, que as quotas de perda 
contribuem para reduzir a preocupação com a logística reversa, envolvendo o restante da 
cadeia. 
d) Quanto aos aspectos tecnológicos 
A análise dos aspectos tecnológicos evidencia o uso do código de barras e software 
de controle como principais inovações aplicadas ao setor. O aspecto logístico é apresentado, 
apenas por um dos entrevistados como inovação. Nota-se que a evolução no uso dessas 
tecnologias se apresenta de forma incremental, o que pode demonstrar a característica 
adaptativa na adoção dessas ferramentas. Além disso, o fato de todos os entrevistados 
apresentarem unanimidade nas tecnologias adotadas e o direcionamento de seu uso para o 
 
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controle pode indicar a convergência quanto ao padrão de concorrência vigente no setor. Isso 
pode levar a uma concorrência baseada em preço e não na diferenciação, especialmente em 
serviços. 
O uso dessas tecnologias apresenta três finalidades claras: agilidade na 
movimentação e armazenagem; maior controle do processo; redução de custo. Esses objetivos 
se alinham às condições competitivas estabelecidas. O objetivo de atender à necessidade de 
diversificação de produtos e maior concorrência, dado à condição de estabilidade no mercado, 
determinam um alinhamento entre a finalidade no uso de tecnologia e os objetivos 
competitivos. 
Destaca-se que os equipamentos identificados na aplicação logística, em todos os 
entrevistados, indicam a preocupação com a agilidade na movimentação e armazenagem, o 
que se ajusta à estrutura física adotada. 
e) Quanto à logística para o cliente 
Ao se analisar o aspecto logístico aplicado ao cliente, verifica-se uma padronização 
na oferta de facilidade de movimentação. Além disso, observa-se que a grande preocupação 
da logística com relação à venda está na melhor exposição do produto e facilidade no 
reabastecimento, aspecto não percebido na rede com menor número de lojas. Dessa forma, a 
orientação para a venda, parece nortear o uso da estratégia logística nesse segmento, 
caracterizando comportamento típico da logística integrada. Isso se observa, também, no 
posicionamento do produto na gôndola, o que contraria as pesquisas que observam que o nível 
de saída do produto orienta seu posicionamento. 
Observa-se que a presença do promotor no processo de movimentação ratifica a 
mudança na relação com o fornecedor, notadamente na redução do processo de estocagem na 
loja distribuidora, definindo uma certa especialização nas atividades funcionais da rede. 
Nota-se, entretanto, que a preocupação com movimentação não se estende ao estudo 
do layout, enquanto a agilidade no abastecimento é uma orientação operacional clara. A busca 
de um layout adequado e favorável a essa movimentação não é identificado, sendo que a 
atenção às vendas ainda é prioridade. Observa-se que a mudança acontece em função do 
produto e a necessidade de exposição, e não do conforto ao cliente ou eficácia na 
movimentação. Isso se confirma pela maior atenção dada à rentabilidade do produto como 
direcionador no seu posicionamento na gôndola. 
Quanto à influência das embalagens, verifica-se em todas, pequenas, médias e 
grandes redes, que ainda não ocorre uma perfeita integração entre os objetivos logísticos dos 
distribuidores e a oferta de embalagens adequadas pelos fornecedores. Dessa forma, 
problemas nas características das embalagens, como a falta de padrão na unitização, gera 
dificuldades na movimentação e perdas em termos de produtividade. Especificamente, no 
entrevistado que utiliza palete como unidade para a exposição esse problema se evidencia. 
Com relação às tecnologias de embalagens, como o uso de caixa-display, essas ainda são 
pouco aproveitadas, nos entrevistados, para a obtenção de eficácia operacional e logística. 
 
4 CONCLUSÃO 
Nesse estudo procurou-se analisar as práticas logísticas observadas em supermercados 
diante da evolução tecnológica apresentada na literatura para a área. A seleção de 
 
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entrevistados para levantamento de informações privilegiou representantes com influência 
significativa no mercado, e com estrutura que propiciasse condições de fornecer aspectos 
representativos para o âmbito logístico, localizados na região de Maringá - PR. A qualidade e 
validade das informações coletadas, embora sustentem um caráter indutivo à pesquisa,foram 
obtidas pelo envolvimento de entrevistados integrantes de uma rede logística com 
características amplas, atuando, em certos casos, no contexto nacional e internacional. 
Na análise dos resultados, verificou-se que a logística se estabelece como área de 
interesse e aplicação de todos os entrevistados. O nível de profundidade, entretanto, ainda 
parece limitado a pequenas ações orientadas por outros segmentos da cadeia, notadamente o 
fornecedor de tecnologia da informação e de embalagem. 
Os estudos dos diferentes aspectos que compõem o estudo logístico nos 
supermercados ratificaram o uso da estrutura direta com uso de CD como referência na 
organização da rede logística. Além disso, verificou-se que a estratégia de redução de espaço 
de armazenagem e um processo de reposição direta nas gôndolas transformam o ambiente 
físico das lojas de supermercados, e exercem influência acentuada nas estratégias dos 
fornecedores. Embora os Centros de Distribuição, minimizem o problema da economia de 
escala ou do uso de lote econômico para redução de custos, a necessidade de reposição direta 
nas gôndolas, por intermédio de promotores de venda, gera uma apropriação de “quase renda” 
para o segmento distribuidor. 
 As ferramentas tradicionais, como código de barras e controle de estoque 
informatizado, por sua vez, são identificadas como paradigma tecnológico para o setor, e são 
referenciados na obtenção de maior agilidade na recomposição dos estoques, e conseqüente 
redução de rupturas, e como apoio na redução de custos. Verifica-se, entretanto, que embora 
ratifiquem uma estrutura logística voltada para a venda, o estudo da movimentação e 
transporte do cliente nas lojas ainda é pouco explorado. A forte atuação do CD como 
referência no aspecto logístico parece afastar das lojas essa preocupação, que parece ter sua 
gestão limitada ao aspecto mercadológico, notadamente na definição de promoções e 
estímulos de preço. 
A limitação do estudo aos supermercados e a identificação do CD como referencial 
logístico pelos entrevistados, indicam a necessidade de uma ampliação desse estudo 
envolvendo essas estruturas. A mudança identificada na relação com o segmento fornecedor, 
da mesma forma, estabelece um indicativo para o aprofundamento de estudos nessa área. 
Diante disso, a partir desse estudo entende-se que pesquisas buscando a verificação do 
objetivo estabelecido nesta pesquisa nos centros de distribuição das redes estudadas, 
envolvendo, da mesma forma, o segmento fornecedor permitirão a composição de um 
conjunto de informações essenciais à compreensão e identificação dos fatores logísticos que 
são característicos e impactam no desempenho dessas redes. A análise comparativa entre o 
desempenho de estruturas com características diferenciadas pode contribuir para o melhor 
entendimento dos fatores que determinam sua dinâmica e tendência. 
 
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